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Muro israelense na Cisjordânia

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(Redirecionado deMuro da Cisjordânia)
Mapa do Muro da Cisjordânia (2011)

OMuro da Cisjordânia é umabarreira física que está sendo construída peloEstado de Israel, passando em torno e por dentro dosTerritórios Palestinos Ocupados (Cisjordânia eJerusalém Oriental). A barreira tem uma extensão aproximada de 760 km, ou seja, duas vezes o comprimento daLinha do Armistício de 1949 (Green Line) entre a Cisjordânia e Israel. O muro é ladeado por uma faixa de 60 metros de largura (área de exclusão) em 90% da sua extensão, e a muralha de concreto chega a 8 metros de altura em 10% da sua extensão.[1] A maior parte da barreira foi construída na Cisjordânia, e uma parte menor segue a Linha do Armistício de 1949. 12% da área da Cisjordânia ficaram no lado israelense da barreira.[2]

A barreira também é chamada de "Cerca de Separação" ou "Cerca de Segurança", pelogoverno israelense, segundo o qual, o propósito da construção seria o de evitar a infiltração deterroristas em Israel.[3] Enquanto os palestinos geralmente se referem à barreira como Muro de Segregação Racial, e por vezes comoMuro doApartheid.[4][5] Para aAutoridade Nacional Palestina, o muro visa criar fatos consumados na incorporação de partes dos Territórios Palestinos ao Estado Israel.

A existência e o traçado da construção, são contestados sob os aspectos políticos, humanitários e legais. OTribunal Internacional de Justiça deHaia o declarou ilegal em 2004, pois a barreira corta terras palestinas e isola cerca de 450 000 pessoas.[6] Israel não acatou o parecer da Corte Internacional, e a construção da barreira prossegue.[7]

Segundo oEscritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA - sigla em inglês), a maioria das barreiras físicas ou burocráticas impostas atualmente à mobilidade e acessibilidade dos palestinos visa proteger os 500 milcolonos judeus que ocupam assentamentos na Cisjordânia - em contravenção à lei internacional -, bem como garantir uma reserva de terras para a expansão futura desses assentamentos e melhorar as ligações viárias entre esses assentamentos e Israel.[8]Duas outras barreiras do mesmo tipo, também construídas pelo governo israelense, são igualmente controversas: a que separa Israel e aFaixa de Gaza[9][10] e a que separa a Faixa de Gaza e o Egito, atualmente sob controle egípcio.[11]

História

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A proposta de uma barreira física que separasse os territórios disputados entre palestinos e israelenses surgiu em2001, e foi apresentada naKnesset (oparlamento de Israel) pelo entãoprimeiro-ministroEhud Barak (à época filiado aoPartido Trabalhista), mas a construção só se iniciou durante o governo deAriel Sharon, sucessor de Barak.[12]

O Muro da Cisjordânia

A barreira é um misto de cercas físicas, barreiras eletrônicas vigiadas por câmeras, fossos antitanques, pontos de observação e patrulha e vedações com trincheiras rodeadas por uma área de exclusão média de 60metros (ao longo de 90% da extensão do muro) e por paredes deconcreto de até 8 metros de altura.[1] Em certos lugares, como na região da cidade palestina deCalquília, o muro chega à altura de oito metros. Em alguns pontos, a construção tem 45 metros de largura; em outros, pode chegar a 75 ou 100 metros. No entanto, apenas 5% do total da barreira projetada consiste em muros.[13] Ainda segundo o Governo de Israel, os muros foram instalados apenas em locais onde possíveis atiradores pudessem mirar civis em áreas sob controle israelense.

Com extensão prevista de 763 km,[1] a cerca engloba também partes da Cisjordânia e osetor oriental de Jerusalém, anexado por Israel desde aGuerra dos Seis Dias (1967), e onde os palestinos pretendem construir um dia a capital do seu Estado.[14]

Apenas uma pequena parte da muralha (cerca de 20%) coincide com aLinha Verde, entre a Cisjordânia e Israel; os 80% restantes situam-se dentro da Cisjordânia,[7][15][16] onde adentra até 22 km, em alguns lugares, para incluircolônias israelenses densamente povoadas, situadas em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, tais comoAriel,Gush Etzion,Emmanuel,Karnei Shomron,Guiv'at Ze'ev,Oranit eMa'ale Adummim.[17][18][19]

Desta forma, o Muro corta ou isola aldeias palestinas, separa agricultores de suas plantações e torna extremamente difícil a sobrevivência das comunidades de base agrícola. Como resultado, a atividade econômica caiu drasticamente, e muitos palestinos simplesmente deixaram seus lares.

