A era começou na esteira doevento de extinção Permiano-Triássico, a maiorextinção em massa bem documentada na história da Terra, e terminou com oevento de extinção Cretáceo-Paleogeno, outra extinção em massa cujas vítimas incluíramdinossauros não-aviários,pterossauros,mosassauros eplesiossauros. O Mesozoico foi uma época de significativa atividade tectônica, climática e evolutiva. A era testemunhou a divisão gradual do supercontinente Pangeia em massas de terra separadas que se moveriam para as suas posições atuais durante a era seguinte. O clima do Mesozoico era variado, alternando entre períodos de aquecimento e resfriamento. No geral, porém, a Terra era mais quente do que é hoje. Os dinossauros apareceram pela primeira vez no Triássico Médio e se tornaram os vertebrados terrestres dominantes no Triássico Superior ou no Jurássico Inferior, ocupando esta posição por cerca de 150 ou 135 milhões de anos até seu desaparecimento no final do Cretáceo. Ospássaros arcaicos apareceram no Jurássico, tendoevoluído de um ramo dos dinossaurosterópodes, depois osverdadeiros pássaros desdentados apareceram no Cretáceo. Os primeirosmamíferos também apareceram durante o Mesozoico, mas permaneceriam pequenos–menos de 15 kg (33 lb)–até o Cenozoico. Asplantas com flores surgiram no Cretáceo Inferior e se diversificariam rapidamente ao longo do final da era, substituindoconíferas e outrasgimnospermas (sensu lato), comoGinkgoales,cicadáceas eBennettitales como grupo dominante de plantas.
O nome atual foi proposto em 1840 pelo geólogo britânicoJohn Phillips (1800–1874). "Mesozoico" significa literalmente 'meia-idade', derivando do prefixogrego meso- (μεσο- 'entre') e zōon (ζῷον 'animal, ser vivo').[1] Desta forma, o Mesozoico é comparável às Eras Cenozoica (lit. 'nova vida') e Paleozoica ('velha vida'), bem como ao ÉonProterozoico ('vida anterior').
A Era Mesozoica foi originalmente descrita como a era "secundária", seguindo a "primária" (Paleozoico) e precedendo oTerciária.[2]
Após o Paleozoico, o Mesozoico estendeu-se por cerca de 186 milhões de anos, desde252,17 a 66 milhões de anos atrás, quando a EraCenozoica começou. Este período de tempo é separado em trêsperíodos geológicos.
O limite inferior do Mesozoico é definido pelo evento deextinção do Permiano-Triássico, durante o qual foi estimado que até 90-96% das espécies marinhas foramextintas,[3] embora essas aproximações tenham sido questionadas por alguns paleontólogos estimando os números reais tão baixos quanto 81%.[4] Também é conhecida como a “Grande Morte” porque é considerada a maior extinção em massa da história da Terra. O limite superior do Mesozoico é definido no evento deextinção do Cretáceo-Paleogeno (ou evento de extinção K-Pg[5]), que pode ter sido causado por um impacto de asteroide que criou acratera de Chicxulub naPenínsula de Iucatã. Perto do Cretáceo Superior, acredita-se que grandes erupções vulcânicas também tenham contribuído para o evento de extinção do Cretáceo-Paleogeno.[6] Aproximadamente 50% de todos os gêneros foram extintos, incluindo todos os dinossauros não-aviários.
O Triássico Inferior durou de 252,17± 0,06 Ma até 247,2 Ma, foi uma época quente e árida após a extinção do Permiano, devido a extinção os grupos animais eram muito pouco diversos. OsTemnospondyli recuperaram e se diversificaram em grande predadores aquáticos durante o Triássico.[8] Répteis também se diversificaram rapidamente, com répteis aquáticos como osIchthyosaurus eSauropterygia se proliferando nos mares. Na terra, aparecerem os primeirosArcossauros, incluindo osPseudosuchia (parentes dos crocodilos) eAvemetatarsalia (parentes das aves e dinossauros).
