A NASA também tem desenvolvido vários programas comsatélites e comsondas depesquisa espacial que viajaram até outrosplanetas e até, alguns deles, se preparam para sair do nossosistema solar, sendo a próxima grande meta, que tem atraído a atenção de todos, uma viagem tripulada até o planetaMarte, nosso vizinho.
A ciência da NASA está focada numa melhor compreensão da Terra através doEarth Observing System,[9] na promoção da heliofísica através do trabalho do Heliophysics Research Program,[10] na exploração dosistema solar com missões robóticas avançadas, tais comoNew Horizons,[11] e na pesquisaastrofísica, aprofundando-se em tópicos como oBig Bang com o auxílio de grandes observatórios.[12]
Curta documental sobre as origens da NASASelo oficial doNACAExplorer I
Entre o fim de 1957 e o início de 1958 oNACA - National Advisory Committee for Aeronautics (Conselho Nacional para a Aeronáutica), fundado em 1915, começou a estudar quais seriam o trabalho e o papel de uma agência espacial civil, e vários comitês foram formados para examinar o conceito. Em 4 de outubro de 1957, aURSS lançou o primeiro satélite artificial da história oSputnik-1, desencadeando a chamada "Crise do Sputnik", o que resultou na decisão de criar a NASA.[13] Em 12 de janeiro de 1958 o NACA organizou uma Comissão Especial de Tecnologia Espacial, dirigida porGuyford Stever. Esta comissão fez uma consulta ao programa de grandes foguetes daArmy Ballistic Missile Agency, dirigida então porWernher von Braun.[8] Em 14 de janeiro de 1958, o Diretor da NACA,Hugh Dryden, declarou:
"É de grande urgência e importância para o nosso país, tanto na consideração do nosso prestígio como uma nação, bem como das necessidades militares, que o desafio representado pelo Sputnik seja encarado através de um enérgico programa de pesquisa e desenvolvimento para a conquista do espaço ... Assim, propõe-se que a investigação científica seja da responsabilidade de uma agência nacional civil ... O NACA é capaz, pela sua rápida expansão e pela extensão do seu esforço, de prover liderança natecnologia espacial."
Lançado em 31 de janeiro de 1958, oExplorer 1, oficialmente o Satélite 1958 Alpha, tornou-se o primeiro satélite dos Estados Unidos.[15] Em 5 de marçoJames Rhyne Killian, presidente do PSAC (o Conselho Científico Presidencial) escreveu um memorando ao presidente Eisenhower incentivando a criação de um programa espacial civil a partir de um NACA fortalecido e reorientado, que poderia expandir seu programa de investigação com um mínimo de demora.[14] No final de março um relatório do NACA apresentou recomendações para posteriormente desenvolver um foguete em três estágios alimentado afluoreto dehidrogênio.[8]
Em abril de 1958 Eisenhower fez no Congresso dos EUA um discurso favorecendo uma agência espacial civil nacional e apresentou um projeto de lei para a criação de uma agência nacional de aeronáutica e espaço. O antigo campo de pesquisa do NACA mudaria para incluir desenvolvimento, gerenciamento e operações em grande escala. O Congresso dos EUA aprovou a lei com ligeiros ajustes, formalizando oNational Aeronautics and Space Act em 16 de julho de 1958. Apenas dois dias depois o grupo de Von Braun apresentou um relatório preliminar criticando severamente a duplicação de esforços e a falta de coordenação entre as diversas organizações associadas aos programas espaciais dos Estados Unidos. A Comissão de Stever concordou com as críticas do grupo de Von Braun, e um projeto final foi publicado vários meses depois, em outubro.[8]
