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Making-of (oumaking of), emcinema etelevisão, é umdocumentário de bastidores, que registra em imagem e som, o processo de produção, realização e repercussão de umfilme,série televisiva,telenovela ou qualquer outroproduto audiovisual.[1] O termo é umanglicismo,the making of, e traduz-se literalmente como "a feitura de", ou seja, o processo de fazer algo. O termo também pode ser substituído portrascâmara oupor trás das câmeras. Em português, é muitas vezes grafado incorretamente comomaking-off.
O documentário decurta metragem "Making motion pictures: a day in the Vitagraph Studio", produzido em 1908, é considerado o primeiro making-of de Hollywood.[2][3] Poucos anos depois, em 1912, a produtora deEdison realizou a sua versão de "How motion pictures are made and shown", com 15 minutos de duração.[4] Dos anos 1930 aos 1960, muitos documentários deste gênero foram produzidos pelos estúdios, com o intuito de "divulgar suas próximas produções, apresentar novas estrelas ou mostrar inovações tecnológicas, tais como a filmagem em cores".[5]
Mas a expressãomaking-of só foi popularizada a partir dos anos 1980, com a crescente divulgação de documentários sobre a realização devideoclipes, muito especialmenteMaking Michael Jackson's - Thriller (1984), dirigido porJohn Landis para o cantorMichael Jackson.[6] Até então, produtos deste tipo eram mais conhecidos como "behind-the-scenes documentaries" (documentários de bastidores) ou "featurettes".[7]
A partir de 1984, a companhia norte-americanaCriterion passou a lançar a sua coleção de filmes clássicos e contemporâneos para distribuição doméstica - a princípio em formatoLaserdisc, depois emDVD (1998) e mais recentemente (2008) emBlu-ray -, e sempre incluindo making-ofs sobre cada filme. A estratégia teve boa recepção de público, e terminou sendo adotada por outras distribuidoras.[8]
Alguns making-ofs tornaram-se conhecidos não apenas como material de divulgação dos filmes retratados, mas por suas qualidades documentais e históricas. É o caso de "O apocalipse de um cineasta" ("Hearts of darkness", 1991), de Fax Bahr e George Hickenlooper, sobre o "Apocalypse now" deCoppola; "Diário de uma filmagem" ("Dokument Fanny och Alexander", 1982), em que o próprioIngmar Bergman documentou as filmagens de seu longa "Fanny e Alexander"; ou "Lost in La Mancha" (2002), de Keith Fulton e Louis Pepe sobre o filme inacabado deTerry Gilliam, "O homem que matou Dom Quixote".[9] O cineasta francêsLaurent Bouzereau, trabalhando nos Estados Unidos, especializou-se em realizar making-ofs de alta qualidade, documentando filmes como "Os Pássaros" deHitchcock, "Tubarão" deSpielberg ou "Carrie" deBrian de Palma.[10]
Nos primeiros anos do século XXI surgiram festivais de cinema específicos para making-ofs, como o deRomorantin, na França, que chegou a ter 7 edições entre 2003 e 2010,[11] ou o Festival deL'Échelle, também na França, instituído em 2013 pela MOPI,Making-Of Promotion International".[12] No Brasil, oFestival Nacional do Making Of teve edições em 2007 e 2012.[13]
A ideia do making-of foi também aproveitada pelaindústria fonográfica, sendo possível encontrarDVDs com documentários de bastidores sobre a produção deCDs ou a realização de espetáculos musicais. Mais recentemente, a expressão making-of passou a ser usada para qualquer documentação de trabalho, seja uma sessão de fotos ou a construção de um prédio.