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Moacy Cirne

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Moacy da Costa Cirne
Moacy Cirne em 2013
Nascimento
Morte
11 de janeiro de2014 (71 anos)

Nacionalidadebrasileiro
Carreira científica
InstituiçõesUniversidade Federal Fluminense

Moacy da Costa Cirne (São José do Seridó,13 de março de1943Natal,11 de janeiro de2014) foi umpoeta, teórico da poesia, artista visual eprofessor do Departamento de Comunicação Social daUniversidade Federal Fluminense.

Considerado o maior estudioso brasileiro dashistórias em quadrinhos, escreveu inúmeros livros sobre o assunto, além de ter sido um dos fundadores dopoema/processo.

Biografia

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Em 1967 participou do lançamento dopoema/processo (emNatal e noRio de Janeiro), movimento devanguarda literária próxima das artes plásticas, ao lado deWlademir Dias-Pino,Alvaro de Sá,Neide Dias de Sá,Dailor Varela,Anchieta Fernandes,Falves Silva,Nei Leandro de Castro,Sanderson Negreiros,Pedro Bertolino,Hugo Mund Jr. e outros. Em seguida,Joaquim Branco,Sebastião Carvalho,José Arimathéa,Ronaldo Werneck e, mais tarde,Jota Medeiros eBianor Paulino se incorporaram ao movimento, com seus poemas semiótico-gráfico-visuais, além dos projetos semântico-verbais.

Nadécada de 1970 escreveu a colunaEQ, juntamente comMarcio Ehrlich, no jornal cariocaTribuna da Imprensa. Foi editor daRevista de Cultura Vozes, dePetrópolis (1971-1980), e colaborador do suplementoLivro doJornal do Brasil (Rio, 1972-76).

Professor aposentado do Departamento de Comunicação Social daUniversidade Federal Fluminense, onde lecionava disciplinas sobrehistórias em quadrinhos eficção científica, dentre outras, era famoso no Instituto de Arte e Comunicação Social da UFF por editar e distribuir umfanzine independente de uma única página, oBalaio Porreta. Cirne costumava organizar comemorações chamadas "Balaiadas", com distribuição de brindes como livros de arte e poesia entre os alunos do curso de Comunicação Social, para divulgar as edições especiais do Balaio. Desde 2007 o fanzine, que une textos provocativos, listagens de filmes, pensamentos e poesias, se transferiu para a internet sob a forma de um blog, o Balaio Vermelho. O fanzine Balaio foi um dos principais meios de divulgação no Rio de Janeiro das poesias eróticas do polêmicoChico Doido de Caicó, durante muito tempo considerado um personagem fictício e alter-ego do próprio Moacy Cirne.

A poética na prática e na teoria

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Considerando a história em quadrinhos a literatura por excelência do século XX, Moacy Cirne considerava, em 1968, que "A poesia não poderia ficar presa ao jogo fácil das palavras, que puxam palavras – associações paranomásticas que não mais funcionam" numa referência direta à teoria daPoesia concreta, "nem a falsa engenharia estrutural / que termina na mais pura esterilidade", acrescentando que "A crise da poesia é simplesmente a crise da palavra (no poema)".

Intencionando criar uma arte radical e revolucionária marxista-leninista, voltada para a ação, Moacy pretendia criar uma poesia próxima dasartes plásticas, porém de alta "voltagem semântica". De teoria bastante complexa, o poema/processo, na visão de Moacy, deseja criar um poema dialógico,obra aberta permitindo "várias leituras, a partir de um ponto dado, inicial ou não".[1] Assim, o poema de processo permite ao "leitor" decifrar relações semióticas entre signos não necessariamente verbais, ou criar novas.

