Bloomberg cresceu emMedford,Massachusetts e estudou naUniversidade Johns Hopkins e naHarvard Business School.[7] Iniciou sua carreira no banco de investimentosSalomon Brothers antes de criar sua própria empresa em 1981.[8] Nas próximas duas décadas, além de cofundador, também presidiu e ocupou o cargo de CEO da Bloomberg L.P., mantendo o controle acionário da empresa,[9][10] o que lhe garantiu em 2019 a posição de 9ª pessoa mais rica do mundo.[11]
Em 2001, Bloomberg foi eleito prefeito de Nova Iorque, à época filiado aoPartido Republicano, a qual passou a integrar após pertencer aoPartido Democrata durante toda a vida.[12] Foi reeleito em 2005 e, após mudança na legislação municipal, candidatou-se como independente, mas com apoio dos republicanos, a um terceiro mandato em 2009, sendo novamente reeleito.[13] Em 2016, descartou uma candidatura à presidência,[14] mas decidiu disputar a nomeação democrata para a eleição de 2020, citando como prioridade derrotar o presidenteDonald Trump.[15] Em março de 2020, após obter maus resultados naSuper Terça, desistiu de sua candidatura e declarou apoio aJoe Biden.[16]
Como signatário doThe Giving Pledge, Bloomberg também se tornou um filantropo, doando cerca de US$ 9,5 bilhões de sua fortuna para causas como o combate à violência armada e aoaquecimento global, bem como para instituições educacionais.[17][18][19] Bloomberg ainda atuou como presidente do conselho de administração de suaalma mater, a Universidade Johns Hopkins, de 1996 a 2002.[20]
Bloomberg nasceu no Hospital St. Elizabeth, em Brighton, um bairro deBoston,Massachusetts, em 14 de fevereiro de 1942, sendo filho de William Henry Bloomberg (1906–1963), um contador de uma empresa de laticínios,[21] e Charlotte (Rubens) Bloomberg (1909–2011).[22] O Bloomberg Center naHarvard Business School foi assim designado em homenagem a William Henry.[23] O avô paterno de Bloomberg, Alexander "Elick" Bloomberg, era um imigrante daRússia.[24] Já seu avô materno, Max Rubens, era um imigrante do que é hoje aBielorrússia.[25]
Nascido em uma famíliajudaica de classe média, Bloomberg integrou o Templo Emanu-El emManhattan.[26][27] A família viveu em Allston até seus dois anos de idade, quando se mudaram paraBrookline, Massachusetts, pelos próximos dois anos. Quando os agentes imobiliários rejeitaram vender uma casa para uma família judia, sua mãe convenceu o advogado irlandês da família a comprar uma casa e revendê-la em seguida emMedford, subúrbio de Boston, onde se estabeleceram e Bloomberg morou até depois de se formar na faculdade.[28][29] Na juventude, praticou oescotismo, chegando ao posto de Eagle Scout.[30]
Bloomberg estudou na Medford High School, onde integrou o grupo de debates.[29] No último ano do ensino secundário, foi descrito por seus colegas no anuário da escola como "argumentativo".[29] Após concluir o ensino médio em 1960,[31] matriculou-se naUniversidade Johns Hopkins, onde se juntou à fraternidade Phi Kappa Psi, presidindo tanto a fraternidade quanto sua classe.[29] Em 1962, quando estava no segundo ano, construiu o traje do mascote da universidade (ogaio-azul).[32] Não foi convocado para servir naGuerra do Vietnã por conta de seuspés chatos.[29] Em 1964, concluiu sua graduação como bacharel emengenharia elétrica, com uma nota média de "C".[29] Em 1966, obteve o título deMaster of Business Administration pelaHarvard Business School.[33][34]
Um Terminal Bloomberg com seis monitores, em 2012.
