Esta páginacita fontes, mas quenão cobrem todo o conteúdo. Ajude ainserir referências (Encontre fontes:ABW • CAPES • Google (notícias • livros • acadêmico)).(Agosto de 2012) |
MPB4 | |
---|---|
Informações gerais | |
Origem | Niterói,Rio de Janeiro |
País | Brasil |
Gênero(s) | MPB,samba,jazz,latin jazz |
Período em atividade | 1965 – atualmente |
Integrantes | 1ª voz -Dalmo Medeiros 2ª voz -Paulo Malaguti 3ª voz -Aquiles 4ª voz -Miltinho |
Ex-integrantes | 1ª voz -Ruy 2ª voz -Magro Waghabi |
Página oficial | Sítio oficial |
MPB4 é um grupovocal einstrumental brasileiro formado emNiterói,Rio de Janeiro, em 1965. A primeira formação contou com Miltinho, Magro, Aquiles e Ruy Faria.
Em 2004, Ruy Faria saiu do quarteto (saída esta por conta de divergências comerciais com um dos integrantes, Miltinho), sendo assim substituído porDalmo Medeiros, ex-integrante do grupoCéu da Boca, convidado para ficar em seu lugar.
Em 2012, o grupo perdeMagro Waghabi, vítima de um câncer, aos 68 anos. O cantor, compositor e arranjador,Paulo Malaguti Pauleira, ex-integrante doCéu da Boca e integrante do Arranco de Varsóvia, é convidado para substituir Magro. Após alguns shows por São Paulo, Fortaleza e Minas, sendo anunciando ainda como participação especial, nos dias 25 e 26 de janeiro de 2013, Paulo Malaguti Pauleira foi apresentado oficialmente como novo integrante do MPB4, em dois emocionantes shows noRival Petrobras. Em 11 de janeiro de 2018, morre aos 80 anos Ruy Faria, que ficou até 2004.[1]
Seus principais gêneros musicais são osamba e aMPB. Com um repertório marcado por composições de personalidades da música popular brasileira, como por exemplo,Noel Rosa,Milton Nascimento,Chico Buarque,João Bosco,Paulo César Pinheiro,Aldir Blanc,Vinicius de Moraes eTom Jobim. O grupo apresenta-se em todo oBrasil, com sucesso de público e de crítica.
A formação do grupo ocorreu em meados de 1964, quando Aquiles, Magro, Ruy e Miltinho integravam o Centro Popular de Cultura, afiliado àUnião Nacional dos Estudantes -UNE. Magro e Miltinho eram estudantes do 3.º ano deEngenharia daUniversidade Federal Fluminense -UFF. Ambos tinham formação musical iniciada desde criança: Miltinho aprendeu violão na adolescência, com o instrumentista, Jodacil Damasceno, e Magro havia participado da Sociedade Musical Patápio Silva, além de ter aprendido teoria musical com Eumir Deodato e Isaac Karabtchevsky.
Ruy tinha acabado de se graduar em Direito pela mesma universidade e era escriturário da antiga agência do Instituto de Assistência e Previdência Social - IAPS. Ao mesmo tempo, trabalhava na noite carioca em dois grupos vocais e tinha sido''crooner'' emSanto Antônio de Pádua,Rio de Janeiro. Aquiles era estudante secundarista e participava do coral de uma escola estadual de Niterói. De família católica, aos 17 anos, resolveu seguir carreira musical com os outros três integrantes.
Cada um dos integrantes tem um gosto musical diferenciado, embora eles tenham sido influenciados pelo grupo vocal,Os Cariocas. Miltinho, desde a adolescência, curtia música americana e Bossa-nova com os gruposOs Cariocas eTamba Trio. Aquiles, ao mesmo tempo que tinha preferência peloTrio Irakitan, era fã deElvis Presley.
Em 1965, resolvem ser músicos profissionais e viajam para São Paulo. Já tinham gravado o compacto simples "Samba Bem", em 1964, pelo selo Elenco. No início, os quatro rapazes passaram por dificuldades, pois já haviam trilhado carreiras promissoras na época e seus familiares lamentaram a decisão tomada, embora não tenham enfrentado tamanhas resistências. Além disso, Aquiles era menor de idade e seu pai desejava emancipá-lo. Entretanto, tal procedimento era demorado e Ruy Faria tornou-se seu tutor. A passagem da adolescência para a vida adulta foi abrupta para Aquiles, segundo o relato de Ruy Faria, pois foi comparada à troca da Coca-Cola por cerveja.
