Movatterモバイル変換


[0]ホーム

URL:


Saltar para o conteúdo
Wikipédia
Busca

Macumba

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Macumba (Utilizado pela Cisa)
Oferendas religiosas comumente chamadas Macumba
 Nota: Se procura pela praia carioca, vejaPraia da Macumba.

Macumba (doquimbundo: ma'kôba) é um instrumento depercussão de origemafricana, semelhante ao instrumentoreco-reco.[1][2]

NoBrasil, o termo é principalmente usado como uma designação genérica doscultos afro-brasileiros de origemnagô e que receberam influências de outras religiões africanas (de Angola e do Congo), como também ameríndias, católicas, espíritas e ocultistas.[3] Por meio de um processo de ampliação de sentido, o termo "macumba" (e o derivado "macumbeiro", originalmente o "tocador de macumba")[4] passou a referir também, de forma pejorativa, àsoferendas religiosas ligadas as religiões dematrizes africanas.[carece de fontes?]

Etimologia

[editar |editar código-fonte]

O vocábulo tem origem numalíngua banta, okimbundu, a partir de "ma'kôba".[5] O significado do termo original é incerto, sendo apontado por alguns como sendo originalmente uma dança[6] ou como oinstrumento percutido durante a dança.[7][8][9]

Outras definições

[editar |editar código-fonte]

O termo é frequentemente usado como uma designação genérica para asreligiões afro-brasileiras, como ocandomblé e aumbanda, quase sempre com sentido depreciativo,[1][6] como sinônimo de "bruxaria", "feitiçaria", "charlatanismo", "curandeirismo", etc.[10] ou, em outros contextos, no sentido de "mandinga",[11] "ebó",[11] "coisa-feita",[11] "despacho", "encomenda", "mironga" (do quimbundomilonga, plural demulonga, no sentido de 'demanda, queixa, injúria'[12]) e outros

A palavra também pode referir-se a certas religiões afro-brasileiras em específico, como algumas antigas "macumbas do Rio de Janeiro", aparentadas da religiãosincréticacabula (angola, com influxos doislamismo).[13][14]

Descrições literárias

[editar |editar código-fonte]

A seguir, eis alguns relatos a respeito das práticas da macumba noBrasil ao longo do tempo, que também reiteram o uso pejorativo do termo. EmAs Religiões no Rio (1904), o jornalistaJoão do Rio escreveu:[15]

Vivemos na dependência do feitiço, dessa caterva de negros e negras de babaloxás eyauô, somos nós que lhes asseguramos a existência, com o carinho de um negociante por uma amante atriz. O feitiço é o nosso vício, mas o nosso gozo, a degeneração. Exige, damos-lhe; explora, deixamo-nos explorar e, seja elemaitre-chanteur, assassino, larápio, fica sempre impune e forte pela vida que lhe empresta o nosso dinheiro.

SegundoCâmara Cascudo:[16]

Ainda ao tempo das reportagens deJoão do Rio, os cultos de origens africanas noRio de Janeiro chamavam-se, coletivamente,candomblés, como naBahia, reconhecendo-se, contudo, duas seções principais: osorixás dos cultosnagôs e osalufás dos cultosmuçulmanos (malês) trazidos pelos escravos. Mais tarde, o termo genérico "macumba" foi substituído pelo termo "kiumbanda". Meio século após a publicação deAs Religiões do Rio, estão inteiramente perdidas as tradiçõesmalês e, em geral, os cultos, abertos a todas as influências, dividem-se emterreiros (cultos nagôs) e tendas.

De acordo comReginaldo Prandi:[17]

[...] a macumbacarioca, portanto, pode bem ter se organizado como culto religioso na virada do século, como aconteceu também naBahia. Não vejo, pois, razão para pensá-la como simples resultante de um processo de degradação dessecandomblé visto no Rio no fim do século por João do Rio, essa macumba sempre descrita comofeitiçaria, isto é, prática de manipulação religiosa por indivíduos isoladamente, numa total ausência de comunidades de culto organizadas.Arthur Ramos fala de um culto de origembanta no Rio de Janeiro na primeira metade do século, cultuandoorixás assimilados dosnagôs, com organização própria, com a possessão deespíritos desencarnados que, no Brasil, reproduziram ou substituíram, por razões óbvias, a antiga tradição banto de culto aos antepassados [...]. São cultos muito assemelhados aoscandomblés angola e decaboclos da Bahia, registrados porEdison Carneiro, que já os tratava como formas degeneradas [...].