Em 1966, Bloomberg foi contratado peloSalomon Brothers, um grande banco de investimentos deWall Street, passando a receber umsalário de US$ 9 000 anuais.[35] Em 1973, tornou-se sócio do banco, liderando o comércio de ações e, mais tarde, o desenvolvimento de sistemas.[36] Na época, trabalhava durante 12 horas por dia e 6 dias por semana.[35] Em 1981, o Salomon Brothers foi vendido e Bloomberg demitido pelos novos donos.[35][37] Bloomberg não recebeu nenhuma quantia a título de rescisão, mas possuía US$ 10 milhões em patrimônio como sócio do banco.[38]
Com tal quantia, Bloomberg fundou uma empresa chamada Innovative Market Systems (IMS), inicialmente formada por quatro pessoas.[35] Seu plano de negócios foi baseado na percepção de que Wall Street (e a comunidade financeira em geral) estava disposta a pagar por informações comerciais de alta qualidade, entregues o mais rápido possível e com o maior número possível de formas utilizáveis, via tecnologia (por exemplo, gráficos de tendências específicas).[39]
Bloomberg, juntamente com Thomas Secunda, Duncan MacMillan e Charles Zegar, desenvolveu e construiu um sistema computadorizado para fornecer dados do mercado financeiro em tempo real, incluindo cálculos e outras análises, às empresas de Wall Street. Os equipamentos foram chamados inicialmente de "Market Master Terminals" e mais tarde ficaram conhecidos como "Terminais Bloomberg". Em 1983, aMerrill Lynch se tornou a primeira cliente da empresa, investindo US$ 30 milhões para ajudar a financiar o desenvolvimento dos terminais, inicialmente mantendo um contrato de exclusividade com a IMS.[35][40]
Bloomberg em sua empresa, em 2016.
A IMS foi renomeada paraBloomberg L.P. em 1986.[35] No mesmo ano, 5 000 terminais foram instalados nos escritórios de seus clientes.[41] Em 1990, tal número cresceu para 8 000.[42] Em 1989, comprou de volta as ações vendidas para a Merrill Lynch, correspondentes a um terço do total, por US$ 200 milhões. Na época, a empresa valia US$ 2 bilhões.[35] Ao longo dos anos, estabeleceu vários outros negócios e produtos, incluindo aBloomberg News.[35]
Em outubro de 2015, a empresa tinha mais de 325 000 terminais distribuídos em todo o mundo.[43] O preço para manter cada terminal era de US$ 24 000 por ano, com desconto para US$ 20 000 para dois ou mais. Em 2019, Bloomberg empregava 20 000 pessoas em dezenas de locais,[44] e era dono de 88% das ações da companhia.[45] A empresa teve um faturamento de aproximadamente US$ 10 bilhões em 2018, sendo US$ 3 bilhões a mais que aThomson Reuters, seu concorrente mais próximo.[44]
A cultura empresarial foi comparada a uma fraternidade, e os funcionários se gabavam no escritório da empresa de suas façanhas sexuais.[46] A empresa foi processada quatro vezes por funcionárias porassédio sexual, incluindo um incidente no qual uma vítima afirmou ter sido estuprada. Em um depoimento sobre o suposto estupro, Bloomberg alegou que só acreditaria em uma acusação de estupro se esta fosse apoiada pelo testemunho de "um terceiro irrepreensível".[47][48]
Quando decidiu iniciar sua carreira política, Bloomberg foi substituído como CEO de sua empresa, permanecendo afastado do cargo no período de seu mandato como prefeito. No outono de 2014, anunciou que retornaria à Bloomberg L.P. como seu CEO no final daquele ano.[49] Em 2019, com a decisão de concorrer a presidente dos Estados Unidos, deixou novamente a posição.[44]
Em 1992, Bloomberg foi listado pela revistaForbes como uma das400 pessoas mais ricas dos Estados Unidos pela primeira vez, com um patrimônio estimado em "US$ 350 milhões ou mais". Em 1996, aForbes estimou sua fortuna em aproximadamente US$ 1 bilhão.[50] Em 2009, aForbes informou que sua fortuna era de US$ 16 bilhões, um ganho de US$ 4,5 bilhões em relação ao ano anterior, o maior aumento entre os bilionários em todo o mundo em 2009.[51] Em apenas dois anos, passou de 142.ª pessoa mais rica do mundo para a 17.ª.[52][53] Nos anos seguintes, aForbes reportou seu patrimônio em US$ 22 bilhões, US$ 31 bilhões e US$ 43,3 bilhões.[54] Em 2020, alcançou US$ 62 bilhões, sendo a 8.ª pessoa mais rica do mundo.[55]
Em 2022, com uma fortuna de US$ 76,8 bi, o empresário figurou em nono lugar na lista anual da Forbes dos 400 americanos mais ricos.[56]
