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Lógica de primeira ordem

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Alógica de primeira ordem (LPO), conhecida também comocálculo de predicados de primeira ordem (CPPO),[1] é um sistema lógico que estende alógica proposicional[2] (lógica sentencial) e que é estendida pelalógica de segunda ordem.

Assentenças atômicas da lógica de primeira ordem têm o formatoP (t1,…,tn) (um predicado com um ou mais "argumentos") ao invés de serem símbolos sentenciais sem estruturas.

O ingrediente novo da lógica de primeira ordem não encontrado na lógica proposicional é aquantificação: dada uma sentença φ qualquer, as novas construçõesxϕ{\displaystyle \forall x\,\phi } exϕ{\displaystyle \exists x\,\phi } -- leia "para todox, φ" e "para algumx, φ", respectivamente—são introduzidas.xϕ{\displaystyle \forall x\,\phi } significa que φ é verdadeiro para todo valor dex exϕ{\displaystyle \exists x\,\phi } significa que há pelo menos umx tal que φ é verdadeiro. Os valores das variáveis são tirados de umuniverso de discurso pré-determinado. Um refinamento da lógica de primeira ordem permite variáveis de diferentes tipos, para tratar de diferentes classes de objetos.

A lógica de primeira ordem tem poder expressivo suficiente para formalizar praticamente toda a matemática. Umateoria de primeira ordem consiste em um conjunto deaxiomas (geralmente finito ourecursivamente enumerável) e de sentenças dedutíveis a partir deles. Ateoria dos conjuntos deZermelo-Fraenkel é um exemplo de uma teoria de primeira ordem, e aceita-se geralmente que toda amatemática clássica possa ser formalizada nela. Há outras teorias que são normalmente formalizadas na lógica de primeira ordem de maneira independente(embora elas admitam a implementação na teoria dos conjuntos) tais como aaritmética de Peano.

Definindo a lógica de primeira ordem

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Um cálculo de predicados consiste em:

Osaxiomas considerados aqui são os axiomaslógicos que fazem parte do cálculo de predicados. Além disso, os axiomasnão-lógicos são adicionados em teorias de primeira ordem específicas: estes não são considerados como verdades da lógica, mas como verdades da teoria particular sob consideração.

Quando o conjunto dos axiomas é infinito, requer-se que haja um algoritmo que possa decidir para uma fórmula bem-formada dada, se ela é um axioma ou não. Deve também haver um algoritmo que possa decidir se uma aplicação dada de umaregra de inferência está correta ou não.

É importante notar que o cálculo de predicados pode ser formalizado de muitas maneiras equivalentes; não há nada canônico sobre os axiomas e as regras de inferência propostos aqui, mas toda a formalização dará origem aos mesmos teoremas da lógica (e deduzirá os mesmos teoremas a partir de um conjunto qualquer de axiomasnão-lógicos).

Alfabeto

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O alfabeto de primeira ordem,Σ{\displaystyle \Sigma }, tem a seguinte constituição:

Σ=XΣCΣFΣRΣLΣP{\displaystyle \Sigma =X\cup \Sigma _{C}\cup \Sigma _{F}\cup \Sigma _{R}\cup \Sigma _{L}\cup \Sigma _{P}}, onde

  1. X={x,y,z,x1,x2,...,y1,y2,...,z1,z2,...}{\displaystyle X=\{x,y,z,x_{1},x_{2},...,y_{1},y_{2},...,z_{1},z_{2},...\}} é um conjunto enumerável de variáveis;
  2. ΣC={a,b,c,a1,a2,...,b1,b2,...,c1,c2,...}{\displaystyle \Sigma _{C}=\{a,b,c,a_{1},a_{2},...,b_{1},b_{2},...,c_{1},c_{2},...\}} é um conjunto de símbolos chamados de constantes;
  3. ΣF={F1,F2,...}{\displaystyle \Sigma _{F}=\{F_{1},F_{2},...\}} é um conjunto de símbolos ditos sinais funcionais;
  4. ΣR={R1,R2,...}{\displaystyle \Sigma _{R}=\{R_{1},R_{2},...\}} é um conjunto de símbolos ditos sinais relacionais ou predicativos;
  5. ΣL={¬,,,,,,}{\displaystyle \Sigma _{L}=\{\neg ,\wedge ,\vee ,\rightarrow ,\leftrightarrow ,\forall ,\exists \}} é o conjunto de símbolos ditos sinais lógicos;
  6. ΣP={(,),,}{\displaystyle \Sigma _{P}=\{(,),,\}} é o conjunto de símbolos de pontuação.

