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Língua tupi

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Não confundir comtupi-guarani (família linguística).
Tupi
Outros nomes:Língua brasílica
Tupi antigo
Tupi clássico
Tupinambá
Falado(a) em:Brasil
Região:litoral brasileiro
Extinção:final doséculo XVII, ao evoluir para aslínguas gerais[1]
Família:Tronco tupi
 Ramo ocidental
  Família tupi-guarani
   Subconjunto III[2]
    Tupi
Escrita:Alfabeto latino
Códigos de língua
ISO 639-1:--
ISO 639-2:sai (B)tup (T)
ISO 639-3: vários:
tpk — tupiniquim
tpn — tupinambá
tpw — tupi antigo
Povos indígenas que habitavam, no século XVI, a costa do Brasil. Em amarelo, os povos tupis

Alíngua tupi, outupi antigo, foi a língua falada pelospovos tupis e por grande parte doscolonizadores que povoavam o litoral doBrasil nosséculos XVI eXVII. Considera-se a língua indígena "clássica" do Brasil e a que teve mais importância na "construção espiritual e cultural" do país.[3][falta página]

Hoje umalíngua morta, o tupi foi por vezes mais falado que oportuguês, sendo por isso considerada também como "a língua do Brasil dos primeiros séculos". Seu registro foi feito sobretudo porpadres jesuítas, comoJosé de Anchieta, mas também por viajantes, comoHans Staden eJean de Léry. Graças a esse registro, preservou-se o conhecimento da língua. Hoje o tupi antigo é a língua indígena brasileira mais bem conhecida, mesmo levando-se em conta as línguas vivas. Contribui para esse fato a ricaliteratura tupi, que conta com peças de teatro, poemas, ecatecismos.[1]

Entre as línguas indígenas, o tupi foi a que mais legou termos aoportuguês brasileiro,[4] entre os quais, é possível citar:caatinga,caju,mingau,pereba epipoca. Entre os topônimos, temosIndaiatuba,Itaquaquecetuba,Jacareí,Sergipe,Pindamonhangaba e muitos outros. Ostupinismos são particularmente numerosos em se tratando de animais e plantas, comopindoba,piranha,arara,maracujá,pitanga,jaguatirica,tamanduá.[4] Também nofolclore e nas lendas brasileiras, há oBoitatá, aBoiuna, oCurupira, oCaipora, aCumacanga, oJurupari, oIpupiara, todos nomes tupis, mais ou menos modificados com o tempo. A prevalência do tupi na formação do país levou otupinólogo e padreLemos Barbosa (1956) a afirmar que "o seu conhecimento, sequer superficial, faz parte da cultura nacional".[5][falta página]

O tupi pertence àfamília linguística tupi-guarani, que por sua vez pertence aotronco tupi. A família tupi-guarani é composta por 21 línguas diferentes, entre elas oguarani moderno, que possui grandes semelhanças fonológicas e gramaticais com o tupi. Embora o tupi antigo tenha deixado se ser falado no final do século XVII, ele deu origem aonheengatu, também chamado de língua geral amazônica, ou ainda tupi moderno.[6][falta página] Gramaticalmente, o tupi apresenta propriedades peculiares, como: ausência de flexão de gênero e de número; conjugação verbal no início da palavra, não no final (aker, ereker, oker: durmo, dormes, dorme etc); a existência de um nós exclusivo (oré), que exclui o ouvinte, e outro inclusivo (îandé), que o inclui; numerais que vão apenas de um a quatro; entre outras.

Descrição linguística

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Segue-se um breve sumário das principais características do tupi, suatipologia e outras características.[1] A presente seção visa a fornecer uma visão geral de seu perfil linguístico, com maior aprofundamento nas seções que se seguem.

  • O tupi é uma línguaSOV (sujeito-objeto-verbo), mas, por influência do português, foi se tornandoSVO (sujeito-verbo-objeto) com o tempo.[1]
  • Apresenta um sistema vocálico simétrico, no qual cada uma das vogais orais possui seu equivalente nasal: /i/, /ĩ/; /ɨ/, /ɨ̃/; /u/, /ũ/; /ɛ/, /ɛ̃/; /ɔ/, /ɔ̃/; /a/, /ã/.
  • Seu inventário consonantal, por outro lado, é considerado "relativamente pequeno".[7]
  • Quanto à suatipologia, o tupi não é uma línguaisolante,fusiva,aglutinante nempolissintética, mas apresenta características de cada tipo, sem que nenhum seja mais prevalente que os demais.[7]
  • Não há distinção de número,caso ou gênero em substantivos.
  • Não há artigos definidos ou indefinidos.
  • Apresenta uma primeira pessoa do plural inclusiva (îandé), que inclui o ouvinte, e outra exclusiva (oré), que o exclui.[1]

História e interesse histórico

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Ver artigo principal:História da língua tupi
Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil, deJosé de Anchieta.
Edição da Monumenta Anchietana. São Paulo: Edições Loyola, 1990. Fac-símile

A língua tupi antiga possui vários documentos que descrevem sua estrutura, sendo o padrejesuítaJosé de Anchieta considerado como seu primeiro gramático (foram os jesuítas que criaram arepresentação escrita da língua, a qual era, até então,exclusivamente oral).[8] Anchieta não foi, porém, o primeiro jesuíta a aprender a língua nativa: o padrebascoJoão de Azpilcueta Navarro compôs os primeiros hinos religiosos em suas pregações aos indígenas.[9] O objetivo dos padres eracatequizar os indígenas.[6][falta página]

Nos séculos XVI e XVII, era chamado pelos portugueses delíngua brasílica[10] por ser o idioma mais usado no Brasil (a expressão "língua tupi" somente se generalizou a partir do século XIX).[10] Dentre os grupos reconhecidos pelos historiadores,antropólogos elinguistas que tinham o tupi antigo comolíngua materna estão ostupinambás,tupiniquins,caetés,tamoios,potiguaras,temiminós etabajaras.[11] Os europeus que iam viver no Brasil, bem como osescravos africanos que eram trazidos para o país, aprendiam a língua e falavam-na no seu dia-a-dia, usando o português apenas nas suas relações com a Coroa Portuguesa. Inicialmente restrita à costa brasileira, o tupi se interiorizou devido à ação dosbandeirantes, que o levaram ao interior, aos atuais estados deMinas Gerais,Goiás eMato Grosso, entre outros.[1]

Deixou de ser falada no final do século XVII, quando foi suplantada pelalíngua geral.[1] Esta, por sua vez, foi proibida por Pombal. Com a proibição da língua geral peloMarquês de Pombal em 1758, ela deixou de ser a língua mais falada no Brasil, sendo substituída pelo português.[12] Sua descendente paulista, alíngua geral paulista, continuou, no entanto, a ser falada no interior do atual estado deSão Paulo até o início do século XX,[1] e a sua descendenteamazônica, onheengatu, continua a ser falada até hoje no vale dorio Negro, naAmazônia.[13] A língua tupi também continua presente no cotidiano dos brasileiros através de vários nomes tupis que se encontram na geografia brasileira e nas denominações de vários animais e plantasnativos do Brasil.[6][falta página] Em suma:

Em poucos países da América uma língua indígena teve a difusão que o tupi antigo conheceu, contribuindo para a unidade política de nosso país. Forneceu milhares de termos para a língua portuguesa do Brasil, milhares de topônimos, esteve presente na literatura colonial, noRomantismo noModernismo. Da literatura sua influência estendeu-se ainda mais para a onomástica do país:Moema, Iracema, Ubirajara, Peri, Moacir, Marabá, Pindorama, Urupês, todos esses são nomes que primeiro as penas dos escritores sacramentaram antes de passar a nomear pessoas e lugares no Brasil. O tupi foi a referência fundamental de todos os que quiseram afirmar a identidade cultural do nosso país.[...]