Visita de Bento XVI à Cisjordânia

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Muro da Cisjordânia em 2004

Durante sua viagem àTerra Santa, oPapa Bento XVI visitou a Cisjordânia, em 13 de maio de 2009. Em discurso pronunciado em uma escola, Bento XVI disse que o muro, que separa Belém de Jerusalém, pode ser derrubado, desde que Israel e os palestinos derrubem os muros em torno dos seus corações.

"Embora muros possam ser construídos facilmente, todos sabemos que eles não duram para sempre. Eles podem ser derrubados. Primeiro, porém, é necessário remover os muros que construímos em torno dos nossos corações. Meu desejo mais sincero a vocês, opovo palestino, é que isso aconteça em breve", disse o pontífice. Na escola, o muro criava um cenário dramático, com pichações de frases como "Os oprimidos viraram opressores" e "Pontes, não muros!". Opapa disse ainda que o muro faz uma sombra sobre grande parte de Belém, separa vizinhos e divide famílias, e que a obra é "um lembrete cruel do impasse a que parecem ter chegado as relações entre israelenses e palestinos". E, dirigindo-se aos palestinos:

É compreensível que vocês se sintam frustrados. Suas aspirações legítimas por lares permanentes, por umEstado palestino independente, permanecem irrealizadas. Dos dois lados do muro, é preciso grande coragem para que o medo e a desconfiança possam ser superados e para que seja possível resistir ao desejo de retaliar por perdas e feridas.

Os palestinos, apoiados peloTribunal Internacional de Justiça deHaia, afirmam que o muro é ilegal, pois rouba parte de seuterritório e divide suas terras.

Para ir deJerusalém aBelém, um trajeto de poucos quilômetros, o comboio do papa precisou atravessar portões de aço no meio da sequência de muros de concreto, bloqueios (checkpoints) etorres de vigilância. EmIsrael, o papa, que éalemão, foi acusado de insensibilidade com relação aoHolocausto dosjudeus, durante aSegunda Guerra Mundial. Depois de um discurso emocionado no memorial do Holocausto emYad Vashem, quando disse que o grito dos que foram mortos pelo regime sob o qual ele cresceu "ainda ecoam em nossos corações", dois altos funcionários de Yad Vashem criticaram o Pontífice por não usar as palavras "nazistas" ou "assassinato" em seu discurso.[20][21]

Impactos na população palestina

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Agricultura

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Crianças palestinas em uma plantação ao lado da barreira

Quase a metade do território palestino cultivado é ocupado poroliveiras, de cujos frutos vivem cerca de cem mil famílias. De fato, a oliveira, mais do que uma fonte de renda, é um símbolo da ligação com a terra e parte fundamental da cultura do povo palestino. No entanto, o período da colheita daazeitona há muito deixou de ser um tempo de alegria. Além do Muro, que impede os agricultores de terem acesso às suas terras, existe a destruição sistemática dos olivais pelogoverno israelense, para a construção deassentamentos judeus, e os ataques perpetrados pelos colonos judeus. Entre janeiro e setembro de2011, segundo dados dasNações Unidas, colonos judeus arrancaram, cortaram e queimaram 7 500 oliveiras. Em 91% dos casos denunciados, ninguém foi acusado.[22] A associação israelense de defesa dos direitos humanosYesh Din registrou 35 atos devandalismo contra oliveiras,videiras e árvores frutíferas, entre setembro de 2011 e julho de2012. Segundo oYesh Din, "o fracasso da polícia em fazer aplicar a lei e proteger as propriedades dos palestinos estimula o avanço do fenômeno, pois os criminosos que seguem impunes não hesitam em recomeçar".[23] Segundo o Ministério da Economia palestino, desde que começou aocupação israelense, em 1967, Israel destruiu mais de 800 mil oliveiras, o que implica uma perda anual de US$ 55 milhões. OExército israelense impede milhares de palestinos de entrar em suas plantações para regar, cuidar e podar suas árvores, alegando 'motivos de segurança'. Na Faixa de Gaza, os agricultores palestinos não podem retirar o produto do território nem cultivar em terras situadas a menos de 1,5km da fronteira com Israel. Depois que produzem o azeite, os agricultores ainda precisam passar por vários dos mais de 500 bloqueios (checkpoints) israelenses existentes na Cisjordânia, para fazê-lo chegar às lojas. A espera na fila pode durar muitas horas.[carece de fontes?]