As constantes, sinais funcionais e sinais predicativos constituem a coleção de sinais ditos símbolos não lógicos.

Há diversas variações menores listadas abaixo:

  • O conjunto de símbolos primitivos (operadores e quantificadores) varia frequentemente. Alguns símbolos primitivos podem ser omitidos, substituindo-os com abreviaturas adequadas; por exemplo (P ↔ Q) é uma abreviatura para (PQ) ∧ (QP). No sentido contrário, é possível incluir outros operadores como símbolos primitivos, como as constantes de verdade ⊤ para "verdadeiro" e o ⊥ para "falso" (estes são operadores doaridade 0). O número mínimo dos símbolos primitivos necessários é um, mas se nós nos restringirmos aos operadores listados acima, seria necessário três; por exemplo, o ¬, o ∧, e o ∀ bastariam.
  • Alguns livros mais antigos usam a notação φ ⊃ ψ para φ → ψ, ~φ para ¬φ, φ & ψ para φ ∧ ψ, e uma variedade de notações para os quantificadores; por exemplo, ∀xφ pode ser escrito como (x)φ.
  • A igualdade é às vezes considerada como parte da lógica de primeira ordem; Neste caso, o símbolo da igualdade será incluído no alfabeto, e comportar-se-á sintaticamente como um predicado binário. Assim a LPO será chamada delógica de primeira ordem com igualdade.
  • As constantes são na verdade funções de aridade 0, assim seria possível e conveniente omitir constantes e usar as funções que tenham qualquer aridade. Mas é comum usar o termo "função" somente para funções de aridade 1.
  • Na definição acima, as relações devem ter pelo menos aridade 1. É possível permitir relações de aridade 0; estas seriam consideradas variáveis proposicionais.
  • Há muitas convenções diferentes sobre onde pôr parênteses; por exemplo, se pode escrever ∀x ou (∀x). Às vezes se usa dois pontos ou ponto final ao invés dos parênteses para criar fórmulas não ambíguas. Uma convenção interessante, mas incomum, é a "notação polonesa", onde se omite todos os parênteses, e escreve-se o ∧, ∨, e assim por diante na frente de seus argumentos. A notação polonesa é compacta e elegante, mas rara e de leitura complexa.
  • Uma observação técnica é que se houver um símbolo de função de aridade 2 que representa um par ordenado (ou símbolos de predicados de aridade 2 que representam as relações de projeção de um par ordenado) então se pode dispensar inteiramente as funções ou predicados de aridade > 2. Naturalmente o par ou as projeções necessitam satisfazer aos axiomas naturais.

Os conjuntos das constantes, das funções, e das relações compõem aassinatura e são geralmente considerados para dar forma a uma linguagem, enquanto as variáveis, os operadores lógicos, e os quantificadores são geralmente considerados para pertencer à lógica. Umaestrutura dá o significado semântico de cada símbolo da assinatura. Por exemplo, a linguagem dateoria dos grupos consiste de uma constante (elemento da identidade), de uma função de aridade 1 (inverso), de uma função de aridade 2 (produto), e de uma relação de aridade 2 (igualdade), que seria omitida pelos autores que incluem a igualdade na lógica subjacente.