Em 2001, Bloomberg decidiu concorrer a prefeito deNova Iorque, deixando oPartido Democrata para disputar a primária doPartido Republicano, ao qual pertencia o prefeito cessanteRudy Giuliani.[57][58] Após se tornar o escolhido dos republicanos, gastou em sua campanha cerca de US$ 74 milhões de sua fortuna,[59] apesar de inicialmente ter se comprometido a gastar não mais de US$ 30 milhões, afirmando que quantia superior seria "obscena".[60] Seu oponente, o democrata Mark Green, era considerado favorito, mas enfrentou dificuldades financeiras e dispendeu um valor bem menor: US$ 16,5 milhões.[60][61] Além disso, a campanha ocorreu durante o rescaldo dosataques de 11 de setembro, o qual, segundo aThe Economist, favoreceu a candidatura de Bloomberg, que contou com o endosso do popular prefeito Giuliani.[60][62] Em 6 de novembro, foi eleito para o cargo com 50,3% dos votos, contra 47,9% de Green.[63]
Bloomberg concorreu a um segundo mandato em 2005, enfrentando o democrata Fernando Ferrer na eleição geral. Bloomberg novamente utilizou seu patrimônio pessoal para bancar a própria candidatura, gastando US$ 85 milhões.[64] Ao longo da campanha, enfatizou as melhorias promovidas no sistema educacional, a geração de empregos, a redução dos índices de criminalidade, dentre outros.[65] A oposição democrata buscou ligá-lo ao presidenteGeorge W. Bush e o criticou pela quantidade de dinheiro que empregou na disputa.[65] No entanto, era considerado o candidato favorito,[65] vencendo a eleição com 58,4% dos votos, ante os 39% de Ferrer.[66]
Em 2008, a Bloomberg anunciou que tentaria mudar a legislação para que fosse possível concorrer a um terceiro mandato em 2009, argumentando que acrise financeira demandava um líder como ele.[67] OConselho da Cidade aprovou a medida por 29 votos a 22, e as tentativas de reverter a medida foram infrutíferas.[68][69] Assim, Bloomberg concorreu novamente ao cargo, mas desta vez como umcandidato sem partido, emboracoligado com os republicanos.[70] O candidato escolhido pelos democratas, o controlador Bill Thompson, permaneceu atrás nas pesquisas no decorrer da campanha, durante a qual Bloomberg gastou US$ 102 milhões de sua fortuna; até então, nenhum outro político havia gasto tanto de seu patrimônio em uma campanha eleitoral.[71][72][73] Em novembro, foi reeleito para o cargo, mas com uma diferença bem menor que a esperada: 50,6% a 46,3%.[72][74] OThe New York Times citou como motivos para os resultados acirrados a divisão que sua candidatura a um novo mandato causou e que sua máquina eleitoral não foi capaz de entusiasmar os eleitores, ocasionando uma das mais baixas taxas de participação em eleições municipais nos últimos anos.[72]
Bloomberg foi empossado como prefeito em 1.º de janeiro de 2002, assumindo o governo municipal com a cidade traumatizada pelos atentados terroristas de 11 de setembro e com o orçamento apresentando um déficit de US$ 4,7 bilhões.[75][76] No discurso de posse, prometeu que reconstruiria e renovaria a cidade para que mantivesse seu título de "capital do mundo livre".[77] Como prefeito, optou por aplicar uma abordagem estatística, baseada em resultados, nomeando assessores com base em seus conhecimentos e concedendo-lhes ampla autonomia. Também estabeleceu seu gabinete junto com dezenas de seus assessores, visando promover o controle e a acessibilidade.[78]
Para enfrentar a crise fiscal, Bloomberg apresentou uma proposta orçamentária em 2003 que incluiu um aumento de US$ 3 bilhões em impostos, corte de gastos e de pessoal.[75][79] A proposta foi vista como responsável por estabilizar as finanças da cidade, que se recuperou. O aumento de impostos continuou nos anos seguintes. Alguns críticos, entretanto, opinaram que o prefeito deveria ter apenas cortado os gastos governamentais ao invés de aumentar os impostos.[80][81] Quando deixou o cargo, a cidade contava com um superávit de US$ 2,4 bilhões.[82]
Bloomberg convenceu a Legislatura Estadual a conceder-lhe autoridade sobre o sistema de ensino público da cidade, que desde 1968 era liderada por um Conselho de Educação.[83][84] Sob seu comando, as notas obtidas pelos alunos em testes e as taxas de graduação aumentaram.[84] Apesar das relações muitas vezes tensas com os sindicatos de professores, evitou uma greve de docentes ao concluir uma negociação que previu aumento salarial em troca de aumentos na produtividade; no geral, os professores obtiveram um aumento de 43% em seus salários.[84][85] Bloomberg ainda aumentou as restrições ao uso de celulares nas salas de aula, argumentando que estes distraíam os alunos, que costumavam usá-los de maneira inadequada. A medida foi controversa, em parte pois pais de alunos alegaram que os celulares eram vitais para se comunicarem com seus filhos.[86][87]