Todos os anos, aONGRabinos pelos Direitos Humanos organiza brigadas de voluntários israelenses e estrangeiros para ajudar os palestinos na colheita. "Viemos, além da ajuda, por outros dois motivos: como símbolo de nossa identificação com os agricultores e para que saibam que os apoiamos, que nem todos os israelenses são iguais", declarou orabinoortodoxo Kobi Weiss. "No próximo ano, talvez não haja aqui nenhuma árvore", disse, apontando as oliveiras situadas entre o muro e o assentamento judeu, construído em território palestino ocupado por Israel.[22]

Ocupação e anexação de terras

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Ver artigos principais:Territórios ocupados por Israel eColônias israelenses
Traçado do muro emJerusalém (2007)
Vista aérea deModi'in Illit. Com cerca de 60 mil habitantes, a cidade é a maiorcolônia israelense no território ocupado daCisjordânia[24]

Segundo oEscritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA - sigla em inglês), a maioria das barreiras físicas ou burocráticas impostas atualmente à mobilidade e acessibilidade dos palestinos visa proteger os 500 milcolonos judeus que ocupam assentamentos na Cisjordânia - em contravenção à lei internacional -, bem como garantir uma reserva de terras para a expansão futura desses assentamentos e melhorar as ligações viárias entre esses assentamentos e Israel.[8]

A construção da barreira, a leste da Linha Verde, anexade facto a Israel váriosassentamentos israelenses construídos em território palestino. Ao mesmo tempo, algumas aldeias e cidades palestinas ficam imprensadas entre a barreira, a leste, e a Linha Verde, a oeste. Os órgãos de segurança de Israel declararam "zona de costura" (ou zona de proteção) cerca de 75% do território situado entre o Muro e a Linha Verde - território que abriga cerca de 7.500 palestinos. Nessa "zona de costura", a entrada e a saída de palestinos estão submetidas a um rígido e complicado regime de autorização e controle. Com as restrições àliberdade de circulação, reduz-se, consequentemente, também o acesso ao trabalho, à educação, à saúde e a todos os serviços e oportunidades existentes apenas nas cidades e vilas vizinhas. Já os colonos israelenses, que vivem na mesma área, desfrutam de total liberdade de movimento entre suas casas e as cidades israelenses, situadas a oeste da Linha Verde.[25]

Prevê-se que a construção vá custar 1 bilhão de dólares. Até agora, estima-se que a obra defensiva já tenha custado cerca deUS$ 2 milhões aoEstado de Israel. Sua maior extensão está na Cisjordânia, acompanhando, em parte, as fronteiras definidas noArmistício árabo-israelense de 1949 - aLinha verde, que marcava os limites entre Israel e os países vizinhos, inclusive osTerritórios Palestinos. Agora, o muro marca os limites da Cisjordânia. Quando estiver terminado, aproximadamente 12% do território da Cisjordânia, inclusiveJerusalém Oriental, estará isolado pela barreira e conectado a Israel.[26][27]

A barreira começou a ser construída em 2002, durante o governo do primeiro-ministro israelense,Ariel Sharon, para evitar a infiltração de terroristas suicidas palestinos em Israel. A iniciativa suscitou críticas da comunidade internacional, que considera o muro como um símbolo desegregação. Segundo dados de abril de2006, a extensão total da barreira, definida pelo governo israelense é de 721 km,[7] dos quais 58,04% estão construídos, 8,96% em construção e 33% por construir.[28] Em setembro de 2011, 62% do Muro já estavam completados, sendo que 80% da extensão barreira passam por dentro da Cisjordânia, o que limita drasticamente o acesso às áreas situadas atrás da barreira.[8] OThe Jerusalem Post relatou, em Julho de2007, que a barreira poderia ter a sua conclusão adiada para 2010, sete anos depois da data prevista.[29] A existência e o traçado da construção, são contestados sob os aspectos políticos, humanitários e legais. OTribunal Internacional de Justiça deHaia o declarou ilegal em 2004, pois a barreira corta terras palestinas e isola cerca de 450 mil pessoas.[6] Israel não acatou o parecer da Corte Internacional, e a construção da barreira prossegue.[7]

Legalidade

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Desenho deCarlos Latuff, vencedor do segundo lugar noConcurso Internacional de Caricaturas sobre o Holocausto, em2006.

