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Little Boy

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Little Boy
TipoArma nuclear
Local de origem Estados Unidos
História operacional
Em serviço6 de agosto de1945
Utilizadores Estados Unidos
GuerrasSegunda Guerra Mundial
Histórico de produção
Quantidade
produzida
1
Especificações
Peso4 ton
Comprimento3,2 m
Largura71 cm
Diâmetro60 cm
Carga explosivaUrânio-235
Peso da carga
explosiva
65 kg
Poder explosivo15quilotons de TNT
Parte dasérie sobre
Bombardeamentos de
Hiroshima e Nagasaki
Little Boy (esq.), detonada em Hiroshima eFat Man (dir.), detonada em Nagasaki
Bombardeios
Portal da Segunda Guerra Mundial

Little Boy ("menininho", em português) é o código dabomba atômica lançada sobreHiroshima, noJapão, em6 de agosto de1945, segunda-feira, ao término daSegunda Guerra Mundial.

Após ter sido largado a partir do avião denominadoEnola Gay (um modeloB-29 Superfortress) pilotado pelo entãotenente-coronelPaul Tibbets, a cerca de 9 450 m (31 000 pés) de altitude, o artefato explodiu aproximadamente às 8h15 da manhã (hora local) a cerca de 600 m do solo, com uma explosão de potência equivalente à de 15quilotons deTNT.[1] Foi a primeira dasduas únicas armas nucleares que foram utilizadas em guerra.

ALittle Boy tinha 3 metros em comprimento, 71 centímetros de largura e massa de aproximadamente 4 400 quilos. O projeto tinha um mecanismo igual ao de uma arma para explodir uma massa deurânio-235 e três anéis de U-235, iniciando umareação nuclear em cadeia. Continha 65 quilos de U-235. O urânio foienriquecido nas enormes fábricas deOak Ridge, noTennessee, durante oProjeto Manhattan.

Aproximadamente 70 mil pessoas foram mortas como um resultado direto da explosão, e um número equivalente de pessoas foram feridas. Um maior número de pessoas foram morrendo após a explosão devido a grande exposição a radiação após o ataque por causa decânceres.[2] Também muitas mães grávidas perderam os seus filhos e em outros casos as crianças nasceram com deformações.

Estrutura

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Diagrama daarma de fissão do tipo balístico.
  1. Estabilizador;
  2. Estrutura do detonador;
  3. Detonador;
  4. Explosivo (cordite);
  5. Projétil de Urânio-235 (peso total 26 kg);
  6. Entradas para o instrumento de medição e barômetro;
  7. Fuselagem;
  8. Controle de detonação;
  9. Cano deaço de 10 cm de diâmetro e 2 m de comprimento;
  10. Antenas do radar:
  11. Cabos para conexão;
  12. Estrutura de suporte do alvo de urânio;
  13. Urânio-235 alvo com 38 kg;
  14. Refletor de nêutrons deCarboneto de tungstênio;
  15. Iniciador de nêutrons;
  16. Estrutura de suporte do alvo de urânio;
  17. Cavidade para receber o cilindro deboro de segurança.

Explosão

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A nuvem em forma de cogumelo sobre Hiroshima após a detonação deLittle Boy em 6 de agosto de 1945. É visível uma separação entre a cabeça superior do cogumelo e o caule. Esta fotografia e sua aparência vagamente de ponto de interrogação foram usadas como inspiração para a insígnia do Distrito de Engenharia de Manhattan e foi amplamente reimpressa em todo o mundo poucos dias após o ataque.

