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Leninismo

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Esta páginacita fontes, mas quenão cobrem todo o conteúdo. Ajude ainserir referências (Encontre fontes:ABW  • CAPES  • Google (notícias • livros • acadêmico)).(Janeiro de 2014)
Pintura deLenin noInstituto Smolny

O termoleninismo é utilizado para designar a correntepolítica surgida pelo rompimentopolítico com oeconomicismo dasocial-democracia europeia no começo doséculo XX. Apesar de levar o nome de seu principal fundador, o leninismo também carrega contribuições derevolucionários comoGrigory Zinoviev (por formular junto comLenin ateoria do desenvolvimento desigual) eLev Kamenev.

Lenin procurou adaptar ateoria marxista doséculo XIX à realidade doséculo XX e foi um dos principais teóricosmarxistas e o principal líder daRevolução Bolchevique de 1917, naRússia.

Após aRevolução de Outubro de 1917, o leninismo foi a versão dominante do marxismo na Rússia, e em seguida, a ideologia oficial do estado naRepública Socialista Federativa Soviética Russa (RSFSR), antes de sua fusão unitária para aUnião Soviética (URSS), em 1922.[1] Além disso, no período pós-Lenin na Rússia,Josef Stalin integrou o leninismo naeconomia marxista, e desenvolveu omarxismo-leninismo, que, em seguida, tornou-se a ideologia de Estado da URSS.[2]

Adaptação do marxismo ao período imperialista

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Karl Marx defendia a revolução do proletariado contra a burguesia, a tomada do poder e a construção de uma sociedade comunista. Marx dizia que isto só seria possível em um país onde ocapitalismo já estivesse em um estágio avançado e onde o operariado, trabalhadores da indústria, tivesse uma mentalidade revolucionária. Essas concepções vinham do fato de que apenas num país onde o proletariado adquirisse uma consciência revolucionária, poder-se-ia concretizar o levante que criaria aditadura do proletariado.

ASegunda Internacional, organização herdeira do marxismo e liderada porKarl Kautsky, defendia uma linha economicista, na qual a contínua luta da classe trabalhadora por melhores salários e condições de trabalho levá-los-ia a uma consciência revolucionária. Para os países atrasados, o kautskismo defendia o etapismo, no qual uma revolução liderada pela burguesia nacional, estabeleceria a condição prévia para uma revolução proletária num futuro incerto.

A formulação de Lenin das leis do período histórico do imperialismo, no qual a maioria dos países são explorados por alguns poucos (imperialistas), combate essa concepção de evolução capitalista igual de todos os países do mundo. Este pensamento está expresso principalmente no livroImperialismo: Fase Superior do Capitalismo. Para ele, essa linha não se aplicaria aos países de industrialização tardia, onde apenas o proletariado poderia cumprir as tarefas antes designadas como darevolução burguesa, como areforma agrária, o fim do imperialismo, as condições básicas de educação, saúde, etc. Da mesma forma, combatia a visão da social democracia, na qual a rotina da classe operária em suas lutas econômicas poderia determinar uma consciência revolucionária de maneira objetiva. Para Lenin, adquirir essa consciência revolucionária dependia de um fator subjetivo, a intervenção do partido revolucionário nas massas.

De certa forma, Lenin resolve um problema que Marx deixa em aberto. Nomodo de produção capitalista, aclasse trabalhadora é condicionada a uma progressiva alienação de suas potencialidades, tanto pelo papel no qual é forçada a se enquadrar no trabalho (alienação do trabalho intelectual), quanto pelos meios de comunicação, pelas religiões, etc. Um partido composto por toda a classe trabalhadora, no formato dos partidos da Segunda Internacional, tendia, em momentos de contra-revolução, a adquirir um caráter rebaixado, que reproduzia a alienação de grande parte da classe. Foi o que aconteceu naPrimeira Guerra Mundial, na qual todos os partidos social-democratas da Europa se voltaram para o campo nacional para apoiar suas burguesias, esquecendo-se dointernacionalismo operário e caindo numnacionalismo chauvinista típico de uma influência burguesa na classe operária.