Organização das Nações Unidas

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Em 2004, as Nações Unidas aprovaram uma série de resoluções. O parecer consultivo resultou de uma resolução palestina iniciada e aprovada em uma sessão especial de emergência daAssembleia Geral das Nações Unidas. A opinião foi consultiva, ao invés de obrigatória, porque Israel se recusou a aceitar a jurisdição da instituição sobre a questão.

A Resolução do Conselho de Segurança 1544 (2004), reiterou a obrigação de Israel, a potência ocupante, a cumprir escrupulosamente as suas obrigações legais e responsabilidades no âmbito daQuarta Convenção de Genebra e apelou a Israel para enfrentar suas necessidades de segurança dentro dos limites dodireito internacional. A Organização das Nações Unidas, no entanto, continua a ser marginalizada no conflito.[30]

A Missão "Fact Finding" e vários relatores das Nações Unidas disseram que a política de circulação e de acesso tem violado o direito a não ser discriminado com base na raça ou na origem nacional.[31]

Tribunal Internacional de Justiça

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Palácio da Paz, emHaia, sede daTribunal Internacional de Justiça.

Da resolução 242 (1967) do Conselho de Segurança à sua resolução 1515 (2003), as condições essenciais permaneceram as mesmas, nomeadamente que Israel tem o direito de existir, de ser reconhecido e de viver em segurança, e que a Palestina as pessoas têm direito ao seu próprio território e estado e direito à autodeterminação. A resolução 1515 (2003) do Conselho de Segurança afirma que estas obrigações de longa data devem ser garantidas, tanto em geral como em detalhe, através de negociação. A tragédia, claramente, é que nenhum dos lados tomará medidas nesse sentido até que o outro o faça

— juiz Rosalyn Higgins[32]

OTribunal Internacional de Justiça emitiu um parecer pedindo que a barreira fosse removida, que os residentes árabes fossem compensados por qualquer dano causado e para que outros países tomem medidas para fazer com que Israel fique em conformidade com aQuarta Convenção de Genebra. O tribunal considerou a barreira e o regime associado que havia sido imposto aos habitantes palestinos são ilegais[33] e disse que uma potência ocupante não pode afirmar que os habitantes legítimos do território ocupado possam constituir uma ameaça "estrangeira" para os fins do artigo 51 daCarta das Nações Unidas. O Tribunal citou interferência do governo de Israel contra o direito nacional do povo palestino àautodeterminação; no confisco de terras, demolições de casas, criação deenclaves e restrições à circulação e ao acesso à água, alimentação, educação, saúde, trabalho e um padrão de vida adequado, em violação das obrigações de Israel sob a lei internacional. O tribunal afirmou também que osassentamentos israelenses foram estabelecidos e que os palestinos tinham sido deslocados em violação do artigo 49, parágrafo 6, da Quarta Convenção de Genebra.[34] A pedido do Tribunal Internacional, aPalestina apresentou uma declaração copiosa.[35]

ALiga Anti-Difamação criticou fortemente a decisão do tribunal, afirmando que o resultado foi manipulado contra Israel com antecedência através da formulação tendenciosa da resolução. A organização afirme que Israel foi excluído sistematicamente de dizer qualquer coisa na composição do tribunal e afirmou que um ambiente anti-Israel prevalece na Assembleia Geral, que "demoniza regularmente Israel". Ainda de acordo com a Liga, a natureza politizada do processo ameaça minar a integridade do tribunal e contraria os esforços construtivos para promover a paz na região.[36]

Israel apresentou uma declaração escrita de 246 páginas que contém os pontos de vista do governo israelense, sobre a jurisdição e decoro ao tribunal, mas optou por não fazer quaisquer declarações orais.[37]

Em duas ocasiões, o governo de Israel foi instruído pelaSuprema Corte de Israel a alterar o traçado da barreira para garantir que os impactos negativos sobre os palestinos pudessem ser minimizados e proporcionais.[38]

Críticas e controvérsias

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Estêncil na muralha, emBelém, feito porBanksy.