O Triássico Médio vai de 247,2 Ma até 237,0 Ma, durante o qual a Pangeia começou a se quebrar em um processo de rifteamento que se iniciou no norte.Fitoplânctons,Corais eCrustáceos e vários outros invertebrados se recuperaram da extinção do Permiano ao final do Triássico Médio. Enquanto isso, na terra, répteis continuavam a se diversificar, as florestas coníferas prosperavam, assim como os primeiros mosquitos.[9][10]
O Triássico Superior vai de 237,0 Ma até 201,3 ± 0,2 Ma. Foi uma época quente e árida, com fortesmonções e com grande parte das precipitações limitadas a regiões costeiras e de altas latitudes.[11] Os primeirosDinossauros reais surgiram no Triássico Superior,[12] osPterossauros evoluíram um pouco depois.[13][14]Outros répteis grande que poderiam competir com os dinossauros foram dizimados durante aExtinção do Triássico-Jurássico, na qual grande parte dos arcossauros (excluindo osCrocodilomorfos, pterossauros e dinossauros) assim como muito sinapsídeos e quase todos os grande anfíbios foram extintos, além de 34% da vida marinha. A causa da extinção ainda é debatida, mas foi provavelmente resultado de grandes eventos de vulcanismo.[15]
O Jurássico Inferior vai de 201,3 ± 0,2 Ma até 174,1 ± 1 Ma. O clima era muito mais úmido do que no Triássico, como resultado o planeta era quente e parcialmente tropical,[17][18]mas com pequenos intervalos frios.[19]Plesiosaurios,Ichthyosaurus eAmonitas dominavam os mares[20], enquanto dinossauros e outros répteis dominavam as terras[20], com espécies como oDilophosaurus como superpredador.[21] Crocodilomorfos evoluíram para formas aquáticas, levando a quase extinção dos grandes anfíbios.[22] Os mamíferos já estavam presente durante o Jurássico, mas permaneciam pequenos, geralmente pesando menos de 10 quilos até o final do Cretáceo.[23][24]
O Jurássico Médio e Superior vão de 174,1 ± 1 Ma até 145,0 Ma. Savanas de coníferas constituíam uma grande porção das florestas do mundo.[25][26]Nos oceanos,plesiossauros eram muito comuns e osictiossauros prosperavam.[27] O Jurássico Superior vai de 163,0 Ma até 145,0 Ma, foi marcado por uma severa extinção dossaurópodes nos continentes do norte, junto com vários grupos deictiossauros. Entretanto, o limite Jurássico-Cretáceo não impactou fortemente a maior parte das formas de vida.[28]
OCretáceo é o período mais longo do Fanerozóico e o último período do Mesozóico. Ele vai de 145,0 Ma até 66,0 Ma e é dividido em duas épocas:Cretáceo Inferior eCretáceo Superior.
O Cretáceo Inferior vai de 145 Ma até 100,5 Ma. Os dinossauros continuaram abundantes, com grupos como osTyrannosauroidea,Avialae (aves),Marginocephalia eOrnithopoda tendo vislumbres do seu futuro sucesso. Outros tetrápodes, comoEstegossauros e ictiossauros sofreram um grande declínio, os saurópodes estavam restritos aos continentes do sul.
O Cretáceo Superior vai de 100,5 Ma até 66,0 Ma, durante essa época começou uma onda de resfriamento que iria continuar até o Cenozóico. Eventualmente, o clima tropical ficou restrito ao equador e áreas além das linhas de trópico, caracterizando climas mais sazonais. Surgiram novas grupos de dinossauros, comoTiranossauros,Ankylosauridae,Triceratops eHadrosaurus dominando as cadeias alimentares. Se o declínio dos pterossauros tem a ver com irradiação das aves é discutível, entretanto, várias famílias sobreviveram até o final do Cretáceo, junto com novas formas, como os gigantescosQuetzalcoatlus. Mamíferos se diversificaram apesar do seu tamanho diminuto, comMetatheria (marsupiais e semelhantes) eEutheria (placentários). Nos oceanos,Mosasaurus diversificaram preenchendo os nichos deixados pelos extintos ictiossauros, junto com grandes plesiossauros como oElasmosaurus. Além disso, surgiram as primeiras plantas com flores. No final do Cretáceo, osBasaltos de Decão e outras erupções vulcânicas estavam envenenando a atmosfera. Um grande meteoro colidiu com a Terra, formando aCratera de Chicxulub, esse impacto junto com a intensa atividade vulcânica caracterizou aExtinção K-Pg, a quinta e mais recente extinção em massa, na qual 75% de toda a vida na Terra foi extinta, incluindo todos os dinossauros não avianos. Todos os seres com mais de 10 quilos foram extintos, finalizando a grande era dos dinossauros.[29][30]
Esta orogenia estava relacionada com a abertura doOceano Ártico e asutura doNorte da China e dos crátons da Sibéria com a Ásia.[31] Em contraste, a era caracterizou-se pela ruptura dramática do supercontinente Pangeia, que gradualmente se dividiu num continente setentrional,Laurásia, e num continente meridional,Gondwana. Isto criou amargem continental passiva que caracteriza a maior parte da costaatlântica (como ao longo dacosta leste dos EUA) nos dias de hoje.[32]
O Triássico foi geralmente seco, uma tendência que começou no final doCarbonífero, e altamente sazonal, especialmente no interior da Pangeia. Os baixos níveis do mar também podem ter exacerbado os extremos de temperatura. Com sua altacapacidade de calor específico, a água atua como um reservatório de calor estabilizador de temperatura, e áreas terrestres próximas a grandes corpos d'água — especialmente oceanos — experimentam menos variação de temperatura. Como grande parte da terra da Pangeia estava distante de suas costas, as temperaturas flutuavam muito, e o interior provavelmente incluíadesertos expansivos.leitos vermelhos abundantes e evaporitos comohalita apoiam essas conclusões, mas algumas evidências sugerem que o clima geralmente seco do Triássico foi pontuado por episódios de aumento de chuvas.[33] Os episódios húmidos mais importantes foram oEvento Pluvial Carniano e um noReciano, alguns milhões de anos antes do evento de extinção Triássico-Jurássico.