— Navarro, Eduardo de Almeida.Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. Introdução.

Número de falantes

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ConformeAryon Rodrigues, o tupi era mais falado que o português nas regiões onde houve maior miscigenação entre o colonizador europeu e a indígena nativa. Essas são as regiões periféricas da colonização lusitana, a saber: o sudeste do Brasil, mais especficamente São Paulo e São Vicente, e o Norte. Já em Salvador, antiga capital da colônia, sede da administração lusitada implantada no novo mundo, a língua portuguesa dominava, por duas razões:[14]

  1. A grande mortandade de indígenas nessas regiões, devido a pandemias e ao extermínio deliberado;
  2. Justamente por ser um local onde houve menor miscigenação. Muitos casais já formados chegavam da Europa.

Interesse moderno pela língua

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Gonçalves Dias (1823–1864) escreveu o famoso poemaromântico brasileiroI-Juca-Pirama, termo tupi que significa "o que será (ou deverá ser) morto"[15]

O interesse moderno pela língua tupi teve uma conotaçãonacionalista brasileira. A língua foi bastante explorada nos movimentos literários doromantismo e domodernismo para a afirmação da identidade cultural do país.[6][falta página]

No contexto do nacionalismo da épocaVargas, durante as décadas de 1930, 1940, 1950 e 1960, o tupi fez parte do currículo das faculdades de filosofia brasileiras. Em 1954, no governo do presidente brasileiroCafé Filho, o tupi foi declarado legalmente matéria obrigatória no currículo das faculdades de letras do país. No entanto, sob a influência doestruturalismo (que, por seu caráter a-histórico, pregava o estudo somente das línguas indígenas contemporâneas), a língua tupi praticamente desapareceu do currículo das faculdades brasileiras, a partir da década de 1970, permanecendo apenas em algumas universidades, como aUniversidade de São Paulo.[16]

Atualmente, existem iniciativas isoladas que buscam resgatar o uso da língua tupi antiga por algumas etnias indígenas que usavam essa língua no passado, como ospotiguaras daParaíba[17] e doRio Grande do Norte[18] e ostupiniquins das aldeias de Caieiras Velhas e Comboios, na cidade deAracruz, noEspírito Santo.[19]

Fonologia e ortografia

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O tupi identifica um conjunto de 31fonemas, dos quais doze sãovogais, trêssemivogais e dezesseisconsoantes. Característica notória de sua fonologia é, sem dúvida, o seu carátergutural. Uma outra, os abundantesmetaplasmos.

Vogais

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As vogais são:a, e, i, o, u, y, ã, ẽ, ĩ, õ, ũ, ỹ (na grafia de Navarro).[20] Como se pode perceber, o tupi antigo possui um sistema vocálico simétrico, com seis pares de vogais orais e nasais. Cada vogal oral tem uma vogal nasal correspondente. Com exceção doy e do, os demais sons vocálicos do tupi antigo ocorrem também noportuguês.[20] De acordo com Cristófaro-Silva, o som da vogalpode ocorrer como pronúncia pós-tônica de /e/ no português brasileiro atual em palavras como "número" [ˈnu.mɨ.ɾʊ].[21]

Vogais orais e nasais[2]:105[6][falta página][22][23][falta página]
AnteriorCentralPosterior
Fechadaorali
⟨i⟩
ɨ
⟨y⟩
u
⟨u⟩
nasalĩ
⟨ĩ⟩
ɨ̃
⟨ỹ⟩
ũ
⟨ũ⟩
Semiaberta ou
semifechada[nota 1]
orale
⟨e⟩
o
⟨o⟩
nasal
⟨ẽ⟩
õ
⟨õ⟩
Abertaorala~(ə)[nota 2]
⟨a⟩
nasalã
⟨ã⟩

Semivogais e consoantes

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Sãosemivogais:î,û,ŷ. São como as palavras "piá" e "mau" no português, respectivamente. A semivogal ŷ não existe em português.[6][falta página]

Asconsoantes são: ' (umfonema que não existe no português e que se caracteriza por uma pequena interrupção no fluxo de ar),b (como na palavra "huevo" do castelhano),nh,k,m, (oumb),n, (ound),ng,p,r (sempre brando, como no português "aranha"),s,t, ex (como no português "chácara").

As consoantes e semivogais (consoantes aproximantes) do tupi antigo estão representadas porsímbolos fonéticos na tabela abaixo.

Fonemas consonantais (incluindo as semivogais)[2]:86[6][falta página][22][23][falta página]
LabialAlveolarPós-
alveolar
PalatalPós-
palatal
VelarGlotal
Oclusivap
⟨p⟩
t
⟨t⟩
k
⟨k⟩
ʔ
'
Nasalm~(mb)
⟨m⟩~⟨mb⟩
n~(nd)
⟨n⟩~⟨nd⟩
ɲ
⟨nh⟩
ŋ[nota 3]
⟨ng⟩
Vibrante simplesɾ
⟨r⟩
Fricativaβ[nota 4]
⟨b⟩
s
⟨s⟩
ʃ[nota 5]
⟨x⟩
ʒ[nota 6]
⟨î⟩
(ɣ)[nota 7]
⟨g⟩
h[24]
⟨h⟩
Aproximantej[nota 8]
⟨î⟩
ɨ̯
⟨ŷ⟩
w~ɡw[nota 8]
⟨û⟩~⟨gû⟩

Ortografia

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Antes dodescobrimento do Brasil, o tupi antigo não tinhaescrita. Os europeus o representaram de distintas formas, conforme os alfabetos de seus idiomas nativos.[24] Neste artigo, salvo quando for indicado o contrário, far-se-á uso da ortografia desenvolvida porLemos Barbosa e aprimorada porEduardo Navarro.

Substantivos

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Xe pirá, "meu peixe", seria uma frase inconcebível em tupi antigo. Elementos da natureza não podem ser possuíveis, gramaticalmente falando, exceto como objetos culturais.[6][falta página]

O substantivo é a classe gramatical mais abrangente em tupi. Todo adjetivo e verbo pode também ser um substantivo (isto é, tem uma forma substantivada), enquanto a recíproca não é verdadeira: nem todo substantivo pode ser transformado em um adjetivo ou verbo. É o caso dos substantivos não possuíveis.[6][falta página]

Tipos de substantivo
Obrigatoriamente
possuíveis
Não possuíveisPossuíveis
Partes do corpoElementos da naturezaObjetos culturais
xe pó
xe akanga
xe py
minha mão
minha cabeça
meu pé
ybyrá
itá
pirá
tatu
pindoba
îaguara
so'o
ka'a
árvore
pedra
peixe
tatu
palmeira
onça
animal
mata
kysé
u'uba
îy
faca
flecha
machado
Membros da famíliaTodos os demais
xe sy
xe ruba
xe ra'yra
minha mãe
meu pai
meu filho
poranga
nema
xe rura
beleza
mau odor
minha vinda

Os substantivos não possuíveis são apenas substantivos, não podendo ser transformados em um adjetivo ou verbo. Os possuíveis podem todos eles ser adjetivos, já que esta classe gramatical é usada para dar a ideia de posse (ver seção#Adjetivos). Alguns possuíveis podem ser verbos também.[6][falta página]

Sufixo substantivador

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O sufixo substantivador está presente em muitostupinismos do português brasileiro.[carece de fontes?]

