O neoconservadorismo influenciou o governoGeorge W. Bush,[4] representando um realinhamento dapolítica estadunidense e a "conversão" de alguns membros daesquerda para adireita do espectro político.[5]
Neoconservadores proeminentes naadministração de George W. Bush incluíramPaul Wolfowitz,Elliott Abrams,Richard Perle ePaul Bremer. Embora não se identificassem como neoconservadores, altos funcionários do vice-presidenteDick Cheney e do secretário de DefesaDonald Rumsfeld ouviram atentamente os conselheiros neoconservadores em relação à política externa, especialmente a defesa de Israel e a promoção da influência americana no Oriente Médio. Muitos de seus adeptos tornaram-se politicamente influentes durante as administrações presidenciaisrepublicanas das décadas de 1970, 1980, 1990 e 2000, atingindo o pico de influência durante a administração deGeorge W. Bush, quando desempenharam um papel importante na promoção e planejamento dainvasão do Iraque em 2003.[6]
O neoconservadorismo estadunidense enfatiza apolítica externa, especialmente asintervenções políticas emilitares em outros países, como sendo o aspecto mais importante das responsabilidades do governo, no sentido de assegurar o papel dos Estados Unidos como únicasuperpotência - condição considerada indispensável para a preservação daordem mundial.[7]
Os críticos do neoconservadorismo usaram o termo para descrever a política externa e osfalcões de guerra que apóiam omilitarismo agressivo ou oneoimperialismo. Historicamente falando, o termo neoconservador se refere àqueles que fizeram a jornada ideológica daesquerda antistalinista para o campo doconservadorismo americano durante as décadas de 1960 e 1970.[8] O movimento teve suas raízes intelectuais na revistaCommentary, editada porNorman Podhoretz.[9] Eles se manifestaram contra a Nova Esquerda e assim ajudaram a definir o movimento.[10][11]
O primeiro neoconservador declarado foiIrving Kristol, que explicitou sua condição em artigo de1979, intituladoConfessions of a True, Self-Confessed 'Neoconservative' ("Confissões de um verdadeiro 'neoconservador' confesso"). O pensamento neocon rompeu com o conservadorismo a medida que se mostrou ser um pensamento europeu e não do novo mundo.[12]
Gabriel da Fonseca Onofre complementa essa discussão, enfatizando como oNeoliberalismo forneceu o programa econômico (viaSMP/Hayek/Friedman), e o Neoconservadorismo forneceu a força política e a justificativa geopolítica para que esse programa fosse levado adiante por presidentes como Reagan, sendo uma aliança política e estratégica ao invés de uma fusão entre as doutrinas.[14]
Em últimaanálise, Kabaservice argumenta que a ascensão da pureza ideológica (e, por extensão, aascensão doneoconservadorismo como uma das forças dominantes doGOP) levou à lógica do "Regra e Ruína": os ideólogos "regraram" (conquistaram o controle interno do partido), mas, ao eliminar o compromisso, geraram a "ruína" da capacidade do partido degovernar de forma eficaz, culminando noextremismo consolidado pelomovimento Tea Party noséculo XXI.[15]
Eles encamparam a "batalha de ideias" proposta porFriedrich Hayek, sustentando que a influência política viria apenas após o sucesso em divulgar o programa liberal entre intelectuais e formadores de opinião. Logo, buscaram intencionalmente ser o contraponto intelectual aoestablishment da época, oferecendo uma "filosofia da liberdade". O próprio sucesso deHayek nosEUA foi visto como crucial, dada a fragilidade do movimento conservador anti-New Deal no país.[14]
Portanto, a estrutura bem-sucedida dethink tanks construída pelos liberais econômicos forneceu o arcabouço institucional que ajudou aNova Direita, como um todo (incluindo osneoconservadores), a consolidar o poder emWashington a partir da década de 1980.[14]
↑The Neoconservative Counterrevolution. In the anti-sixties backlash, neoconservatives were the most formidable intellectual opponents of social progress. Por Andrew Hartman.Jacobin, 23 de abril de 2015.
↑McGowan, J.American Liberalism: An Interpretation for Our Time. "Neoconservatism" pp.124-133. Chapel Hill. University of North Carolina Press: 2007.ISBN 0-8078-3171-9
↑Vaïsse, Justin (2010).Neoconservatism: The biography of a movement. [S.l.]: Harvard University Press. pp. 6–11
↑Balint, Benjamin (2010). «Running Commentary: The Contentious Magazine that Transformed the Jewish Left Into the Neoconservative Right».PublicAffairs
↑Beckerman, Gal (6 de janeiro de 2006). «The Neoconservatism Persuasion».The Forward
↑Friedman, Murray (2005).The Neoconservative Revolution Jewish Intellectuals and the Shaping of Public Policy. Cambridge, UK: Cambridge University Press