Regras de formação

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Asregras de formação definem os termos, fórmulas, e as variáveis livres como segue.O conjunto dostermos é definido recursivamente pelas seguintes regras:

  1. Qualquer constante é um termo (sem variáveis livres).
  2. Qualquer variável é um termo (cuja únicavariável livre é ela mesma).
  3. Toda expressãof (t1,…,tn) den ≥ 1 argumentos (onde cada argumentoti é um termo ef é um símbolo de função de aridaden) é um termo. Suas variáveis livres são as variáveis livres de cada um dos termosti.
  4. Cláusula de fechamento: Nada mais é um termo.

O conjunto dasfórmulas bem-formadas (chamadas geralmente FBFs ou apenas fórmulas) é definido recursivamente pelas seguintes regras:

  1. Predicados simples e complexos: seP for uma relação de aridade n ≥ 1 e osai são os termos entãoP (a1,…,an) é bem formada. Suas variáveis livres são as variáveis livres de quaisquer termosai. Se a igualdade for considerada parte da lógica, então (a1 =a2) é bem formada. Tais fórmulas são ditas atômicas.
  2. Cláusula indutiva I: Se φ for umaFBF, então ¬φ é umaFBF. Suas variáveis livres são as variáveis livres de φ.
  3. Cláusula indutiva II: Se φ e ψ sãoFBFs, então (ψ ∧ φ), (ψ{\displaystyle \vee }φ), (ψ → φ), (ψ ↔ φ) sãoFBFs. Suas variáveis livres são as variáveis livres de φ e de ψ.
  4. Cláusula indutiva III: Se φ for umaFBF ex for um variável, então ∀xφ e ∃xφ sãoFBFs, cujas variáveis livres são as variáveis livres de φ com exceção dex. Ocorrências dex são ditasligadas oumudas (por oposição a livre) em ∀xφ e ∃xφ.
  5. Cláusula de fechamento: Nada mais é umaFBF.

Na prática, seP for uma relação de aridade 2, nós escrevemos frequentemente "a P b" em vez de "P a b"; por exemplo, nós escrevemos 1 < 2 em vez de < (1 2). Similarmente sef for uma função de aridade 2, nós escrevemos às vezes "a f b" em vez de "f (a b)"; por exemplo, nós escrevemos 1 + 2 em vez de + (1 2). É também comum omitir alguns parênteses se isto não conduzir à ambigüidade.Às vezes é útil dizer que "P (x) vale para exatamente umx", o que costuma ser denotado por ∃!xP(x). Isto também pode ser expresso por ∃x (P (x) ∀y (P (y) → (x =y))).

Exemplos: A linguagem dos grupos abelianos ordenados tem uma constante 0, umafunção unária −, umafunção binária +, e umarelação binária ≤. Assim:

  • 0,x,y sãotermos atômicos
  • + (x,y), + (x, + (y, − (z))) sãotermos, escritos geralmente comox +y,x + (y + (−z))
  • = (+ (x,y), 0), ≤ (+ (x, + (y, − (z))), + (x,y)) sãofórmulas atômicas, escritas geralmente comox +y = 0,x +y -zx +y,
  • (∀xy ≤ (+ (x,y),z)) ∧ (∃x = (+ (x,y), 0)) é umafórmula, escrita geralmente como (∀xy (x +yz)) ∧ (∃x (x +y = 0)).

Substituição

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Set é um termo e φ(x) é uma fórmula que contém possivelmentex como uma variável livre, então φ(t) se definido como o resultado da substituição de todas as instâncias livres dex port,desde que nenhuma variável livre det se torne ligada neste processo. Se alguma variável livre det se tornar ligada, então para substituirt porx é primeiramente necessário mudar os nomes das variáveis ligadas de φ para algo diferente das variáveis livres det. Para ver porque esta condição é necessária, considere a fórmula φ(x) dada por ∀yyx ("x é máximal"). Set for um termo semy como variável livre, então φ(t) diz apenas quet é maximal. Entretanto set éy, a fórmula φ(y) é ∀yyy quenão diz quey é máximal.O problema de que a variável livrey det (=y) se transformou em ligada quando nós substituímosy porx em φ(x). Assim, para construir φ(y) nós devemos primeiramente mudar a variável ligaday de φ para qualquer outra coisa, por exemplo a variávelz, de modo que o φ(y) seja então ∀zzy. Esquecer desta condição é uma causa notória de erros.