Em 29 de julho de 1958 Eisenhower assinou oNational Aeronautics and Space Act, instituindo a NASA. Quando iniciou suas operações em 1 de outubro de 1958, a NASA absorveu integralmente o antigo NACA, com todos os seus 8 mil funcionários, um orçamento anual de 100 milhões de dólares, três laboratórios de pesquisa principais (Langley Aeronautical Laboratory,Ames Aeronautical Laboratory eLewis Flight Propulsion Laboratory) e duas instalações pequenas de teste.[16]
A NASA já operou e opera inúmeros programas, desde missões interplanetárias a satélites terrestres. 31 missões já foram encerradas e em 2010 quase noventa estão ainda em andamento.[21][21]
A NASA herdou a aeronave experimental de pesquisa hipersônica movida a fogueteX-15 daNACA, desenvolvida em conjunto com aForça Aérea e aMarinha dos Estados Unidos. Três aviões foram construídos a partir de 1955. O X-15 foi lançado da asa de um dos doisBoeing B-52 Stratofortresses da NASA, cauda NB52A número 52-003, e NB52B, cauda número 52-008 (conhecido como Balls 8). A liberação ocorreu a uma altitude de cerca de 45 000 pés (14 km) e a uma velocidade de cerca de 500 milhas por hora (805 km/h).[22]
Doze pilotos foram selecionados para o programa da Força Aérea, Marinha e NACA. Um total de 199 voos foram realizados entre junho de 1959 e dezembro de 1968, resultando no recorde mundial oficial para a maior velocidade já alcançada por uma aeronave com tripulação e uma velocidade máxima deMach 6,72, ou 4 519 milhas por hora (7 273 km/h).[23] O recorde de altitude para o X-15 foi de 354 200 pés (107,96 km).[24] Oito dos pilotos receberam odistintivo "Asas de Astronauta" da Força Aérea por voar acima de 260 000 pés (80 km), e dois voos deJoseph A. Walker excederam 100 quilômetros (330 000 pés), qualificando-se como um voo espacial de acordo com aFederação Aeronáutica Internacional. O programa X-15 empregou técnicas mecânicas usadas nos programas posteriores de voos espaciais tripulados, incluindo jatos de sistema de controle de reação para controlar a orientação de uma espaçonave, trajes espaciais e definição de horizonte para navegação.[24] Os dados de reentrada e pouso coletados foram valiosos para a NASA no projeto doônibus espacial.[25]
Realizado sob a pressão da concorrência entre os EUA e a União Soviética que existiu durante aGuerra Fria, o Programa Mercury foi iniciado em 1958 e lançou a NASA no caminho da exploração humana do espaço com as missões destinadas a descobrir se o homem poderia sobreviver noespaço sideral. Representantes do Exército, Marinha e Força Aérea dos EUA foram selecionados para prestar assistência à NASA. Em 5 de maio de 1961 o astronautaAlan Shepard se tornou o primeiro estadunidense no espaço pilotando aFreedom 7 em um voo suborbital de 15 minutos.John Glenn se tornou o primeiro estadunidense a orbitar a Terra em 20 de fevereiro de 1962 durante o voo daFriendship 7.[26]
OProjeto Gemini se concentrou em realizar experimentos e desenvolver e praticar as técnicas necessárias para missões lunares. O primeiro voo Gemini com astronautas a bordo, oGemini III, foi pilotado porGus Grissom eJohn Young em 23 de março de 1965.[27] Seguiram-se mais nove missões, mostrando que eram possíveis o voo espacial humano de longa duração e o encontro e acoplagem com um outro veículo no espaço, além de coletar dados médicos sobre os efeitos damicrogravidade sobre os seres humanos.[28][29] As missões Gemini incluíram as primeiras caminhadas espaciais estadunidenses e o uso de novas manobras orbitais como encontro e acoplamento.
