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Galáxia de Andrômeda

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(Redirecionado deNGC 224)
Galáxia de Andrômeda
Galáxia de Andrômeda
Galáxia de Andrômeda
Dados observacionais (J2000)
ConstelaçãoAndrômeda
TipoSA(s)b[1]
Asc. reta00h 42m 44,3s[1]
Declinação+41° 16′ 9″[1]
Distância2,54 ± 0,06 milhões deanos-luz
(778 ± 17kpc)[2][3][4][5][6]
Redshift−0,001
Magnit. apar.3,44[7]

[8]

Dimensões190′ × 60′[1]
Características físicas
Raio110 milanos-luz
Magnit. abs.−20.0
Massa~1×107001120000000000000♠12[3][9]
Número de estrelas1 trilhão (1012)[10]
SatélitesM32,M110
Outras denominações
M31,NGC 224,UGC 454,PGC 2557,2C 56, LEDA 2557.[7]
Mapa
Galáxia de Andrômeda

Agaláxia de Andrômeda(português brasileiro) ougaláxia de Andrómeda(português europeu) (Messier 31,NGC 224) é umagaláxia espiral localizada a cerca de 2,54 milhões deanos-luz de distância daTerra, na direção daconstelação de Andrômeda. É a galáxia espiral mais próxima daVia Láctea e seu nome é derivado da constelação onde está situada, que, por sua vez, tem o nome derivado da princesa mitológicaAndrômeda. É a maior galáxia doGrupo Local, que também contém a Via Láctea, agaláxia do Triângulo e aproximadamente 30 outras menores. O levantamento feito pelo Telescópio Espacial Spitzer em 2006 determinou que sua massa é de aproximadamente ~0,8-1,5 × 1012 massas solares enquanto a Via Láctea tem uma massa estimada em 8,5 × 1011 massas solares. Sua população estelar atinge aproximadamente 1 trilhão (escala longa, usada em Portugal: um bilião) de estrelas enquanto a Via Láctea conta com algo entre 200 a 400 bilhões (escala longa: 200 a 400 mil milhões) de estrelas.[nota 1]

Com umamagnitude aparente de 3,4, é um dosobjetos astronômicos mais brilhantes docatálogo de objetos do céu profundo do astrônomo francêsCharles Messier, visível aolho nu na ausência daLua. Possui entre 180 e 220 mil anos-luz dediâmetro e umamagnitude absoluta de -21,4.

Descoberta e visualização

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Galáxia de Andrômeda observada eminfravermelho

Visível nocéu noturno sob razoáveis condições de observação, agaláxia era conhecida como a "Pequena Nuvem" para o astrônomo persaAbd-al-Rahman Al-Sufi, que a descreveu em seu livroLivro de Estrelas Fixas. Deve ter sido observada e conhecida pelos astrônomos persas emIsfahan, mesmo antes do ano de 905. Segundo Richard Hinckley Allen, em seu livroStar Names: Their Lore and Meaning, a galáxia de Andrômeda já havia sido registrada em umacarta estelar holandesa de 1500. O astrônomo francêsCharles Messier, que ocatalogou em 3 de agosto de 1764 como sua 31ª entrada (Messier 31), atribuiu erroneamente a descoberta da galáxia aSimon Marius, que foi o primeiro a visualizar o objeto por meio de umtelescópio em 1612.Giovanni Battista Hodierna, sem conhecer os trabalhos de Al Sufi e Marius, redescobriu independentemente a galáxia antes de 1654.Edmond Halley, no seuTratado sobre Nebulosas, em 1716, credita a descoberta da galáxia ao francêsIsmaël Bullialdus, que havia observado-a em 1661. Contudo, o próprio Bullialdus havia declarado que o objeto havia sido visto pelo menos 150 anos antes, por volta de 1500.[11]

História observacional

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Galáxia de Andrômeda, observada emultravioleta