Os defensores da sua construção afirmam que a barreira é necessária para proteger Israel dasações terroristas dospalestinos,[39] incluindo os atentados suicidas, enquanto o Tribunal Internacional de Justiça daONU declarou que o muro é uma tentativa ilegal de anexarterritório palestino, violando odireito internacional[40] a pretexto de razões desegurança.[41]

Segundo os ativistas dedireitos humanos, incluindo organizações israelenses como aMachsom Watch (ouCheckpoint Watch), a construção viola as fronteiras demarcadas pelaONU, com a apropriação indevida de territórios por Israel, e os controles militares minam o desenvolvimento econômico do povo palestino, além de limitar a chegada deajuda humanitária.[42]

Salah Tamir, prefeito da cidade deBelém, por onde passa a barreira, afirma que o muro está convertendo Belém em uma "grande prisão", ao impedir a livre circulação dos seus habitantes. "Através deste muro estão se expandindo os assentamentos israelenses. Israel implantou novas torres de controle bem no meio de uma aldeia palestina", afirmou.

Um grupo de cidadãos de Israel e da Palestina criou a organizaçãoArtistas sem barreiras para erradicar as fronteiras de separação entre ambos os povos e protestar, através daarte, contra a construção do muro. O muro que separa Israel da Cisjordânia transformou-se, assim, em um vasto painel com dezenas degrafites feitos por ativistas e visitantes.[43]

Posição israelense

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De acordo com uma pesquisa realizada pelo Tami Steinmetz Center for Peace Research, uma instituição de pesquisa acadêmica daUniversidade de Telavive, havia um apoio de ampla maioria para a barreira entre a população judaica de Israel: 84% em março de 2004 e 78% em junho de 2004.[44]

Bloqueio (checkpoint) deQalandiya,[45] emRamala. Palestinos, em fila, aguardam permissão para passar de Ramala a Jerusalém

No entanto, existem alguns israelenses que se opõem a barreira. O movimento israelense "Paz Agora" afirma que apoia apenas apoiavam uma barreira que seguisse aslinhas do armistício de 1949. O grupo também afirmou que a "rota atual do muro se destina a destruir todas as possibilidades de um futuro acordo de paz com os palestinos e anexar o máximo de terra possível da Cisjordânia" e que a barreira "só iria aumentar o sangue a ser derramado em ambos os lados e continuar o sacrifício de vidas israelenses e palestinas para os assentamentos."[46]

Alguns ativistas israelenses deesquerda, como os "Anarchists Against the Wall" e "Gush Shalom", são ativos em protestos contra a barreira, especialmente em cidades daCisjordânia como Bil'in e Jayyous.[47][48]

Shaul Arieli, um membro sênior do Conselho de Paz e Segurança e um dos arquitetos da Iniciativa de Genebra escreveu noHaaretz em março 2009 sobre a importância "para completar o muro ao longo de uma rota com base em considerações de segurança." Arieli acredita que a barreira se justifica devido a preocupações legítimas de terrorismo e violência palestina, mas criticou a suposta negligência do governo depois de completar o muro, por razões orçamentais e políticas. Ele pediu que o público a "exija que o novo governo complete o muro rapidamente e ao longo de uma rota lógica".[49]

O governo israelense alega que declarações como as de líderesislâmicos radicais justificam a construção da barreira. Em 2006,Ramadan Abdallah Shalah, o líder daJihad Islâmica Palestina, que "há uma barreira de separação que é um obstáculo à resistência. Se ela não estivesse lá, a situação seria inteiramente diferente".[50] Em 2008 Shalah afirmou: "Por exemplo, eles construíram uma barreira de separação na Cisjordânia. Não negamos que isso limita a nossa capacidade de resistência, a nossa capacidade de penetrar profundamente para levar a cabo ataques suicidas, mas a resistência não se rendeu nem se tornou impotente, e está na busca de outras maneiras de cumprir os requisitos de cada estágio da luta".[51]

Daniel Ayalon, o embaixador israelense nosEstados Unidos, sugere que a redução da capacidade de realizar ataques iria "salvar o processo político", porque a barreira seria neutralizar a capacidade de grupos militantes "para realizar esse processo de reféns" através da realização de tais atos.[49]Natan Sharansky, o Ministro da Habitação e Construção na época, via a cerca de segurança como uma opção para Israel se defender, visto que a Autoridade Palestina não tinha se tornar um parceiro na luta contra o terrorismo, como era obrigada a fazer sob todos osacordos que foram assinados.[52]