Igualdade

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Há diversas convenções diferentes para se usar a igualdade (ou a identidade) na lógica de primeira ordem. Esta seção resume as principais. Todas as convenções resultam mais ou menos no mesmo com mais ou menos a mesma quantidade de trabalho, e diferem principalmente na terminologia.

  • A convenção mais comum para a igualdade é incluir o símbolo da igualdade como um símbolo lógico primitivo, e adicionar os axiomas da igualdade aos axiomas da lógica de primeira ordem. Os axiomas de igualdade são
x =x
x =yF{\displaystyle F}(…,x,…) =F{\displaystyle F}(…,y,…) para qualquer funçãoF{\displaystyle F}
x =y → (R{\displaystyle R}(…,x,…) →R{\displaystyle R}(…,y,…)) para qualquer relaçãoR{\displaystyle R} (incluindo a própria igualdade)
  • A próxima convenção mais comum é incluir o símbolo da igualdade como uma das relações de uma teoria, e adicionar os axiomas da igualdade aos axiomas da teoria. Na prática isto é quase idêntico à da convenção precedente, exceto no exemplo incomum de teorias com nenhuma noção de igualdade. Os axiomas são os mesmos, e a única diferença é se eles serão chamados de axiomas lógicos ou de axiomas de teoria.
  • Nas teorias sem funções e com um número finito de relações, é possível definir a igualdade em termos de relações, definindo os dois termos s e t como iguais se qualquer relação continuar inalterada ao se substituirs port em qualquer argumento. Por exemplo, em teoria dos conjuntos com uma relação ∈, nós definiríamoss =t como uma abreviatura para ∀x (sxtx) ∧ ∀x (xsxt). Esta definição de igualdade satisfaz automaticamente os axiomas da igualdade.
  • Em algumas teorias é possível dar definições de igualdadead hoc. Por exemplo, em uma teoria de ordens parciais com uma relação ≤ nós poderíamos definirs =t como uma abreviatura parastts.

Regras de inferência

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A regra de inferênciamodus ponens é a única necessária para alógica proposicional de acordo com a formalização proposta aqui. Ela diz que se φ e φ → ψ são ambos demonstrados, então pode-se deduzir ψ.A regra de inferência chamadaGeneralização Universal é característica da lógica de primeira ordem:

seϕ{\displaystyle \vdash \phi }, entãoxϕ{\displaystyle \vdash \forall x\,\phi }

onde se supõe queϕ{\displaystyle \phi } é um teorema já demonstrado da lógica de primeira ordem. Observe que a Generalização é análoga àregra da necessitação dalógica modal, que é:

seP{\displaystyle \vdash P}, entãoP{\displaystyle \vdash \Box P}.

Limitações

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Apesar da Lógica de Primeira Ordem ser suficiente para formalizar uma grande parte da matemática, e também ser comumente usada emCiência da Computação e outras áreas, ela tem as suas limitações. Suas limitações incluem limitações em sua expressividade e limitações com relação aos fragmentos das línguas naturais que pode descrever.

Expressividade

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O teorema de Löwenheim–Skolem mostra que se uma teoria de primeira ordem tem um modelo infinito, então a teoria também tem modelos de todas as cardinalidades infinitas. Em particular, nenhuma teoria de primeira ordem com um modelo infinito pode ser categórica. Assim, não há uma teoria de primeira ordem cujo único modelo tem o conjunto dos números naturais como domínio, ou cujo único modelo tem o conjunto dos números reais como domínio.Várias extensões da Lógica de Primeira-Ordem, incluindo a Lógica de Ordem Superior e a Lógica Infinitária, são mais expressivas no sentido de que elas admitem axiomatizações categóricas dos números naturais ou reais. Essa expressividade tem um custo em relação às propriedades meta-lógicas; de acordo com o Teorema de Lindström, qualquer lógica que seja mais forte que a lógica de primeira ordem falhará em validar oteorema da compacidade ou em validar o teorema de Löwenheim–Skolem.

