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Lambada | |
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Origens estilísticas | carimbó,cúmbia,merengue,bolero,choro,forró,jovem guarda,guitarrada |
Contexto cultural | Anos 1970-1980, noPará |
Instrumentos típicos | Guitarra elétrica,saxofone,contrabaixo,bateria,maracas,congas,xeque-xeque,voz |
Popularidade | Sucesso internacional no final dos anos 1980 |
Subgêneros | |
Guitarrada,Beiradão | |
Formas regionais | |
Pará,Amazonas,Região Nordeste,Região Sudeste. |
Alambada é umgênero musical com origens naRegião Norte do Brasil, mais especificamente no estado doPará nosanos 1970.[1][2] Tem, como base, ocarimbó e aguitarrada. Foi influenciada porritmos como acúmbia e omerengue.
O gênero musical lambada surgiu no cenário fonográfico brasileiro, inicialmente, por meio do músico e compositor de carimbóPinduca, com a gravação da faixa instrumental homônima "Lambada (Sambão)", presente no LP "No embalo do Carimbó e Sirimbó Volume 5" de 1976 (gravadora Bervely). Porém, em 1978 foi lançado "Lambada das Quebradas" (gravadora Continental), álbum do guitarrista paraenseMestre Vieira, o qual foi o primeiro LP com temas musicais desenvolvidos exclusivamente para o gênero[3]. Durante a década de 80, o estilo paulatinamente se popularizou para fora Estado do Pará e impulsionou o sucesso de novos artistas, como Carlos Santos,Beto Barbosa, Márcia Ferreira,Aldo Sena, Oseas, Beto Douglas,Teixeira de Manaus,Alípio Martins, Nonato do Cavaquinho, Solano,Gerônimo, entre outros. No fim dos anos 80, a lambada tornou-se mundialmente reconhecida através do grupo franco-brasileiroKaoma, uma criação de empresários franceses. A banda teve grande repercussão no exterior e depois também no Brasil.
Já adança lambada teve sua origem a partir de uma mudança do carimbó, que passou a ser dançado por duplas abraçadas ao invés de duplas soltas. Assim como oforró, a lambada tem, napolca, sua referência principal para o passo básico, somando-se o balão apagado, o pião e outras figuras domaxixe. Usa, normalmente, as cabeças dos tempos e o meio do tempo par, se começarmos a dançar no "um", para as trocas de peso (pisa-se no "um", no "dois" e no "e" - que é chamado comumente de contratempo). A lambada chega, então, aPorto Seguro e, ali, se desenvolve. Boas referências foram a Lambada Boca da Barra, em Porto Seguro, e o Jatobar, noArraial d'Ajuda, onde, desde o início, tambémzouks (lambadas francesas) serviram para embalar os lambadeiros.
O nome "lambada" e a mistura do carimbó com a música metálica e eletrônica doCaribe caíram no gosto popular e se disseminaram, numa primeira fase, até aRegião Nordeste do Brasil. O grande sucesso, no entanto, só aconteceu após a entrada deempresáriosfranceses no negócio em meados dadécada de 1980. Com uma gigantesca estrutura demarketing e músicos populares, o grupoKaoma lançou, em 1989, com êxito, a lambada naEuropa e outroscontinentes. Adaptada ao ritmo, amúsica boliviana "Chorando Se Foi" tornou-se o carro chefe da novidade pelo mundo.[4]
Tudo isso acontece na época do apogeu docarnavalbaiano, que ditava umamoda atrás da outra e, numa delas, apresentou a lambada ao Brasil. Essa segunda fase da dança durou apenas uma temporada e foi um pouco mais abrangente que a primeira, que só havia chegado até a regiãonordeste doBrasil. Até esse ponto, a lambada tinha, como principal característica, os casais abraçados. Era uma exigência tão forte que, quando da realização de alguns concursos, aqueles que se separassem eram desclassificados.
No mundo inteiro, a lambada tornou-se um grande sucesso e, em pouco tempo, estava presente em filmes e praticamente todos os programas de auditório, aparecendo até em novelas. Foi a hora dos grandes concursos eshows. A necessidade do espetáculo fez com que os dançarinos criassemcoreografias cada vez mais ousadas, com giros eacrobacias.
Como acontece com frequência, a valorização do produto no seu país de origem só se deu após seu reconhecimento no exterior. Seguiu-se um período intenso de composições e gravações de lambadas tanto no mercado interno quanto externo. Os franceses,[4] por exemplo, compraram, de uma só vez, osdireitos autorais de centenas de músicas. Dezenas de grupos e diversos cantores pegaram carona no sucesso do ritmo, comoSidney Magal,Sandy e Júnior,Fafá de Belém eAngélica.
Depois dessa fase de superexposição, como acontece com quase todo fenômenomidiático, deu-se um natural desgaste, com a consequente queda nas vendas, até cessar a produção. Depois de algum tempo, a música lambada entrou em crise e parou de sergravada. OsDJs dasboates aproveitam então para simular o enterro do estilo musical. A dança perde destaque, mas sobrevive, pois já haviam sido feitas, nas lambaterias, muitas experiências com variados estilos de música que tivessem a batida (base de marcação) que permitisse dançar lambada. Só para citar um exemplo, a banda derumba flamencaGipsy Kings teve vendagem significativa no Brasil por conta da dança. As músicas francesas, espanholas, árabes, americanas, africanas, caribenhas etc. viraram, então, a salvação e solução para a continuidade do estilo de dança. De todas as músicas testadas, ozouk foi o ritmo que melhor se encaixou na dança, tornando-se a principal música para dançar lambada.
Esta passa a ser dançada com um andamento mais lento, com mais tempo e pausas que praticamente não existiam na música lambada, permitindo explorar, ao máximo, asensualidade, plasticidade e beleza da dança. Os movimentos ficaram mais suaves e continuam fluidos, modificando-se à medida em que ela incorpora e troca com outras modalidades. Contribuem, ainda, as diversas pesquisas, até fora dadança de salão, como, por exemplo, as de contato e improvisação. Hoje, a relação com o parceiro volta a ganhar valor, as acrobacias ficam praticamente exclusivas para os palcos e os locais para dançar reabrem em diversosestados brasileiros. Encontramos lambaterias eprofessores de lambada em diversos pontos do planeta e, ainda que a chamem dezouk atualmente, muitos vivem dela até hoje.
Em 2011, a cantoraJennifer Lopez readaptou o sucesso "Lambada", do grupoKaoma, para umsingle emritmo eletrônico chamado "On the Floor".[5][6]
Ocarimbó é tanto gênero musical quanto dança típica do estado do Pará ,Região Norte do Brasil, cujas origens remetem ao século XVIII. Sua constituição agrega influências caboclas, africanas, indígenas e portuguesas, e é um dos principais gêneros constitutivos dalambada. Na forma tradicional, musicalmente, o carimbó é acompanhado por tambores de tronco de árvores, flauta ou sax, maracas, banjo amazônico e voz. Já a dança, tem influências da fricção étnica dos povos que construíram aAmazônia, por isso, há elementos herdados das danças indígenas como o toré, a movimentação pélvica das danças africanas e movimentos de giros das danças de corte europeias.