Comunismo
Portal Comunismo 

A solução de Lenin foi a constituição de um partido centralizado, baseado na defesa de um programa revolucionário, no qual só seria permitida a entrada mediante concordância básica com esse programa e captação para o partido apenas dos elementos mais avançados da classe trabalhadora e da vanguarda que a compõe. Esse centralismo deveria se refletir em todas as intervenções públicas externas deste partido. Apesar de parecer restritivo e anti-democrático, o centralismo se contrapunha com uma característica interna democrática, na qual a disputa entre diferentes tendências era livre pelo controle da linha geral do partido em seus congressos, fóruns e plenárias. Uma vez decidida a posição de maioria dentro do partido, entretanto, todos os seus membros (mesmo os de minoria) devem defender publicamente apenas a concepção dominante. Esse tipo de funcionamento é aquele que serve para melhor combater a influência de ideologias burguesas e pequeno-burguesas entre a classe operária, evitando conflitos de pontos de vista partidários fora dos fóruns do partido.

Como na maioria dos períodos anteriores à Revolução este partido não representaria a opinião da maior parte da classe operária e seria composto sempre por uma ínfima parcela desta, era necessário intervir em inúmeros meios de debate, lutas por reformas e outras oportunidades que possibilitassem ao partido influenciar a consciência das classe para a Revolução. Essa tática ganhou o nome de frente única e geralmente reúne tanto o partido revolucionário quanto os partidos reformistas como os da social-democracia. Nesses campos, o partido leninista disputa a liderança dos trabalhadores com outras linhas políticas, o que também lhe permite recrutar novos membros. Dentre algumas frentes únicas estão os sindicatos, as eleições do Estado burguês e mesmo os sovietes(conselhos operários) que em momentos revolucionários são a forma operária de exercer o poder de Estado.

Autodeterminação nacional

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Lenin reconheceu e aceitou a existência donacionalismo entre os povos oprimidos, defendendo os seus direitos nacionais àautodeterminação, e se opôs ao chauvinismo étnico da "Grande Rússia", porque taletnocentrismo era um obstáculo cultural ao estabelecimento da ditadura do proletariado nos territórios do depostoImpério Russo Czarista.[3][4] Na sua obraDireito das Nações à Autodeterminação (1914), Lênin citou:[5]

Lutamos contra os privilégios e violência do país opressor, e de forma alguma esqueceremos os esforços por parte da nação oprimida... O nacionalismo burguês de qualquer nação oprimida tem um conteúdo democrático que é dirigido contra a opressão, e é este o conteúdo que apoiamos incondicionalmente... Pode uma nação ser livre se ela oprime outros povos? Não pode

As filosofias internacionalistas dobolchevismo e domarxismo são baseadas emluta de classes que transcende o nacionalismo, o etnocentrismo ereligião, que são obstáculosintelectuais à consciência de classe, pois as classes dominantesburguesas manipulam o culturalstatus quo para dividir politicamente aproletária classe trabalhadora. Para superar a barreira política do nacionalismo, Lênin disse que era necessário reconhecer a existência de nacionalismo entre os povos oprimidos, e para garantir a sua independência nacional, como o direito de secessão, e que, com base na autodeterminação nacional, era natural que Estados socialistas transcendessem o nacionalismo e formassem uma federação.[6]

Principais características

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Dessa forma, as principais características do leninismo podem ser resumidas a seguir:

  1. Polêmica com a ala "economicista" da social democracia, a partir da defesa de uma intervenção no movimento de massas que fosse além das demandas econômicas, pois só assim a consciência do proletariado poderia atingir caráter revolucionário;
  2. Defesa de um partido que interviesse de maneira centralizada em todos os espaços de discussão e militância do proletariado (o centralismo democrático);
  3. Compreensão da fase Imperialista do capitalismo como sua época de decadência (teoria do desenvolvimento desigual)
  4. As consequências práticas dessa época para o caráter da revolução nos países de industrialização tardia e hiper-tardia (desenvolvidas em 1917, nas Teses de Abril).

