| Classificação científica | |||||||||||||||||
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| Espécie-tipo | |||||||||||||||||
| Antilope goral Hardwicke, 1825 | |||||||||||||||||
| Espécies | |||||||||||||||||
| Sinónimos | |||||||||||||||||
| NemorhaedusHodgson, 1841 NemorhedusHodgson, 1834 NemorhœdusJerdon, 1867 NemorrhaedusTrouessart, 1898 NemorrhedusGray, 1843 NaemorhaedusJardine, 1835 | |||||||||||||||||


Naemorhedus é um gênero de pequenosmamíferoscaprinos conhecidos comogorais, nativos de regiões montanhosas daÁsia, desde aÍndia eMyanmar até o extremo oriente daRússia.[1] Contém seis espécies e faz parte da subfamíliaAntilopinae, da famíliaBovidae.[2][3]
Os gorais são encontrados em áreas montanhosas cobertas porflorestas de coníferas ouflorestas decíduas e, especialmente, em terrenos rochosos acidentados, com encostas íngremes e cumes gramados, entre 500 e 2000 metros de altitude, podendo chegar até os 4500 metros no verão, dependendo da espécie.[4]
As espécies de goral estão intimamente relacionadas com osseraus, caprinos do gêneroCapricornis. Os animais desses gêneros têm quase o mesmohabitat, mas parece haver uma tendência de separação espacial entre os gorais e os seraus. Embora não seja uma distinção muito proeminente, os gorais usualmente são encontrados em altitudes mais elevadas, em terrenos mais íngremes e com menos vegetação.[5]
As maiores ameaças à sobrevivência do goral são aperda de habitat e acaça, de subsistência ou para uso namedicina tradicional.[1]
O nome do gênero vem dolatimnemus,nemoris ("floresta") ehaedus ("pequena cabra"), significando literalmente "pequena cabra da floresta". Ao descrever o gênero em 1827,Charles Hamilton Smith cometeu um erro de ortografia e grafouNaemorhedus, nome que recebeu aceitação significativa.[6] Ambas as grafias,Nemorhaedus eNaemorhedus, são igualmente usadas para nomear o gênero.
Já a palavra goral é, provavelmente, um empréstimo antigo donepalês घोरल (ghoral) ou de uma língua relacionada, usada pela população local para se referir ao goral-do-himalaia (N. goral).[7]
O pequeno erro ortográfico deSmith, que grafouNaemorhedus em 1827, tem causado bastante controvérsia até hoje. Outras grafias foram propostas posteriormente, comoNaemorhaedus por Jardine em 1836,Nemorhaedus por Hodgson em 1841,Nemorrhedus por Gray em 1843,Nemorhedus por Agassiz em 1846,Nemorhoedus por Hodgson em 1847,Naemorrhaedus eNemorrhaedus, ambas por Trouessart em 1898.[8] Destas, a grafiaNemorhaedus, de Hodgson em 1841, está em uso predominante[9] e, portanto, pode ser considerada uma emenda justificada (com base no artigo 33.2.3.1 doCódigo Internacional de Nomenclatura Zoológica, convenção que rege a nomenclatura científica dos animais)[10]. A utilização deNemorhaedus, mantendo a autoria e a data original, é preferível por se tratar de uma correção do histórico erro ortográfico deSmith. Porém, a grafia original é aceita e também muito usada pela comunidade científica. Ainda outros nomes foram propostos para o gênero, comoKemas por Ogilby em 1837,Cemas por Gloger em 1841,Caprina por Wagner in Schreber em 1844 eUrotragus por Gray em 1871, mas nenhum foi aceito.[8]
Os gorais pesam entre 22 e 32 kg, a altura dos ombros varia entre 55 e 80 cm e o comprimento é de cerca de 80 a 130 cm, dependendo do sexo e da espécie.[1] Eles temchifres cilíndricos e pontiagudos, ligeiramente curvados para trás, e umapelagem que varia de cinza-claro a castanho-avermelhado, com partes mais claras no ventre e uma faixa mais escura no dorso. Os longos pelos são responsáveis por aquecer os gorais nas regiões frias que habitam.
