Otão recebeu uma boa educação sob os cuidados de seu tio, Bruno, arcebispo de Colônia, e seu meio-irmão ilegítimo, Guilherme, arcebispo de Mainz. Inicialmente co-reinou com seu pai, Otão I mas foi escolhido como o rei alemão em Worms em 961, sendo coroado naCatedral de Aachen em 26 de maio desse ano. Em 25 de dezembro de 967, Otão I foi coroado co-imperador emRoma pelo papaJoão XIII.
Casou-se com a princesa gregaTeofânia Escleraina, sobrinha do imperador romano do orienteJoão I Tzimisces, no dia 14 de abril de972. Depois de participar das campanhas de seu pai naItália, voltou à Alemanha e tornou-se imperador único, sem qualquer oposição, após a morte de seu pai em maio de 973.
Otão II prosseguiu a política do seu pai no sentido de fortalecer o domínio imperial na Germânia, além de a estender de forma mais profunda na península Itálica.
Após suprimir uma rebelião naLorena, surgiram dificuldades no sul da Alemanha, provavelmente devido a Otão ter recusado dar oDucado da Suábia aHenrique II da Baviera. Em974, a mãe de Henrique, Judite, iniciou uma conspiração contra o imperador, a qual incluiu Henrique, o bispo Abraão de Frisinga, duques da Boémia ePolônia, e vários membros do clero e da nobreza que estavam descontentes com a política do imperador. Entretanto, o plano foi descoberto e facilmente suprimido. No mesmo ano, as forças de Otão conseguiram acabar com uma tentativa deHaroldo I da Dinamarca de se liberar do jugo alemão; no entanto, sua expedição contra osBoêmios em 975 foi um fracasso parcial devido ao início de mais problemas naBaviera. No ano seguinte ele restabeleceu a ordem uma segunda vez na Lorena e forçou Henrique II a fugir deRatisbona para a Boémia. A Baviera foi dada a seu parente Otão I da Baviera. Em 977, o rei realizou mais uma expedição à Boêmia, onde o reiBoleslau II prometeu voltar à sua aliança anterior.Miecislau I da Polónia também foi subjugado.
Após Otão acabar com uma tentativa de Henrique de recuperar a Baviera, o reiLotário da França invadiu a Lorena com um exército de 20 000 homens e ocupou a capitalAquisgrano por cinco dias. Otão inicialmente fugiu paraColónia e então para aSaxónia. Sua mãe, de origem francesa, ficou do lado de Lotário e se mudou para aBorgonha. Em setembro de 978, com 30 000 homens, Otão retaliou invadindo a França. Encontrou pouca resistência, mas doença nas suas tropas o obrigou a levantar o cerco deParis e na viagem de volta a retaguarda de seu exército foi destruída e a os bens que carregava tomado pelos franceses. Uma expedição contra os poloneses seguiu uma paz com a França: Lotário renunciou a Lorena em 980, e, em troca, Otão reconheceu os direitos do filho de Lotário,Luís V.
Otão sentiu-se então livre para viajar para aItália. O governo da Alemanha foi deixado nas mãos do arqui-chancelerWilligis e do duqueBernardo I da Saxónia. Ele foi acompanhado de sua esposa, seu filho, Otto da Baviera, dos bispos deWorms,Metz e Merseburgo e de vários outros condes e barões. Cruzando os alpes através do que hoje é aSuíça, ele se reconciliou com sua mãe emPavia e celebrou o Natal de 980 emRavena.
O papaBento VI, eleito por seu seu paiOtão I, havia sido aprisionado pelos romanos noCastelo de Santo Ângelo, onde ele morreu em 974. Seu sucessor,Bonifácio VII fugiu paraConstantinopla e o bispo de Sutri tornou-se papa comoBento VII. Precedido por Bento, Otão entrou cerimoniosamente em Roma na Páscoa de 981.
Otão teve nesta cidade uma corte esplêndida, frequentada por príncipes e nobres de todas as partes da Europa Ocidental. Requisitou-se então que ele punisse os ataquessarracenos na Itália e, acima de tudo, a política agressiva do emir siciliano Abu al-Qasim, cuja frota estava atacando aApúlia e cujas tropas haviam invadido aCalábria. Em setembro de 981, Otão marchou para o sul da Itália. Inicialmente viu-se cercado dos conflitos entre os príncipeslombardos locais, que haviam dividido a área após a morte de Pandolfo. Otão fracassou no cerco de Manso I de Amalfi emSalerno, mas por fim obteve o reconhecimento de sua autoridade de todos os principados lombardos. Em janeiro de 982 as tropas alemãs marcharam em direção a Apúlia bizantina para anexar esta região ao Império Ocidental.
Quando Otão saiu deTaranto, ele teve uma grande derrota perto de Stilo em julho de 982 (na qual, entre outros, alcacim foi morto). Sem revelar sua identidade, o imperador escapou num navio grego até Rossano. Ele voltou a Roma em 12 de novembro de 982.
Numa dieta emVerona em junho de 983, em meio a diversos príncipes alemães e italianos, seu filhoOtão III foi confirmado como rei da Alemanha. Ele então preparou-se para outra campanha contra os sarracenos. Ele também obteve um acordo com aRepública de Veneza, cujo auxílio era muito necessário após a derrota em Stilo. Indo para Roma, Otão conseguiu garantir a eleição de Pedro de Pávia como papaJoão XIV.
Quando notícias de um levante das triboseslavas na fronteira oriental da Alemanha o alcançaram, ele morreu em seu palácio em Roma no dia 7 de dezembro de 983, vítima de uma epidemia demalária. Deixou o futuro imperador Otão III e três filhas. Foi enterrado no átrio daBasílica de São Pedro e, quando a igreja foi reconstruída, seus restos mortais foram movidos para a cripta, onde seu túmulo pode ser visto ainda hoje.
Otão, algumas vezes chamado de o "Vermelho", era um homem baixo, por natureza corajoso e impulsivo, e por treinamento um cavaleiro competente. Foi generoso com a igreja e ajudou no avanço da cristandade de várias formas.
Otão II teve apenas uma esposa conhecida. A14 de abril de972, Otão II casou-se comTeofânia,[1] uma princesa bizantina da família Fokas que era prima do imperador bizantinoJoão I Tzimiskes. Os dois tiveram pelo menos cinco filhos:
Adelaide I, Abadessa de Quedlimburgo e Gandersheim, nascida em 973/974, morreu em 1045;
Sofia I, abadessa de Gandersheim e Essen, nascida em outubro de 975, morreu em 1039.
Matilde, nascida no verão de 978, morreu em 1025; que se casou comEzzo, conde palatino de Lotaringia.