Lá, entram em contato com artistas recém-lançados na época, comoChico Buarque,Nara Leão,Sidney Miller,Quarteto em Cy, entre outros. Desde o início do grupo, tornam-se ativistas de uma nova proposta, a de uma música brasileira mais popular a todos os que escutarem, de forma que sejam exaltados o povo brasileiro e seus costumes e, principalmente, a crítica à situação política do país, imerso na Ditatura Militar. Desta maneira, entraram em seu repertório as músicas de protesto e sambas.
A parceria com Chico Buarque iniciou-se nesta viagem e durou aproximadamente dez anos. Durante esse período, o MPB4 firmou sua musicalidade e acompanhava-o em suas apresentações como escudeiro musical, com boas interpretações das composições de Chico, que já foi considerado como o "quinto integrante de um quarteto". Um dos maiores destaques nessa década são as músicas "Quem te viu, quem te vê" e "Roda Viva", ambas de 1967. Além disso, ganharam espaço também nos famosos festivais de música, produzidos pela Rede Record.
Em 1966, foi lançado o primeiro LP do grupo, com o título "MPB4". O destaque vai para as músicas "Lamento" e "Teresa Tristeza". Em 1967, foi lançado outro trabalho, com as músicas "Quem te viu, quem te vê", "Brincadeira de Angola", "Cordão da Saideira" e "Gabriela", que ficou em 6º lugar noIII Festival da Música Popular da Rede Record. No mesmo festival foi apresentado o dueto "Roda Viva", com Chico Buarque, que ficou em 3º lugar.[2]
Em 1968, lançam mais um LP com o mesmo título do grupo. Desta vez, a novidade é que cada integrante do grupo tem autonomia sobre uma faixa, como explicou Magro no programa Ensaio, de 1973. Aquiles cantou a música "Estrela é Lua Nova" com o coral da Escola Municipal de Niterói, onde estudou. Miltinho estreia como compositor, na faixa "Vim pra ficar". Entretanto, apesar das inovações do grupo, o disco não obteve o reconhecimento esperado.
Ao mesmo tempo, os quatro rapazes enfrentavam dificuldades financeiras e a marca ferrenha da Censura, apesar de serem requisitados para apresentações nos palcos e na televisão. Além disso, em 1968, Chico Buarque vai à Itália para se proteger da Ditadura Militar. Sem seu parceiro, o grupo perdeu o norte e seus integrantes quase desistiram da carreira. O MPB4 tinha seus espetáculos encerrados a qualquer tempo pela Censura. Para driblá-la, os quatro integrantes tinham truques para enganar os censores, além de negociar as letras das músicas, prática que continuaria na década seguinte.
A composição vocal do MPB4 até 1968 era: Ruy, primeira voz; Magro, segunda; Miltinho, terceira; e Aquiles, quarta voz. A partir de então, quando Aquiles estudoubelcanto (impostação vocal), sua professora discordou da sua posição nas vozes do quarteto e sugeriu a troca das posições vocais. Então, Miltinho, ficou com a quarta voz, e Aquiles, com a terceira. A troca permanece até hoje e percebe-se que a sonoridade das vozes ficou harmônica.
Em 1970, o MPB4 lança o LP "Deixa Estar", um dos marcos principais da carreira do quarteto. O destaque principal é a música "Amigo é pra essas coisas", deAldir Blanc eSílvio da Silva Júnior, que reflete também o espírito do quarteto em enfrentar dificuldades juntos. ComoChico Buarque ainda não estava noBrasil, a música foi uma espécie de "independência" ao parceiro, pois eles não seriam vistos mais como "Porta-vozes do Chico", mas um quarteto vocal com personalidade própria. Outros destaques são "Candeias", com o primeiro arranjo vocal de Miltinho, "Boca do Mota", deMilton Nascimento e "Derramaro o Gai".