O projeto Apollo foi um dos programas científicos estadunidenses mais caros de todos os tempos. Custou mais de 20 bilhões de dólares na década de 1960[32] ou cerca de 225 bilhões de dólares em valores atuais. (Em comparação, oProjeto Manhattan custou cerca de 28,8 bilhões de dólares, contabilizando a inflação.)[33] Ele usava osfoguetes Saturno como veículos de lançamento, que eram muito maiores do que os foguetes construídos para projetos anteriores.[34] A espaçonave também era maior; tinha duas partes principais, oMódulo de Comando e Serviço Apollo (CSM, sigla em inglês) e oMódulo Lunar Apollo (LM), que deveria ser deixado na Lua, sendo que apenas o módulo de comando (CM), contendo os três astronautas, retornaria à Terra.[nota 1]
A segunda missão tripulada, aApollo 8, trouxe astronautas pela primeira vez em um voo ao redor da Lua em dezembro de 1968.[35] Pouco antes, os soviéticos haviam enviado uma espaçonave não tripulada ao redor da Lua.[36] Nas duas missões seguintes, manobras de atracação que eram necessárias para o pouso na Lua foram praticadas[37][38] e, finalmente, o pouso na Lua foi feito na missãoApollo 11 em julho de 1969.[39]
OSkylab foi a primeira e únicaestação espacial construída de forma independente nosEstados Unidos.[42] Concebida em 1965 como uma oficina a ser construída no espaço a partir de um estágio superior do Saturno IB gasto, a estação de 169 950 lb (77 088 kg) foi construída na Terra e lançada em 14 de maio de 1973, no topo dos dois primeiros estágios de umSaturno V, em uma órbita de 235 milhas náuticas (435 km) inclinada a 50° em relação aoequador. Danificado durante o lançamento pela perda de sua proteção térmica e um painel solar de geração de eletricidade, foi reparado para receber sua primeira tripulação. Foi ocupado por um total de 171 dias por três tripulações sucessivas em 1973 e 1974.[42]
Incluía um laboratório para estudar os efeitos damicrogravidade e um observatório solar.[42] A NASA planejou uma doca doônibus espacial e elevar o Skylab a uma altitude segura mais alta, mas o ônibus espacial não estava pronto para voar antes da reentrada do Skylab em 11 de julho de 1979.[43]
Para reduzir o custo, a NASA usou um dos foguetes Saturno V originalmente reservados para uma missão cancelada doPrograma Apollo para lançar o Skylab. As espaçonaves Apollo foram usadas para transportar astronautas de e para a estação. Três tripulações de três homens permaneceram a bordo da estação por períodos de 28, 59 e 84 dias. O volume habitável do Skylab era de 11 290 pés cúbicos (320 m³), que era 30,7 vezes maior do que oMódulo de Comando Apollo.[43]
Tripulações soviética e estadunidense com modelo de nave espacial, 1975
Em 24 de maio de 1972, o então presidente estadunidenseRichard M. Nixon e o primeiro-ministro soviéticoAlexei Kosygin assinaram um acordo convocando uma missão espacial tripulada conjunta e declarando a intenção de que todas as futuras naves espaciais tripuladas internacionais fossem capazes de acoplar umas às outras.[44] Isso autorizou oProjeto de Teste Apollo–Soyuz (ASTP, sigla em inglês), envolvendo o encontro e acoplamento na órbita da Terra de ummódulo de comando e serviço da Apollo excedente com uma espaçonaveSoyuz. A missão ocorreu em 17 de julho de 1975.[45] Este foi o último voo espacial humano dos Estados Unidos até o primeiro voo orbital doônibus espacial em abril de 1981.[46]
Oônibus espacial se tornou o principal foco da NASA no final dos anos 1970 e 1980. Originalmente planejado como um veículo totalmente reutilizável, o projeto foi alterado para usar umtanque de propelente externo descartável para reduzir o custo de desenvolvimento, e quatroorbitadores do ônibus espacial foram construídos em 1985. O primeiro a ser lançado,Columbia, o fez em 12 de abril, 1981, o 20º aniversário doprimeiro voo espacial humano.[49]
Seus principais componentes eram umavião espacial orbitador com um tanque de combustível externo e dois foguetes de lançamento de combustível sólido ao lado. O tanque externo, maior do que a própria espaçonave, era o único componente importante que não era reutilizado. O ônibus espacial podia orbitar em altitudes de 185-643 km (115-400 milhas)[50] e transportar uma carga útil máxima (para órbita baixa) de 24 400 kg (54 000 lb).[51] As missões podiam durar de 5 a 17 dias e as tripulações podiam ter de dois a oito astronautas.[50]