O governo israelense afirma que o número de ataques comatentados suicidas em Israel foi quase reduzido a zero. Uma porta-voz dasForças de Defesa de Israel disse que um dos fatores mais importantes desse êxito é a controversa barreira de separação construída pelo governo, uma rede de 400 quilômetros que continua a crescer, feita de paredes de concreto, cercas de alta tecnologia e outros obstáculos, que se ergue em partes da Cisjordânia. “A barreira de segurança foi feita para parar o terror e é isso que está fazendo“, disse a capitã Noa Meir, uma porta-voz das Forças Armadas de Defesa de Israel. [...] “Os críticos reconhecem, a contragosto, que o muro é eficaz em evitar os ataques, mesmo quando se queixam que a sua trajetória deveria ter seguido a fronteira entre Israel e os territórios palestinos conhecida como 'linha verde'."[53]

Ver também

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Referências

  1. abcIsrael High Court Ruling Docket H.C.J. 7957/04: International Legality of the Security Fence and Sections near Alfei Menashe, publicado pelaSuprema Corte de Israel a15 de Setembro de2005. Acesso em16 de Abril de2007.
  2. Separation Barrier: Statistics.Arquivado em 20 de novembro de 2003, noWayback Machine.B'Tselem, Janeiro de 2007.
  3. Entenda por que Israel precisa de uma cerca, porBenjamin Netanyahu.
  4. The Plot of the Eastern Segregation WallArquivado em 22 de maio de 2013, noWayback Machine.. 16 de julho de 2005.
  5. Alatout, Samer (2006).«Towards a bio-territorial conception of power: Territory, population, and environmental narratives in Palestine and Israel».Political Geography.25 (6): 602–21.ISSN 0962-6298.doi:10.1016/j.polgeo.2006.03.008. Consultado em 8 de maio de 2010 
  6. abAssembleia Geral das Nações Unidas.Parecer da Corte Internacional de Justiça sobre as consequências legais da construção de um muro nos Territórios Palestinos Ocupados, incluindo Jerusalém Oriental Resolução adotada pela Assembleia Geral. 2 de agosto de 2004.
  7. abcdInforme daOCHA-OPT, 9 de julho de 2007, pág. 2Arquivado em 28 de setembro de 2007, noWayback Machine. (em inglês)
  8. abcUNITED NATIONS.Office for the Coordination of Humanitarian Affairs occupied Palestinian territory.Movement and access in the West Bank, setembro de 2011.
  9. International Middle East Media Center.Palestinians Protest The Israeli Wall Surrounding The Gaza Strip. 11 de março de 2010.
  10. Israel Builds Triple Barrier Around Gaza Ahead of Pullout. 30 de outubro de 2009.
  11. Army building new Gaza barrier - Israel News, Ynetnews. Por Hanan Greenberg.Ynet, 14 de abril de 2005.
  12. Desde as lixeiras à cerca de segurança
  13. Israel Security Fence
  14. Saiba mais sobre o "muro de proteção" da Cisjordânia.Folha Online, 10/02/2004
  15. Preliminary Analysis of the Humanitarian Implications of February 2005 Barrier ProjectionsArquivado em 11 de dezembro de 2008, noWayback Machine., informe da OCHA-OPT,8 de março de2005.
  16. Mapa da barreira israelense na Cisjordânia,B´Tselem, actualização em fevereiro de2008 (em inglês).
  17. Informe do Secretário Geral, preparado em cumprimento ao disposto na resolução ES-10/13 da Assembleia GeralArquivado em 21 de agosto de 2008, noWayback Machine., A/ES-10/248,24 de novembro de2003, p. 7.
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  19. Palestinians: Israel hands out land confiscation notices.CNN, 7 de novembro de 2003.
  20. Papa diz que muro de Belém "pode ser derrubado".Reuters/Uol, 13 de maio de 2009
  21. Pope visits Bethlehem in wake of Nazi row.The Guardian, 13 de maio de 2009.
  22. ab«Israel transforma colheita da azeitona palestina em sofrimento».VEJA. Consultado em 11 de outubro de 2023 
  23. ONU condena destruição de oliveiras palestinas por israelenses.Folha de S. Paulo, 14 de outubro de 2012.