O capitão William Sterling Parsons, o armador doEnola Gay, estava preocupado com a possibilidade de uma detonação acidental se o avião caísse na decolagem, então decidiu não carregar os quatro sacos de pólvora no canhão até que a aeronave estivesse em voo. Após a decolagem, Parsons e seu assistente, Segundo-Tenente Morris R. Jeppson, seguiram para o compartimento de bombas ao longo de uma passarela estreita no lado esquerdo. Jeppson segurou uma lanterna enquanto Parsons desconectava os fios do detonador, removia o plugue da culatra, inseria os sacos de pólvora, recolocava o plugue da culatra e reconectava os fios. Antes de subir à altitude na aproximação ao alvo, Jeppson trocou os três plugs de segurança entre os conectores elétricos da bateria interna e o mecanismo de disparo de verde para vermelho, armando completamente a bomba e monitorando seus circuitos.[3]

A bomba foi lançada sobreHiroshima aproximadamente às 08:15 (horário local) em 6 de agosto de 1945, levando 44,4 segundos para cair, detonando a uma altitude de um pouco mais de 600 metros. Embora menos potente que aFat Man, que foi lançada sobreNagasaki, os danos e o número de vítimas em Hiroshima foram muito maiores, pois a cidade estava em um terreno plano, enquanto o hipocentro de Nagasaki ficava em um pequeno vale. Estimativas de 1945 indicam que 66 000 pessoas foram mortas e outras 69 000 ficaram feridas. Estimativas posteriores sugerem que o número de mortos pode ter chegado a 140 000 pessoas. O instituto de Pesquisa de Bombardeio Estratégico dos Estados Unidos estimou que, dos 24 158 soldados doExército Imperial Japonês em Hiroshima na época do bombardeio, 6 789 foram mortos ou desapareceram. A medição exata da potência explosiva da bomba foi problemática, pois a arma nunca havia sido testada. O presidenteHarry S. Truman anunciou oficialmente que a potência era de 20quilotons de TNT, com base na avaliação visual de Parsons de que a explosão foi maior do que a do teste nuclearTrinity. Estudos mais rigorosos após a guerra estimaram o rendimento da bomba em cerca de 15 quilotons de TNT.[4]

Após a destruição

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Hiroshima antes do bombardeamento.
Hiroshima depois do bombardeamento.

O operador de controle daJapanese Broadcasting Corporation, emTóquio, reparou que a estação de Hiroshima tinha saído do ar. Ele tentou restabelecer o seu programa usando outra linha telefónica, mas esta também falhou. Cerca de vinte minutos mais tarde, o centro telegráfico de Tóquio verificou que a principal linha telegráfica tinha deixado de funcionar logo ao norte de Hiroshima. De algumas pequenas estações decaminho-de-ferro a menos de 16 km da cidade chegaram notícias não oficiais e confusas de uma terrível explosão em Hiroshima. Todas estas notícias foram transmitidas para o Quartel-General doEstado-Maior japonês.

Maquete de Hiroshima antes do bombardeamento.
Maquete de Hiroshima depois do bombardeamento.

Bases militares tentaram repetidamente chamar a Estação de Controle do Exército em Hiroshima. O silêncio completo daquela cidade confundiu os homens do Quartel-General; eles sabiam não ter ocorrido qualquer grande ataque inimigo e que não havia uma grande quantidade de explosivos em Hiroshima naquela altura. Um jovem oficial do Estado-Maior japonês foi instruído para voar imediatamente para Hiroshima, para aterrar, observar os danos, regressar a Tóquio e apresentar ao Estado-Maior informação fiável. A opinião mais ou menos geral, no Quartel-General, era de que nada de importante tinha ocorrido, que tudo não passava de um terrível rumor deflagrado por algumas centelhas de verdade.

O oficial dirigiu-se ao aeroporto e decolou em direcção a sudoeste. Após voar durante aproximadamente três horas, ainda a uma distância de 160 km de Hiroshima, ele e o seu piloto viram uma imensa nuvem de fumo da bomba. Na soalheira tarde, os restos de Hiroshima ardiam. O avião em breve chegou à cidade, à volta da qual ambos fizeram círculos sem acreditar no que viam. Uma grande cicatriz no solo ainda a arder, coberto por uma pesada nuvem de fumo, era tudo o que restava. Aterraram a sul da cidade e o oficial, após contactar com Tóquio, começou imediatamente a organizar medidas de socorro. O conhecimento por parte de Tóquio do que realmente tinha causado o desastre veio do anúncio público daCasa Branca, em Washington, dezesseis horas após o ataque nuclear a Hiroshima.[5]

