Poucas informações são seguras a respeito da sua vida, em virtude de quase não haver testemunhos contemporâneos. Através de sua própria obra, depreende-se que, nascido naHispânia, Marcial partiu ainda jovem paraRoma, onde viveu a maior parte de sua vida. Nesta cidade, manteve relações com intelectuais de renome, tais comoArúncio Estela,Sílio Itálico,Juvenal,Quintiliano ePlínio, o Jovem. Algumas tradições consideram-no protegido da família deSêneca no início de sua estada na cidade.[2] Também é notória a sua gravitação ao redor das personagens importantes do governo, em especial o imperadorDomiciano, ao qual dedica vários epigramas. Em seus poemas, afirma que obteve favores das pessoas influentes com que se relacionava, tais como oius trium liberorum[3] e a própria dignidade equestre, ao mesmo tempo em que solicita alguns favores, como a instalação da rede de águas em sua residência. Também estes dados são retirados de sua própria obra, não havendo outras fontes que corroborem essas informações. Sua morte é referida porPlínio, o Jovem.[4]
Marcial publicou quinze livros de epigramas, dentre os quais doze são tradicionalmente apenas numerados e três são nomeados:
OLivro dos Espetáculos (Liber Spectaculorum), escrito por volta do ano 80 em comemoração pela inauguração doColiseu. Supõe-se que uma parte deste livro tenha sido perdida.
Xênia eApoforeta, publicados entre 84 e 85, duas coleções de dísticos elegíacos destinados a acompanhar presentes e alimentos oferecidos em dezembro, durante asSaturnais.
CONTE, Gian Biagio.Latin Literature - a History. Baltimore: Johns Hopkins, 1994.
LEITE, Diogo Moraes. Os epigramas homoeróticos de Marcial: estudo e tradução. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2019.
MARCIAL, Marco Valério.Epigramas. Tradução, notas e posfácio de Rodrigo Garcia Lopes. 2. ed. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2019.