Amobilidade urbana no município deSão Paulo é caracterizada por um sistema de transportes complexo, composto de diversas variáveis e subsistemas. Diariamente, movimentam-se nacidade indivíduos oriundos dos váriosmunicípios que formam aRegião Metropolitana de São Paulo, de forma que a questão da mobilidade nesta cidade engloba necessariamente a escala metropolitana e regional. Além disso, a cidade é conhecida pela convergência de diversasrodovias estaduais e federais, com destinos outros que não a cidade, de forma que sistemas de transporte de carga com destinos e origens diferentes de São Paulo passam obrigatoriamente pela cidade. O transporte em São Paulo é frequentemente chamado decaótico, sendo um dos principais itens de campanha política de vários dos principais políticos do Município em períodos eleitorais.
Acidade deSão Paulo tem como uma de suas características, os grandescongestionamentos em suas principais vias e otransporte coletivo tem um papel fundamental no dia-a-dia dametrópole. São Paulo conta com uma imensa estrutura de linhas deônibus, com uma frota de mais de 14 000 unidades, sob responsabilidade daSPTrans. Ostrens daCPTM, oMetrô, aEMTU-SP e o sistema de interligação entre eles completam o sistema municipal e estadual de transporte na cidade. Informalmente também nota-se o uso delotações clandestinas para o transporte do excedente de passageiros que o transporte existente não tem capacidade de atender.
De acordo com pesquisa feita em 2007 peloMetrô de São Paulo,[1] dos 23,5 milhões de deslocamentos feitos diariamente na cidade de São Paulo, 30,8% são feitos a pé, 28,3% de ônibus (público, fretado ou escolar), 28% de carro particular, 10,1% de metrô ou trem, 1,7% de moto, 0,6% de bicicleta, 0,3% de táxi, e 0,1% outros.
De acordo com os mesmos dados, o ápice do uso do transporte individual (carro particular ou a pé) ocorreu em 2002; entre 2002 e 2007, houve declínio em ambas os modos de deslocamento, com aumento correspondente do uso de transporte coletivo (ônibus, trem e metrô).
Osistema viário do município é notadamente heterogêneo (que possui natureza desigual e/ou apresenta diferença de estrutura) , especialmente do ponto de vista rodoviário. A cidade é cortada por duas grandes vias que têm papel estruturador, tanto na escala intra-urbana quanto na metropolitana: aMarginal Tietê e aMarginal Pinheiros. As duas avenidas são consideradas as principais "artérias" (ouvias expressas) domunicípio, sendo que a elas chegam diversas rodovias estaduais e federais.
O desenvolvimento rodoviário da cidade, ao longo da história, tem origens variadas, mas muitas das atuais características da estruturação viária paulistana encontram referências no ideário proposto peloPlano de Avenidas dePrestes Maia, um projeto urbanístico discutido longamente e parcialmente implementado durante as décadas de1930 e40, que propõe uma série de anéis viários em camadas gradativas a partir do Centro Histórico. Estes anéis seriam ligados por vias estruturadoras (como pelaAvenida 9 de Julho, por exemplo). Observando-se a atual malha viária da cidade, é possível detectar semelhante raciocíno, composto por vias de organização radial, através da importância que as seguintes vias possuem:avenida 23 de Maio,avenida Radial Leste,avenida Rebouças,avenida Nove de Julho,avenida do Estado,avenida Prestes Maia,avenida Cruzeiro do Sul entre outras. Cada uma destas vias constituem diferentes eixos de estruturação da cidade.
São Paulo possui umsistema cicloviário em crescimento, embora ainda bastante tímido em comparação com as dimensões da cidade. Ele é composto de:
Ciclovias propriamente ditas, ou seja, segregadas do tráfego de automóveis, geralmente instaladas junto avias expressas, como naAvenida Paulista. Além disso, destacam-se três grandes ciclovias no município:
Ciclofaixas, similares à ciclovias, porém sem separação física do trânsito de automóveis, como as instaladas nobairro de Moema;[6]
Ciclorrotas, vias de trânsito compartilhado entre bicicletas e automóveis, onde a sinalização marca preferência das bicicletas. Podem ser encontradas noBrooklin e emMoema.[7]
Ciclofaixas de lazer, acessíveis somente aos domingos e feriados e em determinados horários.
Bicicletários públicos, mais comumente encontrados junto à estações de trem e metrô.
Aeroporto Campo de Marte, localizado na zona norte da cidade, no bairro deSantana. Foi o primeiro terminal aeroportuário da cidade, sendo que não conta mais com linhas comerciais regulares, predominando o tráfego dehelicópteros e aviões de pequeno porte, a denominadaaviação geral. É o quinto aeroporto mais movimentado do país.
