AMonarquia Constitucional noReino de Portugal e dos Algarves[1] foi um sistema governativo que vigorou emPortugal entre1820 a1828, durante oPrimeiro Liberalismo, e voltou depois daGuerra Civil Portuguesa, com oSegundo Liberalismo, em1834 e terminou com aqueda da monarquia em1910.
A aprovação daConstituição Política da Monarquia Portuguesa de 1822, pelasCortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, foi resultado direto daRevolução Liberal de 1820 e marcou o início daMonarquia Constitucional noReino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Esse período deu início ao conhecido como oPrimeiro Liberalismo e ficou conhecido comoVintismo.
Contudo, aConstituição de 1822 tinha um caráter radical, o que gerou descontentamento entre setores mais conservadores da sociedade, com aVilafrancada, deu-se fim aConstituição de 1822 e aoVintismo. Com a morte deD. João VI, surgiu um conflito sucessório. O seu filho mais velho,D. Pedro I do Brasil (anteriormenteD. Pedro IV de Portugal), já havia declarado aindependência do Brasil em 1822 e tornando-seImperador do Brasil, das consequências da independência formaria oImpério do Brasil e o regresso doReino de Portugal e dos Algarves. Para garantir um regime liberal em Portugal sem abdicar do trono brasileiro,D. Pedro IV promulgou aCarta Constitucional da Monarquia Portuguesa de 1826 para oReino de Portugal e dos Algarves, criando um sistema bicameral:Câmara dos Digníssimos Pares do Reino e aCâmara dos Senhores Deputados da Nação Portugueza, este período ficou conhecido como oCartismo. Chamou então o seu irmão,D. Miguel I, que estava exilado, para governar como regente e jurar a Constituição.
No entanto,D. Miguel I não respeitou o compromisso assumido: retornou a Portugal, colocou fim ao Primeiro Liberalismo, restaurou amonarquia absoluta e assumiu o trono como rei absoluto. Este golpe levou à eclosão daGuerra Civil Portuguesa (1832-1834), um conflito entre osliberais, que defendiam amonarquia constitucional e aCarta de 1826, apoiandoD. Pedro IV e sua filha,D. Maria II, e osabsolutistas, que apoiavamD. Miguel I e a sua mãeD. Carlota, já falecida em 1830, e amonarquia tradicional.
Osliberais saíram vitoriosos, dando início aoSegundo Liberalismo, comD. Maria II comorainha de Portugal. Durante esse período, a instabilidade política levou à adoção de uma novaConstituição Política da Monarquia Portuguesa de 1838, com inspiração mais progressista e redução dos poderes da coroa, ficando conhecida como aConstituição Setembrista. AConstituição de 1838 foi o resultado daRevolução de Setembro, que, em 1836, foi uma tentativa de reforma radical promovida por um movimento progressista dentro do Partido Liberal, conhecido os antigosVintistas e depoisSetembristas. Esse movimento conseguiu depor o governo moderado doDuque da Terceira, implementando um regime mais centralizado e democrático, mas ao mesmo tempo gerou divisões internas.
A situação política continuava instável, e em 1842, um golpe liderado porCosta Cabral, um político moderado, restaurou aCarta Constitucional de 1826, consolidando o poder da monarquia constitucional de caráter mais conservador, conhecido porCabralismo. Esse golpe e a subsequente restauração da Carta representaram um retorno ao equilíbrio entre os poderes da coroa e do parlamento, mas também reforçaram as tensões internas entre liberais progressistas e moderados.
Durante esse período, Portugal atravessou vários momentos de conflito político, como aRevolução da Maria da Fonte e aGuerra da Patuleia (1846-1847), um confronto armado entre facções liberais moderadas, oscartistas, e progressistas, ossetembristas, apoiadas por diferentes setores da sociedade. A guerra teve repercussões significativas para a estabilidade política do país, culminando em uma intervenção estrangeira para restaurar a ordem. Após isso houve um insurreição militar em 1 de maio de 1851 e deu inicio áRegeneração.
Durante o resto doséculo XIX, Portugal atravessou diversas crises políticas e económicas, alternando entre governos mais autoritários e tentativas de maior liberalização. OPartido Regenerador e oPartido Progressista revezaram-se no poder, com ambos os lados tentando modernizar o país e estabilizar o regime. No entanto, a crescente instabilidade e os problemas econômicos do país minaram a confiança no sistema monárquico.
O sistema monárquico, no entanto, entrou em declínio no final doséculo XIX e início doséculo XX. A situação agravou-se com oRegicídio de 1908, deD. Carlos I, quando o rei e o seu filho mais velho, o príncipe herdeiroD. Luís Filipe, foramassassinados. Dois anos depois, em5 de outubro de 1910, com a ajuda doPartido Republicano, foi proclamada aImplantação da República Portuguesa, pondo fim à monarquia em Portugal.
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