Acreditava-se que a "Grande Nebulosa de Andrômeda" era uma dasnebulosas mais próximas daTerra. SegundoWilliam Herschel, descobridor deUrano, sua distância deveria não exceder 2 000 vezes a distância entre a Terra e a estrelaSirius (equivalente a 17 000anos-luz). Via o objeto como a "ilha universo" mais próxima da Terra, como a própriaVia Láctea. Segundo Herschel, a nebulosa seria um disco com um diâmetro cerca de 850 vezes a distância entre a Terra e Sirius e uma espessura equivalente a 150 vezes essa distância.[11]

O primeiro a notar a diferença entre nebulosas gasosas, com suaslinhas espectrais definidas, de outras "nebulosas", que exibemespectro contínuo, semelhante a das estrelas, que são conhecidas atualmente comogaláxias, foiWilliam Huggins, pioneiro daespectroscopia. Ele havia classificado Messier 31 na segunda classe de nebulosas. As primeirasfotografias que mostram a estrutura espiral da galáxia de Andrômeda foram tiradas porIsaac Roberts, em 1887.[11]

Vesto Slipher, doobservatório Lowell, concluiu que Andrômeda tinha a maior velocidade radial entre todas as nebulosas conhecidas, aproximando-se radialmente da terra a uma velocidade de 300 km/s (266 km/s, segundoRobert Burnham, Jr., ou 298 km/s, segundoR. Brent Tully). Este valor alto já apontava para a naturezaextragaláctica do objeto.[11]

Edwin Hubble encontrou a primeira variávelcefeida na galáxia de Andrômeda. Como existe a possibilidade de estimar com razoável precisão a distância de uma cefeida em relação à Terra, foi possível determinar pela primeira vez a distância de Andrômeda em relação aoSistema Solar. As primeiras análises estimaram essa distância em mais de um milhão deanos-luz, muito mais longe do que qualquer outro objeto conhecido até então. Hubble não sabia que havia dois tipos de cefeidas e que a estrela que ele analisou pertencia à segunda classe. Este erro não foi percebido até a construção do telescópio de 200 polegadas de abertura noObservatório Palomar. Com isso, sua distância foi recalculada, sendo mais que o dobro do que as primeiras estimativas. Hubble publicou seu estudo histórico sobre a "nebulosa de Andrômeda", apresentando-a como um sistema estelar extragaláctico (galáxia) em 1929.[11]

Características

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Galáxia de Andrômeda vista pelo Galaxy Evolution Explorer,NASA

Além da Via Láctea, é a galáxia mais estudada. Possibilita o estudo das características de uma galáxia que também são encontradas na Via Láctea, como a estrutura espiral, aglomeradosabertos eglobulares,matéria interestelar,nebulosas planetárias,remanescentes de supernova,núcleo galáctico,galáxias satélite, entre outros, mas que não podem ser estudadas devido à grande presença depoeira interestelar em nossa Galáxia.[11]

Suas duas galáxias satélite,Messier 32 eMessier 110, são visíveis embinóculos. Messier foi o primeiro a criar um esboço contendo as três galáxias e estas, além de outras oitogaláxias anãs, formam um pequeno e o mais brilhanteaglomerado de galáxias doGrupo Local, um grupo de 54galáxiasgravitacionalmente ligadas e independentemente do restante doUniverso, ao qual pertence a Via Láctea.[11]

Existe uma notável interação entreMessier 32 e sua galáxia principal, Andrômeda. Agaláxia elíptica causa uma grande perturbação na estrutura espiral de Andrômeda. Os braços dehidrogênio não-ionizado estão deslocadas cerca de 4 000 anos-luz dos braços de estrelas e não pode ser seguida continuamente na área mais próxima ao seu braço vizinho menor. Simulações computadorizadas mostram que as perturbações podem ser modelados a partir de um encontro recente com a massa de estrelas de M32. Provavelmente, a galáxia satélite também tem sequelas desse encontro, perdendo muito de suas estrelas que estão agora espalhadas pelohalo galáctico de Andrômeda.[11]

