Lamim | |
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Município do Brasil | |
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Hino | |
Lema | Crescendo sob as graças do Divino Espírito Santo |
Gentílico | laminense |
Localização | |
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Localização de Lamim noBrasil | |
Mapa de Lamim | |
Coordenadas | 20° 47′ 24″ S, 43° 28′ 26″ O |
País | Brasil |
Unidade federativa | Minas Gerais |
Municípios limítrofes | Senhora de Oliveira,Rio Espera,Santana dos Montes,Catas Altas da Noruega,Itaverava,Piranga[1] |
Distância até acapital | 150 km |
História | |
Fundação | 30 de dezembro de1962 (62 anos) |
Administração | |
Prefeito(a) | Waldiney De Souza Campos[2] (União, 2025–2028) |
Características geográficas | |
Área total[4] | 118,160 km² |
População total(CensoIBGE/2010[5]) | 3 456 hab. |
Densidade | 29,2 hab./km² |
Clima | Não disponível |
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) |
CEP | 36455-000 a 36459-999[3] |
Indicadores | |
IDH(PNUD/2000[6]) | 0,691—médio |
PIB(IBGE/2008[7]) | R$ 15 884,923 mil |
PIBper capita(IBGE/2008[7]) | R$ 4 350,84 |
Sítio | www.lamim.mg.gov.br (Prefeitura) www.cmlamim.mg.gov.br (Câmara) |
Lamim é ummunicípio brasileiro doestado deMinas Gerais.
Conforme a classificação geográfica mais moderna (2017) do IBGE, Lamim é um município daRegião Geográfica Imediata de Conselheiro Lafaiete, naRegião Geográfica Intermediária de Barbacena.[8]
Os primeiros habitantes da região hoje compreendida como Lamim eram osindigenaspuris. A colonização da região iniciou-se em 1710, quando os açorianos[9] Francisco de Souza Rego, Pedro José Rosa e José Pires Lamim, provenientes deItaverava, fundaram o povoado.[10]
As margens do ribeirão Lamim se erigiu um arraial. Conta-se que Francisco de Souza Rego teria balançado uma bandeira do divino espirito santo, assim que fixou bases no local.[10]
O lugar tomou o nome de um dos seus fundadores, José Pires Lamim, que faleceu aos 25 anos de idade, cuja primitiva capela, homenageando o Divino Espirito Santo, foi erigida sobre sua sepultura, com provisão de 04 de julho de 1760 dada porD. Frei Manoel da Cruz, para, assim, perpetuar sua memória.[10]
Os proprietários da fazenda do Lamim, Francisco de Souza Rego e sua mulher, Ana Maria da Assunção, erigiram outra capela dedicada aoEspírito Santo, em virtude de ter-se arruinado a primeira. A provisão para esta segunda capela data de 06 de junho de 1769. Em 12 de setembro de 1781 foi benta a capela.[10]
O povoado foi elevado a distrito em 1768, fazendo parte, até 1790, ao termo deSão José del Rei. Posteriormente a 1790 o distrito se vinculou ao termo deQueluz. Em ambos os casos era submetida acomarca do rio das Mortes. Em 1831, todo o termo da vila de Queluz passou a pertencer a comarca deOuro Preto. Em 1872 foi criada a comarca de Queluz.[9]
Lamim permaneceu como parte do Queluz até 1938, quando passou a ser um distrito do recém criado município deRio Espera. A cidade conseguiu a sua emancipação política apenas em 1962, pela lei estadual 2.764.[9]
Foi descoberto ouro nas terras da fazenda, o que atraiu uma grande população para explorar o mineral. Mesmo com esse pequeno surto minerador, a região foi fundamentalmente agrária.[10][9] Sua economia se baseia, até os dias atuais, na agricultura de subsistência e na pequena pecuária leiteira.[11]
A cultura lamiense em muito deve-se a seus povos formadores: os indígenas, africanos e europeus[11]. A herança indígena permanece nos modos de vida, na alimentação, no plantio, etc.
Dedicado ao Divino Espírito Santo, a festa sobressai-se como umas das principais atrações de Lamim, congregando a população católica do distrito. Ela é realizada há mais de 300 anos[12]. Justamente dessa festa surgiu a lenda popular mais famosa da cidade. Segundo ela, todos os anos era feita uma grande festa em honra do padroeiro. O festeiro era sorteado e fazia toda a festa por sua conta. Certa vez, a sorte caiu em um agricultor muito humilde. Para não fugir à tradição, ele resolveu fazer uma plantação de feijão destinada a cobrir as despesas da festa. Ao visitar a lavoura, foi grande a surpresa quando notou que todas as folhinhas espelhavam a imagem do Divino. A colheita foi grande, e lhe rendeu dinheiro suficiente para fazer uma bela festa ao padroeiro.[13]
Em outubro de todos os anos é realizada a novena em homenagem a Nossa Senhora do Rosário. Festa essa, que reúne a tradição católico-portuguesa com simbolismos de matriz africana. Visto que a Irmandande do Rosário era, durante o Brasil Colônia e Império, frequentada por pessoas negras - pretos ou pardos[14]. A presença dos grupos de congadas e a devoção fervorosa do povo laminense dão o tom do evento. Toda comunidade participa, inclusive as comunidades escolares.[15][16]
Dois eventos culturais revelam a musicalidade do povo laminense: oCongado e aFólia de Reis.[17]
O congado, congo ou congada mescla cultos católicos europeus com práticas de matriz africana, em um movimento sincrético. É uma dança que representa a coroação do rei do Congo, acompanhado de um cortejo compassado, cavalgadas, levantamento de mastros e música. Os instrumentos musicais utilizados são a cuíca, a caixa, o pandeiro, o reco-reco, típicos da musicalidade afro-brasileira. Ocorre em várias festividades ao longo do ano, mas especialmente no mês de outubro, na festa de Nossa Senhora do Rosário. O ponto alto da festa é a coroação do rei do Congo.[18]
Na celebração de festas aos santos, onde a aclamação é animada através de danças, com muito batuque de zabumba, há uma hierarquia, onde se destaca o rei, a rainha, os generais, capitães, etc. São divididos em turmas de números variáveis, chamados ternos. Os tipos de ternos variam de acordo com sua função ritual na festa e no cortejo: Moçambiques, Catupés, Marujos, Congos, Vilões e outros.[18]
Folia de Reis é um festejo de origem portuguesa ligado às comemorações do culto católico do Natal. Na tradição católica, a passagem bíblica em que Jesus foi visitado por reis magos, converteu-se na tradicional visitação feita pelos três "Reis Magos", denominados Melchior, Baltazar e Gaspar, os quais passaram a ser referenciados como santos a partir do século VIII.[18]
Fixado o nascimento de Jesus Cristo a 25 de dezembro, adotou-se a data da visitação dos Reis Magos como sendo o dia 6 de janeiro. As canções são sempre sobre temas religiosos, com exceção daquelas tocadas nas tradicionais paradas para jantares, almoços ou repouso dos foliões, onde acontecem animadas festas com cantorias e danças típicas regionais, como catira, moda de viola e cateretê. Contudo ao contrário dos Reis da tradição, o propósito da folia não é o de levar presentes mas de recebê-los do dono da casa para finalidades filantrópicas, exceto, obviamente, as fartas mesas dos jantares e as bebidas que são oferecidas aos foliões.[18]
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