Em 1971, foi lançado o LP "De Palavra… Em Palavra...", que consolida o estilo do trabalho anterior. Destacam-se as músicas "Cravo e Canela", deMilton Nascimento, "O Cafona", deMarcos Valle, "Eu chego lá", deAtaulfo Alves, "De Palavra…Em Palavra…", de Miltinho e Magro, e "Pois é, pra quê", deSidney Miller.
A parceria com Chico Buarque continua firme até meados dessa década. Ele e o quarteto viajaram para alguns países, como Argentina e Portugal. As marcas da resistência e contestação contra o Governo Militar continuam firmes nos trabalhos do quarteto, mesmo que eles tenham seus espetáculos encerrados arbitrariamente e buscado negociações em Brasília. A questão financeira também seria complicada para o MPB4, como explica Ruy Faria, em entrevista concedida à jornalista Rosa Minine. Para custear as apresentações, eles pegavam empréstimos nos bancos e, mesmo assim, corriam o risco de ter o investimento perdido com um simples ato da Censura. Mesmo alcançando sucesso de crítica e público, o sossego contra as perseguições viria a partir de 1979, ano daLei da Anistia.
O ano de 1972 foi importante para o MPB4, pois é lançado o LPCicatrizes, considerado como um dos trabalhos mais promissores. Miltinho destaca-se como compositor da música-título, com a parceria do jovemPaulo César Pinheiro. Os arranjos, instrumental e vocal, de Magro tornam-se mais ousados, com destaque para as músicas "Agiboré", "San Vicente", "Partido Alto" deChico Buarque, e "Pesadelo".
Ainda no mesmo ano, o MPB4 foi considerado como o melhor Conjunto Vocal pelaAssociação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Um dos jurados que participaram da votação foi o jovem jornalistaMaurício Kubrusly.
Em 1973, o quarteto grava a música-tema deO Bem-Amado, composta porToquinho eVinícius de Moraes, para a novela deDias Gomes. Com o nome de Coral Som Livre, os rapazes do quarteto cantam de forma escondida, para driblarem os censores, que teimavam em persegui-los.
No mesmo ano, o quarteto participa das apresentações do projetoPhono 73, ao lado deChico Buarque. Justamente no período mais duro daDitadura Militar brasileira, esse evento ganhou umviés político, a partir da apresentação de artistas que foram perseguidos pelo regime, comoGal Costa,Caetano Veloso,Gilberto Gil. Além disso, destacaram-se também os estreantesRaul Seixas eOdair José, e artistas consagrados, comoElis Regina.
Em 1974, o MPB4 lançou dois excelentes LPs, com avaliações positivas da crítica e do público. O LP 'Antologia' reúne pout-pourri de vários sambistas e outros nomes consagrados da música brasileira, comoDorival Caymmi,Noel Rosa,Paulinho da Viola e o próprioChico Buarque. Este disco alcança a venda de 70.000 cópias, um valor expressivo para a época. O LP 'Palhaços e Reis' destaca-se pelas composições deGonzaguinha eIvan Lins, tais comoTá Certo, Doutor ePalhaços e Reis, que também ganharam relevo nas vozes do quarteto e nos arranjos inovadores deMagro.
No ano seguinte, 1975, o MPB4 emplaca o sucesso Porto, para a novelaGabriela Cravo e Canela. A mesma música é usada também no remake desta novela, em 2012, com muito sucesso. Ainda por cima, lança o LP 'MPB4 10 anos', em comemoração ao décimo aniversário do grupo. Destaques para as músicasInbalança eDe Frente Pro Crime.
Nos anos 1970, participaram de espetáculos históricos, tais como Construção (1971),Phono 73 (1973), MPB4 no Safári (1975) e Cobra de Vidro (1978). Além disso, lançam discos que consolidam a carreira do quarteto vocal, tais como De Palavra em Palavra, (1971), Cicatrizes (1972), Canto dos Homens (1976) e Cobra de Vidro (1978), entre outros trabalhos de sucesso de crítica e público.