O mais brilhanteaglomerado globular de Andrômeda, G1, também é o aglomerado globular mais brilhante de todo o Grupo Local, tendo umamagnitude aparente de 13,72, mais brilhante do que o aglomerado globular mais brilhante de nossa galáxia,Omega Centauri. Pode ser visto comtelescópios amadores com aberturas superiores a 10 polegadas. Existem outros aglomerados globulares de Andrômeda que podem ser vistos com grandes telescópios amadores, mas 435 aglomerados globulares podem ser vistos em Andrômeda com telescópios profissionais, segundo Pauline Barmby.[11]

Anuvem estelar mais brilhante de Andrômeda ganhou a sua própria entrada noNew General Catalogue,NGC 206.John Herschel catalogou-a em 17 de outubro de 1786.[11]

Galáxia de Andrômeda, 1899

Apesar de ser a galáxia exterior mais estudada, sua distância em relação à Terra ainda não foi bem definida. Embora seja consenso entre os astrônomos que sua distância seja de 15 a 16 vezes a distância entre a Terra e aGrande Nuvem de Magalhães, equivalente a 2,4 a 2,9 milhões de anos-luz, a própria distância da nuvem em relação à Terra também não é bem definida. Esta incerteza atinge não somente a distância até Andrômeda, mas também a distância até todas as outras galáxias conhecidas.[11]

Em umcéu noturno sob condições normais, o tamanho aparente da galáxia de Andrômeda aolho nu é cerca de 3 x 1 graus (mais precisamente 178 x 63minutos de grau). Em binóculos de duas polegadas de abertura, o tamanho aparente da galáxia é ainda maior, cerca de 5,2 x 1,1 graus, segundo Robert Jonckhere, correspondendo a um diâmetro real de 250 000 anos-luz, considerando sua distância de 2,9 milhões de anos-luz em relação à Terra, tendo, portanto, o dobro do tamanho da Via Láctea. Considerando sua parte visível, sua massa corresponde entre 300 a 400 bilhões demassas solares, sendo menos maciço que a Via Láctea. Conclui-se que a Via Láctea é uma galáxia mais densa que Andrômeda. Sua massa total contida nohalo galáctico de Andrômeda corresponde a 1,23 x 1012 massas solares, contra 1,9 x 1012 da Via Láctea.[11]

Andrômeda contém umnúcleo duplo, evidenciado peloTelescópio Espacial Hubble. Ainda se discute se o núcleo é realmente duplo, com a absorção violenta de uma galáxia menor por Andrômeda, ou se apenas foi aparentemente dividido em dois pelapoeira interestelar.[11]

Até o momento, apenas umasupernova foi registrada em Andrômeda, asupernova de 1885. Foi a primeira supernova registrada fora da Via Láctea, em 20 de agosto de 1885, descoberto porErnst Hartwig noobservatório de Tartu,Estônia. Seu brilho alcançou amagnitude aparente 6 entre 17 e 20 de agosto e foi notado por vários outros observadores astronômicos, sendo fracamente visível a olho nu. Seu brilho enfraqueceu para a magnitude aparente 16 em fevereiro de 1890.[11]

Colisão com a Via Láctea

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Galáxia de Andrômeda,Telescópio Espacial Hubble

Estudiosos e cientistas conseguiram prever, através de uma série de cálculos, que a nossa Via Láctea e Andrômeda estão se aproximando e colidirão. Teoricamente, o encontro aconteceria em cerca de 4 bilhões de anos: nesta época, provavelmente, a vida na Terra nem exista mais da forma como a conhecemos. Andrômeda consumiu várias galáxias menores, provavelmente nos últimos bilhões de anos, com sobras encontradas em enormes correntes de estrelas.[12]

Os danos que tal colisão causaria são mínimos, e isso se deve ao fato dos espaços entre os astros serem muito grandes, reduzindo drasticamente a chance de colisões, o que também explica o fato de o sistema solar raramente entrar em contato com algum outro corpo celeste ao passar pelas nuvens mais densas da Via Láctea.