A redução dos crimes que começou no governo Giuliani continuou com Bloomberg, que abordou o assunto de forma mais comedida e discreta que seu antecessor.[88][89] Porém, seu apoio ao programa de revistas chamadostop-and-frisk (pare-e-reviste) foi controverso. Os críticos consideravam que a medida atingia injustamente afro-americanos e latinos.[90] Na época, Bloomberg afirmou que isso ocorria pois estes eram mais propensos a cometerem e serem vítimas de crimes violentos, que a iniciativa ajudava a manter a cidade segura e que havia sancionado uma lei que bania operfilamento racial.[91] Ostop-and-frisk foi considerado inconstitucional por uma juíza federal e descontinuado pelo governo de seu sucessor,Bill de Blasio.[92][93] Os índices de criminalidade não aumentaram na gestão de Blasio;[94] quando se candidatou à presidência, Bloomberg admitiu que estava errado em relação ao programa.[95]
Bloomberg adotou uma forte ênfase na saúde pública e no bem-estar, estabelecendo muitas políticas liberais. Como prefeito, fez doHIV, diabetes e hipertensão suas principais prioridades. Em 2003, implementou uma bem-sucedida proibição do uso de cigarros em todos os locais internos de trabalho, incluindo bares e restaurantes, e muitas outras cidades seguiram o exemplo.[96][97] Em 2008, Bloomberg sancionou a lei que tornou Nova Iorque a primeira cidade nos EUA a proibir o uso degordura trans em todos os restaurantes.[98] Em 2012, anunciou um plano para restringir a venda de refrigerantes açucarados com quantidade superior a 473 ml em restaurantes, cinemas e outros locais. A medida gerou acusações de que estava promovendo umpaternalismo e causando uma intromissão exagerada do governo na vida das pessoas.[79][99] Embora aprovada pelo Conselho de Saúde, a proibição não foi posta em prática por ter sido derrubada pela Justiça.[100][101]
Inicialmente, Bloomberg manteve índices de aprovação tão baixos quanto 24%.[102] No entanto, posteriormente atingiu e manteve altos índices de aprovação.[103] Entre 2006 a 2007, sua aprovação chegou a 70%, sem grandes variações entre democratas e republicanos.[104] Em janeiro de 2014, em pesquisa conduzida pela Universidade Quinnipac, 64% dos entrevistados afirmaram que os três mandatos de Bloomberg foram "sobretudo um sucesso", e 63% consideraram que a cidade "ficou melhor".[105] Ao avaliar seu governo, o conselho editorial doThe New York Times afirmou: "[...] Nova Iorque é mais uma vez uma cidade próspera e atraente, onde, segundo Bloomberg, mais pessoas estão entrando do que saindo. Mais de 54 milhões de turistas, o maior de todos os tempos, lotaram as ruas em 2013. A taxa de criminalidade caiu, o sistema de transporte é mais eficiente, o ambiente é mais limpo". ONYT prosseguiu: "No entanto, como mostrou a eleição de Blasio, a oportunidade e a prosperidade foram distribuídas de maneira desigual. A população de rua cresceu e, para muitos outros, os salários foram muito pequenos, e os aluguéis altos". O jornal também criticou seu apoio aostop-and-frisk e elogiou a escolha de seus assessores.[106]
Bloomberg foi frequentemente mencionado como um possível candidatocentrista para as eleições presidenciais de2008,[107]2012[108] e2016,[109] bem como para vice-presidente em 2008[110] e governador de Nova Iorque em2010.[111] Bloomberg optou por não concorrer em nenhuma dessas eleições.[108] Em 2008, não declarou publicamente apoio a nenhum presidenciável. Em novembro de 2012, logo após oFuracão Sandy, escreveu um editorial endossando a reeleição deBarack Obama como presidente, citando suas políticas relacionadas àsmudanças climáticas.[112]
Em janeiro de 2016, foi relatado que Bloomberg estava novamente considerando disputar a presidência como independente. Desta vez, porém, ele confirmou pela primeira vez que estava considerando uma candidatura.[113] Seus partidários acreditavam que ele poderia concorrer como centrista e obter o apoio de muitos eleitores que estavam insatisfeitos com os prováveis candidatos democratas e republicanos.[114] Entretanto, anunciou em 7 de março que não concorreria à presidência.[115] NaConvenção Nacional Democrata, em julho, endossou a candidatura deHillary Clinton, afirmando que seu adversário republicanoDonald Trump era um "vigarista" e "demagogo perigoso".[116][117]
Em 2018, Bloomberg se comprometeu a gastar US$ 80 milhões de sua fortuna para apoiar os candidatos democratas aoCongresso naseleições de meio de mandato, com o objetivo de eleger uma maioria democrata naCâmara dos Representantes. Em um comunicado, defendeu que a liderança republicana da Câmara era "absolutamente imprudente" e falhou em governar com responsabilidade.[118] Ao todo, seu comitê de ação política, Independence USA, transferiu US$ 112 milhões para candidatos democratas aoSenado e à Câmara, além de organizações progressistas. Bloomberg doou US$ 41 milhões para candidatos democratas em 24 distritos da Câmara — eles ganharam em 21 deles.[119] Em outubro de 2018, anunciou sua filiação ao Partido Democrata.[120]
Bloomberg discursando em evento de campanha noArizona, em fevereiro de 2020.