Os níveis do mar começaram a subir durante o Jurássico, provavelmente causados por um aumento naexpansão do fundo do mar. A formação de nova crosta abaixo da superfície deslocou as águas do oceano em até divisões de 200 m, criando uma nova linha costeira ao redor do Oceano de Tétis. As temperaturas continuaram a aumentar, depois começaram a se estabilizar.Humidade também aumentou com a proximidade da água, e os desertos recuaram.[34]
O clima do Cretáceo é menos certo e mais amplamente disputado. Provavelmente, acredita-se que níveis mais altos dedióxido de carbono naatmosfera quase eliminaram ogradiente de temperatura norte-sul: as temperaturas eram quase as mesmas em todo o planeta e cerca de 10°C mais altas do que hoje. A circulação deoxigênio para o oceano profundo também pode ter sido interrompida, impedindo adecomposição de grandes volumes de matéria orgânica, que foi eventualmentedepositada como "xisto preto".[35][36]
Diferentes estudos chegaram a conclusões diferentes sobre a quantidade de oxigênio na atmosfera durante diferentes partes do Mesozoico, com alguns concluindo que os níveis de oxigênio eram menores do que o nível atual (cerca de 21%) ao longo do Mesozoico,[37][38] alguns concluíram que eram mais baixas no Triássico e parte do Jurássico, mas mais altas no Cretáceo,[39][40][41] e alguns concluíram que eram mais altas durante a maior parte ou todo o Triássico, Jurássico e Cretáceo.[42][43]
As coníferas foram as plantas terrestres dominantes durante a maior parte do Mesozoico, com asgramíneas se tornando comuns noCretáceo Superior. Asplantas com flores apareceram no final da era, mas não se espalharam até oCenozoico.
As espécies de plantas terrestres dominantes da época eram asgimnospermas, que são plantas vasculares, com cones e sem flores, como as coníferas que produzem sementes sem revestimento. Isso contrasta com a flora atual da Terra, na qual as plantas terrestres dominantes em termos de número de espécies são asangiospermas. Os primeiros membros do gêneroGinkgo apareceram pela primeira vez durante o Jurássico Médio. Este gênero é representado hoje por uma única espécie,Ginkgo biloba.[44] Grupos modernos de coníferas começaram a irradiar durante o Jurássico.[45]Bennettitales, um grupo extinto de gimnospermas com folhagem superficialmente semelhante à dascicadáceas, ganhou uma distribuição global durante o Triássico Superior e representou um dos grupos mais comuns de plantas com sementes do Mesozoico.[46]
Asplantas com flores irradiaram durante o início do Cretáceo, primeiro nostrópicos, mas o gradiente uniforme de temperatura permitiu que se espalhassem em direção aos polos ao longo do período. No final do Cretáceo, as angiospermas dominavam as floras arbóreas em muitas áreas, embora algumas evidências sugiram que abiomassa ainda era dominada por cicadáceas efetos até depois da extinção do Cretáceo-Paleogeno. Algumas espécies de plantas tinham distribuições que eram marcadamente diferentes dos períodos seguintes; por exemplo, asSchizeales, uma ordem de samambaias, foram distorcidas para o Hemisfério Norte no Mesozoico, mas agora estão melhor representadas no hemisfério sul.[47]
Pesquisas recentes indicam que levou muito mais tempo para o restabelecimento de ecossistemas complexos com alta biodiversidade, teias alimentares complexas e animais especializados em uma variedade de nichos, começando em meados do Triássico, 4 milhões a 6 milhões de anos após a extinção,[48] e não proliferando totalmente até 30 milhões de anos após a extinção. A vida animal foi então dominada por vários arcossauros:dinossauros, pterossauros e répteis aquáticos, como ictiossauros, plesiossauros emosassauros.[49]
As mudanças climáticas do final do Jurássico e do Cretáceo favoreceram ainda mais a radiação adaptativa. O Jurássico foi o auge da diversidade dos arcossauros, e as primeirasaves e mamíferoseutérios também apareceram. Alguns argumentaram que osinsetos se diversificaram emsimbiose com angiospermas, porque aanatomia dos insetos, especialmente as partes bucais, parece particularmente adequada para plantas com flores. No entanto, todas as principais partes bucais dos insetos precederam as angiospermas, e a diversificação dos insetos na verdade desacelerou quando elas chegaram, então sua anatomia originalmente deve ter sido adequada para algum outro propósito.
No alvorecer do Mesozoico, as comunidades de plâncton oceânico passaram de comunidades dominadas porarqueplastídeos verdes para comunidades dominadas por algas endossimbióticas com plastídios derivados de algas vermelhas. Especula-se que essa transição tenha sido causada por uma crescente escassez de muitos metais traço no oceano Mesozoico.[50]
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