Em 20 missões (1983–1998), o ônibus espacial transportou oSpacelab, projetado em cooperação com aAgência Espacial Europeia (ESA). O Spacelab não foi projetado para voos orbitais independentes, mas permaneceu no compartimento de carga do ônibus espacial enquanto os astronautas entravam e saíam por umaeclusa de descompressão.[52] Em 18 de junho de 1983,Sally Ride se tornou a primeira mulher americana no espaço, a bordo doChallenger durante a missãoSTS-7.[53] Outra famosa série de missões foi o lançamento e, posteriormente, o reparo bem-sucedido doTelescópio Espacial Hubble em 1990 e 1993, respectivamente.[54]
A frota de ônibus espaciais perdeu dois orbitadores e 14 astronautas em dois desastres: oChallenger em 1986 e oColumbia em 2003.[55] Enquanto a perda de 1986 foi mitigada pela construção do ônibus espacialEndeavour a partir de peças de reposição, a NASA não construiu outro orbitador para substituir a segunda perda.[55] O programa do ônibus espacial da NASA tinha 135 missões quando terminou com o pouso bem-sucedido do ônibus espacialAtlantis noCentro Espacial Kennedy em 21 de julho de 2011. O programa durou 30 anos com mais de 300 astronautas enviados ao espaço.[56]
AEstação Espacial Internacional (EEI) combina o projeto daestação espacialFreedom da NASA com a estação soviética/russaMir-2, a estação europeiaColumbus e o módulo de laboratório japonêsKibō. [68] A NASA planejou originalmente na década de 1980 desenvolver sozinha aFreedom, mas as restrições orçamentárias levaram à fusão desses projetos em um único programa multinacional em 1993, administrado pela NASA, aAgência Espacial Federal Russa (RKA), aAgência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), aAgência Espacial Europeia (ESA) e aAgência Espacial Canadense (CSA).[57][58] A estação consiste em módulos pressurizados, treliças externas, painéis solares e outros componentes, que foram fabricados ao redor do mundo e foram lançados pelos foguetes russosProton eSoyuz e osônibus espaciais estadunidenses.[59] A montagem em órbita começou em 1998, a conclusão do Segmento Orbital dos EUA ocorreu em 2019 e a conclusão doSegmento Orbital Russo ocorreu em 2010, embora haja alguns debates sobre se novos módulos devem ser adicionados ao segmento. A propriedade e o uso da estação espacial são estabelecidos em tratados e acordos intergovernamentais[60] que dividem a estação em duas áreas e permitem que aRússia retenha a propriedade total do Segmento Orbital Russo (com exceção doZarya),[61][62] com o segmento orbital dos EUA alocado entre os outros parceiros internacionais.[60]
As missões de longa duração à EEI são chamadas deexpedições. Os membros da tripulação da expedição normalmente passam cerca de seis meses na EEI.[63] O tamanho inicial da tripulação da expedição era de três pessoas, temporariamente reduzido para dois após odesastre doColumbia. Desde maio de 2009, o tamanho da tripulação de expedição era de seis membros,[64] o que deverá ser aumentado para sete, o número para o qual a EEI foi projetada, uma vez que oPrograma de Tripulações Comerciais se torne operacional.[65] A EEI está continuamente ocupada há 21 anos, tendo superado o recorde anterior da Mir; e foi visitada por astronautas e cosmonautas de15 nações diferentes.[66][67]
A estação pode ser vista a partir daTerra a olho nu e, em 2021, era o maiorsatélite artificial naórbita terrestre com massa e volume maiores do que qualquer estação espacial anterior.[68] A espaçonaveSoyuz entrega os membros da tripulação, fica atracada para as missões de meio ano e os leva de volta para casa. Várias naves espaciais de carga sem tripulação fornecem serviço para a EEI; eles são a espaçonave russaProgress, que tem feito isso desde 2000, oVeículo de Transferência Automatizado (ATV) europeu desde 2008, oVeículo de Transferência H-II (HTV) japonês desde 2009, oSpaceX Dragon de 2012 a 2020 e a espaçonave estadunidenseCygnus desde 2013. Oônibus espacial, antes de sua aposentadoria, também era usado para transferência de carga e frequentemente trocava membros da tripulação da expedição, embora não tivesse a capacidade de permanecer atracado durante sua estada. Até que outra nave espacial com tripulação dos Estados Unidos esteja pronta, os membros da tripulação viajarão de e para a Estação Espacial Internacional exclusivamente a bordo da Soyuz.[69] O maior número de pessoas ocupando a EEI foi treze; isso ocorreu três vezes durante as últimas missões de montagem.[70]
