Oleão-americano oumegaleão (Panthera leo atrox ouPanthera atrox) é umfelinoextinto que viveu naAmérica do Norte durante oPleistoceno e se extinguiu há cerca de 10 000 anos.[1] A espécie, de classificação ainda discutível (ver em baixo), é geralmente considerada como um sub-tipo doleão moderno (Panthera leo) e próxima doleão-das-cavernas que viveu naEuropa durante o mesmo período.[2]
A subespécie foi descrita com base em centenas defósseis retirados dosPoços de betume de La Brea naCalifórnia.[3] Através destes exemplares, sabe-se que o leão-americano foi, ao lado doSmilodon populator, um dos maiores felinos conhecidos. Sendo aproximadamente 35% maior que os leões atuais! Leão-americano. Foi um dos maiores felinos que já existiram. Em média os machos tinham cerca de +300kg quilos, com uma massa máxima de 400 quilos! Assim como nos leões atuais, nos leões americanos as fêmeas eram consideravelmente menores que os machos. Na cernelha mediam cerca de 1,3 metros de altura e possuíam cerca de 3,5 metros de comprimento total (incluindo cauda).
A dentição do leão-americano era bastante semelhante à do leão moderno, mas os caninos eram bem mais grossos que caninos de leões e tigres atuais. A sua capacidade era também por comparação mais elevada, o que leva a especular sobre uma inteligência também superior. As patas do leão-americano eram mais longas o que sugere que, apesar do tamanho, fossem corredores ágeis e velozes.
O leão-americano foi um dos predadores mais comuns do seu tempo, o que sugere que a espécie tenha sido bem sucedida, e encontrava-se no topo dacadeia alimentar. As suas presas eram provavelmenteveados,mamutes filhotes e outras espécies pertencentes àmegafauna norte-americana. Os exemplares recolhidos em La Brea representam em igual proporção machos e fêmeas, o que sugere que a caça fosse uma actividade individual ou em pares. A atividade predatória do leão actual é feita essencialmente pelas fêmeas e, se o leão-americano seguisse este padrão, seria de esperar predominância de exemplares femininos.
A distribuição do leão-americano é heterogénea na América do Norte. São conhecidos exemplares noAlasca eYukon,Califórnia eFlórida, mas aparentemente a espécie não chegou a colonizar a costa leste doCanadá e a zona nordeste dosEstados Unidos. Os exemplares mais recentes foram recolhidos noMéxico ePeru, o que sugere que tenham migrado para sul antes da sua extinção.
O leão-americano evoluiu provavelmente a partir das populações de leão das cavernas que chegaram às Américas através doEstreito de Bering e ficaram isoladas daEurásia por volta dos 35 000 anos. O desaparecimento dos leões-americanos está provavelmente relacionado com a extinção da megafauna de herbívoros que ocorreu há 10 000 anos, no princípio doHolocénico. Foram encontrados restos desta espécie junto de acampamentospaleolíticos deíndios americanos, mas é pouco provável que este animal tivesse sido caçado para alimentação.
Este felino é geralmente considerado como um sub-espécie do leão moderno, mas após a sua descoberta, foi pensado que fosse uma espécie própria (Panthera atrox), depois como um parente do leão, mais tarde foi observado uma semelhança com aPanthera Onca e posteriormente, exames o classificaram como uma subespécie de leão, logo depois foi pensado que fosse uma subespécie de tigre, considerando semelhanças na caixa craniana. Para confundir ainda mais, foram descobertos no Alasca possíveis fósseis doPanthera tigris acutidens. No entanto, exames de DNA mostram que o Leão-americano é uma linhagem irmã doLeão-das-cavernas, sustentando a hipótese de ser mesmo uma subespécie extinta do leão moderno.
Referências
- ↑Harington, C. R. (outubro de 1969).«Pleistocene remains of the lion-like cat ( Panthera atrox ) from the Yukon Territory and northern Alaska».Canadian Journal of Earth Sciences (em inglês).6 (5): 1277–1288.ISSN 0008-4077.doi:10.1139/e69-127
- ↑Barnett, Ross; Shapiro, Beth; Barnes, Ian; Ho, Simon Y. W.; Burger, Joachim; Yamaguchi, Nobuyuki; Higham, Thomas F. G.; Wheeler, H. Todd; Rosendahl, Wilfried (abril de 2009).«Phylogeography of lions ( Panthera leo ssp.) reveals three distinct taxa and a late Pleistocene reduction in genetic diversity».Molecular Ecology (em inglês).18 (8): 1668–1677.doi:10.1111/j.1365-294X.2009.04134.x
- ↑«Mammal Collections».La Brea Tar Pits (em inglês). Consultado em 5 de julho de 2019