Em 5 de março de 2019, Bloomberg anunciou que não concorreria à presidência naeleição de 2020, encorajando o Partido Democrata a "nomear um democrata que estará na posição mais forte para derrotar Donald Trump".[121] No entanto, devido à sua insatisfação com os pré-candidatos democratas, passou a reconsiderar sua decisão.[122] Em 24 de novembro de 2019, anunciou oficialmente sua candidatura ànomeação democrata a presidente, declarando: "Estou concorrendo à Presidência para derrotar Donald Trump e reconstruir a América. Não podemos permitir mais quatro anos de ações imprudentes e antiéticas do presidente Trump".[123]
Bloomberg optou por autofinanciar sua campanha e não aceitar doações de pessoas ou empresas.[124] Nos meses de dezembro de 2019 e janeiro de 2020, gastou cerca de US$ 464 milhões, uma média de US$ 7 milhões por dia.[125] O valor era superior ao utilizado juntos por Clinton eBernie Sanders durante as primárias do partido em 2016.[126] Até o início de fevereiro, Bloomberg havia expendido US$ 250 milhões em anúncios na televisão e US$ 40 milhões em anúncios noGoogle e noYouTube. De janeiro até 18 de fevereiro, 69% dos anúncios vinculados peloFacebook foram comissionados por Bloomberg, contra 12% de Trump e 7% de Sanders.[127]
Adotando uma estratégia inédita, Bloomberg, após concluir que não haveria tempo hábil para disputar as primárias iniciais, focou nos estados daSuper Terça, cuja votação no início de março representava 33% do número total de delegados.[128][129] Ele buscou se apresentar como uma opção moderada e viável, com maiores chances de derrotar Trump,[130][131] a quem chamou de "palhaço".[132] Bloomberg passou a crescer nas pesquisas de opinião assim que anunciou sua candidatura,[133] e em meados de fevereiro chegou aos 20% na média das pesquisas nacionais, de acordo com aThe Economist.[134] Um mês antes, o mesmo agregador de pesquisas indicava-o com 5%.[135] Com a subida nas intenções de votos, outros pré-candidatos democratas o criticaram, citando o alto valor que destinou para sua campanha e acusações de misoginia e racismo.[136][137] Porém, desistiu de sua campanha em 4 de março após obter maus resultados nas prévias daSuper Terça, um grupo de estados que Bloomberg gastou mais de US$ 500 milhões. No mesmo dia, declarou apoio aJoe Biden, afirmando que era quem teria mais chances de derrotar Trump.[16][138]
Bloomberg discursando na Cúpula Global de Ação Climática, em 2018.