Em 29 de março de 2019, a EEI estava programada para ter sua primeiracaminhada espacial exclusivamente feminina, mas foi adiada;Jessica Meir eChristina Koch realizaram a primeira caminhada espacial exclusivamente feminina em 18 de outubro, como parte de uma longa série de atualizações nos sistemas de energia e observatórios de física da EEI.[71][72][73] O programa EEI deve continuar ativo até 2030.[74]
Em 4 de dezembro de 2006, a NASA anunciou que estava planejando umabase lunar permanente.[76] O objetivo era começar a construir a base em 2020 e, em 2024, ter uma base totalmente funcional que permitiria a rotação da tripulação e autilização de recursosin-situ. No entanto, em 2009, um comitê doCongresso dos Estados Unidos concluiu que o programa estava em uma "trajetória insustentável".[77] Em fevereiro de 2010, a administração do presidenteBarack Obama propôs eliminar os fundos públicos para o projeto.[78]
Programa de Tripulações Comerciais (2011-presente)
OPrograma de Tripulações Comerciais (CCP, sigla em inglês) fornece serviço de transporte de tripulação operado comercialmente de e para aEstação Espacial Internacional (EEI) sob contrato com a NASA, conduzindo rotações de tripulação entre as expedições do programa da EEI. A fabricante aeroespacial estadunidenseSpaceX começou a fornecer serviços em 2020, usando a espaçonaveCrew Dragon, e a NASA planeja adicionar aBoeing quando sua espaçonaveBoeing Starliner entrar em operação algum tempo depois de 2022.[79]
A espaçonave pertence e é operada pelo vendedor e o transporte da tripulação é fornecido à NASA como um serviço comercial. Cada missão envia até quatro astronautas para a EEI, com opção para um quinto passageiro disponível. Os voos operacionais ocorrem aproximadamente uma vez a cada seis meses para missões que duram aproximadamente seis meses. Uma espaçonave permanece ancorada na EEI durante sua missão, e as missões geralmente se sobrepõem por pelo menos alguns dias. Entre a aposentadoria do ônibus espacial em 2011 e a primeira missão operacional do CCP em 2020, a NASA contou com oprograma Soyuz para transportar seus astronautas para a EEI.[79]
Uma espaçonaveCrew Dragon é lançada ao espaço no topo de um veículo de lançamentoFalcon 9 e a cápsula retorna à Terra através de um mergulho noOceano Atlântico. A primeira missão operacional do programa,SpaceX Crew-1, foi lançada em 16 de novembro de 2020. A espaçonave Boeing Starliner participará após seu voo de teste final, lançado no topo de umAtlas V N22 ou veículo de lançamentoVulcan Centaur. Em vez de cair no oceano, uma cápsula Starliner retornará à terra comairbags em um dos quatro locais designados nooeste dos Estados Unidos.[79]
Desde 2017, o programa de voos espaciais tripulados da NASA tem sido oprograma Artemis, que envolve a ajuda deempresas privadas de voos espaciais comerciais dos Estados Unidos e parceiros internacionais, comoESA,JAXA eCSA.[80] O objetivo deste programa é pousar "a primeira mulher e o próximo homem" na região do polo sul lunar até 2024. Artemis seria o primeiro passo em direção ao objetivo de longo prazo de estabelecer uma presença sustentável na Lua, lançando as bases para que empresas privadas construam uma economia lunar e, eventualmente, enviem humanos aMarte. A espaçonaveOrion foi adiado do programa Constellation, que foi cancelado, para o projeto Artemis. OArtemis 1 é o lançamento inicial desengatado doSistema de Lançamento Espacial (SLS) que também enviaria uma espaçonave Orion em uma órbita retrógrada distante.[81]