Nos anos 1980, lançaram dois trabalhos infantis: Flicts (com oQuarteto em Cy, em 1980) e Adivinha o que é (1981), além da participação no especial da Globo, Arca de Noé, com a música 'O Pato'. Outro trabalho de destaque é o disco "Amigo é Pra Essas Coisas" (1989), com a participação dos filhos dos integrantes do MPB4 na banda de acompanhamento.
Nos anos 1990, lançaram discos importantes e com grande aceitação de crítica e de público, como Samba da Minha Terra (1991). Os primeiros discos do grupo, ao vivo, foram A Arte de Cantar ao Vivo (1995) e Melhores Momentos (1999). Continuam com a parceria com o grupoQuarteto em Cy em Bate-Boca (1997) e Somos Todos Iguais (1998).
Em (2000), o quarteto lança dois trabalhos, um deles com oQuarteto em Cy, Vinícius e a Arte do Encontro. Em 2004, Ruy Faria sai do grupo eDalmo Medeiros torna-se integrante do MPB4. Em 2006, é lançado o DVD "MPB-4 40 Anos", com a participação deChico Buarque,Milton Nascimento,Cauby Peixoto,Roberta Sá, entre outros artistas consagrados. Em 2008, o grupo gravou, junto com Toquinho, CD e DVD ao vivo, lançados pela Biscoito Fino.
Em2012 é lançado, pela Biscoito Fino, o CD "Contigo Aprendi[3]", com versões inéditas para o português, feitas por diversos compositores brasileiros, para grandes boleros. Magro Waghabi morre[4] em São Paulo (SP) após uma longa batalha contra o câncer, no dia 8 de agosto de 2012, aos 68 anos. Paulo Malaguti Pauleira entra em seu lugar.
Ao lado de Miltinho, Aquiles e Dalmo, em 2013 o cantor e tecladista Paulo Malaguti Pauleira[5] passou a integrar a nova formação do grupo, inaugurada em show de lançamento do CD “Contigo aprendi”, no Teatro Rival (RJ). Nesse mesmo ano, foi indicado ao Prêmio da Música Brasileira, na categoria Melhor Grupo MPB, pelo CD “Contigo aprendi”.[6]
Em 2014 o MPB4 seguiu em turnê pelo país com o show de carreira. Dentro vários shows, uma turnê por seis unidades do Sesc Rio foi realizada. O LP "Adivinha o que é" (1981) ganhou reedição em CD e em DVD,[7] com animações, lançados pela Universal Music. O livro "Vozes do Magro" foi lançado em dezembro, com noites de autógrafo na Livraria Argumento (RJ) e Livraria Cultura (SP).
O ano de 2015 começou no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, com o show "Chico 70",[8] com MPB4, Roberta Sá e Marina de La Riva. Ao longo do ano o MPB4 seguiu em turnê pelo país. Em outubro estreou no Tom Brasil, em São Paulo, o show "Toquinho, Ivan Lins e MPB4 - 50 anos de música". No final do ano começaram as gravações do CD comemorativo de 50 anos de carreira do MPB4.
O ano de 2016 começou com uma série de shows "Toquinho, Ivan Lins e MPB4 - 50 anos de música" em várias cidades do país. Em maio o CD "O Sonho, a Vida, a Roda Viva" (Selo Sesc) que comemora 50 anos do MPB4 foi lançado com três dias de shows no Sesc Vila Mariana. O primeiro dia contou com a participação especial de Kleiton e Kledir. Em junho foi a vez do Rio de Janeiro receber este show, em temporada de cinco semanas no Teatro Municipal Serrador, com patrocínio do Fomento Cidade Olímpica, da Prefeitura do Rio. Em um dos shows Guinga fez participação especial.
Em 2017 o MPB4 segue com a turnê de lançamento do CD "50 anos - O Sonho, a Vida, a Roda Viva!". Nos dias 5, 6 e 7 de maio estreou o show "Você corta um verso eu escrevo outro", como parte do projeto "Cortina Fechada" do Sesc Vila Mariana.Em 15 de novembro realizou show no Teatro Riachuelo Rio para lançamento do CD e DVD comemorativos de 50 anos de carreira. Neste ano o MPB4 ganhou o Prêmio de Música Brasileira na categoria Melhor Grupo de MPB.