Em tupi, todos os substantivos terminam em vogal. O sufixo substantivador-a é usado para transformar umverbo ouadjetivo em umsubstantivo, caso estes terminem em consoante.[6][falta página] O sufixo substantivador será sempre átono (isto é, nunca será asílaba tônica).[6][falta página]

  • Sem: sair.Sema: o sair, a saída
  • Pererek: saltar.Perereka: o salto, o pulo.
  • (verbo): ir. (substantivo): o ir, a ida.
  • Porang: bonito.Poranga: a beleza

O mesmo ocorre quando um substantivo e um adjetivo estão em composição:kunhãporanga: mulher bonita (kunhã, mulher;porang, bonito;a, sufixo)[25]

Composições

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Em tupi, são comuns as composições, pelas quais termos diferentes formam uma única palavra. Por exemplo, 'ypiranga, que significa "rio vermelho", tem em tupi seus termos justapostos e formam uma unidade conceitual, sendo um substantivo como outro qualquer.[6][falta página]

Há dois tipos de composição em tupi:[6][falta página]

  1. Composição com relação genitiva (substantivo + substantivo)
  2. Composição atributiva (geralmente substantivo + adjetivo)

A seguir há exemplos de ambos os tipos.

Composição em tupi com relação genitiva. Neste caso, ocorre a inversão dos termos; isto é, o termo determinado ('y) vem depois do determinante (îakaré)

No exemplo acima, há umarelação genitiva, que dá a ideia de posse, origem, ou pertencimento. Em relações desse tipo, ocorre uma inversão da ordem dos termos, conforme as setas indicam. (O mesmo fenômeno ocorre em outras línguas, como oshopping center – centro de compras – em inglês).[6][falta página]

As composições são constituídas por um termo que é odeterminante, e o outro que é odeterminado. No exemplo, a palavraîakaré é o determinante, pois ela determina, delimita o sentido de 'y, que por sua vez é o determinado.[6][falta página]

Outra característica das composições é que elas possuem um sentido genérico, enquanto as mesmas palavras escritas separadamente possuem sentido mais específico. Por exemplo:[6][falta página]

  • îakare'y: rio dos jacarés, ou rio de jacaré (sentido genérico)
  • îakaré 'y: o rio dos jacarés (sentido específico: o rio é dos jacarés)
Composição atributiva em tupi. Neste caso não há a inversão dos termos.

No caso acima, há a união de um substantivo com um adjetivo. No caso, não há inversão, e portanto a palavra 'y (rio) vem antes, como no português.

A mesma ideia de sentido genérico e específico se aplica aqui:[6][falta página]

Ybyraitá:pau-ferro (ybyrá, pau,itá, ferro), espécie de árvore de madeira bastante dura. É um exemplo de composição atributiva com dois substantivos.
  • 'ypiranga: rio vermelho (sentido genérico; o adjetivo aqui équalificativo: ele qualifica o rio)
  • 'y i pirang: o rio é vermelho (afirmação sobre o rio; o adjetivo aqui épredicativo: diz-se algo sobre o rio; note que, por perder a composição, o sufixo substantivador-a cai)

Nas composições, os adjetivos são sempre qualificativos.[6][falta página]

Há casos, mais raros, de uma composição atributiva do tipo substantivo + substantivo. Estes formam o que em português seriam substantivos compostos ligados por hífen, como Deus-pai, fruta-pão, fruta-pote, e assim por diante. Em termos técnicos, o segundo substantivo da composição (em tupi) tem a função deaposto e serve para limitar o substantivo anterior, especificando-lhe um tipo ou atributo. Nesses casos também não ocorre inversão.[6][falta página]

Tempo dos substantivos

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Diferentemente da língua portuguesa, o tempo de uma ação, no tupi antigo, é expresso pelo substantivo, não pelo verbo. Tais tempos sãofuturo,passado e um tempo chamado de "irreal", que é semelhante aofuturo do pretérito, do português. Eles são indicados, respectivamente, pelos adjetivos-ram, -pûer e-rambûer. Estes, por estarem em composição com o substantivo, recebem o sufixo-a, conforme explicado acima.[26][27]

Tempo dos substantivos
FuturoPassadoIrrealContexto
-ram(a)-pûer(a)-rambûer(a)
ka'arama

mata que será (que ainda não nasceu;ka'a significa mata)
ka'apûera

mata que foi (lugar onde não há mais mata; daí a palavracapoeira)
ybyrárambûera

árvore que seria (caso não tivesse sido cortada)
Forma básica
ndeîukasarama

Teu (futuro) matador, aquele que te matará
omanõba'epûera

O que morreu, aquele que morreu
Nde ogûaba'erambûera îaguara

O que te comeria é a onça (se você não fugisse)
Emdeverbais
aîur nde îukarama resé

Vim para te matar (lit: vim para sua futura morte)
Ereîkuab nderausuguêra

Sabes que eu te amei (lit: sabes do meu antigo amor por ti)
Îaguara nde îukarambûera

A onça te mataria (se a gente não a tivesse matado)
Formas nominais do verbo

(ex: o infinitivo)

Cabe ressaltar que o futuro significa, mais propriamente, o futuro em relação ao verbo, e não ao tempo presente. No exemploaîur ndeîuka-ram-a resé, a futura morte é futura somenta em relação ao verbo "vir", que está no passado. Isto é, o interlocutor pode já estar morto, mas a frase pode permanecer com o-rama[5][falta página]

Aumentativo e diminutivo

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Os graus do substantivo (aumentativo e diminutivo) se fazem pelos sufixos-'ĩ ou-'i, para o diminutivo, e-gûasu,-ûasu ou-usu para o aumentativo. Eis alguns exemplos com suas explicações:[28]

Grau dos substantivos
DiminutivoAumentativo
-'ĩ ou-'i-(g)ûasu ou-usu
Gûyra'ĩPassarinho'YgûasuRio grande

('Y é rio. Og foi adicionado
depois pelos colonizadores)

Ita'ĩPedrinhas

(daí vemItaim Bibi)

KunumĩgûasuMenino grande, moço
PitangĩCriancinha, bebê

(Criança épitanga)

YbytyrusuMontanhão, serra

(deybytyra, montanha)

Não se deve confundir o adjetivomirĩ, que significa pequeno, com os sufixos que formam o diminutivo:itámirim, pedras pequenas;Ita'ĩ, pedrinhas.[29]

Adjetivos

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A rigor, não há em tupi uma categoria correspondente a adjetivos. Isto é, não há adjetivos como uma categoria que seja morfológica e sintaticamente distinta dos verbos de segunda classe. Em vez de adjetivos, há os chamados verbos descritivos. Por exemplo,katu é o verbo "ser bom".Xe katu: sou bom. Todavia, a categoria de adjetivos muitas vezes é admitida para fins didáticos.

Conforme já esboçado na seção#Composições, os adjetivos podem ser de dois tipos:qualificativos epredicativos. Os primeiros vêm sempre em composição, e possuem um sentido genérico, enquanto os adjetivos predicativos são uma afirmação sobre o sujeito:[6][falta página]

  • Kunhãporanga: mulher bonita (porang é adjetivo qualificativo, pois está qualificando a mulher)
  • Kunhã i porang: a mulher é bonita (porang aqui é predicativo, pois algo está sendo dito sobre a mulher.)