A próxima grande iniciativa espacial da NASA será a construção daestação espacialLunar Gateway. Esta iniciativa envolverá a construção de uma nova estação espacial, que terá muitas características em comum com a atualEstação Espacial Internacional, exceto que estará em órbita ao redor daLua, ao invés da Terra.[82] Esta estação espacial será projetada principalmente para habitação humana não contínua. Os primeiros passos provisórios para retornar às missões lunares tripuladas serãoArtemis 2, que incluirá o módulo de tripulação Orion, impulsionado pelo SLS, planejado para ser lançado em setembro de 2025.[83][84] Esta missão é para ser uma missão de 10 dias planejada para colocar brevemente uma tripulação de quatro pessoas em um sobrevoo lunar.[85]
A construção do Lunar Gateway começaria com oArtemis 3, que está planejado para entregar uma tripulação de quatro pessoas àórbita lunar junto com os primeiros módulos do Lunar Gateway. Essa missão duraria até 30 dias. A NASA planeja construir habitats em grande escala no espaço profundo, como o Lunar Gateway e oNautilus-X, como parte de seu programaNext Space Technologies for Exploration Partnerships (NextSTEP).[86] Em 2017, a NASA foi orientada pelo NASA Transition Authorization Act de 2017 para levar humanos à órbita de Marte (ou à superfície marciana) até 2030.[87][88]
Em 16 de abril de 2021, a NASA anunciou que havia selecionado aSpaceX Lunar Starship como seu sistema de pouso humano. O foguete do Sistema de Lançamento Espacial da agência lançará quatro astronautas a bordo da espaçonave Orion para sua jornada de vários dias à órbita lunar, onde serão transferidos para a nave espacial da SpaceX para a etapa final de sua jornada à superfície da Lua.[89]
A NASA conduziu muitos programas de voos espaciais robóticos e não tripulados ao longo de sua história. Programas robóticos lançaram os primeiros satélites artificiais estadunidenses naórbita terrestre para fins científicos e de comunicação, além de terem enviado sondas científicas para explorar os planetas doSistema Solar, começando comVênus eMarte, e incluindo "grandes viagens" aos planetas exteriores. Mais de 1 000 missões não planejadas foram projetadas para explorar aTerra e o Sistema Solar.[90]
Além da exploração, os satélites de comunicação também foram lançados pela NASA.[91] As espaçonaves foram lançadas diretamente da Terra ou deônibus espaciais em órbita, que poderiam lançar o próprio satélite ou com um estágio de foguete para levá-lo mais longe. O primeiro satélite norte-americano não tripulado foi oExplorer 1, que começou como um projetoABMA/JPL durante a primeira parte dacorrida espacial. Foi lançado em janeiro de 1958, dois meses após oSputnik. Nacriação da NASA, o projeto Explorer foi transferido para a agência e continua até hoje. Suas missões têm se concentrado na Terra e noSol, medindocampos magnéticos e ovento solar, entre outros aspectos.[92] Um satélite mais recente da Terra, não relacionado ao programa Explorer, foi oTelescópio Espacial Hubble, que foi colocado em órbita em 1990.[93]
OSistema Solar interno tornou-se o objetivo de pelo menos quatro programas não elaborados. O primeiro foi oPrograma Mariner nas décadas de 1960 e 1970, que fez várias visitas a Vênus e Marte e uma aMercúrio. As sondas lançadas no programa Mariner foram também as primeiras a fazer um sobrevoo planetário (Mariner 2), a tirar as primeiras fotos de outro planeta (Mariner 4), o primeiro orbitador planetário (Mariner 9) e o primeiro a fazer uma manobra de auxílio gravitacional (Mariner 10). Esta é uma técnica em que o satélite aproveita a gravidade e a velocidade dos planetas para chegar ao seu destino.[96]
Fora de Marte,Júpiter foi visitado pela primeira vez pelaPioneer 10 em 1973. Mais de 20 anos depois, aGalileo enviou uma sonda na atmosfera do planeta e se tornou a primeira espaçonave a orbitar o planeta.[102] APioneer 11 se tornou a primeira espaçonave a visitarSaturno em 1979, com aVoyager 2 fazendo as primeiras (e até agora as únicas) visitas aUrano eNetuno em 1986 e 1989, respectivamente. A primeira espaçonave a deixar o sistema solar foi aPioneer 10 em 1983. Por um tempo foi a espaçonave mais distante, mas desde então foi superada pelaVoyager 1 eVoyager 2.[103]
