Ooceano Atlântico é o segundo maioroceano em extensão, com uma área de aproximadamente 106 400 000 km²,[1] cerca de um quinto da superfície daTerra. É o oceano que separa aEuropa e aÁfrica a Leste, daAmérica, a Oeste. Seu nome deriva deAtlas, uma divindade damitologia grega. É por isso que, às vezes, o oceano Atlântico é referido como "mar de Atlas". A menção mais antiga sobre seu nome é encontrada emHistórias, deHeródoto, por volta de 450 a.C.. Antes de os europeus descobrirem outros oceanos, o termo "oceano" foi sinônimo de todas as águas que circundam aEuropa Ocidental e que os gregos acreditavam ser um grande rio que circundava toda a Terra. Esta denominação desapareceu, no entanto, naIdade Média, altura em que se utilizava o nome de "mar Ocidental" ou "mar do Norte" (que hoje designa uma parte do Atlântico, omar do Norte). O responsável pelo reaparecimento do nome "Atlântico", foi o geógrafoMercator ao colocá-lo no seu célebre mapa do mundo em 1569. A partir deste momento a nomenclatura da idade média foi gradualmente sendo substituída por este nome, que subsistiu até os nossos dias.[2]
O oceano Atlântico apresenta uma forma semelhante à letraS. Sendo uma divisão das águas marítimas terrestres, o Atlântico é ligado aooceano Ártico (que em algumas vezes é referido como sendo apenas um mar do Atlântico), a norte, aooceano Pacífico, a sudoeste, e aooceano Índico, a sudeste, e aooceano Antártico, a sul. (Alternativamente, ao invés do oceano Atlântico ligar-se com o oceano Antártico, pode-se estabelecer aAntártida como limite sul do oceano, sob outro ponto de vista). Alinha do Equador divide o oceano em Atlântico Norte e Atlântico Sul. Com um terço das águas oceânicas mundiais, o Atlântico inclui mares como oMediterrâneo, omar do Norte, oBáltico e omar das Caraíbas (Caribe).
O oceano Atlântico, o segundo maior do mundo em superfície, está localizado em sua maior parte nohemisfério ocidental e alonga-se no sentido Norte-Sul. O oceano Atlântico cobre uma área de aproximadamente 106 461 460 quilômetros quadrados, ou 21% da terra.[3][4] Entretanto, ele está se alargando no local onde as placas da América do Sul e da América do Norte se afastam das placas daEurásia e da África, a uma velocidade de cerca de 4 centímetros por ano.[5]
Mapa que usa a cor para mostrar a profundidade do oceano.
O fundo oceânico apresenta uma disposição regular: aplataforma continental, ampla ao largo das costas daEuropa, daAmérica do Norte e da porção meridional daAmérica do Sul, estreita-se nas costas daÁfrica e doBrasil; uma enorme cadeia de montanhas submarinas, adorsal meso-atlântica, estende-se ao longo do oceano; entre ela e os continentes abre-se uma série de bacias de 6 000 a 7 000 m de profundidade (bacias americana, brasileira e argentina, a Oeste; bacias escandinava, da Europa Ocidental, da Guiné, de Angola e do Cabo, a Este).
A crista dorsal é sulcada em toda a sua extensão por uma grandefossa tectônica (rift), que secciona no sentido longitudinal. Área de constante instabilidade geológica, provocada pela contínua emissão de material ígneo, é objeto de estudos geológicos que analisam os processos de formação e evolução dasplacas tectônicas, ou seja, dacrosta terrestre.
A crista da dorsal meso-atlântica situa-se geralmente entre -3 000 e -1 500 m, mas emerge em alguns pontos, formando ilhas:Jan Mayen,Islândia,Açores,Ascensão,Tristão da Cunha. Naslatitudes equatoriais, a dorsal é cortada por falhas transversais que determinamfossas abissais (fossa da Romanche. -7 758 m). Nas outras porções do Atlântico as fossas são raras: situam-se nasAntilhas (Ilhas Caimão ePorto Rico — a mais profunda com -9 218 m) e nas ilhasSandwich do Sul (-8 264 m)
A origem da cordilheira meso-oceânica (ouDorsal Atlântica) está relacionada à dinâmica datectônica de placas. O afastamento entre as placasSul-Americana eAfricana, em consequência das correntes deconvecção domagma existente nomanto, determina a formação de um extenso dobramento moderno que se estende de norte a sul ao longo do oceano Atlântico.
