OMovimento Uhuru (Uhuru é a palavrasuaíle para liberdade[1]) é um movimentosocialista centrado na teoria do internacionalismo africano, que providencia uma explicaçãomaterialista histórica para as condições socioeconômicas do povo africano ao redor do mundo. O movimento é liderado peloPartido Socialista do Povo Africano,[2] cujo presidente éJoseph Waller, que também fundou o partido em 1972.
O PSPA formou várias organizações, cada uma com uma tarefa e propósito específico. Organizações afiliadas incluem o Movimento Democrático Internacional Popular Uhuru, a Internacional Socialista Africana, UhuruNews.com, O Comitê de Solidariedade ao Povo Africano, o Movimento de Solidariedade Uhuru, a produtora Burning Spear Productions, Uhuru Foods, Uhuru Furniture,[3] o Projeto de Desenvolvimento e Empoderamento de Todo Povo Africano, e a Fundação de Defesa e Educação do Povo Africano.[4]
A ideologia política do Movimento Uhuru é o internacionalismo africano, que diz que o capitalismo nasceu parasitário através do ataque contra a África e seu povo.[5] O internacionalismo africano defende que o capitalismo é o imperialismo desenvolvido até o seu estágio mais avançado,[6] e não o contrário, comoVladimir Lenin teorizou.[7]
Esta crença vem do livro deKarl Marx de 1867O Capital, onde Marx escreveu sobre a condição essencial para o surgimento do capitalismo que ele chamou de "acúmulo primitivo" do capital.[6] O internacionalismo africano não é uma teoria estática que se refere apenas às condições do passado, também se refere às condições enfrentadas pelo povo africano hoje. A ideologia se refere ao povo africano que vive dentro do que são vistos como centros imperialistas, como os Estados Unidos e Europa, como uma "colônia interna".[5] O movimento defende a libertação de todos os prisioneiros afro-americanos das prisões estadunidenses, descritas como "campos de concentração", e descreve as forças policiais dos EUA como um "exército permanente ilegítimo". Eles defendem a retirada das forças policiais das comunidades afro-americanas exploradas e oprimidas.[8]
Nos anos 1990, a tensão entre a polícia deSt. Petersburg e o Movimento Uhuru era alta. Membros do Movimento Uhuru frequentemente protestavam contra o tratamento que os afro-americanos recebiam da polícia, geralmente após afro-americanos serem mortos pela polícia. No dia 25 de outubro de 1996, violência eclodiu após um policial branco assassinou um jovem negro dirigindo um carro roubado.[9] Carros e edifícios foram queimados, manifestantes gritaram e jogaram pedras, entre outros itens, nos policiais no local do assassinato. Pelo menos 20 manifestantes foram presos.[10] No dia seguinte, um grande grupo de membros do Uhuru retornaram para o local e exigiram a libertação dos manifestantes presos. Sobukwe Bambaata, um dos membros do Uhuru, disse que os tumultos jamais teriam ocorrido "se a polícia não viesse até a nossa comunidade e nos tratasse como cães."[11]
Embora a violência eclodiu em 1996, a maioria dos protestos organizados pelo movimento terminou em paz.[12][13]
Em 2004, o líder do Movimento Uhuru, Omali Yeshitela, derrubou uma exposição de Halloween em St. Petersburg, que mostrava "uma figura recheada pendurada pelo pescoço em uma forca caseira". Opiniões subsequentes[14] e cartas[15] para o jornalSt. Petersburg Times sobre o incidente foram críticas tanto do Movimento Uhuru quanto da conduta de Yeshitela.[15]
O Movimento Uhuru chamou a atenção nacional durante a campanha presidencial de 2008, quando eles interromperamBarack Obama em uma reunião da prefeitura emSt. Petersburg,Flórida, e questionaram o candidato com a pergunta: "E a comunidade negra?"[16] alegando que ele não estavam falando aos africanos sobre questões como violência policial, alto desemprego, empréstimos predatórios e o Furacão Katrina.[17]
O grupo foi criticado pelaLiga Antidifamação por participar no dia 3 de janeiro de 2009 em St. Petersburg de manifestações cuja Liga alega terem encorajado comícios anti-Israel e antissionistas.[18]
Em 2009, o Movimento Democrático Internacional Popular Uhuru organizou uma marcha em apoio a Lovelle Mixon e contra a polícia de Oakland. Mixon, morador de Oakland, Califórnia, fora acusado de matar quatro policiais de Oakland e morreu durante um tiroteio após uma batida de trânsito, coincidentemente a quarteirões da sede local do movimento.[19][20] Por outro lado, muitos negros de Oakland, assim como membros de outros grupos raciais, pareciam, em grande parte, se opor a tais sentimentos,[21] uma clara maioria daqueles que regularmente faziam campanhas contra os abusos do poder policial também rejeitavam qualquer tentativa de dar legitimidade à fúria assassina de Mixon[22] e Caroline Mixon, prima de Lovelle Mixon, fez uma homenagem pública à polícia de Oakland, agradecendo-lhes por servir e proteger a população da cidade.[23]
NaUniversidade Johannes Gutenberg emMainz, Alemanha, o Comitê Geral de Estudantes se separou em abril de 2015 em decorrência da disputa interna sobre suposto antissemitismo após ter organizado um evento de informação sobre o Movimento Uhuru no campus da UJG em janeiro.[24] O comitê se distanciou do Movimento Uhuru, do Partido Socialista do Povo Africano e seu líder Omali Yeshitela afirmando que "a luta contra o racismo e as consequências do colonialismo não devem nos cegar para outras ideologias reacionárias" e lamentou prover uma plataforma para este movimento.[25]