Lars von Trier (Copenhague,30 de abril de1956) é um cineastadinamarquês; vencedor de diversos prêmios europeus de cinema. A partícula "von" foi adotada por Lars von Trier durante o período em que esteve na Danish Film School. O motivo para sua inclusão no apelido foi a alcunha que os seus amigos da época lhe deram.
Lars estreou em direção cinematográfica comBefrielsesbilleder (1982), mas passou ser reconhecido no seu oitavo título como diretor, o drama romântico filmeBreaking the Waves (1996). Anos depois realizou a comédiaIdiolterne (1998), que recebeu críticas favoráveis pela crítica e público, eDancer in the Dark (2000), que foi muito bem recebido pela crítica, que inclusive foi indicado a vários prêmios importantes, como oOscar,Globo de Ouro eIndependent Spirit Awards e vencedor daPalma de Ouro pelo filme. Uma trilogia foi planejada por Trier, que começou porDogville (2003), foi procedido porManderlay (2005) e não se obtém nenhuma notícia possível de um terceiro filme da trilogia. Três anos depois de sua comédiaThe Boss of It All (2006), o cineasta dirigiu e escreveu o roteiro para uma trilogia intitulada "Trilogia da Depressão", com os filmesAntichrist (2009),Melancholia (2011) eNymphomaniac (2013), todos foram bem recebidos pela crítica e pelo público.
Trier nasceu em Kongens Lyngby, norte deCopenhagen, filho de Inger Høst e Fritz Michael Hartmann. Recebeu seu sobrenome do marido de Høst, Ulf Trier, que considerou seu pai biológico até 1989.[3] O diretor mais tarde se tornaria famoso por sua honestidade aos jornalistas sobre sua família complexa e educação, bem como o impacto que teve sobre sua identidade, crenças e processo artístico.
Trier estudou teoria de cinema naUniversidade de Copenhage e direção de cinema na Escola Nacional de Cinema da Dinamarca. Aos 25 anos, ganhou dois prêmios de melhor filme escola no Festival Internacional de Escolas de Cinema de Munique[4] para os filmesNocturne eLast Detail. Adotou a partículanobiliárquica alemã "von" ao seu nome (possivelmente como uma homenagem satírica aos igualmente auto-inventados títulos de diretoresErich von Stroheim eJosef von Sternberg), e viu o seu filme de graduaçãoImages of Liberation lançado como um recurso teatral.[5]
Conhecido por ser provocador nas entrevistas, os comentários de von Trier durante acoletiva de imprensa antes da estreia deMelancholia nofestival de Cannes causaram uma controvérsia significativa na mídia, levando o festival a declará-lo como "persona non grata" e bani-lo do festival por um ano.[6][7] O filme, contudo, não foi excluído da competição daquele ano. Minutos antes do final da entrevista, um jornalista perguntou a von Trier sobre sua origem alemã e aestéticanazista em resposta à descrição do gênero do filme feita pelo diretor como "romance alemão". O diretor — que foi criadojudeu e descobriu apenas na vida adulta que seu pai biológico era um alemão não-judeu — pareceu ofendido pela conotação e respondeu discutindo sua identidade alemã. Ele brincou que, já que não era mais judeu, agora "entendia" e simpatizava com Hitler, que ele não é contra os judeus, exceto porIsrael, que é "um pé no saco" e que é nazista.[8] Esses comentários provocaram uma agitação na mídia que apresentou o incidente como um escândaloantisemita.[9] O diretor divulgou uma desculpa formal imediatamente após a polêmica coletiva de imprensa e se desculpava em todas as entrevistas que ele concedia nas semanas após o incidente, admitindo que não estava sóbrio e dizendo que não precisava explicar que não era nazista.[8]