Nasceu próximo aoRio Suksuhu, era filho de Taksi, um membro nobre da Tribo dos Jurchens Jianzhou, uma das cinco tribos Jurchens daManchúria, mas foi alfabetizado em chinês e jurchen desde criança. Em 1582, seu pai e seu avô, o líder Giocangga, são mortos em uma emboscada de Nikan Wailian, líder de uma tribo rival que se aliou aos soldados daDinastia Ming. Assim que sucedeu seu avô, iniciou sua vingança as tribos Jurchens, com uma série de conquistas conhecidas como a "Unificação Jurchen" que durou trinta anos, em suas campanhas passou unificar tribos mongóis ao oeste, por meio de casamentos e conquistas. Sua importância também foi linguística na primeira padronização dos idiomas manchurianos, pois falavam Jurchen e escreviam em Mongol, então se une de tradutores para formalizar aLíngua Manchu.[2]
Nessa época organiza seu exército com base nos clãs jurchens, criando o "Sistema dos Oito Estandartes": Amarelo, Amarelo Bordado, Vermelho, Vermelho Bordado, Azul, Azul Bordado, Branco e Branco Bordado. Sendo os dois primeiros, os mais prestigiados sob comando direto de Nurhaci.[3]
Em 1616, após unificar a maioria da Manchúria em mais de três décadas de campanhas, é proclamadoKhan pelos Mongóis e Jurchens, fundando aDinastia Jin Posterior e nomeia sua linhagem como ClãAisin Gioro, em referência a dinastia medievalDinastia Jin, fundada também por Jurchens. Em seguida, corta as relações com a Dinastia Ming, publicando seu "Manifesto das 7 Queixas", acusando a dinastia de terem assassinado seu pai e avô, com ajuda de tribos locais.[4]
A primeira batalha entre Jin Posterior eMing acontece emFushun, as manobras do novoKhan faz a cidade se render sem nenhuma fatalidade, partindo para Qinghe. A notícia de retaliação Jurchen faz oImperador Wanli de Ming, enviar dez mil soldados para fronteira. Mas a Dinastia Ming não tinha uma grande preocupação com a unificação Jurchen, pois enfrentavam uma série de problemas internos com desastres naturais, insatisfação popular, corrupção, avanço da chegada europeia, crise econômicas, problemas nas fronteiras ao sul e oeste (Com os povos mongóis e povos do sudeste asiático). Em 1619, a Tribo Yehe-Nara, os maiores rivais da antiga tribo Aisin Gioro se unem com forças Ming, Móngois e Joseon em um exército de 120 mil tropas para atacar a capital de Jin Posterior na Batalha de Sarhū, resultando na inesperada vitória de Nurhaci e na conquista da Tribo Yehe-Nara.[5] Após a vitória, lideram uma série de importantes conquistas emShenyang,Liaoyang eLüshun, também avançavam sob as várias tribos mongóis, principalmente por meio de matrimônios com importantes clãs, incluindo príncipes e princesas mongóis descendentes do lendárioGengis Khan. Também muda a capital da dinastia para Shenyang, para poder explorar melhor os recursos do local e se aproximar da fronteira.[6]
No início de 1626, a Dinastia Ming anuncia o abandono de regiões acima daGrande Muralha devido aos avanços do Khan Nurhaci, mas o comandante Yuan Chonghuan e suas 9 mil tropas recusam a retirada, guarnecendo a cidade deNingyuan, um importante elo da Muralha. Sabendo da notícia, o Khan Nurhachi marchou com um exército de 100 mil tropas para conquista da cidade, tentando forçar uma redenção afirmando que tinha o dobro de tropas, mas o comandante ming não acreditou e se manteve, teve brava resistência usando bombas de veneno e canhões de modelo portugueses, um dos tipos mais avançados de canhões da época que chegaram a pouco tempo na China, por meio deMacau.[7] Após dias de cerco e fortes perdas ao exército Jurchen, o Khan Nurhachi é atingido por um canhão português e retirado de batalha, assim fica impossibilitado de se recuperar mentalmente e fisicamente, falecendo sete meses depois aos 67 anos, nomeando seu filhoHuang Taiji como seu sucessor. Essa foi a primeira e última grande derrota do Khan.
Fuchs, Walter (1935), «Der Tod der Kaiserin Abahai i. J. 1626. Ein Beitrag zur Frage des Opfertodes (殉死) bei den Mandju [The death of empress Abahai in 1626: a contribution to the question of sacrificial death among the Manchus]»,Monumenta Serica,1 (1): 71–81.
Roth Li, Gertraude (2002), «State Building before 1644», in: Peterson, Willard J. (ed.),Cambridge History of China, Vol. 9, Part 1: The Ch'ing Dynasty to 1800,ISBN0-521-24334-3, Cambridge: Cambridge University Press, pp. 9–72.