Tanto o ponto "1" como o "2" foram levantados por Lenin noII Congresso doPartido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), em 1903. Foi nesse congresso que se deu o histórico "racha" do POSDR nas fraçõesmenchevique (minoritária, representada pela ala que perdeu o debate encabeçado por Lenin) ebolchevique (majoritária, representada pela ala vitoriosa). Esses dois pontos caracterizaram um importante avanço para o marxismo e foi a defesa dos mesmos que permitiu que os bolcheviques não se degenerassem em 1914 em uma corrente "social-nacionalista", como ocorreu com boa parte da social-democracia.

Críticas

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EmA Questão das Nacionalidades na Revolução Russa (1918),Rosa Luxemburgo criticou os bolcheviques e suas políticas por: sua supressão daAssembléia Constituinte de Toda a Rússia (janeiro de 1918); apartição das propriedadesfeudais para as comunas camponesas; e o direito à autodeterminação de todos os povos nacionais da Rússia. Como marxista, Luxemburgo disse que os erros estratégicos (geopolíticos) dos bolcheviques criariam grandes perigos para a Revolução Russa, como a burocratização que surgiria para administrar o país de grande porte que era a Rússia bolchevique.[7] Em defesa dos expedientes da prática revolucionária, emEsquerdismo, Doença Infantil do Comunismo, Lenin criticou os pontos políticos e ideológicos de críticos anti-bolcheviques que reivindicavam posições ideologicamente corretas que estavam à esquerda.

Nafilosofia marxista, o termoesquerda comunista identifica uma série de perspectivas políticas comunistas que são a esquerda entre oscomunistas. O comunismo de esquerda critica as ideias políticas que o Partido Bolchevique praticou em certos períodos de sua história como um partido revolucionário de vanguarda. Ideologicamente, a perspectiva da esquerda comunista é apresentada como mais autenticamente marxista e orientada ao proletariado do que a ideologia leninista daInternacional Comunista, em seus primeiros congressos (1919) e segundo (1920). Os defensores da esquerda comunista incluemAmadeo Bordiga,Herman Gorter,Anton Pannekoek,Otto Rühle,Sylvia Pankhurst ePaul Mattick.[8]

Noam Chomsky ("The Soviet Union Versus Socialism", 1986) disse que ostalinismo não era um desvio ideológico das políticas de Lenin, mas uma extensão lógica do leninismo. O modelo soviético resultante do comunismo na Rússia apresentava um sistema político que organizava o trabalho pelacoletivização e aplicava a lei com umestado policial, continuamente apoiado com uma ideologia políticatotalitária.[9][10]

Referências

  1. The New Fontana Dictionary of Modern Thought Third Edition (1999) p. 476–477
  2. Ver:The Questions of Leninism de Stalin
  3. Lenin, V.I. (1914)The Right of Nations to Self-Determination, fromLenin’s Collected Works, Progress Publishers, 1972, Moscow, Volume 20, pp. 393-454. Ver em at:http://marxists.org/archive/lenin/works/1914/self-det/index.htm (acessado em 2 janeiro 2013)
  4. Harding, Neil (ed.)The State in Socialist Society, second edition (1984) St. Antony's College: Oxford, p. 189.
  5. Lenin, V.I. (1914)The Right of Nations to Self-Determination, Chapter 4: 4. “Practicality” in The National Question; fromLenin’s Collected Works, Progress Publishers, 1972, Moscow, Volume 20, pp. 393–454. Ver em:http://marxists.org/archive/lenin/works/1914/self-det/index.htm (acessado em 2 janeiro 2013)
  6. Lewin, Moshe.Lenin’s Last Struggle (1969)
  7. «The Nationalities Question in the Russian Revolution (Rosa Luxemburg, 1918)».Libcom.org (em inglês). 11 de julho de 2006. Consultado em 1 de agosto de 2017 
  8. "The 'Advance Without Authority': Post-modernism, Libertarian Socialism and Intellectuals" by Chamsy Ojeili, Democracy & Nature vol.7, no.3, 2001.
  9. Merritt Miner, Steven (11 de maio de 2003).«The Other Killing Machine».The New York Times (em inglês). Consultado em 1 de agosto de 2017 
  10. Chomsky, Noam (1986).«The Soviet Union Versus Socialism» (em inglês). Our Generation. Consultado em 1 de agosto de 2017 

Ligações externas

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Bibliografia

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