Enquanto trabalhava em sua empresa, Bloomberg doou grande parte de sua fortuna para pesquisas médicas, educação e artes,[139] além de integrar os conselhos de administração de várias instituições de caridade, culturais e educacionais.[140] Em 2006, fundou a Bloomberg Philanthropies,[141] com cinco áreas principais de atuação: saúde pública, artes, inovação governamental, meio ambiente e educação.[142] Em 2010, assinou oThe Giving Pledge, se comprometendo a destinar ao menos metade de seu patrimônio para a caridade.[143] Desde 1997, doou US$ 9,5 bilhões para causas que apoia.[17] Em 2019, foi incluído na lista daThe Chronicle of Philanthropy como o norte-americano que mais fez doações monetárias naquele ano, tendo doado US$ 3,3 bilhões.[144]
Bloomberg é um ambientalista e defendeu políticas para combater asmudanças climáticas. Em 2014, foi designado pelo secretário-geral daONU,Ban Ki-moon, como o primeiro Enviado Especial para as Cidades e as Mudanças Climáticas, tendo como função auxiliar as Nações Unidas a trabalhar com cidades para evitar as mudanças climáticas.[145] Até 2019, havia doado US$ 278,9 milhões para causas relacionadas ao meio-ambiente e ao combate às mudanças climáticas.[17] Bloomberg também expressou preocupação com a violência armada,[146] fundando o grupo Everytown for Gun Safety, com o objetivo de aumentar a consciência do público e dos políticos sobre o assunto e "promover esforços para manter as armas fora das mãos dos criminosos".[147]
Em 1965, Bloomberg fez sua primeira doação, de US$ 5, para aUniversidade Johns Hopkins, suaalma mater. Até 2019, doou US$ 3,3 bilhões para a universidade, tornando-se o maior doador para uma instituição de ensino dos Estados Unidos.[148][149] Outras instituições de ensino e culturais que receberam suas contribuições incluem aUniversidade Cornell (US$ 100 milhões, em 2015),[150] o Museu de Ciências de Boston (US$ 50 milhões em 2016)[151] e aUniversidade Harvard (US$ 32 milhões em 2016).[152] O montante transferido para tais instituições até 2018 foi de US$ 520 milhões.[17]
Bloomberg também destinou parte de sua fortuna para patrocinar pesquisas médicas.[17][153] Ele doou cerca de US$ 1 bilhão àOrganização Mundial da Saúde (OMS) para promover esforços contra otabaco.[154] Em 2016, assumiu o posto de embaixador global da OMS para o combate a doenças não transmissíveis, sendo incumbido de mobilizar líderes do setor privado e políticos a ajudar a instituição a reduzir as mortes ocasionadas por doenças evitáveis, acidentes de trânsito, tabaco, obesidade e álcool.[155] Em levantamento doThe New York Times, a quantia transferida por Bloomberg para instituições voltadas para a "saúde e segurança" até 2018 foi de US$ 1,4 bilhão.[17]
Bloomberg com Diana Taylor, sua companheira desde 2000.
Em 1975, Bloomberg casou-se com Susan Elizabeth Barbara Brown, uma britânica deYorkshire.[156] Eles tiveram duas filhas: Emma (nascida em 1979) e Georgina (nascida em 1983).[157] Emma trabalhou em uma instituição sem fins lucrativos, enquanto Georgina desenvolveu uma carreira como equestre.[158] Bloomberg e Brown se divorciaram em 1993; ele declarou que a considera sua "melhor amiga".[159] Desde 2000, vive com Diana Taylor, ex-superintendente dos bancos do estado de Nova Iorque.[160]
Ao longo de sua carreira empresarial, Bloomberg fez inúmeras declarações que foram consideradas ofensivas, depreciativas, sexistas ou misóginas. Enquanto trabalhava em Wall Street nas décadas de 1960 e 1970, afirmou em sua autobiografia de 1997 que tinha "uma namorada em todas as cidades".[161][162] Em várias ocasiões, comentou "I'd do her" ("eu faria ela", em tradução livre) em relação a certas mulheres, algumas das quais colegas de trabalho ou empregadas. Mais tarde, afirmou que quando dizia isso significava que poderia ter um relacionamento íntimo com a mulher.[163] Em 2018, sua assessoria afirmou que ele lamentava ter feito comentários "desrespeitosos" sobre mulheres.[163]
Durante seu mandato como prefeito, Bloomberg morou em sua própria casa, noUpper East Side deManhattan, em vez daGracie Mansion, a residência oficial do prefeito.[164] Em 2013, possuía 13 propriedades em vários países do mundo, incluindo uma mansãogeorgiana de US$ 20 milhões emSouthampton, Nova Iorque.[165][166] Em 2015, adquiriu por US$ 25 milhões a casa que pertenceu ao escritorGeorge Eliot, localizada emChelsea,Londres, sendo considerada uma propriedade histórica.[167] Bloomberg e suas filhas são donos de casas nasBermudas e ficam no país com frequência.[168][169]
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↑Anna Palmer, Eli Okun, Garrett Ross e Jake Sherman (19 de fevereiro de 2020).«Politico Playbook PM: Exodus at the Pentagon». Politico. Consultado em 24 de fevereiro de 2020 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)