Morfologicamente, os adjetivos qualificativos e predicativos são idênticos.[6][falta página]

Os adjetivos também podem ser usados para dar a ideia de posse. Todos os substantivos possuíveis podem ser usados como adjetivos desse tipo, que se traduzem pelo verbo "ter":[6][falta página]

  • xe ruba: meu pai (aqui não há adjetivo, mas um substantivo)
  • xe rub: eu tenho pai (rub é adjetivo aqui; ao pé da letra, a tradução seria: eu sou "paizado")

Pronomes

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Pronomes pessoais

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Oré é o "nós" que exclui o ouvinte,îandé o que inclui. (PadreAntônio Vieira pregando aos índios)[6][falta página]

Os pronomes pessoas em tupi se destacam por ter duas formas de falar "nós".Oré, é um nós exclusivo, que exclui o(s) ouvinte(s), eîandé, que o(s) inclui. Os pronomes pessoais podem ser de duas séries.

Pronomes pessoais
1ª série2ª sérieTradução
ixéxeeu
endéndetu
a'e*iele
oréorénós (exclusivo)
îandéîandénós (inclusivo)
peẽpevós
a'e*ieles
*a'e mais propriamente significa esse(s), aquele(s), mas pode ser usado como pronome pessoal da terceira pessoa, tanto do singular como do plural.[6][falta página]

Os pronomes de 1ª série geralmente são usados sozinhos ou comverbos (mais especificamente os da primeira conjugação, ou 1ª série). Exemplo:ixé a-karukatu: eu comi bem.Abápe morubixaba? – Ixé: quem é o cacique? – Eu.[6][falta página]

Os pronomes da 2ª série são usados em muitos casos. Alguns deles:[6][falta página]

  • comadjetivos:xe porang, eu sou bonito.
  • com verbos da segunda conjugação (vide seção abaixo):nde ma'enduar ixé resé, você se lembra de mim.
  • em relação genitiva:i membyra, o filho dela.

Pronomes demonstrativos

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Os pronomes demonstrativos (este, esse, aquele) em tupi, além de se diferenciarem pela distância do objeto e de quem o possui, também varia conforme a visibilidade. Objetos que estão na vista recebem pronomes diferentes que dos que não estão no campo de visão do locutor.[6][falta página]

A distinção dos pronomes conforme a visibilidade nos é conhecida através doVocabulário na Língua Brasílica, um manuscrito do século XVII descoberto e publicado na primeira metade doséculo XX.

Verbos

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Verbos no tupi antigo podem ser divididos em duas classes. Na primeira, ocorre conjugação verbal, sendo esta feita no início da palavra. Além disso, os verbos podem representar uma ação presente, passada ou futura, pois eles, ao contrário do português, não expressam tempo. (O futuro, em especial, é feito com o acréscimo da partícula-ne ao final do período, mas isso não muda o fato de que o verbo, por si só, não expressa tempo.)[6][falta página]

Conjugação verbal
Pron.karu (comer)gûatá (andar)ker (dormir)pererek (saltar)nhan (correr)Tradução
Ixé (eu)akaruagûatáakerapererekanhanEu como/comi, ando/andei...
Endé (tu)erekarueregûatáerekererepererekerenhanTu comes/comeste, andas/andaste...
A'e (ele*)okaruogûatáokeropererekonhanEle come/comeu, anda/andou...
Oré (nós)orokaruorogûatáorokeroropererekoronhanNós (excl.) comemos, andamos...
Îandé (nós)îakaruîagûatáîakerîapererekîanhanNós (incl.) comemos, andamos...
Peẽ (vós)pekarupegûatápekerpepererekpenhanVós comeis/comestes, andais/andastes...
A'e (eles*)okaruogûatáokeropererekonhanEles comem/comeram, andam/andaram...
*a'e significa esse(s), aquele(s), mas pode ser usado como pronome pessoal da terceira pessoa, tanto do singular como do plural.[6][falta página]

Há também os verbos da segunda conjugação, ou de 2ª classe. Estes são usados com pronomes pessoais de 2ª classe e não variam. Tais verbos são, na verdade, adjetivos, sendo apresentados como verbos para fins didáticos.[6][falta página]

  • xe ma'endurar (eu lembro, literalmente "eu sou lembrante")
  • nde u'u (tu tosses)
  • i membyrar (ela dá à luz)
  • oré rambuer (nós falhamos) (exclusivo)
  • îandé nhyrõ (nós perdoamos) (inclusivo)
  • pe poasem (vós gemeis)
  • i pytu (eles respiram)

Verbos transitivos

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Abá îagûara onhybõ. O índio flechou a onça. (lit: o índio flechou-a, a onça.) É um exemplo do objeto-i- se tornando-nh- perto de nasais.

Osverbos transitivos são aqueles que exigem umobjeto. No tupi antigo, esse objeto pode ser posposto, anteposto, mas tambémincorporado no verbo. Neste último caso, o objeto fica entre a desinência verbal dos verbos de 1ª classe (a-, ere-, o-, etc.) e o tema verbal. Exemplo:[30]

  • a-pirá-kutuk...
    (Eu cutuco o peixe...)
a- é a desinência que indica a primeira pessoa do singular.Pirá significa peixe;kukut, cutucar.[30]

Quando o objeto (no exemplo acima, o peixe) não estiver incorporado, ficará em seu lugar o pronome pessoal de terceira pessoa-i-, mesmo quando o objeto estiver presente na oração. Chama-se a isso deobjeto pleonástico. Verbos monossilábicos usam-îo- (ou também-nho- próximo de nasais) ao invés de-i-, e alguns poucos usam-s-. Exemplos:

  • pirá a-î-kutuk...
    (Literalmente: o peixe, eu o cutuco...) oua-î-kutuk pirá...
O pronome-i- é incorporado e sofreditongação. Por isso ele recebe o acento circunflexo.[30]
  • ere-îo-sub oré: tu nos (exclusivo) visita.
Verbosub (visitar) monossilábico com-îo- incorporado.
  • a-îo-mim (oua-nho-mim)u'ubá: escondo (ou escondi) a flecha.
Verbo nasalmim (esconder) monossilábico com-îo- ou-nho- incorporado.[31]
  • São Pedro itangapema o-s-ekyî: São Pedro a espada (itangapema) puxou.
O verboekyî (puxar) exige-s- ao invés de-i-.[32] Citação doCatecismo na Língua Brasílica de Anchieta.
  • pe-îuká îagûareté: vós matastes a onça.
No caso deîuká (matar), o objeto incorporado é absorvido pois o verbo já começa comî.

Futuro

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Aker pytunane: dormirei à noite. Noite épytuna.

Forma-se com o-ne, sempre no final do período, independentemente daclasse gramatical da última palavra. Esseclítico tem também outros significados e nesses casos pode ser usado como uma partícula em outras posições da oração.[33]

  • Abá kori ka'ape osóne. O índio irá para a mata hoje
  • Oro'u onhemongyraba'eramane. Comeremos aquele que engordar. (O verbo, no caso, éoro'u, e a ênclise-ne se encontra afastado dele.)
  • Pytuna i ro'yne. A noite será fria (não há o verbo ser em tupi)
  • Kururu opererekypyne. O sapo começará (ypy) a pular (pererek)
  • Pytuna o'aryne. A noite cairá. (Oy é inserido para evitar o encontro consonantal, já que estes inexistem no tupi.)