Locais de uso

[editar |editar código-fonte]

A cidademaranhense deCodó (Brasil) é conhecida como "capital da macumba", embora a religião afro-brasileira praticada na região de Codó, bem como emTeresina, seja mais conhecida comoterecô. Segundo os idosos locais, Codó teria sido fundada por praticantes de cultos afro-brasileiros e diz-se que a localidade teria a maior concentração deterreiros por km², no Brasil. Em Codó, morava um célebrepai de santo, Bita do Barão, falecido em 2019.[18]

Referências

  1. abFerreira (s.d.).
  2. Andrade (1989), p. 296.
  3. Dicionário Houaiss: 'macumba'
  4. Ah, Se Eu Pudesse Voltar No Tempo, Por VERA LUCIA MARINZECK DE CARVALHO
  5. Aulete (s.d.).
  6. abRosenfeld (1993), p. 49-50, apud Oliveira e Chagas (2008).
  7. Andrade (2015), p. 44.
  8. Macumba é um instrumento musical
  9. Macumba dicionarioinformal.com.br
  10. Silva (2005), p. 12, 19.
  11. abcCascudo (1999), p. 289, p. 530.
  12. Dicionário Houaiss: 'mironga [etimologia].
  13. Silva (2005), p. 86.
  14. Bastide (1978).
  15. Rio (1904).
  16. Cascudo (1999).
  17. Prandi (1999).
  18. Temer visitou Bita do Barão antes do impeachment. Acesso em 1º de maio de 2017.

Bibliografia

[editar |editar código-fonte]
  • ANDRADE, Mário de.Dicionário Musical Brasileiro. Belo Horizonte: Itatiaia, 1989.
_________________Música de Feitiçaria no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.link. [1a. ed., 1963.]
  • AULETE, Caldas. "Macumba". In:Dicionário Caldas Aulete [Online]. s.d.link.
  • BASTIDE, R.The African religions of Brazil: Toward a sociology of the interpenetration of civilizations. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1978.link. [Ed. original:Les religions africaines au Brésil, PUF, 1960;As religiões africanas no Brasil, 1971.]
  • CASCUDO, Luís da Câmara.Dicionário do Folclore Brasileiro. 10a. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999. [Cf. verbetes "feitiçaria", p. 389, e "macumba", p. 530.]
  • FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. "Macumba". In:Dicionário Aurélio de Português [Online]. s.d.link.
  • OLIVEIRA, C. M.; CHAGAS, J. R. "Minhas contas" (2008): desconstruindo preconceitos através da literatura para crianças. In:Anais do 17o. Congreso de Leitura do Brasil, Unicamp, Campinas, SP, 2009. 7 p.
  • PRANDI, Reginaldo.Os Candomblés de São Paulo. São Paulo: Hucitec, 1991.link.
  • RIO, João do.As religiões no Rio. Paris: Garnier, 1904. [Cf. ed. de 1976,link.]
  • ROSENFELD, Anatol.Negro, Macumba e Futebol. São Paulo: Perspectiva, 2007. [1a. ed., 1993.]
  • SILVA, Vagner Gonçalves da.Candomblé e Umbanda – caminhos da devoção brasileira. São Paulo: Selo Negro Edições, 2005.link.

Ligações externas

[editar |editar código-fonte]
Religiões
Candomblé
Ver também
Abraâmicas
Dármicas
Irânicas
Taoicas
Africanas
e derivadas
Diaspóricas
Raízes
Modernas
Outras
Controle de autoridade
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Macumba&oldid=69620428"
Categorias:
Categorias ocultas:

[8]ページ先頭

©2009-2025 Movatter.jp