Sizígia (dogrego clássico σύζυγοςsuzugos; "ligados pelo mesmo jugo"[3]) é o termo utilizado emastronomia para designar o alinhamento de trêscorpos celestes pertencentes a um mesmosistema gravitacional formando umaconfiguração rectilínea.[4][5]
O termo é frequentemente usado para fazer referência ao alinhamento doSol, daTerra e daLua ou de umplaneta, sendo que neste último caso, o planeta pode estar emconjunção ou emoposição.
Por oseclipses serem fenómenos resultantes do alinhamento dos corpos celestes, oseclipses solares e oseclipses lunares ocorrem aquando das sizígias, o mesmo acontecendo com ostrânsitos eocultações. O termo é por vezes aplicado à configuração formada pelo Sol e Lua (e Terra) quando estão em conjunção (lua nova) ou em oposição (lua cheia).[6]
O termosizígia é frequentemente utilizado de forma menos precisa para descrever configurações interessantes de planetas, mesmo quando não correspondam a um alinhamento geométrico perfeito sobre uma linha recta. Um exemplo desse uso, foi a designação dada à configuração planetária rara que ocorreu a 21 de Março de 1894, por volta das 23:00TMG, quandoMercúrio transitou o Sol (como visto a partir de Vénus) eMercúrio eVénus ambos simultaneamente transitaram o Sol (como visto a partir deSaturno). O termo é também utilizado para descrever situações em que todos os planetas doSistema Solar estão do mesmo lado do Sol, mesmo que não estejam necessariamente alinhados, situação que pela última vez ocorreu a 10 de Março de 1982.[7]
A 3 de Junho de 2014, oroverCuriosity pousado em Marte observou o planeta Mercúrio a transitar o Sol, marcando a primeira vez que humanos observaram umtrânsito planetário a partir de um corpo celestial para além daTerra.[2]
A ocorrência de uma sizígia por vezes resulta numaocultação,trânsito oueclipse:
Os trânsitos e ocultações do Sol pela Lua são designados poreclipse solar, independentemente do disco solarser completa ou parcialmente ocultada pela Lua, resultando em eclipses totais ou parciais. Por extensão, os trânsitos do Sol por umsatélite de um outro planeta também são frequentemente designados por eclipses, como acontece com os trânsitos dePhobos eDeimos mostrados nesteNASA's JPL photojournal, o mesmo acontecendo com a passagem de um satélite na sombra de um planeta, como nesteeclipse de Phobos. O termoeclipse também é usado de forma mais generalizada para designar a passagem de um corpo celeste em frente de outro. Por exemplo, estaNASA Astronomy Picture of the Day mostra a Lua a eclipsar Saturno, embora também refira o fenómeno coo ocultação.
Emoceanografia, as marés de sizígia são asmarés que ocorrem nas luas nova e cheia, quando os efeitos lunares e solares atuando em conjunto, se reforçam uns aos outros, produzindo as maiores marés altas e as menores marés baixas.
A ocorrência da sizígia Terra-Lua-Sol é a causa do fenómeno da variação bimensal daaltura da maré, um fenómeno que resulta na ocorrência demarés vivas emarés mortas em função da posição relativa do Sol e da Lua. Na lua nova e na lua cheia, o Sol e a Lua estão em sizígia, pelo que as suasforças de maré se reforçam mutuamente, pelo que a superfície do oceano sobe e desce mais que o normal, resultando em marés comamplitude superior à média («marés vivas» ou «marés de cabeça»). Pelo contrário, noquarto crescente e noquarto minguante, o Sol e a Lua estão em linhas que foram um ângulo recto em relação à posição da Terra, pelo que as suas forças de maré se contrariam mutuamente, pelo que a amplitude da maré é inferior à média («marés mortas»).[8] A variação da amplitude da maré também afecta amaré terrestre, o que poderá ter efeitos sobre a frequência da ocorrência desismos.
Ao efeito da variação das fases da Lua junta-se o efeito datranslação da Terra, pois durante osequinócios (em março e setembro) as marés altas são maiores e as baixas menores. Operiélio, quando o Sol está mais próximo da Terra, também resulta em maior amplitude da maré.