Modos verbais

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Modos verbais em tupi antigo e a conjugação verbal em cada um deles.[carece de fontes?]

A principal divisão dos verbos em tupi é entre suas formas nominais e suas formas verbais propriamente ditas. As formas verbais são as que recebem prefixos número-pessoais (a-,ere-,o- etc.). As formas nominais não os recebem.[6][falta página]

Dentro de cada uma dessas duas grandes formas de classificar os verbos, há os diferentes modos verbais, conforme a classificação de Navarro. Alguns desses modos são semelhantes ao português, como o modo indicativo, permissivo (semelhante ao subjuntivo do português) e o imperativo. Serão comentados a seguir os modos verbais que forem desconhecidos dos falantes do português, ou os que apresentarem particularidades importantes.[6][falta página]

O modo indicativo circunstancial é igual ao modo indicativo, mas é usado após uma circunstância (tempo, lugar, modo, etc) vem antes do sujeito da oração:ixé a-gûatá kori, eu caminho hoje (modo indicativo normal; circunstância vem depois);kori xe gûatáû, hoje eu caminho (mesma ideia, mas a circunstância, no caso, de tempo, vem antes, e o verbo vai para o indicativo circunstancial).[carece de fontes?]

O gerúndio, tanto na forma nominal como verbal, tem duas principais funções: dar a ideia de continuidade de uma ação (semelhante ao gerúndio do português) e expressar finalidade.Gûi-gûatábo: correndo (eu) ou para eu correr. O gerúndio pode ser formado com os sufixos-abo (ou-bo) ou-a (no caso de temas verbais terminados em consoante).[carece de fontes?]

As formas nominais com pronomes objetivos tônicos são usadas quando o objetonão for de terceira pessoa. Isto é, quando objeto foi de 1ª (eu, nós) ou 2ª pessoa (tu, vós).[carece de fontes?]

Numerais

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Em tupi antigo, há apenasnumerais de um a quatro, tanto cardinais quanto ordinais, pois a utilidade de maior precisãomatemática era pouca em umaeconomia primitiva. Os numerais cardinais podem ser antepostos ou pospostos ao nome ao qual se referem, ao passo que os ordinais são somente pospostos. Por exemplo, em se tratando de cardinais,mokõî pykasu epykasu mokõî são termos equivalentes, significando "duas pombas". No que se refere a ordinais,ta'yrypy significa "primeiro filho (de homem)", e 'ara mosapyra, "terceiro dia".[34][35]

Numerais em tupi
Numerais cardinaisNumerais ordinais
1oîepé1.ºypy
2mokõî2.ºmokõîa
3mosapyr3.ºmosapyra
4(oîo)irundyk
(pouco usado)[nota 9]
4.º(oîo)irundyka
(pouco usado)[nota 9]

Para expressarem-se quantidades maiores, fazia-se uso decircunlóquios, relacionando, sobretudo, a quantidade dededos nasmãos e nospés. Em alguns casos, houve também a incorporação de numerais doportuguês ao tupi. Às vezes, ainda, verificavam-se ambas as possibilidades simultaneamente.

Também se podia dizer ("assim", "tantos") e mostrar uma quantidade de dedos ou de outras coisas[36][37]

Exemplos de circunlóquios

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  • Mokõî oîoirundyk "oito" 'ara sykeme…
    (Ao chegar o oitavo dia…)
    mokõî oîoirundyk significa literalmente "dois quatro"[38]:5
  • Opá kó mbó îabi'õ, oîepé asé mba'e moîa'oka…
    (De cada dez, repartir uma de nossas coisas…)
    opá kó mbó significa literalmente "todas estas mãos"[38]:5[39]
  • Opá kó mbó mosapyr mysã 'ara sykeme…
    (Quando chegou o décimo terceiro dia…)
    opá kó mbó mosapyr mysã significa literalmente "todas estas mãos e três dedos dos pés"[38]:5[40]
  • Xe pó, xe py, abá pó, i py 'ara o membyragûera kûab'iré…
    (Quarenta dias após passar o nascimento de seu filho (de mulher)…)
    xe pó, xe py, abá pó, i py significa literalmente "minhas mãos, meus pés, as mãos de alguém, seus pés"[38]:6
  • Xe pó, xe py, amõ abá pó, i py "quarenta" 'ara…
    (Quarenta dias…)
    xe pó, xe py, amõ abá pó, i py significa literalmente "minhas mãos, meus pés, as mãos de alguém, seus pés"[38]:10[41]

Deverbais

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Os deverbais são nomes derivados de verbos. Possuem grande importância em tupi e, apesar de serem substantivo como outros quaisquer, podem ser estudados como uma categoria própria.[6][falta página]

Sua importância reside no fato de eles formarem o que em português seriamorações subordinadas, com pronomes como que, o qual, etc. Em rigor, não existem orações subordinadas em tupi. Frases como "o homem que matou a onça" seria traduzida como "o homem matador da onça"; "fiquei feliz quando você veio" seria "fiquei feliz por ocasião da sua vinda". Nas frases em tupi, percebe-se um único verbo (e portanto uma única oração), em vez de dois.[6][falta página]

O-a entre parênteses é osufixo substantivador. Trata-se de um sufixo acrescentado a outro sufixo.[6][falta página] Como ambos frequentemente andam juntos, com frequência são vistos como um sufixo só (-sara, -bora, -pyra, etc).

Afixos nominalizadores em tupi (que formam deverbais)
AfixoSignificadoExemplos
-BA'EIndica o agente de terceira pessoa de alguma ação, alguém que faz alguma coisa.
-(S)AR(A)Alguém que faz alguma coisa. É semelhante a -BA'E. É análogo ao sufixo -or do português (comedor, batalhador, editor, etc)îukasara: o matador
-EMI-Deverbal paciente, isto é, que recebe alguma ação (ao contrário dos dois anteriores, que são deverbais agentes). Traduz-se como "o que é ..." ou "aquilo que é ..."remimotara: vontade (lit. o que é querido, desejado)
-PYR(A)Semelhante ao anterior. É responsável, grosso modo, por formar o equivalente da voz passiva em tupi.i îukápyrama: o que será morto
-(S)AB(A)Geralmente se refere ao lugar em que algo é feito. Mas pode significar também o tempo, circunstância, instrumento de uma açãopindá monhangaba: lugar de se fazerem anzóis
-BOR(A)Acrescentado a verbos intransitivos, dá a ideia de um agente habitual.moraûsubora: o amoroso, o que ama habitualmente (Navarro, 2006), de moraûsub, "amar gente"
-SÛER(A)Com verbos intransitivos, dá a ideia de propensão ou inclinação para realizar uma ação.îeruresûera: o que tem inclinação a pedir, o pedinte (Navarro, 2006), deîeruré, pedir.