Eles compartilham muitas similaridades com outros grupos,gorais são mais encorpados do que osantílopes e têm cascos mais largos, mais pesados. As gorais fêmeas têm quatromamas funcionais, enquanto ascabras e asovelhas têm somente duas mamas funcionais. Ao contrário dos seraus, os gorais não têm nenhumaglândula preorbital.
Como seus parentes menores os gorais, osseraus são encontrados frequentemente pastando em montes rochosos. Seraus são os mais lentos e menos ágeis membros do gêneroNaemorhedus, mas podem escalar inclinações para escapar depredação ou para abrigar-se durante invernos frios ou verões quentes. Seraus, ao contrário dos gorais, empregam suas glândulas pré-orbitais na marcação de território. A coloração varia pela espécie, pela região que habita, e pelo indivíduo. Ambos os sexos têmbarbichas e oschifres pequenos são frequentemente mais curtos do que suasorelhas.
Fósseis de animais parecidos comseraus datam doPlioceno tardio, 2 a 7 milhões de anos atrás. Os outros membros da subfamília deCaprinae podem ter evoluído destas criaturas.
As evidências taxonômicas mais recentes aceitam a existência de seis espécies de goral:[11][12][13]
Ataxonomia do gêneroNaemorhedus, é complicada e não resolvida, especialmente porque os vários estudos se basearam estritamente noDNA mitocondrial e namorfologia. As classificações taxonômicas do gênero podem ser resumidas em três hipóteses a nível de espécie, variando de 3 espécies (baileyi,caudatus egoral; Mori et al., 2019[14]), a 5 (baileyi,cranbrooki,caudatus,goral eevansi; Li et al., 2020[15]) ou 6 espécies (baileyi,cranbrooki,caudatus,goral,evansi egriseus; Joshi et al., 2021[16]). O modelo de seis espécies é usado aqui seguindo a revisão mais recente, mas nota-se que ainda é muito provisório e sujeito a alterações.
Durante muitos anos, os taxonomistas divergiram acerca do número de espécies diferentes de goral existentes. Apenas uma espécie,Naemorhedus goral, era reconhecida até 1985. Nesse ano, Groves e Grubb dividiram o gênero em três (bailey,caudatus egoral). Em 2005, Grubb reconheceugriseus como uma espécie separada decaudatus, aumentando o número total de espécies de goral para quatro. Posteriormente, em 2011, Valdez reconheceu seis espécies de goral incluindobedfordi (separada degoral) eevansi (separada degriseus). Entretanto, foram usadas características morfológicas com diferenças leves e subjetivas, como variações da cor da pelagem, comprimento da crina e características osteológicas, para essas classificações.[14] Em 2019, Mori et al.[14] publicaram o primeiro estudo que avaliou ogenoma mitocondrial total de todos ostáxons e propuseram que o gênero era composto por apenas três espécies. Li et al.[15], em 2020, reavaliaram a taxonomia com base em análise de novas amostras de genoma mitocondrial, especialmente de animais do norte de Myanmar, reconhecendoevansi ecranbrooki como espécies distintas, elevando o total para cinco. Joshi et al.[16], em 2022, revisitaram o gênero sequenciando o gene mitocondrial do citocromo b e a região de controle de animais do Himalaia indiano, reconhecendo a existência da espéciegriseus, totalizando seis. Em 2023, Hrabina et al.[11] analisaram as sequências da subunidade I da citocromo oxidase de todas as amostras disponíveis, incluindo uma população de gorais do Paquistão, e apoiaram a validade de seis espécies distintas.
Outro aspecto complicado da taxonomia do gênero é que por muito tempo as espécies deseraus também foram classificadas como integrantes deNaemorhedus, como sugerido por Groves e Grubb (1985)[17]. Soma et. al (1987)[18] afirmaram que o gêneroCapricornis é separado deNaemorhedus, embora intimamente relacionado,[19] o que também foi aceito posteriormente por Groves e Grubb (2005).[20] Além de determinadas peculiaridades no formato docrânio, os gorais são principalmente distintos dosseraus por não possuírem uma glândula abaixo do olho nem uma depressão correspondente no crânio.
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