OsPioneers 10 e 11 e ambas as sondasVoyager carregam mensagens da Terra para avida extraterrestre.[104][105] A comunicação pode ser difícil com viagens espaciais profundas. Por exemplo, levou cerca de três horas para um sinal de rádio chegar à espaçonaveNew Horizons quando estava mais da metade do caminho paraPlutão.[106] O contato com aPioneer 10 foi perdido em 2003. Ambas as sondasVoyager continuam a operar enquanto exploram a fronteira externa entre o Sistema Solar e oespaço interestelar.[107]
A missãoNew Horizons para Plutão foi lançada em 2006 e realizou com sucesso um sobrevoo doplaneta anão em 14 de julho de 2015. A sonda recebeu uma assistência de gravidade de Júpiter em fevereiro de 2007, examinando algumas das luas internas de Júpiter e testando instrumentos a bordo durante o sobrevoo. Outras espaçonaves ativas são aJuno em Júpiter e aDawn nocinturão de asteroides. A NASA continuou a apoiar a exploraçãoin situ além do cinturão de asteroides, incluindo as travessias daPioneer e daVoyager para a região trans-Plutão inexplorada e os orbitadoresGalileo (1989–2003),Cassini-Huygens (1997–2017) eJuno (2011 – presente), que orbitamgigantes gasosos.
O líder da agência, oAdministrador da NASA, é nomeado peloPresidente dos Estados Unidos, sujeito à aprovação doSenado,[108] e se reporta a ele ou a ela, servindo como consultor sênior deciências espaciais. Embora aexploração do espaço seja ostensivamente apartidária, o nomeado geralmente está associado ao partido político do presidente (democrata ourepublicano), e um novo administrador geralmente é escolhido quando a presidência muda de partido. As únicas exceções a isso foram:
O democrataThomas O. Paine, administrador interino do democrataLyndon B. Johnson, permaneceu enquanto o republicanoRichard Nixon tentava, mas não conseguia fazer uma de suas próprias escolhas para aceitar o cargo. Paine foi confirmado pelo Senado em março de 1969 e serviu até setembro de 1970.[109]
O republicanoJames C. Fletcher, nomeado por Nixon e confirmado em abril de 1971, permaneceu até maio de 1977 no mandato do democrataJimmy Carter.
Steve Jurczyk, administrador associado de Donald Trump, ocupou a cadeira do administrador até que o indicado do democrataJoe Biden,Bill Nelson, fosse confirmado.[111]
O primeiro administrador foi o Dr.T. Keith Glennan, nomeado pelo presidente republicanoDwight D. Eisenhower. Durante seu mandato, ele reuniu os projetos díspares na pesquisa de desenvolvimento espacial estadunidense.[112]
A participação da NASA no total do orçamento do governo federal dos Estados Unidos atingiu um pico de aproximadamente 4,41% em 1966 durante oprograma Apollo, depois caiu rapidamente para aproximadamente 1% em 1975 e permaneceu nesse nível até 1998.[115][116] A porcentagem então caiu gradualmente, até se estabilizar novamente em cerca de meio por cento em 2006 (estimado em 2012 em 0,48% do orçamento federal).[117] Em uma audiência em março de 2012 do Comitê Científico doSenado dos Estados Unidos, o comunicador científicoNeil deGrasse Tyson testemunhou: "No momento, o orçamento anual da NASA é meio centavo em seus impostos. Por duas vezes isso — um centavo por dólar — podemos transformar o país de uma nação taciturna e desanimada, cansada da luta econômica, em um país que reivindicou seu direito de nascença do século XX de sonhar com o amanhã".[118][119]
Apesar disso, a percepção pública do orçamento da NASA difere significativamente: uma pesquisa de 1997 indicou que a maioria dos estadunidenses acreditava que 20% do orçamento federal ia para a NASA.[120]
Para oano fiscal de 2015, a NASA recebeu uma dotação de 18,01 bilhões de dólares do Congresso — 549 milhões a mais do que o solicitado e aproximadamente 350 milhões a mais do que o orçamento da NASA de 2014 aprovado pelo Congresso.[121] No ano fiscal de 2016, a NASA recebeu 19,3 bilhões de dólares.[122] O presidenteDonald Trump assinou a Lei de Autorização de Transição da NASA de 2017 em março, que definiu o orçamento de 2017 em cerca de 19,5 bilhões de dólares.[122] O orçamento também é relatado como 19,3 bilhões de dólares para 2017, com 20,7 bilhões de dólares para o ano fiscal de 2018.[123][124] Já no ano de 2023, o orçamento registrado foi de 25,4 bilhões de dólares, 5,6% maior do que o ano de 2022[125][126].