Por outro lado, conforme o manifesto do poema/processo, de 1967, assinado por Moacy Cirne, entre outros, "nem todo poema de processo, embora sempre concrecionando a linguagem, é concreto, no sentido empregado pelo gruponoigandres (são paulo). mas todo poema concreto, para ser realmente válido, precisa encerrar um processo". Dessa forma, mantendo-se fiel ao projeto inicial do poema/processo, quando este faz uso da palavra, nem sempre é possível distinguir um poema/processo de um poema concreto na obra de Moacy Cirne.[2]

Ainda assim, podemos considerar, ao vislumbrar poemas como "Correnteza em noite de lua vermelha" e "Dadá pra cá, Dadá pra lá", o quanto a melhor poesia de Moacy Cirne pode ser devedora doDadaísmo eSurrealismo, divergindo, por sua essência mais expressiva do que comunicativa do projeto dos concretistas paulistas.[3]

Morte

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No final de 2013, Moacy descobriu umcâncer de fígado, do qual começou a se tratar, passando por um procedimento cirúrgico no sábado, 11 de janeiro de 2014.[4] Pouco tempo depois da operação, teve umaparada cardíaca, ficando em coma induzido por pouco tempo, ao que não resistiu e morreu por volta das 13:00UTC-3, no Hospital da Unimed, emNatal.[5][6]

Principais Obras

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Antologias organizadas, ensaios e trabalhos visuais

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  • A explosão criativa dos quadrinhos (1970)
  • Para ler os quadrinhos (1972)
  • Vanguarda: um projeto semiológico (1975)
  • A poesia e o poema do Rio Grande do Norte (1979)
  • Uma introdução política aos quadrinhos (1982)
  • A biblioteca de Caicó (1983)
  • História e crítica dos quadrinhos brasileiros (1990)
  • Quadrinhos, sedução e paixão (2000)
  • Cinema Cinema (2003)
  • A poética das águas (2002, com Candinha Bezerra)
  • 69 poemas de Chico Doido de Caicó (2002, comNei Leandro de Castro)
  • A escrita dos quadrinhos (2006)

Poesia

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  • Objetos verbais (1979)
  • Cinema Pax (1983)
  • Um panfleto para Godard (1986) (reeditado em 2022)
  • Docemente experimental (1988)
  • Qualquer tudo (1993)
  • Continua na próxima (1994)
  • Rio Vermelho (1998).
  • A invenção de Caicó (2004)
  • Almanaque do Balaio (2006)
  • Poemas inaugurais (2007).

Teatro

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Escreveu oauto natalinoJesus de Natal, em 2006, apresentado na capitalpotiguar com direção dePaulo Jorge Dumaresq.

Prêmio Moacy Cirne de Quadrinhos

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Em 2009 o governo do Estado do Rio Grande do Norte, através daFundação José Augusto, lançou o Prêmio Moacy Cirne de Quadrinhos, que objetiva selecionar 10 quadrinistas potiguares para integrarem uma coletânea de quadrinhos. O prêmio tem como objetivo revelar e premiar o talento dos artistas profissionais ou amadores do Rio Grande do Norte, além de impulsionar a produção artística nessa área.[7]

Referências

  1. Cirne, Moacy. Duas ou três coisas sobre o Poema/processo. Revista Ponto 2, Rio de Janeiro, 1968.[ligação inativa]
  2. «Grupo Poema Processo. Poesia nova, processo novo: 8 pontos. Catálogo da Explo 02. Natal, Rio Grande do Norte. 1967.». Consultado em 4 de setembro de 2010. Arquivado dooriginal em 1 de março de 2014 
  3. «Alguns Poemas Inaugurais de Moacy Cirne». Antonio Miranda. Consultado em 15 de outubro de 2021 
  4. Samir Naliato, ed. (13 de janeiro de 2014).«Morreu o pesquisador e historiador Moacy Cirne». Universo HQ. Consultado em 15 de outubro de 2021 
  5. «O poeta, artista visual e professor Moacy Cirne se despede aos 70 anos». Tribuna do Norte. 11 de janeiro de 2014. Consultado em 11 de janeiro de 2014 
  6. «Estudioso dos quadrinhos, poeta e professor Moacy Cirne morre no RN». G1. 11 de janeiro de 2014. Consultado em 11 de janeiro de 2014 
  7. Fundação José Augusto - Página de download do edital do Prêmio Moacy Cirne de Quadrinhos -http://www.fja.rn.gov.br/fja_site/navegacao/download.aspArquivado em 4 de maio de 2009, noWayback Machine.

