| Milton Hatoum | |
|---|---|
Milton Hatoum em 2024 | |
| Nascimento | 19 de agosto de1952 (73 anos) Manaus,Amazonas |
| Residência | São Paulo |
| Nacionalidade | brasileiro |
| Cidadania | Brasil |
| Etnia | líbano-brasileiro |
| Alma mater |
|
| Ocupação | escritor |
| Distinções | Prémio Jabuti 1990 2006 |
| Obras destacadas | Dois Irmãos |
| Página oficial | |
| http://www.miltonhatoum.com.br/ | |
Milton Assi Hatoum (Manaus,19 de agosto de1952) éescritor, tradutor, professorbrasileiro[1] e membro daAcademia Brasileira de Letras. Hatoum é considerado um dos grandes escritores vivos doBrasil.[2]
Hatoum ensinouliteratura naUniversidade Federal do Amazonas (UFAM) e foi professor visitante nasUniversidade da Califórnia em Berkeley e naSorbonne, emParis. Escreveu seis romances:Relato de um Certo Oriente (1989),Dois Irmãos (2000),Cinzas do Norte (2005; este último vencedor doPrêmio Portugal Telecom de Literatura e todos os três primeiros ganhadores doPrêmio Jabuti de melhor romance),Órfãos do Eldorado, e dois volumes datrilogiaO Lugar Mais Sombrio:A Noite da Espera (2017) ePontos de Fuga (2019). Seuslivros já venderam mais de 400 mil exemplares noBrasil e foram traduzidos em dezessete países, como aItália, osEstados Unidos, aFrança e aEspanha.[3]
Em 2018 recebeu o Prêmio Roger Callois (Maison de l'Amérique Latine/PEN Club-França).[4] Em 2023, recebeu o título deDoutorHonoris Causa daUniversidade Federal do Amazonas.[5]
Hatoum costuma em suas obras falar de dramas familiares com alcance histórico e político.[6] Em 14 de agosto de 2025, Hatoum é eleito para aAcademia Brasileira de Letras, ocupando à cadeira 6 com mais de 500 mil livros vendidos em diversos países.[4][5]
Nascido numafamília de origem libanesa, seu pai - Hassan Ibrahim Hatoum - nascera noLíbano. Sua mãe, Naha Assi, era uma amazonense de paislibaneses. Enquanto seu pai eramuçulmano, sua mãe eracristã maronita.[7][8]
Hatoum mudou-se aos quinze anos de idade paraBrasília. Anos mais tarde foi preso por participar de uma passeata contra o governo. Em 1970 mudou-se paraSão Paulo, onde ingressou, em 1972, naFaculdade de Arquitetura e Urbanismo daUniversidade de São Paulo.[9] Foi perseguido ainda na FAU peloDOPS daditadura por participar domovimento estudantil. Em 1978, passou a lecionarHistória da Arquitetura naUniversidade de Taubaté,[10] onde permaneceu até pedir o afastamento devido a uma bolsa de estudos que lhe havia sido concedida naEuropa. Em 1980, viajou para aEspanha como bolsista do Instituto Iberoamericano de Cooperación. Viveu entreMadri eBarcelona. Logo depois, mudou-se para aFrança, onde cursou pós-graduação naUniversidade de Paris III.[9]
Em 1984, Milton retornou a Manaus, onde passou a lecionarlíngua eLiteratura francesa naUniversidade Federal do Amazonas.Relato de um Certo Oriente foi publicado em 1989, quando ele tinha 37 anos.
Em 1999, mudou-se para São Paulo, onde iniciou o doutorado emTeoria Literária na USP.[11] Em 2000, desligou-se da Universidade Federal do Amazonas e do programa de Pós Graduação da USP para se dedicar exclusivamente à literatura. Onze anos após a publicação do primeiro romance, Milton publicaDois Irmãos. Foicolunista do Terra Magazine, da revista Entrelivros, do jornalO Globo e do jornalO Estado de São Paulo. Vem publicando também em jornais e revistas brasileiras e estrangeiras e dando cursos e palestras em escolas, universidades e instituições.
Em 2015,Órfãos do Eldorado estreia nos cinemas, com direção de Guilherme Coelho.[12] No mesmo ano, foi lançada a adaptação em quadrinhos deDois Irmãos, feita pelos irmãosGabriel Bá eFábio Moon. AHQ foi publicada em vários países e foi vencedora do prestigiosoPrêmio Eisner na categoria"Best Adaptation from Another Medium".[13]
Em janeiro de 2017,Dois Irmãos estreou em formato deminissérie naTV Globo, com direção deLuiz Fernando Carvalho e o atorCauã Reymond no papel dos irmãos gêmeos radicados em Manaus.[14]
Em 2023, é a vez deO Rio do desejo, uma adaptação do conto "O adeus ao Comandante", com direção de Sergio Machado.
Já em 2024, estreou a adaptação deRelato de um certo oriente para o cinema, com a direção de Marcelo Gomes.[15][16]
Em agosto de 2025, foi eleito para ocupar a cadeira 6 daAcademia Brasileira de Letras, sucedendo o jornalistaCícero Sandroni, que tem como patronoCasimiro de Abreu.[17]
Hatoum é conhecido por misturar experiências e lembranças pessoais com o contexto sociocultural da Amazônia e do Oriente.[2] Sobre o primeiro livro, assim ele explica: "NoRelato de um certo Oriente há um tom de confissão, é um texto de memória sem ser memorialístico, sem ser auto-biográfico; há, como é natural, elementos de minha vida e da vida familiar. Porque minha intenção, do ponto de vista da escritura, é ligar a história pessoal à história familiar: este é o meu projeto. Num certo momento de nossa vida, nossa história é também a história de nossa família e a de nosso país (com todas as limitações e delimitações que essa história suscite)."[18]
O colunista Roberto Amorim considera a escrita de Milton possuidora de "uma linguagem caudalosa e envolvente que faz o leitor sentir a força da boa literatura."[2] Flora Sussekind observa que a prosa de Hatoum deixa de lado velhos temas típicos do regionalismo, como o conflito do homem com a natureza e os seringueiros e destaca o grande esforço técnico na estruturação de seu primeiro romance.[6]
A partir do romanceRelato de um certo Oriente, Milton Hatoum vem gozando de um reconhecimento muito grande por parte dos críticos e também dos leitores do seu país e do exterior.[18] O primeiro livro, assim como seu recenteÓrfãos do Eldorado, são considerados por diversos críticos como "obras-primas".[2] Milton já foi chamado de "O escritor que coleciona prêmios",[19] mas disse certa vez: "não escrevo para ganhá-los".[2] Foi considerado pelo crítico literário Luiz Costa Lima "um dos grandes ficcionistas do milênio".[6]
Desde a infância, Hatoum sempre frequentou bibliotecas, que considera "um lugar democrático do saber, do conhecimento, na medida em que os livros transmitem saber, conhecimento, permitem viagens imaginárias".[20]
As novas obras de Milton Hatoum começam a ganhar novas fronteiras. Dois livros do escritor e um conto foram adaptados para o cinema, eDois Irmãos ganhou uma minissérie exibida na TV Globo — além de uma versão em quadrinhos lançada há pouco tempo. Hatoum ainda trabalha num novo livro,O Lugar Mais Sombrio e diz, a ser levado ou não a sério, que, depois dessa publicação, não irá mais escrever, pois considera que não terá mais nada a dizer.[21]
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| Precedido por Nélida Piñon | 2006 | Sucedido por Carlos Nascimento Silva |
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