Ummosteiro[1] oumonastério (este último termo não consta de alguns dicionários)[2] é um edifício de habitação, oração e trabalho de uma comunidade demonges efreiras e que é construído fora da malha urbana de umacidade. Os mosteirosbudistas chamam-seviara (embora nobudismo tibetano possa ser usado o termogompa). Os mosteiroscristãos ocidentais também se chamamabadias,priorados,conventos cartuxos, conventos de frades e preceptorias, enquanto à habitação de freiras também se pode chamarconvento. A vida comum de um mosteiro cristão designa-se cenobítica, ao contrário do anacorético (ouanacoreta) da vida de umanacoreta e da vida eremítica de umeremita.
A palavramosteiro oumonastério[3] vem dogrego μοναστήριον "monasterion", da raiz "monos" = sozinho (originalmente todos os monges cristãos foram eremitas), e o sufixo "-terion" = lugar para fazer algo.[4]
O monaquismo cristão começou noEgito e depois continuou naAbissínia (Etiópia). Segundo a tradição, noséculo III,Santo Antão do Deserto foi o primeirocristão a adoptar este estilo de vida. Passado algum tempo, outros o seguiram. Originalmente, todos os monges cristãos forameremitas, levando uma vida de completo afastamento da sociedade. Esses eremitas reuniam-se semanalmente para assistir àSanta Missa, onde recebiam aComunhão, e para ouvir a Palavra de Deus proclamada nas igrejas. Numa etapa seguinte, esses homens começaram a agrupar-se em pequenos recintos (chamados celas) ao redor de uma igreja, com alguma organização central. Assim, em várias partes do deserto egípcio, surgiram as primeiras comunidades monásticas, sob a orientação de um pai espiritual.
Alguns destes primeiros monastérios ainda podem ser vistos em alguns locais, como no Egito e noDeserto de Judá, emIsrael. Por lá encontram-se tanto monastérios em ruínas, como o de Faran, o primeiro monastério em Lavra, construído em 330, Theoctistus, o primeiroCenóbito, construído em 411, eMar Saba, construído em 483 e ainda abrigando monges.[5]
Uma das primeiras vezes em que oOcidente ouviu falar da vida monástica foi através deSanto Atanásio de Alexandria, que no ano de 335 estava exilado em Treves. Pela mesma época, peregrinos ocidentais que retornavam daTerra Santa falavam do que haviam visto nos mosteiros.Bento de Núrsia, nascido por volta de 480, adaptaria ainda mais o ideal monástico ao caráter ocidental e, quando emmonte Cassino escreveu a suaRegra, formulou um modo de vida monástica que mudou a face daEuropa. Em todos os seus detalhes, aRegra de São Bento é marcada por um espírito de equilíbrio e de discrição que possibilitou o seguimento monástico a um número muito maior de fiéis, orientando e regulando um estilo de vida rígido, mas sem mortificações imoderadas.
Oséculo XII na Europa foi uma época de intensa construção de igrejas e de abadias, além das grandes catedrais góticas, que são a glória da cristandade. Ao mesmo tempo em que se deu esse progresso material, deu-se na Igreja uma renovação espiritual, às vezes estabelecendo um contraponto de ideias e de costumes. Foi característica desse período histórico a fundação de novas ordens monásticas, como por exemplo a dosCartuxos, fundados porBruno de Colônia em 1084, e a dosCistercienses, que, pelo trabalho árduo, transformaram os terrenos agrestes e até os pântanos onde se localizavam seus mosteiros em granjas produtivas por toda a Europa. Filhos daAbadia de Cister, fundada em 1098, os cistercienses têmBernardo de Claraval como seu monge mais célebre.[6][7]