Segundo estudo publicado em 2020 na revista Science, dados coletados peloTelescópio espacial Hubble oshalos galáticos das duas galáxias já entraram em contato.[13]

Notas

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  1. O recente trabalho de Prajwal R. Kafle, Sanjib Sharma, Geraint F. Lewis, Aaron S. G. Robotham, Simon P. DriverThe Need for Speed: Escape velocity and dynamical mass measurements of the Andromeda galaxy indica que a massa de Andromeda possa ser um pouco menor que a da Via Láctea. Neste estudo chega-se aos seguintes valores: Via Lactea: ~1 × 1012 MSol e M31: ~0,8 ± 0,1 × 1012 MSol.

Referências

  1. abcd«Results for Messier 31».NASA/IPAC Extragalactic Database.NASA/IPAC. Consultado em 1 de novembro de 2006 
  2. Karachentsev, I. D.;et al (2004). «A Catalog of Neighboring Galaxies».Astronomical Journal.127 (4): 2031–2068.Bibcode:2004AJ....127.2031K.doi:10.1086/382905 A referência emprega parâmetros obsoletos|coautor= (ajuda)
  3. abKarachentsev, I. D.; Kashibadze, O. G (2006). «Masses of the local group and of the M81 group estimated from distortions in the local velocity field».Astrophysics.49 (1): 3–18.Bibcode:2006Ap.....49....3K.doi:10.1007/s10511-006-0002-6  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  4. Ribas, I.;et al (2005). «First Determination of the Distance and Fundamental Properties of an Eclipsing Binary in the Andromeda Galaxy».Astrophysical Journal Letters.635 (1): L37–L40.Bibcode:2005ApJ...635L..37R.arXiv:astro-ph/0511045Acessível livremente.doi:10.1086/499161 A referência emprega parâmetros obsoletos|coautor= (ajuda)
  5. McConnachie, A. W.;et al (2005). «Distances and metallicities for 17 Local Group galaxies».Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.356 (4): 979–997.Bibcode:2005MNRAS.356..979M.arXiv:astro-ph/0410489Acessível livremente.doi:10.1111/j.1365-2966.2004.08514.x A referência emprega parâmetros obsoletos|coautor= (ajuda)
  6. Jensen, J. B.;et al (2003). «Measuring Distances and Probing the Unresolved Stellar Populations of Galaxies Using Infrared Surface Brightness Fluctuations».Astrophysical Journal.583 (2): 712–726.Bibcode:2003ApJ...583..712J.arXiv:astro-ph/0210129Acessível livremente.doi:10.1086/345430 A referência emprega parâmetros obsoletos|coautor= (ajuda)
  7. ab«SIMBAD query result: M 31». SIMBAD Astronomical Database. Consultado em 29 de novembro de 2009 
  8. Armando, G. P.;et al (2007). «The GALEX Ultraviolet Atlas of Nearby Galaxies».Astrophysical Journal.173 (2): 185–255.Bibcode:2007ApJS..173..185G.arXiv:astro-ph/0606440Acessível livremente.doi:10.1086/516636 A referência emprega parâmetros obsoletos|coautor= (ajuda)
  9. Evans, N. W.; Wilkinson, M. I (2000). «The mass of the Andromeda Galaxy».Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.316 (4): 929–942.Bibcode:2000MNRAS.316..929E.arXiv:astro-ph/0004187Acessível livremente.doi:10.1046/j.1365-8711.2000.03645.x  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  10. The Andromeda Galaxy hosts a trillion stars
  11. abcdefghijklmnHartmut Frommert e Christine Kronberg (21 de agosto de 2007).«Messier Object 31» (em inglês).SEDS. Consultado em 28 de maio de 2012 
  12. «Our Earth is going to die in about four billion years».Tech Explorist (em inglês). 5 de outubro de 2019. Consultado em 7 de outubro de 2019 
  13. redacaobyte.«O que vai acontecer quando a Via Láctea e a Andrômeda se colidirem?».Terra. Consultado em 17 de março de 2023 

Ver também

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Ligações externas

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  NGC 222  • NGC 223  • NGC 224  • NGC 225  • NGC 226   
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