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Lourenço Fernandes da Cunha

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados de Lourenço da Cunha, vejaLourenço da Cunha (desambiguação).
Lourenço Fernandes da Cunha
Senhor deTábua e deS. Miguel da Cunha
Consorte deD. Sancha Lourença de Maceira, filha de Lourenço Gomes de Maceira
Dados pessoais
NascimentoReino de Portugal
MorteOutubro de1225-Outubro de1228
Reino de Portugal
Nome completo
Lourenço Fernandes da Cunha
Ocupaçãonobre ecavaleiro medievalportuguês.
Filho(s)
Filha(s)

Lourenço Fernandes da Cunha (c.1145 - Outubro de1225-Outubro de1228) foi umnobre ecavaleiro medieval doReino de Portugal. Cerca do ano de 1214 mandou escrever o que é considerado o primeiro documento escrito em português, a chamadaNotícia de Torto.[1][2]

Filiação

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Foi filho deFernão Pais da Cunha (1103 - c.1180), 2.º Senhor da Honra da Cunha e2.º senhor consorte de Tábua e de sua mulher Mor Uzbertiz.

Biografia

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Segundo alguns historiadores[quem?] nasceu nosolar da família, na antiga freguesia de São Miguel daCunha, concelho deBraga, e criado em casa dePedro Silvestre, na freguesia de São Tomé deMoimenta.

Em junho de1171, com os pais já falecidos, sua irmã Elvira Fernandes, com a outorga de seus tios e primos deCoimbra, procedeu-lhe à venda, pela quantia de 40morabitinos, do solar que possuía em freguesia da Cunha, local onde Lourenço se encontrava a fazer uma quinta com a respectivatorre senhorial. Este facto mostra que já era de maior idade e proprietário abastado.

Era um cavaleiro da Honra de Varzim (Honrra de Veracim), sistema feudal que floresceu na Europa do século XI e XII, com heranças mantidas juntas e administradas em conjunto, com caput no centro daPóvoa de Varzim (Villa Veracin), onde tinha o seu palácio e de seus filhos. Neto paterno dePaio Guterres da Cunha, que o conde D. Henrique reconheceu como Senhor de Varzim,[3] ganhou vários domínios pelo reino, o poder deste cavaleiro e por acreditar que a sua família conspirava contra o rei, levou D. Sancho a destruir-lhe a torre deCunha, várias propriedades agrícolas em Cunha e Varzim, e capturou oPorto de Varzim, este último persistirá a ser uma questão entre a honra de Varzim e os réis portugueses até ao reinado deD. Dinis.[4]

FoiCavaleiroFidalgo e o 3.º Senhor da Honra da Cunha e o3.º Senhor de Tábua de juro e herdade. O importante documento medieval denominadoNotícia de Torto, escrito entre1211 e1216, que é o mais antigo documento particular datável conhecido escrito em português, apresenta-nos uma importante narrativa dos agravos que o nobre Lourenço Fernandes da Cunha sofreu às mãos de outros senhores.

Padroeiro das igrejas de Tábua e São Miguel da Cunha e dos mosteiros de São Simão da Junqueira, São Salvador do Souto e Santo Estêvão de Vilela, etc. Foi senhor de muitos bens espalhados pelo Minho, Douro e Beira Alta. Documentado desde 1171 e falecido entre 1225 e 1228. Documenta-se com sua mulher em 1202.

Ataque a Sevilha

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Em1176 Lourenço Fernandes, foi um dosCavaleiros que acompanharam o infante D.Sancho I no ataque à cidade deSevilha, detida pelos mouros. Lourenço procedeu nesta cidade ao saque doBairro de Triana, tendo regressado aPortugal e aos seus domínios com os despojos.

Domínios

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Com o seu casamento ocorrido com Sancha Lourenço de Macieira, Lourenço recebe importantes bens; fez numerosas compras, de que ainda existem 24 escrituras, recebeu doações de particulares e doações régias e ainda além disso procedeu a ocupações territoriais abusivas, todos estes factores levaram Lourenço a acumular uma vastafortuna territorial, distribuída pelos concelhos deBarcelos,Braga ePóvoa de Varzim,Guimarães,Santo Tirso,Coimbra,Tábua, termos deÁgueda eVouga e a outras terras. Embora de forma mais concentrada nos concelho de Barcelos, Braga e Povoa de Varzim.

Foi quem em1099 procedeu ao povoamento deAver-o-Mar,freguesia daPóvoa de Varzim. AsInquirições reais de1258 informam que Aver-o-Mar é "a terra é honra de Cavaleiros".Foram os habitantes ou os cavaleiros que procederam à construção, por volta doséculo XV de umacapela dedicada aNossa Senhora das Neves que actualmente é a padroeira da freguesia.

Manteve boas relações com o rei D.Afonso II de Portugal, que lhe veio a doar bens em na freguesia deSouto, concelho deGuimarães.

Este Gomes Lourenço aparece nas Inquirições do ano1258 e do ano de1290 com propriedades emSão Paio de Figueiredo, concelho de Guimarães, emSão Cristóvão de Rio Mau eSão Miguel de Argivai, concelho dePóvoa de Varzim.[5]

Ataques de D. Sancho I

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No documento «Mentio de malefactoria» ele queixa-se de o rei de D.Sancho I de Portugal lhe ter mandado “ermar 70 casais com cem homens de maladia e incendiar a quinta e casais” que tinha na freguesia de Cunha. Este documento leva à conclusão de que se tratava de um rico cavaleiro, a quem, na mesma altura, “tomaram 40 escudos, capacetes de ferro e muitas outras armas…capellos de ferro et multa alia arma”.