Os deverbais, por serem substantivos como quaisquer outros, podem receber sufixos, como é o caso dei îukápyrama, no qual se encontra o sufixo-rama, formando o futuro nominal. (Ver seção#Tempo dos substantivos)

Posposições

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São o mesmo que aspreposições em português, mas vêm depois do termo regido. Subdividem-se em posposições átonas, que são justapostas à palavra anterior, e tônicas, que são escritas separadamente.[6][falta página]

Posposições tônicas (separadas do nome)
PosposiçãoSignificadoExemploExplicação
supépara, a (pessoa)Abá onhe'eng Mariasupé
O índio fala a Maria.
Maria é o termo regido porsupé
suíde (procedência)Morubixaba osem tabasuí
O cacique saiu da aldeia
taba é aldeia;taba suí é da aldeia
pupédentro de, com (instrumental)Kunumĩ oîkó ygarapupé
O menino está dentro da canoa
resépara, em favor deTuba oma'ẽ o a'yraresé
O pai olha para seu filho
Posposição com vários significados

"seu filho", no caso, éo a'yra

Posposições átonas (incorporadas ao nome)
PosposiçãoSignificadoExemploExplicação
-peem, para (lugar)Ixé asó Nhoesembépe
Eu vou para Nhoesembé
Por ser átona, a posposição é incorporada ao substantivo
-(r)emequando, por ocasião deXe roryb nde rureme
Fico feliz quando tu vens
-(r)amocomo, na condição deIxé aikó nde paîéramo
Eu estou como teupajé (i.e sou teu pajé)
Como não há o verbo ser em tupi, este circunlóquio é usado
-boem (sentido difuso)Kûarasy oberab itá 'arybo
O sol brilha sobre a pedra
Brilho difuso, espalhado

Assim como em português, as posposições também podem ser exigidas por determinados verbos. Por exemplo:[6][falta página]

  • Pedo osykyîé o sy suí (Pedro tem medo de sua mãe; o verbosykyîé exige a posposiçãosuí)
  • I ruba oma'ẽ o ta'yra resé (O pai olha para seu filho; o verbo ma'ẽ exigeresé)

Negação

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Há múltiplas formas de fazer uma negação em tupi antigo.

na- ... -i

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Para negar verbos no modo indicativo. Basta colocarna (ounda) antes do verbo e o sufixo-i ao final. Antes de vogal, ona perde oa.[6][falta página] (Comparar lista a seguir com a tabela de conjugação verbal afirmativa na seção "Verbos".)

  • n'a-syk-i: não chego/cheguei
  • n'ere-syk-i: não chegas/chegaste
  • n'o-syk-i: não chega, etc.
  • n'oro-syk-i: não chegamos (excl.)
  • n'îa-syk-i: não chegamos (incl.)
  • na pe-syk-i: não chegais/chegastes
  • n'o-syk-i: não chegam

A mesma regra vale para adjetivos:[6][falta página]

  • Xe porang (sou bonito)
  • Na xe porang-i (não sou bonito)
  • I puku (ele é alto)
  • N'i puku-î (ele não é alto)

-e'ym(a)

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Com os verbos no infinitivo ou no gerúndio, coloca-se simplesmente um-e'ym(a) justaposto ao final do verbo.[6][falta página]

  • Kunhã osepyîak pitanga ker-e'yma
  • A mulher vê que a criança não dorme (literalmente: a mulher vê o não dormir da criança)

na ... ruã

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N'a-s-aûsu benhẽ-î xûé Anhanga-ne: não mais amarei o Diabo, doCatecismo na Língua Brasílica.[33] Note queaûsu (amar) é um verbo transitivo exigindo objeto-s- incorporado. Retrato de Anchieta porOscar Pereira da Silva.

Usado para negar um substantivo, um pronome ou um advérbio[6][falta página]

  • Morubixaba ixé (sou o cacique)
  • Na morubixaba ruã ixé (não sou o cacique)

na- ... -i xûé

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Para negar o futuro. O futuro é feito com a partícula "ne" quase sempre ao final do período, mesmo que para isso tenha de ficar logo após o "xué".

  • N'asóî xûé nde tápe korine
  • Não vou à tua aldeia hoje
  • Kunumĩ n'okuruki xûéne
  • O menino não vai resmungar

umẽ ouymẽ

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Para negar verbos no modo imperativo ou permissivo.[42]

  • Eporapiti umẽ!
  • Não mates gente! (doCatecismo na Língua Brasílica de Anchieta)
  • Tosepîaky bé umẽ kûarasy
  • Que não vejam mais o sol. (doTeatro de Anchieta)

Sintaxe

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Usualmente, aoração na língua tupi apresenta a sequênciasujeito-objeto-verbo. Nisto, ela se difere da oração na língua portuguesa, que costuma apresentar a sequência "sujeito-verbo-objeto". Um exemplo de oração tupi seria:São Pedro itangapema osekyî ("São Pedro a espada puxou").[32] Todavia, com a colonização, o tupi aportuguesou-se e passou a admitir a estrutura sujeito-verbo-objeto.[6][falta página]

No tupi, a relação de posse ou qualidade entre dois termos coloca esses dois termos em uma ordem invertida em relação à ordem usual do português. Chama-se a isso derelação genitiva. Por exemplo: "a casa de Pedro" seria traduzida, em tupi, comoPedro roka. Nesse caso, o tupi se assemelha àlíngua inglesa, que expressa essa ideia sob a forma também invertidaPeter's house.[43] Eis algumas características da sintaxe tupi:[44]

  • Os demonstrativos da forma nova distinguem proximidade com o falante (este, aquele) e a visibilidade do objeto a que se refere. Por exemplo,akûeî significa um "aquele" visível, enquatoakûeî é um "aquele" fora da vista.
  • Entre os modos verbais (incluindo as formas nominais dos verbos), há os casos Indicativo, Imperativo, Permissivo, Gerúndio, Circunstancial.
  • Declinações da caso nos substantivos: não há no Tupi atual. No antigo havia 6 formas: Nominativo, Vocativo, Atributivo mais 3 casos Locativos.

A língua tupi éaglutinante, não possui artigos (assim como olatim) e não flexiona nem emgênero nem emnúmero.

Relação genitiva

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Exemplo de relação genitiva na toponímia brasileira. (Araraquara, município de São Paulo)[carece de fontes?]

Já abordada brevemente na seção sobre os substantivos compostos (ver seção#Composições), a relação genitiva ocorre quando dois ou mais termos são colocados em sequência de modo a dar a ideia de posse, origem ou pertencimento. Os termos devem vir em ordem invertida em relação ao que seria comum noportuguês.[6][falta página] Deste modo

  • Tupã sy = mãe de Deus (mãe ésy, e Deus éTupã)
  • xe anama = família de mim (isto é, minha família)

O fenômeno não é exclusivo do tupi. Em inglês temos, por exemplo,shopping center (centro de compras).[6][falta página]

Amostras de texto

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Frases básicas

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Quadro retratando achegada dePedro Álvares Cabral aPorto Seguro em 1500. É possível que os portugueses, sem nada compreender da língua dostupiniquins, tenham ouvido perguntas sobre quem eram e de onde vinham.

Eis algumas frases ou que foram atestadas, durante osséculos XVI eXVII, por indivíduos conhecedores do tupi antigo, comoJean de Léry eYves d'Évreux, ou cuja existência, dada a simplicidades de suas estruturas, é mais do que provável a partir dos atuais conhecimentosgramaticais da língua.[45][46][47]

  • Abápe endé? (Quem é você?)
  • Mamõ suípe ereîur? (De onde você vem?)
  • Mamõpe ereîkó? (Onde você mora?)
  • Marãpe nde rera? (Qual é seu nome?)
  • Tiá nde karuka! (Boa tarde!)
  • Tiá nde ko'ema! (Bom dia!)
  • Tiá nde pytuna! (Boa noite!)

