Nascido na antigaPalestina Mandatária, no vilarejo de Al-Birweh, situado a 10,5 quilômetros deAcre, na região daGalileia, era o segundo dos oito filhos de uma família de proprietários de terrassunitas.
Durante aguerra de 1948, a família Darwish refugiou-se noLíbano, lá permanecendo por um ano. No seu retorno, porém, a pequena vila já não existia: tal como cerca de 500 outras aldeias árabes, a sua havia sido arrasada pelas tropas israelenses,[1][2][3] - prática adotada pelo novoEstado judeu, para impedir o retorno dos antigos habitantesárabes ao território israelense.[4][5][6] No lugar da aldeia devastada, instalara-se ocolonato agrícolajudaico deAhihud.[7]
A família Darwish estabelece-se então na vila de Deir al-Asad, nas proximidades deAcre, área que havia sido capturada pelas forças de Israel. Ali, Darwish recebeu o ensino básico. Mais tarde, frequenta o ensino médio, em Kafr Yasif, também nos arredores de Acre.[8] Finalmente, mudou-se paraHaifa.
Lançou seu primeiro livro de poesia,Asafir bila ajniha (Pássaros sem asas), aos 19 anos. Também publicava poemas no periódico literárioAl Jadid, ligado aoPartido Comunista de Israel, do qual acabou por se tornar editor. Mais tarde, tornou-se assistente de editor deAl Fajr, periódico literário do Partido dos Trabalhadores Unidos (Mapam).[9]
Entre1961 e1967, foi preso diversas vezes. Afinal deixou Israel em 1970 para estudar na antigaUnião Soviética.[10] Lá frequentou aUniversidade Estatal Lomonosov de Moscou por um ano,[11] antes de passar a viver no Egito e no Líbano.[12] Quando ingressou naOLP (Organização para a Libertação da Palestina) em 1973, foi proibido de entrar novamente em Israel.[11]
Em 1995, foi-lhe concedida autorização de entrada em Israel, para assistir ao funeral de um amigo, o escritorEmile Habibi. Pôde permanecer em Haifa por quatro dias. No mesmo ano, recebeu permissão para se estabelecer emRamallah.[13][14]
Darwish casou-se e divorciou-se por duas vezes. Não teve filhos. Sua primeira mulher foi a escritora Rana Kabbani. Após o divórcio, em meados dos anos 1980, ele se casou com a tradutora egípcia Hayat Heeni.[11] A "Rita" dos poemas de Darwish era Tamar Ben-Ami, uma mulher judia que ele amou quando vivia em Haifa.[15] Essa relação é abordada nodocumentárioWrite Down, I Am an Arab, de Ibtisam Mara'ana.
Darwish tinha um histórico dedoença cardíaca, tendo sofrido uminfarto em 1984. Também já havia pasado por duas cirurgias cardíacas, em 1984 e 1998.[11]
Sua última visita a Israel aconteceu em 15 de julho de 2007, para assistir a um recital de poesia no Auditório Mont Carmel, em Haifa.[16] No evento, ele criticou a violência faccional entreFatah eHamas uma "tentativa de suicídio na rua."[17]
Integrante daOLP, Darwich afastou-se da organização em1993, por discordar da posição da organização no tocante aosAcordos de Oslo.
Darwish é considerado o poeta nacional da Palestina. Seu trabalho, que evoca a dor do deslocamento com paradoxos sutis, foi traduzido em mais de 20 línguas. Na obra do poeta, além da angústia doexílio, aPalestina aparece comometáfora do "paraíso perdido", nascimento e ressurreição.
Mahmoud Darwish morreu em 9 de agosto de 2008, aos 67 anos, três dias após ter sofrido umacirurgia cardíaca no Memorial Hermann Hospital, emHouston, Texas. Antes da cirurgia, Darwish havia assinado um documento pedindo para não serressuscitado, no caso demorte cerebral.[19]
Onze astros. Prefácio e tradução de Michel Sleiman. Rio de Janeiro: Tabla, 2021ISBN 9786586824094[23]
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Referências
↑George Baramki Azar (1991).Palestine: A photographic journey. [S.l.]: University of California Press. p. 125.ISBN978-0-520-07544-3.He was born in al-Birwa, a village east of Acre, in 1941. In 1948 his family fled to Lebanon to escape the fighting between the Arab and Israeli armies. When they returned to their village, they found it had been razed by Israeli troops.
↑"al-Birwa...had been razed by the Israeli army".Mattar, Philip (2005).Encyclopedia of the Palestinians. New York, NY: Facts on File. p. 115.ISBN0-8160-5764-8
↑Taha, Ibrahim (2002).The Palestinian Novel: a communication study. [S.l.]: Routledge. p. 6.ISBN978-0-7007-1271-7.al-Birwa (the village where the well-known Mahmud Darwish was born), which was destroyed by the Israeli army in 1948.