Formalizando as Línguas Naturais

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A lógica de primeira ordem é capaz de formalizar vários quantificadores na língua natural, como “todas as pessoas que moram em Paris, moram na França”. Mas existem várias características que não podem ser expressas na lógica de primeira ordem. “Qualquer sistema lógico que é apropriado para analisar línguas naturais, precisa de uma estrutura muito mais rica que a lógica de primeira ordem" (Gamut 1991, p 75).

TipoExemploComentário
Quantificadores sobre as propriedadesSe Rafael for satisfeito consigo mesmo, então ele tem pelo menos uma coisa em comum com RobertaRequer quantificadores sobre os predicados, os quais não podem ser implementados com a lógica de primeira ordem (unicamente ordenada): Zj→ ∃X(Xj∧Xp)
Quantificadores sobre as propriedadesPapai Noel tem todos os atributos de um sadistaRequer quantificadores sobre os predicados, os quais não podem ser implementados com a lógica de primeira ordem (unicamente ordenada): ∀X(∀x(Sx → Xx)→Xs)
Predicado adverbialLuiz está andando rápidoNão pode ser analisado como Wj ∧ Qj; predicados adverbiais não são a mesma coisa que predicados de segunda ordem , como cores
Adjetivo RelativoJumbo é um elefante pequenoNão podem ser analisados como Sj ∧ Ej; predicados adjetivados não são a mesma coisa que predicados de segunda ordem , como cores
Modificador do predicado adverbialAnderson está andando muito rápido-
Modificador do adjetivo relativoRoberta é extremamente pequenaUma expressão como "extremamente" , quando usado com um adjetivo relativo "pequena", resulta em um novo adjetivo relativo: "extremamente pequena"
PreposiçõesAlberto está sentado ao lado de DaniloA preposição "ao lado de" quando aplicada a Luiz, resulta em um predicado adverbial "ao lado de Luiz"

Axiomas e regras

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Os cincoaxiomas lógicos mais as duas regras de inferência seguintes caracterizam a lógica de primeira ordem:

Axiomas:

Regras de Inferência:

  • Modus Ponens:
MP:α,αββ{\displaystyle MP:{\frac {\alpha ,\alpha \rightarrow \beta }{\beta }}}
  • Generalização Universal:
Gen:αx.α{\displaystyle Gen:{\frac {\alpha }{\forall x.\alpha }}}

Estes axiomas são na realidadeesquemas de axiomas. Cada letra grega pode ser uniformemente substituída, em cada um dos axiomas acima, por uma FBF qualquer, e uma expressão do tipoα[t:=x]{\displaystyle \alpha [t:=x]} denota o resultado da substituição de x por t na fórmulaα{\displaystyle \alpha }.

Cálculo de predicados

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O cálculo de predicado é uma extensão dalógica proposicional que define quais sentenças da lógica de primeira ordem sãodemonstráveis. É umsistema formal usado para descrever asteorias matemáticas. Se o cálculo proposicional for definido por um conjunto adequado de axiomas e a única regra de inferênciamodus ponens (isto pode ser feito de muitas maneiras diferentes, uma delas já ilustrada na seção anterior), então o cálculo de predicados pode ser definido adicionando-se alguns axiomas e uma regra de inferência "generalização universal" (como, por exemplo, na seção anterior). Mais precisamente, como axiomas para o cálculo de predicado, teremos:

  • Os axiomas circunstanciais do cálculo proposicional (A1, A2 e A3 na seção anterior);
  • Os axiomas dos quantificadores (A4 e A5);
  • Os axiomas para a igualdade propostos em seção anterior, se a igualdade for considerada como um conceito lógico.