Pai-nosso

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A seguinte versão dopai-nosso, de 1618, é de autoria dojesuíta Antônio de Araújo, tendo sido publicada em seuCatecismo na língua brasílica.[48]

Tupi antigoTradução literal por Eduardo Navarro[49]Português
Oré rub, ybakype tekoar,Nosso pai, o que está no céu,Pai nosso que estás nos céus,
i moetepyramo nde rera t'oîkó.como o que é louvado teu nome esteja.santificado seja o teu nome.
T'our nde "Reino"!Que venha teu Reino!Venha o teu Reino!
T'onhemonhang nde remimotaraQue se faça tua vontadeSeja feita a tua vontade,
ybype,na terra,assim na terra,
ybakype i nhemonhanga îabé!como o fazer-se dela no céu!como no céu!
Oré remi'u, 'ara îabi'õndûara,Nossa comida, a que é de cada dia,O pão nosso de cada dia
eîme'eng kori orébe.dá hoje para nós.nos dá hoje.
Nde nhyrõ oré angaîpaba resé orébe,Perdoa tu nossos pecados a nós,E perdoa-nos as nossas dívidas,
oré rerekomemûãsara supécomo aos que nos tratam malassim como nós também temos perdoado
oré nhyrõ îabé.nós perdoamos.aos nossos devedores.
Oré mo'arukar umẽ îepé "tentação" pupé,Não nos deixes tu fazer cair em tentação,E não nos deixes cair em tentação,
oré pysyrõte îepé mba'eaíba suí.mas livra-nos tu das coisas más.mas livra-nos do mal.

Trecho doAuto de São Lourenço

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O texto a seguir é a primeira estrofe do segundo ato doAuto de São Lourenço, obra deJosé de Anchieta. Ambas as versões, em tupi antigo e emportuguês, foram escritas de modo artístico, o que implica o respeito, nas duas línguas, darima e damétrica, elementos comumente empregados empoemas.[50][51]

Tupi antigoTradução literal por Eduardo NavarroPortuguês
Xe moaîumarangatu,Importuna-me bem,Esta virtude estrangeira
xe moŷrõetekatûabo,irritando-me muitíssimo,me irrita sobremaneira.
aîpó tekopysasu.aquela lei nova.Quem a teria trazido,
Abá serã ogûeru,Quem será que a trouxe,com seus hábitos polidos
xe retama momoxŷabo?estragando minha terra?estragando a terra inteira?

Exemplos da influência do tupi no português

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Obrasão do Tocantins usa um lema tupi: co yby ore retama: esta terra é a nossa pátria. Exemplo da influência do tupi na formação do Brasil

Geralmente, os nomes em português brasileiro que tem origem no tupi são descrições das coisas a que se referem, envolvendo uma explicação inteira. Cada palavra pode ser uma verdadeira frase. Decifrar o significado das palavras requer, muitas vezes, uma visita ao local a que se refere o termo. Um exemplo disso é otopônimoParanapiacaba =paraná +epiak +-(s)aba, "mar" + "ver" + "lugar" = "lugar de onde se vê o mar", que se refere a um ponto daserra do Mar onde se pode avistar o mar.[52]

Toponímia

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Ver artigo principal:Topônimos de origem tupi no Brasil

O tupi legou ao português brasileiro uma série de topônimos (nomes de cidades, vilas, rios, morros, etc). A seguir estão dos dois principais tipos de topônimos no Brasil. Para uma relação completa, ver o artigo principal:Topônimos de origem tupi no Brasil.[carece de fontes?]

Topônimos que contêm relação genitiva (susbtantivo + substantivo)

Em tupi, a relação genitiva (ver seção "Composições" acima) ocorre quando dois substantivos são colocados em sequência de modo a dar a ideia de posse, origem ou pertencimento. Os termos devem vir em ordem invertida em relação ao que seria comum noportuguês. Além disso, é preciso adicionar a preposição de, (ou suas variantes: de, da, do, das, dos) entre os termos. É importante lembrar que em tupi não há flexão de número. Portanto,arara pode ser traduzido tanto como arara como araras, no plural, .)[carece de fontes?]

Um substantivo encontrado com bastante frequência nesse tipo de composição étyba, que em português pode realizar-se em TIBA, TUBA, TIBI, DUBA, DUVA, entre outros. Esse substantivo significa "ajuntamento". Portanto, indaiatuba significa "ajuntamento de indaiás, ou ainda "indaiazal", se fosse possível falar assim. (Neste último caso,tyba seria entendido como um sufixo, como o é em guarani.)[carece de fontes?]

Topônimos que são composições atributivas (substantivo + adjetivo)

Quando a composição contém um adjetivo, ela será uma composição atributiva. Nelas, não ocorre a inversão dos termos: eles aparecem na ordem em que apareceriam em português, com a diferença de que em tupi eles vêm justapostos (são escritos juntos) e são considerados uma palavra só; isto é, obedecem às mesmas regras que qualquer substantivo. (Leia mais em:Topônimos de origem tupi no Brasil)[carece de fontes?]

  • Topônimos que são composições atributivas
  • Botucatu: ybytyra + katu, passando pela língua geral botura.
    Botucatu:ybytyra + katu, passando pela língua geralbotura.
  • Paramirim: pará + mirĩ
    Paramirim:pará + mirĩ

Literatura tupi

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Ver artigo principal:Literatura tupi
  • As seiscartas dos índios Camarões, escritas entre agosto e outubro de 1645.
  • "Catecismo da lingoa brasilica, no qual se contem a summa da doctrina christã", do jesuítaAntônio de Araújo, impresso em Lisboa no ano de 1618, considerado o mais longo texto impresso em tupi antigo. Essa obra ganhou uma segunda edição em 1686, revisado pelo jesuítaBartolomeu de Leão, na nova edição houve a utilização de trema para assinalar tanto a ocorrência da consoante oclusiva glotal quanto de hiatos
  • "Cathecismo da lingua brasilica", dofranciscanoFrancisco do Rosário, que também escreveu: "Tratado dos ritos, costumes e linguas dos brasis".
  • Tradução perdida daBíblia para o tupi, feita por Johannes Edwards na época das Invasões Holandesas.[58][59]
  • "Doctrina y Confessionario en lengua del Brasil", do jesuítaLeonardo Nunes
  • "Doutrina na Língoa do Brasil", do jesuíta Leonardo do Valle (1574)
  • "Na Aldeia de Guaraparim", peça de teatro escrita por Anchieta, publicada em 1954, juntamente com outros textos de Anchieta em Tupi.
  • Compêndio da doutrina cristã na língua portuguesa e brasílica, deJoão Filipe Bettendorff (1687)[60]

Tupinólogos

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Ver artigo principal:Tupinologia

Ver também

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Línguas da família tupi
Tupinólogos
Cinema

Notas

  1. Não há consenso sobre a abertura exata das vogais ⟨e⟩ e ⟨o⟩ em tupi. Navarro e Rodrigues consideram como abertas (ɛ,ɔ),[6][falta página][23][falta página] Santos como fechadas (e,o)[22] e Cruz propõe a existência de ambas emdistribuição complementar.[2]
  2. Rodrigues propõe a existência de fone como variante átona de/a/ no final de palavras, similar com o que ocorre em português.[23][falta página]
  3. Santos, Cruz e Rodrigues consideram como provável o contorno[ŋg], em comparação com[mb] e[nd], apesar de não ser possível constatar a diferença pela grafia.[2][22][23][falta página]
  4. Considerado um alofone de/m/ por Cruz.[2]
  5. Santos & Cruz tratam/ʃ/ como um simples alofone de/s/ diante de/i/, argumentando que a distinção fonêmica só surgiria nalíngua geral amazônica.[22] Rodrigues o trata como fonema e ainda considera a existência de[] emvariação livre.[23][falta página]
  6. Não é considerado como fonema por todos os autores.
  7. Aparece somente no contexto/ɨ/_V ou entre o pronome "o" e uma vogal.[2]:90[5][falta página]
  8. abConsiderados como alofones de/i/ e/u/ por Santos & Cruz.[22]
  9. abDe acordo comLemos Barbosa, não existia tradução exata para "quatro", pelo queirundyk e suas variantes eram pouco usados.