Ligações externas

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1989:Ionaldo Cavalcanti1990:José Carlos Costa Netto ePaulo Caruso1991:Will Eisner1992:Sonia Bibe Luyten1994:Henrique Magalhães1995:Álvaro de Moya1996:Scott McCloud1997:Álvaro de Moya1998:Gutemberg CruzLailson de Holanda Cavalcanti1999:Zuenir Ventura eCássio Loredano2000:Graça Ataíde eRosário Andrade2002:Moacy Cirne2003:Camilo Riani2004:Álvaro de Moya2005:Gonçalo Junior2006:Will Eisner2007:Waldomiro Vergueiro eRoberto Elísio dos Santos2008:Scott McCloud2009:Márcio Malta2010:Paulo Ramos2011:Paulo Ramos2012:Gilberto Maringoni2013:Gonçalo Junior2014:Sean Howe2015:Toninho Mendes2016:Rogério de Campos2017:Vários autores2018:Nick Sousanis2019:Carol Pimentel2020:Dani Marino eLaluña Machado2021:Manoel de Souza eMaurício Muniz2022:Diego Moreau eLaluña Machado2023:Érico Assis

1985 – 1989
1990 – 1999
2000 – 2009

2000:Adolfo AizenMoacy CirneRenato Silva2001:Edson RontaniIvan Wasth RodriguesRenato Canini2002:Antônio CedrazClaudio de Souza •Edmundo RodriguesIgnácio JustoIonaldo CavalcantiJosé DelboLuis Sátiro •Luiz SaidenbergLuscarNaniOsvaldo Talo •Rubens Cordeiro •Zaé Júnior •2003: Antônio Eusébio •Laerte CoutinhoMoacir Rodrigues SoaresOtacilio D'AssunçãoTony Fernandes •2004:AngeliAngelo AgostiniCarlos EstêvãoChico CarusoRivaldo •2005:Luiz GêMinami KeiziPaulo Caruso2006: Jorge Barkinwel •Lor •Sônia Luyten2007:Gutemberg MonteiroLuiz Teixeira da Silva (Tule) •Xalberto2008: Aníbal Barros Cassal •Antônio Luiz CagninDiamantino da SilvaFernando Dias da SilvaOfeliano de AlmeidaSalatiel de Holanda •2009:Deodato FilhoEmir RibeiroMozart CoutoSebastião SeabraSergio MorettiniWatson Portela

2010 – 2019

2010:Franco de RosaHenrique MagalhãesRodval Mathias •2011: Dag Lemos •Eduardo Vetillo •E.C. Nickel •Elmano SilvaNovaes2012:Bira DantasFernando GonsalesLourenço MutarelliMoacir Torres •2013: Jô Fevereiro •Júlio Emílio BrazMarcos Maldonado2014: Byrata •Lourenço MutarelliPaulo Paiva Lima •2015:Carlos Edgard HerreroGustavo MachadoMurilo Marques Moutinho •2016:Carlos PatatiChristie QueirozMarcatti2017:Arthur GarciaJoão Gualberto CostaSérgio GracianoSidney L. Salustre •2018:JalJosé MenezesFlorealMarcelo Cassaro2019:Ciça PintoMarcelo CamposOctavio Cariello

2020 – presente

2020: Aparecido Norberto •Crau da Ilha •Maria da Graça Maldonado •Ykenga2021:Anita Costa PradoEdgar FrancoEdgar VasquesAroeira2022:José Márcio NicolosiLilian MitsunagaSantiagoSergio Macedo2023:Adriana MeloÉrica AwanoLaudo FerreiraNilson Azevedo

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