Relatos

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Veja o depoimento Sumie Kuramoto, que presenciou o ataque aos 16 anos de idade:[6]

Nunca esquecerei esse momento. Pouco depois das 8 da manhã, houve um estrondo, uma explosão reverberante e, no mesmo instante, um clarão de luz amarelo-alaranjado entrou pelo vidro do telhado. Ficou tudo tão escuro como noite. Um golpe de vento atirou-me no ar e a seguir no chão, contra as pedras. A dor estava apenas brotando quando o prédio começou a ruir em torno de mim.
Aos poucos o ar se aclarou e eu consegui sair dos destroços. No caminho para um dos centros de emergência vi muita confusão. As ruas estavam tão quentes que queimavam meus pés. Casas ardiam, os trilhos de bonde irradiavam uma luz sinistra e no local de um templo pessoas se amontoavam. Algumas respiravam, a maioria estava imóvel. No pronto-socorro chegava gente correndo, as roupas rasgadas, chorando, gritando. Alguns tinham o rosto ensanguentado e inchado, outros tinham a pele queimada caindo aos frangalhos de seus braços e pernas. Dentro de um bonde vi fileiras de esqueletos brancos. Havia também os ossos de pessoas que tentaram fugir. Hiroshima tinha se tornado num verdadeiro inferno."

Estruturas sobreviventes

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A "Cúpula Genbaku" atualmente.

Alguns dos edifícios de concreto armado reforçado de Hiroshima foram construídos tendo em mente o perigo, sempre presente, deterremotos, pelo que, muito embora estivessem localizados no centro da cidade, a sua hiperestrutura não colapsou. Como a bomba detonou no ar, a onda de choque foi orientada mais na vertical (de cima para baixo) do que na horizontal, fator largamente responsável pela sobrevivência do que é hoje conhecido por "Cúpula Genbaku", ou "Cúpula da Bomba Atómica", projectada e construída pelo arquitetochecoJan Letzel, a qual estava a apenas a 150 m dohipocentro da explosão. A ruína foi chamada deMemorial da Paz de Hiroshima e foi tornadaPatrimónio Mundial pelaUNESCO em 1996, decisão que enfrentou objecções por parte dosEstados Unidos e daChina.[7]

Ver também

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Outros projetosWikimedia também contêm material sobreLittle Boy:
CommonsImagens emedia noCommons
CommonsCategoria noCommons
WikidataBase de dados noWikidata

Referências

  1. Swanson, Ana (5 de agosto de 2015).«What it would look like if the Hiroshima bomb hit your city».Washington Post (em inglês).ISSN 0190-8286 
  2. Tabela com números de vítimas de bombas nucleares
  3. Coster-Mullen, John (2012).Atom Bombs: The Top Secret Inside Story of Little Boy and Fat Man. Waukesha, Wisconsin: J. Coster-Mullen.OCLC 298514167 
  4. The Atomic Bombings of Hiroshima and Nagasaki(PDF) (Relatório). The Manhattan Engineer District. 29 de junho de 1946. Consultado em 6 de novembro de 2013.Cópia arquivada(PDF) em 6 de abril de 2012 
  5. «White House Press Release on Hiroshima | The Bombing of Hiroshima and Nagasaki | Historical Documents».atomicarchive.com. Consultado em 6 de agosto de 2005 
  6. "Guerra na Paz" VOL. 1 (pág. 39), Ed. rioGráfica (versão original em inglês publicada pela Orbis Publishing Co.), 1984
  7. «unesco.org». Consultado em 6 de agosto de 2005 
Armas de fissão
Armas de fusão
Combustíveis
Laboratórios
Mísseis transportadores
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A núvem em forma de cogumelo ascendente da bomba "Fat Man" sobre Nagaskai, 9 de agosto de 1945
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