Marcel Delcourt, Max Récamier, Gérard Pigeon, Bernard Kouchner, Raymond Borel, Jean Cabrol, Vladan Radoman, Jean-Michel Wild, Pascal Grellety Bosviel, Jacques Bérès, Gérard Illiouz, Philippe Bernier, Xavier Emmanuelli
MSF proporciona também ações de longo prazo, na ajuda arefugiados, em casos de conflitos prolongados, instabilidade crônica ou após a ocorrência de catástrofes naturais ou provocadas pela ação humana. A organização foi criada com a ideia de que todas as pessoas têm direito a tratamento médico, e que essa necessidade é mais importante do que as fronteiras nacionais (com base na tese dodireito de ingerência humanitária).
A organização foi criada em 1971 por jovens médicos e jornalistasfranceses, liderados pelo médico francêsBernard Kouchner, que tinham ido aBiafra com a Cruz Vermelha para tentar ajudar a população. No grupo de fundadores estavam, entre outros:[3]
Ao retornarem à França, estimaram que a política de neutralidade e de reserva da Cruz Vermelha havia sido um erro, e que era necessário criar uma associação que aliasse ajuda humanitária e ações de sensibilização junto à mídia e às instituições políticas.
Em 1972,MSF fez sua primeira intervenção, naNicarágua, após um terremoto que devastou o país. Hoje, mais de 36 mil profissionais de diferentes áreas e nacionalidades trabalham com Médicos Sem Fronteiras em 72 países, principalmente doTerceiro mundo, assim como aqueles em estado de guerra. MSF frequentemente protesta junto àsNações Unidas contra atrocidades cometidas contra comunidades sem representação oficial, como os povos daChechénia e doKosovo.
Durante a operação "Un bateau pour le Vietnam" (Um barco para oVietnã), em 1979, o fundador mais conhecido do público, Bernard Kouchner, defendeu a ideia de alugar um barco para que médicos e jornalistas pudessem presenciar e testemunhar as violações dosDireitos Humanos naquele país. Houve então uma violenta discussão com a direção da MSF, que considerou a operação mediatizada demais. O que se seguiu foi uma cisão do movimento e a criação daMédicos do Mundo, em 1980.
Desde 1999 a organização promove a Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais, visando chamar a atenção para doenças negligenciadas, como amalária,doença de Chagas e adoença do sono, que matam milhões de pessoas a cada ano. Além disso, a Campanha também visa proporcionar o acesso a medicamentos para tratamento daAIDS nos países mais atingidos.
Em 2008, a organização lançou a sua 11ª lista de conflitos esquecidos pela mídia - especialmente naSomália, noSudão e naRepública Democrática do Congo - além de se manifestar sobre outros problemas médicos emergentes como a desnutrição infantil e a co-infecçãoHIV-TB. NoZimbábue, onde atua desde 2000 e mantém mais de 219 profissionais trabalhando (dados de 2015), MSF abriu dezenas de Centros de Tratamento deCólera. A doença, endêmica no campo, era rara em áreas rurais, mas já atinge a capital do país.
Em fevereiro de 2009, dois profissionais de MSF, Riaz Ahmad, de 24 anos, e Nasar Ali, de 27, foram mortos emSwat, noPaquistão, quando viajavam em ambulâncias. Um terceiro profissional ficou ferido.[4]
Durante osataques à faixa de Gaza em 2008-2009, MSF não obteve autorização para usar a passagem deKerem Shalom, por onde passavam suprimentos, e teve que expor suas equipes a situações de risco, para atender a população deGaza, conseguindo entregar 21 toneladas de suprimentos médicos e um hospital móvel com duas salas decirurgia ecuidados intensivos com dez leitos. Em 17 de janeiro de 2009, seis profissionais de MSF conseguiram entrar em Gaza.
Organização é composta de profissionais recrutados para os projetos em campo e de um corpo de empregados permanente, sendo majoritariamente financiada por contribuições de pessoas físicas. Segundo dados do seu relatório de prestação de contas para 2015, 92% das contribuições eram individuais, 7% de instituições públicas e 1% de outras fontes. Naquele ano, 5,7 milhões de doadores[5] tornaram o trabalho de MSF possível.
Sua assistência à saúde não é restritamente médica mas abrange ações nas áreas de nutrição, prevenção, formação de profissionais na área da saúde, água e saneamento, revitalização de hospitais e postos de saúde.
MSF é também cofundadora e financiadora daIniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (Drugs for Neglected Diseases Initiative -DNDi), organização internacional não governamental com fins científicos que, no Brasil, atua na pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para malária e doença de Chagas.
Em 31 de dezembro de 2011, havia 6.573 pessoas trabalhando na organização, sendo:
409 trabalhadores permanentes, nas sedes;
601 expatriados;
5 563 empregados nacionais.
Depois de operar durante os últimos dois anos comsuperávit, MSF fechou o ano de 2011 com umdéficit de 9,3 milhões deeuros. MSF arrecadou 221,2 milhões e teve despesas da ordem de 230 milhões de euros. Para cada 100 euros gastos em 2011, 89,9 euros foram destinados a missões sociais; 4,6 euros destinaram-se à busca de fundos e 5,5 euros para o funcionamento da própria estrutura.[6]
↑«Dra Joanne Liu». msf.org. Consultado em 10 de janeiro de 2016. Arquivado dooriginal em 10 de outubro de 2015
↑«Carta de MSF». Consultado em 22 de novembro de 2004. Arquivado dooriginal em 20 de dezembro de 2004
↑(em francês)«1971 : La création de Médecins Sans Frontières». Médecins Sans Frontières. 18 de outubro de 2004. 1971 : La création de Médecins Sans Frontières. Consultado em 19 de dezembro de 2012