Asede da NASA emWashington, DC fornece orientação geral e liderança política para os dez centros de campo da agência, através dos quais todas as outras instalações são administradas.[127] Quatro deles foram herdados doNACA; dois outros foram transferidos doExército; e a NASA comissionou e construiu os outros quatro ela mesma logo após sua formação.
OCentro de Pesquisa John H. Glenn tem entre suas principais competências a respiração aérea e a propulsão no espaço e criogenia, comunicações, armazenamento e conversão de energia elétrica, ciências da microgravidade e materiais avançados. Está localizado nas cidades deBrook Park,Cleveland eFairview Park, no estado deOhio.[131]
OCentro de Voos Espaciais Goddard (GSFC), localizado emGreenbelt,Maryland, foi encomendado pela NASA em 1 de março de 1959. É a maior organização combinada de cientistas e engenheiros nos Estados Unidos dedicada a aumentar o conhecimento da Terra, o Sistema Solar e o Universo por meio de observações do espaço. O GSFC é um importante laboratório dos EUA para o desenvolvimento e operação de espaçonaves científicas não tripuladas e também opera duas redes de rastreamento de voos espaciais e aquisição de dados, desenvolve e mantém sistemas avançados de informação de dados de ciências da Terra e espaciais, e desenvolve sistemas de satélite para aAdministração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).[137]
OCentro Espacial John C. Stennis, originalmente o "Centro de Testes do Mississippi", está localizado noCondado de Hancock,Mississippi, nas margens doRio Pearl na fronteira do Mississippi com aLouisiana. Comissionado em 25 de outubro de 1961, foi a maior instalação de teste de motores de foguetes da NASA até o final do programa doônibus espacial. Atualmente é usado para teste de foguetes por mais de 30 empresas e agências locais, estaduais, nacionais, internacionais, privadas e públicas. Ele contém o Centro de Serviços Compartilhados da NASA.[138]
OCentro Espacial John F. Kennedy (KSC), localizado a oeste daEstação da Força Espacial de Cabo Canaveral, naFlórida, é uma das instalações mais conhecidas da NASA. Chamado de "Centro de Operações de Lançamento" em sua criação em 1º de julho de 1962, foi renomeado em homenagem ao falecido presidente dos Estados Unidos em 29 de novembro de 1963,[142][143] e tem sido o local de lançamento para todos os voos espaciais tripulados dos Estados Unidos desde 1968. O KSC continua a gerenciar e operar instalações de lançamento de foguetes não tripulados para o programa espacial civil dos Estados Unidos a partir de três plataformas no Cabo Canaveral. SeuVehicle Assembly Building (VAB) é a quarta maior estrutura do mundo em volume[144] e era a maior quando foi concluída em 1965.[145] Um total de 13,1 mil pessoas trabalhavam no centro em 2011. Aproximadamente 2,1 mil são funcionários do governo federal; o resto são empreiteiros.[146]
↑O estágio de descida do LM permaneceu na Lua após o pouso, enquanto o estágio de ascensão trouxe os dois astronautas de volta ao CSM e depois caiu de volta para a Lua.
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