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Nebulosa do Anel

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Nebulosa do Anel
A Nebulosa do Anel vista em luz infravermelha e visível por uma exposição múltipla de imagens da NIRCam do Telescópio Espacial James Webb, mostrando uma camada externa de hidrogênio que é muito tênue na luz visível
A Nebulosa do Anel vista em luz infravermelha e visível por uma exposição múltipla de imagens da NIRCam doTelescópio Espacial James Webb, mostrando uma camada externa de hidrogênio que é muito tênue na luz visível
Dados observacionais (J2000)
ConstelaçãoLyra
Asc. reta18h 53m 35,079s[1]
Declinação+33° 01′ 45,03″[1]
Magnit. apar.8,8[2]
Distância2 300al (700pc)[3][4]anos-luz
Dimensões1,9 x 1,9[3]minutos de arco
Características físicas
Raio1,3al
Magnit. absol.-0,2
Outras denominações
Messier 57,NGC 6720,[1]
Nebulosa do Anel

ANebulosa do Anel (também conhecida porM57 ouNGC 6720), fica a 2.300anos-luz daTerra, naconstelação deLira. Está entre os mais notáveis exemplos denebulosasplanetária ede emissão. Foi descoberta porAntoine Darquier de Pellepoix em1779. Esse nome é porque seus gases parecem um anel ou as pétalas de uma rosa cósmica.

Descoberta e visualização

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Nebulosa do Anel, vista doTelescópio Espacial Hubble

Messier 57 foi a segundanebulosa planetária a ser descoberta na história, em 1779, 15 anos após a primeira, anebulosa do Haltere (M27).Antoine Darquier de Pellepoix descobriu a nebulosa pouco dias antes deCharles Messier redescobrir o objeto independentemente, descrevendo-o como uma "nebulosa ordinária, mas perfeitamente definida, tão grande quantoJúpiter quanto aodiâmetro aparente e parece-se como um planeta tênue." Esta comparação a um planeta pode ter influenciadoWilliam Herschel, descobridor deUrano, que associou esses objetos como o mais novo planeta descoberto por ele e introduziu a denominação "nebulosa planetária". Descreveu-a como uma "nebulosa perfurada", ou um "anel de estrelas", a primeira menção histórica de seu formato de um anel. Entretanto, o inventor do nome "nebulosa planetária" não classificou a nebulosa como tal, mas descerveu-a como "uma curiosidade dos céus", um objeto peculiar.[5]

Pode ser visto combinóculos como um objeto quase estelar, difícil de identificar como uma nebulosa planetária devido ao seu diâmetro aparente pequeno. Nos pequenostelescópios amadores, o anel se torna evidente a uma magnificação 100. Em instrumentos ópticos mais potentes, é possível identificar uma cor esverdeada; a maior parte de suaslinhas espectrais estão nocomprimento de onda ao redor do verde devido à dupla ionização dooxigênio presente nos gases que formam a nebulosa.[5]

Características

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Nebulosa do Anel,Telescópio Espacial Spitzer

É umtoro de material brilhante expelida pela sua estrela central, e não umaesfera, como se pensava anteriormente. A forma toroidal já havia sido prevista porJohn Herschel. É vista a partir de um de seus polos: se fosse vista a partir de seu equador, lembraria ànebulosa do Haltere (M27) ou àPequena Nebulosa do Haltere (M76).[5]

Acreditava-se que a nebulosa do Anel fosse uma nebulosa planetária esférica, embora investigações como do astrônomoGeorg Jacoby, a partir de fotos obtidas noobservatório de Kitt Peak, tenham concluído que a forma da nebulosa deveria ser próxima à forma cilíndrica, sendo vista daTerra ao longo de seu eixo. Também surgiram evidências que as extremidades "desse cilindros" eram curvadas, de modo semelhante aos encontrados em outras nebulosas planetárias, comoNGC 6302 e a Pequena Nebuosa do Haltere.[5]

Observações mais profundas indicaram a presença de um halo que se estende por mais de 3,5minutos de grau de sua estrela central, remanescente de seuvento estelar. O halo foi primeiramente descoberto em 1935 por J. C. Duncan. O material que compõe a nebulosa está sendo desionizada gradualmente assim que se distancia de sua estrela central, com uma superfície extremamente quente, entre 100 000 a 120 000kelvin. A região mais próxima à estrela central é escura, mas intensamente excitada: emiteradiação eletromagnética apenas na faixa doultravioleta. Logo em seguida encontra-seoxigênio enitrogênio excitados, que emitem radiação na faixa da cor verde. As bordas da nebulosa são avermelhadas, pois contémhidrogênio excitado, o único elemento que pode ser excitado a grandes distâncias da estrela central.[5]

