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Nateologia católica, omodernismo é uma corrente heterogénea de pensamento que, basicamente, defende a evolução (e modificação ou transformação) dodogma e "uma reinterpretação dareligião à luz do pensamentocientífico doséculo XIX"[1]. Apareceu nos finais do século XIX e atingiu o seu auge no início doséculo XX. Teve como principais defensores osteólogosAlfred Loisy,George Tyrell,Ernesto Buonaiuti,Dimnet eAlbert Houtin[2].
O termomodernismo apareceu, pela primeira vez, naencíclicaPascendi Dominici Gregis (1907), escrito peloPapa São Pio X. Este Papa usou este termo para designar todos aqueles que defendiam e ensinavam que "Deus não pode ser reconhecido por critérios objetivosracionais, mas apenas pelo sentimento subjetivo do homem"[2].
Consequentemente, os modernistas defendiam que osdogmas e "a verdade religiosa não seriam imutáveis, mas volúveis como o homem é mutável e volúvel;Cristo não teria ensinado um corpo dedoutrinas válidas para todos os tempos, mas apenas teria dado início a um movimento religioso a ser adaptado aos diversos tempos da história". Por isso, eles alegam que "oCatolicismo contemporâneo não se poderia conciliar com a verdadeiraciência; para conseguir, deveria tornar-se nãodogmático ou transformar-se emprotestantismoliberal"[2].
Mas, é preciso diferenciar o conceito modernista deevolução do Dogma com o conceito dedesenvolvimento do Dogma (ouDesenvolvimento da Doutrina), que é aceite pela Igreja Católica.
OPapa Pio X, que defendia intransigentemente aortodoxia doutrinária, condenou fortemente omodernismo, que é encarado por ele como a "síntese de todas asheresias". Esta sua veemente condenação está expressa, por exemplo, nos documentosLamentabili Sane Exitu (1907) ePascendi Dominici Gregis (1907)[2]. Indo mais longe, este Papa formulou inclusivamente o "juramento anti-modernista", obrigatório para todos ospadres,bispos,catequistas eseminaristas[1].
Depois da realização doConcílio Vaticano II (1962-1965), os círculos católicos maisprogressistas ouliberais, afirmando que o Concílio apresentou uma ruptura em relação àTradição católica, propuseram por isso umahermenêutica ou interpretaçãoliberal dos documentos conciliares, levando ao extremo oaggiornamento proposto peloPapa João XXIII. Esta corrente divergente, reinterpretando os documentos conciliares e a própriaTradição católica, afirma, por exemplo, que a missão da Igreja não devia ser asalvação eterna do homem, mas sim, que a sua missão haveria que ser de ordem preferencialmente temporal. Estes defensores da ruptura são muitas vezes designados porneomodernistas, nomeadamente nos círculos maisconservadores.
Estesneomodernistas chegam a ponto de afirmar "que os textos do Concílio como tais ainda não seriam a verdadeira expressão do espírito do Concílio", sendo por isso "preciso ir corajosamente para além dos textos, deixando espaço à novidade em que se expressaria a intenção mais profunda, embora ainda indistinta, do Concílio. Em síntese: seria necessário seguir não os textos do Concílio, mas o seu espírito", que cria assim um grande espaço de manobra, de incerteza e de inconstância. Isto dá um sentido diferenciado ao verdadeiro "espírito conciliar" proposto por João XXIII[3].
Estesliberais, ainda em nome de um pretenso "espírito conciliar", causaram nomundo eclesiástico católico uma crise de fundo "neomodernista" e de ruptura, com várias práticas contrárias àdoutrina e à disciplina da Igreja, em desacordo com os documentos do próprio Concílio. Atualmente esta visão neomodernista perdeu influência dentro da igreja, com a hegemonia do grupo teológico ligado aos Papas João Paulo II e Bento XVI.
O "juramento antimodernista" só foi abolido em 1967, pelaCongregação para a Doutrina da Fé com aprovação doPapa Paulo VI[4], que, tal como muitosprelados, deixaram de usar o termomodernismo, porque é demasiado ambíguo e pode ser confundido com omovimento artístico modernista. OMagistério da Igreja Católica preferiu, desde então, identificar de um modo mais preciso os errosmodernistas com o seu próprio nome, como foi o caso dosecularismo,laicismo,liberalismo,relativismo,subjectivismo e ocientificismo.
Mas, o termomodernismo voltou a ser cada vez mais usado nos círculos católicostradicionalistas ou mais conservadores, para rotular os católicos mais progressistas ou até o próprioaggiornamento defendido pelo Concílio Vaticano II.
Não obstante o facto das sucessivas condenações dos Papas, algumas ideiasmodernistas, "com vocabulário próprio, reaparecem no modo de pensar de teólogos contemporâneos", nomeadamente dos defensores dateologia da libertação[2].
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