O meio ambiente terreno, exposto ao calor dosraios solares e osventos, promove a evaporação e precipitação dos líquidos sobre os continentes dando início aociclo das águas, responsável pelasedimentação do fundo do mar e asalinização dos oceanos. Nesse sentido, tem-se que na fachada ocidental, grandes bacias hidrográficas despejam considerável quantidade de sedimentos sobre a plataforma continental, definindo cones aluvionais, como os dos riosSão Lourenço eMississippi, no Atlântico Norte, e o doAmazonas, na faixa equatorial.
As águas do Atlântico são as mais salgadas de todos os oceanos (37,5 por mil desalinidade média) e animadas porcorrentes oceânicas que asseguram intensa circulação entre as águas frias das altas latitudes e as águas quentes equatoriais. As correntes frias do Labrador e dasFalkland descem respectivamente ao longo das encostas setentrionais e meridionais daAmérica. DeBenguela percorre a costa sul-ocidental africana, em direção ao equador. São compensadas pelas correntes quentes doBrasil e Equatorial Atlântica, nos seus ramos N e S, pelacorrente do Golfo, que tem grande influência sobre os climas daEuropa norte-ocidental tornando-os menos rigorosos.
Essa circulação das águas favorece sua oxigenação e a proliferação deplâncton, definindo importantes zonas pesqueiras, como as costas do Brasil meridional, a fachada norte-americana em torno da Terra Nova, as costas daEscandinávia e daIslândia, além daÁfrica meridional. As plataformas continentais encerram, às vezes, jazidas petrolíferas (mar do Norte, costas daVenezuela e do Brasil,golfo da Guiné). Ladeado no hemisfério Norte pelas duas áreas mais industrializadas do globo (NE dosEstados Unidos e Europa Ocidental), o Atlântico Norte apresenta o mais intenso tráfego marítimo e aéreo transoceânico do mundo.
Animação da separação daPangeia, que formou o oceano Atlântico como é conhecido atualmente.
Os antigos, que o apelidavam demar Tenebroso oumar Oceano, conheciam apenas as costas situadas entre o norte dasilhas britânicas e asCanárias. Dos séculos VIII a XI, osNormandos frequentaram as praias daNoruega, daIslândia, daGronelândia, de Spitsbergen e daNova Escócia, no actualCanadá. Até o final daIdade Média, só se faziam navegações costeiras, indo até aocabo Bojador (atingido pelo navegador portuguêsGil Eanes em 1434). No século XV os portugueses intensificaram a exploração da costa africana e, ao mesmo tempo, desenvolveram técnicas de navegação que permitiram viagens poralto-mar. A navegação por latitudes (determinadas pela observação da altura daestrela Polar ou doSol ao meio-dia, técnica desenvolvida por volta de 1485) foi facilitada pelo uso de instrumentos como abússola e oastrolábio. Outro fator decisivo foi o estudo do regime dos ventos no Atlântico: em 1439, as informações existentes já permitiam uma navegação assídua e segura. Essas técnicas, aliadas aos novos navios desenvolvidos pelos portugueses (ascaravelas, de maior porte,calado mais alto e comum sistema develas que permitia o aproveitamento dos ventos,mesmo em sentido contrário) permitiriam o reconhecimento da costa daÁfrica e as primeiras incursões em alto mar; há ainda informações de que no século XV os portugueses teriam explorado também o Atlântico Norte, juntando conhecimentos que mais tarde facilitaram a viagem deCristóvão Colombo na primeira travessia documentada do oceano. Com o desenvolvimento técnico obtido, as viagens portuguesas tornaram-se mais ousadas e frequentes através do Atlântico, de tal forma que até 1488 toda a costa oeste da África estava explorada, reconhecida e, nos primeiros 20 anos do século XVI, toda a costa atlântica do continente americano (encontrado em1492 por Colombo) fora visitada por navegadores portugueses, espanhóis ou italianos a serviço daEspanha. Os reis dePortugal procuraram, desde o início, garantir descobertas de seus navegadores e desde 1443, várias leis reivindicaram o direito de navegação exclusiva nos mares reconhecidos por suasnaus.