Esta perseguição por parte do rei exposta no «Mentio de malefactoria», deu-se nos fins do reinado de D. Sancho I, e depois do mês de abril de1210. A torre de Cunha foi destruida. O rei ordenou a destruição de várias das suas propriedades em Varzim, incluindo 10 dos 17 casais de Varzim. O rei tomou a terra, destruiu as propriedades e expulsou os povoadores.[4]

Aproveitando-se destes acontecimentos, Lourenço Fernandes da Cunha e família foram sujeitos a uma série de roubos, violências por parte, de vários nobres, mas principalmente da parte dos filhos de D.Gonçalo Ramires, que possuía uma honra antiga na freguesia de Cunha, e que era seu conterrâneo e parente.

Não obstante estes acontecimentos, Lourenço conseguiu conservar e recuperar parte da fortuna, que acabou por deixar a esposa e aos filhos.

Falecimento

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Embora não sejam conhecidos documentos de óbito oshistoriadores de deduzem que deve ter falecido entre Outubro de1225 e Outubro de1228, dado que em Outubro de 1225 aparece a fazer uma compra juntamente com a esposa, enquanto na segunda data, Outubro de 1228, é somente a esposa que aparece a fazer uma compra, não voltando Lourenço a intervir em qualquer outro documento conhecido.

Todos os filhos de Lourenço Fernandes foramfidalgos de fortuna e com influência, embora como é natural, houve uns que sobressaíram como foi o caso informado pelo Nobiliário do Conde D. Pedro; “D. Gomez Louremço foy muito honrrado e de gram fazemda e foy padrinho delrey Dom Dinis de Portugal” e “Egas Loureraço foy o melhor e mais honrrado de seus irmãaos”.

Casamentos e descendência

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Casou por duas vezes, a primeira a 24 de Outubro de 1198 com D. Sancha Lourenço de Maceira, documentada nas Inquirições de 1258 e 1288, filha deLourenço Gomes de Maceira,[6] de quem teve:

  1. Gomes Lourenço da Cunha, casado por duas vezes, a primeira com Teresa Gil da Arões e a segunda com Maria Martins do Vinhal;
  2. Egas Lourenço da Cunha, "o melhor e o mais honrado de seus irmãos", cavaleiro que teve participação destacada naconquista do Algarve (1249);[6]
  3. João Lourenço da Cunha, fundador e 1.º senhor doMorgado de Tábua, que deixou a seu irmão Vasco Lourenço;
  4. Maria Lourenço da Cunha, casou comRodrigo da Nóbrega;
  5. Vasco Lourenço da Cunha (1210 -?), 2.º senhor do morgado de Tábua, casado com Teresa Pires de Portel;
  6. Mor Lourenço da Cunha, casou comEstêvão Lavandeira;
  7. Martim Lourenço da Cunha (?-?), casou (c. 1210 -?) com Sancha Garcia de Penha filha deGarcia Fernandes de Penha (1180 -?) e de Teresa Pires de Baião (1190 -?);
  8. Urraca Lourenço da Cunha (fundadora de um vínculo no ano de 1269 que, no século XVI, tinha como administrador Vicente Novais da Cunha[7] e depois passaria por sucessão para os senhores dahonra de Barbosa),[8] casou comMartim Martins Dade, que foialcaide-mor doCastelo de Santarém;
  9. Sancha Lourenço da Cunha, foi freira noMosteiro de Vairão;
  10. Marinha Lourenço da Cunha;
  11. Domingos Lourenço da Cunha

O segundo casamento foi com:Maria Martins do Vinhal (c.1190 -?), de quem não teve descendência.

Fora do casamento teve:

  1. Vicente Lourenço da Cunha;
  2. Maria Lourenço da Cunha.

Bibliografia

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Referências

  1. Mattoso, José (abril de 2015).Identificação de um país : oposição - composição : ensaio sobre as origens de Portugal : 1096-1325 1a. edição ed. Lisboa: [s.n.] pp. 180 – 181.OCLC 906791584  !CS1 manut: Texto extra (link)
  2. Ramos, Rui; Sousa, Bernardo Vasconcelos e; Monteiro, Nuno Gonçalo (29 de julho de 2014).História de Portugal. Lisboa: A Esfera dos Livros. (Edição do Kindle). p. 176.Os mais antigos documentos não literários escritos em Português e que chegaram até nós são o testamento de D. Afonso II, de 1214, e a chamada Notícia de Torto, que não apresenta data, mas foi datada criticamente de 1214-1216 
  3. Baptista de Lima, João (2008).Póvoa de Varzim - Monografia e Materiais para a sua história. [S.l.]: Na Linha do horizonte - Biblioteca Poveira CMPV 
  4. abAmorim, Manuel (2003).A Póvoa Antiga. [S.l.]: Na Linha do horizonte - Biblioteca Poveira CMPV 
  5. de Cronologia, Diplomática Paleografia e Histórico-linguístico, P. Avelino de Jesus da Costa
  6. abFreire, Anselmo Braamcamp (1921).Brasões da Sala de Sintra, Livro Primeiro. University of Toronto. Coimbra: Coimbra : Imprensa da Universidade. pp. 157, 407 
  7. Cardoso, Augusto-Pedro Lopes.«Vicente Novais, o que veio rico da Índia».Armas e Troféus, Revista de História, Heráldica, Genealogia e Arte. Consultado em 21 de outubro de 2020 
  8. Cardoso, Augusto-Pedro Lopes.«Um abade viajante do séc. XVI. Dom Manuel de Azevedo, senhor da honra de Barbosa».Armas e Troféus, IX série, Tomo 20, 2018: 445 - 446. Consultado em 18 de fevereiro de 2020 
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