Uma sentença será definida comodemonstrável na lógica de primeira ordem se puder ser obtida começando com os axiomas do cálculo de predicados e aplicando-se repetidamente as regras de inferência "modus ponens" e "generalização universal". Se nós tivermos uma teoriaT (um conjunto de sentenças, às vezes chamadas axiomas) então uma sentença φ se define comodemonstrável na teoriaT seab ∧ … → φ é demonstrável na lógica de primeira ordem (relação de consequência formal), para algumconjunto finito de axiomasa,b,… da teoriaT.Um problema aparente com esta definição de "demonstrabilidade" é que ela parece um tanto ad hoc: nós tomamos uma coleção aparentemente aleatória de axiomas e de regras de inferência, e não é óbvio que não tenhamos acidentalmente deixado de fora algum axioma ou regra fundamental. O teorema da completude deGödel nos assegura de que este não é realmente um problema: o teorema diz que toda sentença verdadeira em todos os modelos é demonstrável na lógica de primeira ordem. Em particular, toda definição razoável de "demonstrável" na lógica de primeira ordem deve ser equivalente à definição acima (embora seja possível que os comprimentos das derivações difira bastante para diferentes definições de demonstrabilidade).Há muitas maneiras diferentes (mas equivalentes) de definir provabilidade. A definição acima é um exemplo típico do cálculo noestilo de Hilbert, que tem muitos axiomas diferentes, mas poucas regras de inferência. As definições de demonstrabilidade para a lógica de primeira ordem nos estilos de Gentzen (dedução natural e cálculo de sequentes) são baseadas em poucos ou nenhum axiomas, mas muitas regras de inferência.

Algumas equivalências

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¬xP(x)x¬P(x){\displaystyle \lnot \forall x\,P(x)\Leftrightarrow \exists x\,\lnot P(x)}
¬xP(x)x¬P(x){\displaystyle \lnot \exists x\,P(x)\Leftrightarrow \forall x\,\lnot P(x)}
xyP(x,y)yxP(x,y){\displaystyle \forall x\,\forall y\,P(x,y)\Leftrightarrow \forall y\,\forall x\,P(x,y)}
xyP(x,y)yxP(x,y){\displaystyle \exists x\,\exists y\,P(x,y)\Leftrightarrow \exists y\,\exists x\,P(x,y)}
xP(x)xQ(x)x(P(x)Q(x)){\displaystyle \forall x\,P(x)\land \forall x\,Q(x)\Leftrightarrow \forall x\,(P(x)\land Q(x))}
xP(x)xQ(x)x(P(x)Q(x)){\displaystyle \exists x\,P(x)\lor \exists x\,Q(x)\Leftrightarrow \exists x\,(P(x)\lor Q(x))}

Algumas regras de inferência

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xyP(x,y)yxP(x,y){\displaystyle \exists x\,\forall y\,P(x,y)\Rightarrow \forall y\,\exists x\,P(x,y)}
xP(x)xQ(x)x(P(x)Q(x)){\displaystyle \forall x\,P(x)\lor \forall x\,Q(x)\Rightarrow \forall x\,(P(x)\lor Q(x))}
x(P(x)Q(x))xP(x)xQ(x){\displaystyle \exists x\,(P(x)\land Q(x))\Rightarrow \exists x\,P(x)\land \exists x\,Q(x)}
xP(x)xQ(x)x(P(x)Q(x)){\displaystyle \exists x\,P(x)\land \forall x\,Q(x)\Rightarrow \exists x\,(P(x)\land Q(x))}
xP(x)P(c){\displaystyle \forall x\,P(x)\Rightarrow P(c)} (sec for uma variável, então não deve ser quantificada emP(x))
P(c)xP(x){\displaystyle P(c)\Rightarrow \exists x\,P(x)} (x não deve aparecer livre emP(c))

Metateoremas da lógica de primeira ordem

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Alguns metateoremas lógicos importantes listam-se abaixo:

  1. Ao contrário dalógica proposicional, a lógica de primeira ordem éindecidível, desde que a linguagem contenha ao menos um predicado de aridade ao menos 2, para além da igualdade. Pode-se demonstrar que há um procedimento de decisão para determinar se uma fórmula arbitrária P é válida (vejaproblema da parada). (Estes resultados foram demonstrados, independentemente, porChurch eTuring).
  2. Oproblema da decisão para validade é semidecidível, ou seja, há umamáquina de Turing que quando recebe uma frase como entrada, pararáse e somente se a sentença for válida (satisfeita em todos os modelos).
    • Como o teorema da completude deGödel mostra, para toda fórmula válida P, P é demonstrável. Analogamente, assumindo a consistência da lógica, toda fórmula demonstrável é válida.
    • Para um conjunto finito ou semi-enumerável de axiomas, o conjunto das fórmulas demonstráveis pode ser explicitamente enumerado por uma máquina de Turing, donde segue o resultado de semidecidibilidade.
  3. Alógica de predicados monádica (i.e., a lógica de predicados somente com predicados de um argumento) é decidível.
  4. A classe de Bernays-Schönfinkel das fórmulas de primeira ordem é também decidível.

Comparação com outras lógicas

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A maioria destas lógicas são de certa forma extensões da lógica de primeira ordem: elas incluem todos os quantificadores e operadores lógicos da lógica de primeira ordem com os mesmos significados. Lindström mostrou que a lógica de primeira ordem não tem extensões (com exceção dela própria) que satisfazem oteorema da compacidade e ao teorema deLöwenheim-Skolem descendente. Uma formulação precisa deste teorema requer a listagem de vários páginas de condições técnicas que a lógica deve satisfazer, por exemplo, a mudança dos símbolos de uma linguagem não deve fazer nenhuma diferença essencial nas sentenças que são verdadeiras.

A lógica de primeira ordem em que nenhumasentença atômica se encontra sob o escopo de mais de três quantificadores, tem o mesmo poder expressivo que aálgebra de relação de Tarski e de Givant (1987). Estes autores também mostram que a LCPO (Lógica Clássica de Primeira Ordem) com umpar ordenado primitivo, e uma relação algébrica incluindorelações de projeção sobre pares ordenados são equivalentes.

ex:pt.x (Homem(x)→Mortal(x)), que é uma fórmula válida

Ver também

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Referências

  1. «Lógica de Primeira Ordem»(PDF). Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo. Consultado em 5 de janeiro de 2014 
  2. «A Lógica de Primeira Ordem»(PDF). Departamento de Ciência da Computação - Universidade de Brasília. Consultado em 22 de Janeiro de 2016 

Bibliografia

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  • SILVA, Flávio S. Correa da; FINGER, Marcelo; MELO, Ana Cristina V. de.Lógica para Computação. ed. Thomson, 2006.
  • MORTARI, Cezar.Introdução à Lógica. 1. ed. Imprensa Oficial SP, 2001.
  • ABE, Jair Minoro; SCALZITTI, Alexandre; FILHO, João Inácio da Silva.Introdução à Lógica para a Ciência da Computação. 2. ed. Arte e Ciência, 2002.
  • SOUZA, João de.Lógica para Ciência da Computação. 1. ed. Campus, 2002.
  • DETLEFSEN, Michael; MCCARTY, David Charles; BACON, John B.Glossário de Lógica. ed. Edições 70, 2004.
  • «Bedregal» , B.R.C, andAcióly, B.M. Lógica para a Ciência da Computação. Versão preliminar, 2002.
  • Stanford Encyclopedia of Philosophy:Classical Logic — por Stewart Shapiro. Cobre a sintaxe, teoria de modelos, e a metateoria da lógica de primeira ordem no estilo de dedução natural.
  • «Forall x: an introduction to formal logic» , por P.D. Magnus, cobre a semântica formal e a teoria da demonstração para a lógica de primeira ordem.
  • «Metamath» : um projetoon-line para a reconstrução da matemática como uma enorme teoria de primeira ordem, usando lógica de primeira ordem e ateoria axiomática dos conjuntosZFC.Principia Mathematica modernizado e feito corretamente.
  • Podnieks, Karl.Introduction to mathematical logic.
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