Os sistemas detransporte público também apresentam certa heterogeneidade e, eventualmente, alguma contrariedade. São comuns críticas ao sistema no sentido de que os vários sistemas que o compõem não respondem a uma mesma autoridade de planejamento, o que resultaria em situações paradoxais e duplicação de esforços.[carece de fontes?] Tal fato se deve, primariamente, pelo fato dos dois principais meios de transporte público (o metrô e os ônibus) serem administrados por esferas diferentes: oCMSP, aCPTM e aEmpresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo, são empresas cujo sócio principal é oEstado de São Paulo, enquanto o sistema de ônibus municipais (composto por diversas empresas particulares) responde à SPTrans, entidade municipal.
São Paulo tem três sistemas de transporte rápido. São eles:
OMetrô, tem seis linhas operacionais, das quais quatro completas (1-Azul, 3-Vermelha, 4-Amarela e 5-Lilás) e duas em expansão (2-Verde rumo à Penha e 15-Prata rumo à Jacu Pêssego), mais duas em construção (6-Laranja e 17-Ouro) e outras em planejamento;
O sistema deônibus de pista-rápida: por toda a cidade existem diversas linhas de ônibus chamadas "Passa Rápido", um conceito de transporte urbano onde os pontos são no canteiro central e os ônibus tem porta à esquerda[8].
A malha metroferroviária é composta por 13 linhas e 374quilômetros de extensão, sendo cerca de 229quilômetros dentro dos limites do município de São Paulo. É operada em sua maior parte por duas empresas estaduais: São 101,1 quilômetros de linhas construídas pela CMSP, com 6 linhas em operação e 89 estações,[9] além de 273 quilômetros em 7 linhas e 96 estações administradas pelaCompanhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).[10] A CPTM e o Metrô transportam juntamente cerca de 7,8 milhões de pessoas em média pordia útil;[11] algumas linhas subterrâneas que estão sendo construídas tendem a adicionar ainda mais passageiros ao sistema dentro dos próximosanos. Há também duas outras empresas, aViaQuatro, que opera a Linha 4 - Amarela, e aViaMobilidade, que opera a Linha 5 - Lilás, ambas em regime de Parceria-Público-Privada.
São administradas pela Companhia do Metropolitano as seguintes linhas:
Linha 1 - Azul: (Jabaquara ↔Tucuruvi) A primeira linha de metrô construída no Brasil, conecta a zona norte à zona sul da cidade. As conexões estão disponíveis para as linhas 2, 3, 4, 5, 10, 11 e 13 (serviço Expresso Aeroporto). Os terminais de ônibus doTietê eJabaquara também estãoconectados àLinha 1-Azul.
Linha 15 – Prata: (Vila Prudente ↔Estação Jardim Colonial) Construída em forma demonotrilho, seu primeiro trecho foi entregue em2014. Somente um trecho da linha está disponível (onze estações completas), conectando à Linha 2 na estação Vila Prudente. Parte do restante da obra está em projeto (Ipiranga - Vila Prudente e Jardim Colonial- Hospital Cidade Tiradentes).[12]
Construída pelo Consórcio Via Amarela, e operada pelaViaQuatro:
Linha 4 - Amarela: (Vila Sônia ↔Luz) Inaugurada em maio de2010, a Linha 4 - Amarela conecta a zona oeste à Estação Luz, na zona central, em uma rota construída imediatamente abaixo das avenidas Consolação e Rebouças. Atualmente funciona com 11 estações. Essa linha possui conexões com as linhas 1, 2, 3, 9, 10, 11 e 13 (Expresso Aeroporto), e futuramente com a 6 e 17.
Linha 5 – Lilás: (Capão Redondo ↔Chácara Klabin) Com construção iniciada pelaCPTM e concluída pelaCMSP, e que liga a zona sudoeste ao centro expandido. Toda a extensão da linha está disponível (dezessete estações completas distribuídas em 19,9 km), conectando-se às linhas 1, 2 e 9, além de passar por regiões comoItaim Bibi,Moema,Ibirapuera eVila Clementino, com a estação Campo Belo que fará conexão com alinha 17 do monotrilho quando esta for entregue.
Linha 17 - Ouro: (São Paulo-Morumbi ↔Jabaquara eCongonhas) Também será em forma de monotrilho. Atualmente, está em obras. Terá acesso, no primeiro momento, às linhas 5 e 9, e futuramente, às linhas 1 e 4.
Está em construção, com regime de operação e construção em formato de umaPPP:
Linha 6 - Laranja: (Brasilândia ↔São Joaquim)[13] Anunciada em março de2008 pelo governadorJosé Serra e pelo prefeitoGilberto Kassab, teve sua construção iniciada em Janeiro de 2015 e obras paradas em Setembro de 2016 por problemas de financiamento.[14]. Após idas e vindas, as obras foram retomadas em 2020[15]. Em sua primeira fase, prevê a ligação da Vila Brasilândia até a estação São Joaquim da Linha 1, no distrito da Liberdade, estando quase inteiramente dentro do centro expandido, passando por distritos comoPerdizes,Consolação eBela Vista. Terá conexões com as linhas 1, 4 e 7.
