Ogrego (ελληνικά, transl.Eliniká,AFI: [eliniˈka] ouελληνική γλώσσα,AFI:[eliniˈki ˈɣlosa], lit. "língua helênica") é uma língua de um ramo independente dafamília linguísticaindo-europeia. É a língua oficial daGrécia e doChipre, e também uma das24 línguas oficiais daUnião Europeia. Natural do sul dosBálcãs, oeste daÁsia Menor e a região em torno domar Egeu, é o idioma indo-europeu com a mais longa e bem documentada história, abrangendo 34 séculos de registros escritos. Seu sistema de escrita foi oalfabeto grego durante a maior parte de sua história; outros sistemas, como oLinear B e osilabário cipriota também foram utilizados. O alfabeto grego surgiu a partir daescrita fenícia, e acabou dando origem, por sua vez, aos alfabetoslatino,cirílico,copta, e diversos outros sistemas de escrita.
Asraízes gregas são frequentemente usadas para formar novas palavras em outros idiomas, especialmente nas áreas de Exatas e emMedicina; o grego e o latim são as fontes predominantes dovocabulário científico internacional. Mais de cinquenta mil palavras doinglês, por exemplo, têm origem no grego, assim como emportuguês.
A escrita desta língua se encontra presente em diversos substratos, sendo os mais comuns ospapiros e asestelas, mas também se encontram pequenos textos em inscrições em objetos cerâmicos, como oóstraco,[3] e ainda em ossos e metais, como no caso daslâminas órficas.
O grego moderno, língua oficial daGrécia e doChipre, difere em muitas formas do grego antigo e é falado por cerca de 13,1 milhões de pessoas.[4] Na Grécia, é falado por quase toda a população.[5] Também é, juntamente com oturco, a língua oficial de Chipre, embora o uso oficial do turco tenha sido limitado pela República de Chipre desde ainvasão turca de 1974.[6] Devido à adesão da Grécia e de Chipre àUnião Europeia, o grego é, atualmente, uma de suas24 línguas oficiais.[7] Além disso, o grego é oficialmente reconhecido como umalíngua minoritária em partes daItália eAlbânia,[8] bem como naArmênia eUcrânia,[9] sem falar na diáspora grega em países europeus e americanos, bem como naAustrália. Essa diáspora é formada não apenas por descendentes de gregos da Grécia, como também de indivíduos nascidos das ondas de emigração que quase extinguiram as antigas comunidades gregas de lugares comoEgito,Turquia,Bulgária etc..
A língua grega moderna - isto é, o falar inicialmente restrito a um certo estrato das populações da Grécia meridional, acrescido de componentes eruditos e elementos estrangeiros (principalmentefranceses eingleses) - só se tornou a língua oficial do país em1976. Até esta data, a língua oficial era a chamada "catarévussa", o grego clássico, uma variante livresca decalcada dogrego bizantino. O debate em torno da reforma linguística, que começou ainda em meados doséculo XIX, teve a cidade deAtenas por epicentro e o poetaKostís Palamás como figura principal.[10]
Oalfabeto utilizado para escrever a língua grega teve o seu desenvolvimento por volta do século IX a.C., utilizando-se até aos nossos dias, tanto no grego moderno como também naMatemática,Astronomia, etc.
Anteriormente, o alfabeto grego (Ελληνικό αλφάβητο) foi escrito mediante umsilabário, utilizado emCreta e zonas daGrécia continental comoMicenas ouPilos entre os séculos XVI a.C. e XII a.C. e conhecido comolinear B. O Grego que reproduz parece uma versão primitiva dos dialectosarcado-cipriota ejónico-ático, dos quais provavelmente é antepassado, e é conhecido habitualmente comogrego micênico.
Crê-se que o alfabeto grego deriva duma variante dosemítico, introduzido na Grécia por mercadores fenícios. Dado que o alfabeto semítico não necessita de notar as vogais, ao contrário da língua grega e outras da família indo-europeia, como olatim e em consequência oportuguês, os gregos adaptaram alguns símbolos fenícios sem valor fonético em grego para representar as vogais. Este facto pode considerar-se fundamental e tornou possível a transcrição fonética satisfatória das línguas Europeias.
Asletras obsoletas desapareceram do alfabeto nos seus primeiros tempos, antes do denominado período clássico. Dado que a aparição das letras minúsculas é bastante posterior, não existem minúsculas medievais das ditas letras.
Originariamente existiram variantes do alfabeto grego, sendo as mais importantes a ocidental (Calcídica) e a oriental (Jónica). A variante ocidental originou o alfabeto etrusco e daí o alfabeto romano.Atenas adotou no ano 403 a.C. a variante oriental, dando lugar a que pouco depois desaparecessem as demais formas existentes do alfabeto. Já nesta época o grego escrevia-se da esquerda para a direita, enquanto que a princípio a maneira de o escrever era alternadamente da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, de maneira que se começava pelo lado em que se tinha concluído a linha anterior, invertendo todos os caracteres em dito processo.
O factor inovador introduzido com o alfabeto grego são as vogais. As primeiras vogais foramAlfa,Épsilon,Iota,Ómicron eUpsilon. Se se contempla o processo de criação do alfabeto grego como resultado de um processo dinâmico baseado na adoção de vários alfabetos semíticos através do tempo, encontrando inclusive influências do linear-B, poder-se-ia dar uma explicação mais satisfatória da sua origem do que as teorias que postulam uma adaptação única de um alfabeto determinado num momento dado.
↑p. 1-3 em RAGON, E. Gramática grega. 1 ed. ed. São Paulo: Odysseus, 2011.
↑p. 12 em Davoli, Paola. Papyri and Ostraca as Archaeological Objects: The Importance of Context. In.: CAPUTO, C.; LOUGOVAYA, J. Using Ostraca in the Ancient World. Leiden: De Gruyter, 2020.
↑«The Constitution of Cyprus, App. D., Part 1, Art. 3» afirma queAs línguas oficiais da República são o grego e o turco. Entretanto, ostatus oficial do turco é somente nominal na parte grega da República do Chipre; na prática, fora do território conhecido comoRepública Turca do Chipre do Norte, o turco é pouco usado. Veja A. Arvaniti (2006): Erasure as a a means of maintaining diglossia in Cyprus,San Diego Linguistics Papers 2: 25-38. página 27.