Referências

  1. abcdefghNavarro 2013, p. 537.
  2. abcdefgCruz, Aline da (2011).Fonologia e gramática do nheengatu: a língua geral falada pelos povos baré, warekena e baniwa. Amsterdã: Landelijke Onderzoekschool Taalwetenschap. p. 1, 2 e 3. 652 páginas.ISBN 9789460930638.Cópia arquivada em 9 de maio de 2021 
  3. Navarro 2013.
  4. ab«Curitiba, Ubatuba, pipoca, 'chorar as pitangas': o tupi presente no português falado no Brasil».Revista Planeta. 22 de fevereiro de 2022. Consultado em 17 de março de 2023 
  5. abcBarbosa 1956.
  6. abcdefghijklmnopqrstuvwxyzaaabacadaeafagahaiajakalamanaoapaqarasatNavarro 2005.
  7. abWolf Dietrich; et al.O Português e o Tupi no Brasil. [S.l.]: Contexto  !CS1 manut: Uso explícito de et al. (link)
  8. Navarro 2005, p. 340.
  9. MONTEIRO,Clóvis - Esboços de história literária - Livraria Acadêmica - Rio de Janeiro - 1961 - Pg. 165
  10. abNavarro 2005, p. 11.
  11. Navarro, Eduardo.«OS FALANTES DO TUPI ANTIGO: ORIGEM, HISTÓRIA E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA NO PASSADO»(PDF).tupi.fflch.usp.br 
  12. A proibição do tupi e o fortalecimento da língua portuguesa. Disponível emhttp://www.helb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=57:a-proibicao-do-tupi-e-o-fortalecimento-da-lingua-portuguesa&catid=1029:1758&Itemid=2. Acesso em 26 de dezembro de 2012.
  13. Navarro 2005, p. 13.
  14. Rodrigues, Aryon.Breve História da Língua dos Índios Vistos por Cabral
  15. Navarro 2013, p. 197.
  16. 1-Os estudos de tupi antigo e a crítica estruturalista. Disponível emhttp://tupi.fflch.usp.br/sites/tupi.fflch.usp.br/files/Os%20estudos%20de%20tupi%20antigo%20e%20a%20cr%C3%ADtica%20estruturalista.pdf. Acesso em 15 de março de 2013.
  17. Educação indígena. Disponível emhttp://etnolinguistica.wdfiles.com/local--files/site:abralin2009/simas.pdf. Acesso em 9 de março de 2017.
  18. Tribuna do Norte. Disponível emhttp://www.tribunadonorte.com.br/noticia/reaprendendo-a-ser-potiguar/344227? Acesso em 9 de março de 2017.
  19. O tupi na aldeia tupiniquim de Caieiras Velhas em Aracruz-ES. Disponível emhttp://repositorio.ufes.br/bitstream/10/3803/1/tese_9318_O%20tupi%20na%20aldeia%20tupinikim%20de%20Caieiras%20Velha%20em%20Aracruz%20ES_Filipe%20Siqueira%20Fermino.pdf. Acesso em 9 de março de 2017.
  20. abNavarro 2005, p. 14.
  21. Silva, Thaïs Cristófaro. (1999).Fonética e fonologia do português : roteiro de estudos e guia de exercícios. São Paulo, SP: Contexto.ISBN 8572441026.OCLC 42644938 
  22. abcdefSantos, Bárbara Heliodora Lemos de Pinheiro; Cruz, Aline da (dezembro de 2021).«Empréstimos Linguísticos do Português para a Língua Geral: século XVII».Cadernos de Etnolingüística.9 (1): e090104 
  23. abcdefRodrigues 1958.
  24. abBarbosa 1956, p. 27.
  25. Navarro 2005, p. 24.
  26. Navarro 2005, p. 108-9.
  27. Navarro, Eduardo de Almeida (25 de setembro de 2020).CURSO DE TUPI ANTIGO PELA INTERNET - LIÇÃO 8, parte 1.YouTube. Consultado em 26 de agosto de 2022 
  28. Navarro 2005, p. 125-6.
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Bibliografia

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Gramáticas

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Dicionários

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Literatura

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Outros

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  • Edelweiss, Frederico G.O caráter da segunda conjugação tupí'. Bahia: Livraria Progresso Editora, 1958. 157 p.
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  • Garcia, Rodolpho.Glossário das palavras e phrases da lingua Tupi, contidas na "Histoire de la mission des Pères Capucins en l'Isle de Maragnan et terres circonvoisines", do Padre Claude D'Abbeville. Revista do Instituto Historico e Geographico Brasileiro, tomo 94, vol. 148, p. 5-100. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional.
  • Gomes, Nataniel dos Santos.Observações sobre o Tupinambá.Monografia final do Curso de Especialização em Línguas Indígenas Brasileiras. Rio de Janeiro: Museu Nacional / UFRJ, 1999.
  • Lemos Barbosa, A.Juká, o paradigma da conjugação tupí: estudo etimológico-gramatical inRevista Filológica, ano II, n. 12, Rio de Janeiro, 1941.
  • Lemos Barbosa, A.Nova categoria gramatical tupi: a visibilidade e a invisibilidade nos demonstrativos inVerbum, tomo IV, fasc. 2, Rio de Janeiro, 1947.
  • Michaele, Faris Antônio S.Manual de conversação da língua tupi. Centro Cultural Euclides da Cunha, 1951. 52 p.
  • Michaele, Faris Antônio S.Tupi e Grego: Comparações Morfológicas em Geral. Ponta Grossa: UEPG, 1973. 126 p.
  • Rodrigues, Aryon Dall'Igna.A composição em Tupi. Separata deLogos, ano VI, n. 14. Curitiba, 1951.
  • Rodrigues, Aryon Dall'Igna.Análise morfológica de um texto tupi. Separata da Revista "Logos", ano VII, N. 5. Curitiba: Tip. João Haupi, 1953.
  • Rodrigues, Aryon Dall'Igna.Morfologia do Verbo Tupi. Separata de "Letras". Curitiba, 1953.
  • Rodrigues, Aryon Dall'Igna (1958).Phonologie der Tupinambá-Sprache (Tese de Doutorado) (em alemão). Hamburgo: Universidade de Hamburgo 
  • Rodrigues, Aryon Dall'Igna.Argumento e predicado em Tupinambá. Boletim da ABRALIN, n. 19, p. 57-66. 1996.
  • Rodrigues, Aryon Dall'Igna.Descripción del tupinambá en el período colonial: el arte de José de Anchieta.Colóquio sobre a descrição das línguas ameríndias no período colonial. Ibero-amerikanisches Institut, Berlim. 1997.
  • Sampaio, Teodoro.O Tupi na Geografia Nacional. São Paulo: Editora Nacional, 1987. 360 p.

Ligações externas

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Geral
Gramática
Gramáticas e
vocabulários
Livros sobre
a língua tupi
Textos em tupi
Tupinólogos
Desenvolvimentos
históricos
Filmes em tupi
Ver também
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