Além destas, também existem as linhas do Sistema de Trens Metropolitanos, administradas pelaCPTM, as quais possuem intervalo superior às linhas da Companhia do Metropolitano, variando de 4 a 6 minutos nos horários de pico, dependendo da linha e trecho. A saber:
Linha 7 - Rubi: (Palmeiras-Barra Funda↔Jundiaí) Atravessa toda a região noroeste do município de São Paulo e atinge outros municípios vizinhos comoCaieiras eFranco da Rocha, tendo extensão operacional atéJundiaí. Aproveita os trilhos da antigaSão Paulo Railway. Dá acesso às linhas 1, 3, 8, 10, 11 e 13 (serviço Expresso Aeroporto), e futuramente à linha 6.
Linha 11 - Coral: (Luz ↔Estudantes) Também foi conhecida como Expresso Leste (apenas o trecho Luz ↔ Guaianazes) até o fim deste serviço em 2019, corre em paralelo à Linha 3 - Vermelha, formando uma via expressa desde oTatuapé ateItaquera, possuindo o ponto final em Estudantes, no município deMogi das Cruzes. Foi construída sobre os trilhos daEstrada de Ferro Central do Brasil. A partir dela, é possível acessar às linhas 1, 3, 4, 7, 8, 10, 12 e 13 (serviço Expresso Aeroporto), e futuramente, à linha 2.
São Paulo possui uma frota de aproximadamente 15.000ônibus detransporte público (que incluem aproximadamente 215trólebus), coloridos de acordo com aregião que atuam. Durante muitosanos, havia uma forte presença devans ilegais em toda acidade, mas ações públicas conseguiram registrar a maior parte desse tipo detransporte, implantando o mesmo sistema decores utilizados nos ônibus.Para ajudar na fluidez dotráfego foram construídos por toda a cidadecorredores de ônibus, faixas que são de uso exclusivo desse tipo de transporte. Além dos corredores, a cidade conta com um sistemaBRT denominadoExpresso Tiradentes. Encontra-se em operação o trecho Sacomã - Parque Dom Pedro II e o trecho Vila Prudente - Parque Dom Pedro II. O sistema funciona diariamente, das 4h00 às 0h00.
Sendo um levantamento, divulgado na imprensa em janeiro de 2015, 1 em cada 6 linhas de ônibus está superlotada.[22] Especificamente, 161 das 926 linhas básicas levam mais de 6 passageiros por metro quadrado, baseado em uma estimativa de quantos usuários vão de pé nos horários de pico (índice chamado"performance operacional").[22]
Embora as ferrovias sejam subutilizadas no Brasil, há um projeto para construir um serviçotrens de alta velocidade que ligaria as duas principaiscidades doBrasil, São Paulo eRio de Janeiro.[23] Os trens chegariam a velocidade de 280quilômetros por a hora (o desengate duraria aproximadamente 1 hora e 30 minutos). Este projeto específico ainda está esperando um anúncio oficial pelo governo brasileiro, que está tentando obter o financiamento internacional com umaparceria público-privada.
Outro projeto importante é o "Expresso Bandeirantes", que é um serviço de trilho de média velocidade (aproximadamente 160km/h) de São Paulo a Campinas, que reduziria otempo da viagem das atuais umahora e meia decarro para aproximadamente 50minutos, ligando ascidades de São Paulo,Jundiaí eCampinas. Este serviço seria conectado ao serviço de trens entre ocentro dacidade de São Paulo e oaeroporto de Guarulhos.
Por fim, há um projeto de trens de média distância criado na gestão deGeraldo Alckmin denominado "Trens Intercidades". Esse projeto propõe reativar quatro trechos de antigas ferrovias paulistas para passageiros, todas partindo da capital: para Santos, Americana (com parada em Campinas), Sorocaba e São José dos Campos.[24][25] Atualmente, a gestão deJoão Doria busca viabilizar o trecho São Paulo—Campinas (com futura extensão para Americana) por meio de uma concessão para a iniciativa privada do referido percurso junto da linha7—Rubi da CPTM.[26] A execução do trajeto até Sorocaba com a concessão das linhas8—Diamante e9—Esmeralda, também da CPTM, ficará a cargo do Governo do Estado caso ele decida por realizá-lo no futuro. Se a construção for feita, a concessionária será obrigada por contrato a operar e manter o trecho, conforme a minuta do contrato, capítulo II, cláusula 5a, seção 5.4.[27][28][29]
Na zona sul da capital paulista, há o projeto para implementação de um transporte público hidroviário, denominado deAquático SP, naRepresa Billings, interligando a região doGrajaú à região do Cantinho do Céu. A previsão para inauguração é em 2024.[32]
↑Lobo, Renato (2 de julho de 2020). «Meirelles diz que oTrem Intercidades em São Paulo "vai modernizar o transporte"» 🔗.Via Trolebus. Consultado em 18 de julho de 2020