  24. Bronner, Ethan and Kershner, Isabel.Unsettled; In West Bank Settlements, Sign of Hope for a Deal, NY Times, 26 de julho de 2009.
  25. B'Tselem - The Israeli Information Center for Human Rights in the Occupied Territories.Arrested Development. Mapa animado.
  26. «Three Years Later: The Humanitarian Impact of the Barrier Since the International Court of Justice Opinion. Informe da OCHA-OPT, 9 de julho de [[2007]], pág. 3»(PDF). Consultado em 31 de agosto de 2008. Arquivado dooriginal(PDF) em 28 de setembro de 2007 
  27. Israel High Court Ruling Docket H.C.J. 7957/04, 15 de setembro de 2005.
  28. Estatísticas da Barreira de SeparaçãoArquivado em 20 de novembro de 2003, noWayback Machine., publicadas pelaONGB'Tselem em Janeiro de 2007. Acesso em 17 de Abril de 2007.
  29. Fence to be completed only by 2010[ligação inativa], publicado porThe Jerusalem Post, 10 de Julho de 2007. Acesso nessa data.
  30. globalpolicy.org
  31. See the report of The UN Fact Finding Mission on Gaza, A/HRC/12/48, 25 de setembro de 2009, parágrafo 1548
  32. opinião separada
  33. Corte Internacional de Justiça, Opiniao Consultiva de 9 de julho de 2004.
  34. Observador Permanente da Palestina, 30 de janeiro de 2004,Written statement submitted by Palestine
  35. Veja o relatório da UN Fact Finding Mission em Gaza, A/HRC/12/48, 25 de setembro de 2009, parágrafo 1548
  36. «Decision Dismisses Israel's Arguments, Accepts Palestinian Claims Without Reservation». 9 de julho de 2004. Consultado em 16 de julho de 2012. Arquivado dooriginal em 4 de julho de 2012 
  37. «Written Statement of the Government of Israel on Jurisdiction and Propriety»(PDF). Consultado em 18 de agosto de 2014. Arquivado dooriginal(PDF) em 5 de março de 2011 
  38. HCJ 2056/04, 30 de junho de 2004; B'Tselem, 16 de setembro de 2005High Court in precedent-making decision: Dismantle section of the Separation Barrier;HCJ 7957/04, 15 de setembro de 2005
  39. «Sen. Clinton: I support West Bank fence». Consultado em 25 de janeiro de 2008. Arquivado dooriginal em 13 de outubro de 2007 
  40. U.N. court rules West Bank barrier illegal
  41. «Under the Guise of Security: Routing the Separation Barrier to Enable Israeli Settlement Expansion in the West Bank». Consultado em 25 de janeiro de 2008. Arquivado dooriginal em 5 de abril de 2007 
  42. "La ocupación me avergüenza" (em castelhano)
  43. El muro de Cisjordania, una serpiente de 'graffiti'.
  44. Peace Index / Most Israelis support the fence, despite Palestinian suffering - Haaretz - Israel News
  45. UOL, 19 de abril de 2006Suprema Corte de Israel dá sinal verde para a continuação da construção do muro de separação ao redor do distrito de Jerusalém
  46. «Peace Now : Opinions > Peace Now Positions». Consultado em 18 de agosto de 2014. Arquivado dooriginal em 27 de setembro de 2007 
  47. «AATW - Anarchists against the wall». Consultado em 18 de agosto de 2014. Arquivado dooriginal em 16 de dezembro de 2008 
  48. Gush Shalom - Israeli Peace Bloc
  49. abRemember the separation fence?Arquivado em 1 de abril de 2009, noWayback Machine.,Haaretz By Shaul Arieli
  50. Declaração de Ramadan Abdallah Shalah, líder da Jihad Islâmica Palestina, ao Al–Manar, canal de TV do Hezbollah, em 11 de novembro de 2006
  51. Declaração feita ao jornal Al-Sharq, do Qatar, em 23 de maio de 2008, pelo mesmo Ramadan Abdallah Shalah, líder da Jihad Islâmica Palestina
  52. Israel's ambassador defends security fence por Daniel Ayalon (The Washington Times) 26 de agosto de 2003
  53. Nissenbaum, Dion (10 de janeiro de 2007). “Taxa de mortes de civis israelenses assassinados por palestinos caem a seu nível mais baixo em 2006″. Washington Bureau. McClatchy Newspapers (16-04- 2007)

Ligações externas

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