A estrela central foi descoberta em 1800 pelo astrônomo alemãoFriedrich von Hahn com o auxílio de um telescópio refletor de 20 pés de abertura. O objeto tem o tamanho de um planeta, demagnitude aparente 15. É o remanescente de uma estrela semelhante aoSol, apenas um pouco mais maciço que ele, que lançou para o espaço exterior suas camadas mais externas e que hoje formam a nebulosa planetária, encerrando sua vida como umagigante vermelha e tornando-se umaanã branca, com uma superfície extermamente quente, superando 100 000K.[5]

Como é comum para nebulosas planetárias, sua distância não é precisamente estimada. As primeiras estimativas para sua distância foram feitas ao tentar relacionar a taxa de expansão da nebulosa, cerca de 1segundo de grau por século, com sua taxa de expansão radial. Entretanto, tais medidas foram feitas assumindo seu formato esférico em vez de toroidal, resultando em estimativas pouco precisas, que variam desde 1 410anos-luz, segundo Kenneth Glyn Jones, a 5 000, de acordo com Mark R. Chartrand eHelmut Wimmer. As investigações mais recentes, realizadas com a utilização deparalaxe trigonométrico noObservatório Naval dos Estados Unidos, estimam a distância em 2 300 anos-luz. Tendo-se em conta a taxa de expansão da nebulosa, sua idade foi estimada em 6 000 a 8 000 anos.[5]

Nebulosa do Anel, projeto2MASS

É muito mais brilhante visualmente (magnitude aparente 8,8) do que emastrofotografias (magnitude aparente 9,7). Essa diferença deve-se ao fato de que a maior parte daluz visível é emitida na faixa do verde, a mais sensível para osolhos humanos, mas não grava sensívelmente chapas fotográficas ou impressionam câmerasCCD. Assumindo sua distância em 2 300 anos-luz, suamagnitude absoluta é -0,3 visualmente (ou +0,5 fotograficamente), ou seja, tem um brilho intrínseco 50 a 100 vezes maior do que aluminosidade solar. Mesmo sua estrela central, de magnitude aparente 14,7 e tendo o tamanho aproximado da Terra, brilha tanto quanto o Sol, com uma magnitude absoluta +5 a +6. Seu diâmetro aparente de 1,4minutos de grau corresponde a um diâmetro linear de 0,9 anos-luz e seu halo se estende a 2,4 anos-luz da estrela central.[5]

A massa do material de compõe a nebulosa é de aproximadamente 0,2massas solares, com umadensidade aproximada de 10 000íons por cm³. A sua taxa de expansão aparente de 1 segundo de grau corresponde a uma velocidade de expensão entre 20 a 30 km/s. A nebulosa como um todo está se aproximando radialmente da Terra a uma velocidade de 21 km/s.[5]

Galeria

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  • O cometa 73P Schwassman-Wachmann e a Nebulosa do Anel, vistos em Ultravioleta
    O cometa 73P Schwassman-Wachmann e a Nebulosa do Anel, vistos emUltravioleta
  • Esboço da Nebulosa do Anel, 1879
    Esboço da Nebulosa do Anel, 1879

Referências

  1. abc«SIMBAD Astronomical Database».Results for Messier 57. Consultado em 19 de dezembro de 2006 
  2. Murdin, P. (2000). «Ring Nebula (M57, NGC 6720)». In: Paul Murdin.Encyclopedia of Astronomy and Astrophysics. [S.l.]:Institute of Physics Publishing.Bibcode:2000eaa..bookE5323Verifique|bibcode= length (ajuda).ISBN 0-333-75088-8.doi:10.1888/0333750888/5323. Article ID #5323 
  3. abO'Dell, C. R.; Balick, B.; Hajian, A. R.; Henney, W. J.; Burkert, A. (2002). «Knots in Nearby Planetary Nebulae».Astronomical Journal.123 (6): 3329–3347.Bibcode:2002AJ....123.3329O.doi:10.1086/340726  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  4. Harris, Hugh C.; Dahn, Conard C.; Canzian, Blaise; Guetter, Harry H.; Leggett, S. K.; Levine, Stephen E.; Luginbuhl, Christian B.; Monet, Alice K. B.; Monet, David G.; Pier, Jeffrey R.; Stone, Ronald C.; Tilleman, Trudy; Vrba, Frederick J.; Walker, Richard L. (2007). «Trigonometric Parallaxes of Central Stars of Planetary Nebulae».Astronomical Journal.133 (2): 631–638.Bibcode:2007AJ....133..631H.arXiv:astro-ph/0611543Acessível livremente.doi:10.1086/510348  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  5. abcdefghiHartmut Frommert e Christine Kronberg (21 de agosto de 2007).«Messier Object 57» (em inglês).SEDS. Consultado em 28 de maio de 2012 
  NGC 6718  • NGC 6719  • NGC 6720  • NGC 6721  • NGC 6722   
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