Em 1454, oPapa Nicolau V ratificou a pretensão dos portugueses, reservando-lhes o direito exclusivo de navegação e comércio. Em 1474,D. Afonso V mandou que aqueles que violassem essas determinações fossem mortos e seu bens confiscados pela coroa. OTratado de paz de Toledo, entreEspanha e Portugal, ratificou esses direitos, que foram reafirmados nasordenações Manuelinas (1514). Até 1580, houve pouca contestação internacional a essas pretensões, exceto pequenos conflitos diplomáticos causados pela ação decorsários protegidos pelos reis daFrança eGrã-Bretanha. Após 1580, contudo, a contestação cresceu, envolvendo também os holandeses em guerra com a Espanha pela sua independência. Eles estenderam as ações bélicas contra Portugal, após aunião das duas Coroas e passaram à liberdade dos mares; na trégua assinada comFelipe III (III de Espanha e II de Portugal), obtiveram o direito de navegar por esses mares, embora sob licença régia. Esse tratado marcou o início do fim do domínio exclusivo pelos portugueses dos mares que haviam descoberto e, após 1640, o princípio da liberdade dos mares estava solidamente estabelecido.
A partir do século XVII, começou a exploração hidrográfica do Atlântico, efetuada de início pelosholandeses, depois pelos ingleses e franceses no século XVIII. No século XIX, foram organizados numerososcruzeiros oceanográficos que permitiram a elaboração de uma detalhada cartabatimétrica do Atlântico.
Das áreas cobertas pelas águas oceânicas pode-se considerar um domínio continental e um domínio oceânico.
No domínio continental englobam-se os seguintes elementos morfológicos:
Plataforma continental — zona circundante da maior parte das costas, ligeiramente inclinada, coberta por sedimentos continentais, que corresponde às zonas marginais imersas dos continentes; zona que prolonga o continente para o mar até a uma profundidade de 200 m;
Talude continental — nesta zona, o declive acentuado é, muitas vezes, sulcado por desfiladeiros, representando o limite da parte imersa do domínio continental; a zona imersa estende-se até profundidades de 4 000 m.
No domínio oceânico englobam-se os seguintes elementos morfológicos:
Planícies abissais — zona plana que ocupa grande extensão do fundo dos oceanos e que ocorre às profundidades de aproximadamente, 5 000 metros em média. São superfícies quase planas que representam o tecto da crosta oceânica não perturbada, oculta por uma camada de sedimentos pelágicos, de um modo geral pouco espessa. Os relevos que perturbam esta planície são normalmente de origem vulcânica, mas dividem-se em dois grupos consoante são, ou não sismicamente activos;
Dorsais médio-oceânicas — são relevos vulcânicos dos fundos oceânicos que se situam geralmente na parte média ou nos bordos dos oceanos, formadas por alinhamentos de cadeias montanhosas separadas porriftes; elevam-se a 3 000 m acima dos fundos das bacias e estendem-se por uma largura se cerca de 1 000 km;
Fossas oceânicas — zonas profundamente entalhadas no fundo oceânico, onde se verifica a convergência de placas tectónicas; localizam-se perto dos arcos vulcânicos ou na base do talude continental, nas proximidades de cadeias montanhosas que ocorrem nas margens dos continentes;
Bacias oceânicas — nascem, evoluem e morrem com relativa rapidez, pelo que os seus fundos são essencialmente constituídos por rochas relativamente recentes.
Mar Mediterrâneo, que se interpõe entreEuropa eÁfrica e se divide em outros mares interiores, que são, de oeste para leste (aqueles marcados com asterisco não são oficialmente reconhecidos pelaOHI[6] mas são ou já foram nomes usuais):
↑"The New Encyclopaedia Britannica", Volume 2, Encyclopaedia Britannica, 1974. p.294
↑Forum Oceanos, Presidência do Governo e Universidade dos Açores, Acedido em 2012-05-25
↑US Department of Commerce, National Oceanic and Atmospheric Administration.«How big is the Atlantic Ocean?».oceanservice.noaa.gov (em inglês). Consultado em 29 de janeiro de 2021