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Língua copta

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Copta

Ⲙⲉⲧⲣⲉⲙ̀ⲛⲭⲏⲙⲓMet.Remenkīmi

Falado(a) em:Egito,Canadá,Austrália,Estados Unidos
Total de falantes:Extinta noséculo XVII; um pequeno número (~300, no Egito) de falantes fala essa língua revivida;
Família:Afro-asiática
 Copta
Escrita:Alfabeto copta
Códigos de língua
ISO 639-1:--
ISO 639-2:cp
ISO 639-3:cop
Inscrições em copta e árabe numa igreja antiga do Cairo

Ocopta (ⲘⲉⲧⲢⲉⲙ̀ⲛⲭⲏⲙⲓ;transl.:Met Remenkēmi) também designada porcopto, é umalíngua que floresceu por volta doséculo III noEgito Antigo, dafamília linguísticacamito-semítica ou afro-asiática. O copta é um estágio final dalíngua egípcia clássica, e foi falado até oséculo XVII. Como língua cotidiana teve seu apogeu entre oséculo III e oséculo VI. Oalfabeto é uma versão modificada doalfabeto grego, com algumas letrasdemóticas utilizadas para representar alguns sons não existentes no alfabeto grego. Ainda hoje permanece comolíngua litúrgica daIgreja Ortodoxa Copta e daIgreja Católica Copta.

A implementação do alfabeto grego no Egito começou com o domínio macedônico, fase intitulada "pré-cóptico" consolidando-se com adinastia ptolomaica, passando a "velho cóptico".[1][2][3] O copta desenvolve-se então como a principal língua literária a partir doséculo II, indo até oséculo XIII. Seu apogeu foi entre os séculos III e VI. Ainda hoje seu dialeto boárico permanece como língua litúrgica daIgreja Ortodoxa Copta de Alexandria e de sua contrapartecatólica oriental, aIgreja Católica Copta. Outros dialetos do copta já foram identificados além do boárico, de entre os quais se destaca o saídico.

A língua copta foi sendo gradualmente substituída pelalíngua árabe egípcia como língua falada nos períodos mais modernos até ser praticamente extinta. Porém, já existem desde oséculo XIX esforços para revitalização da língua, especialmente pelos esforços da Igreja. Começou a ser escrita noalfabeto grego numa versão com algumas letrasdemóticas utilizadas para representar alguns sons nativo não existentes no alfabeto grego. Essa versão modificada é chamada dealfabeto copta.

As fases posteriores àlíngua egípcia, a qual era escrita emhieróglifos egípcios, as sucessoras, a língua demótica e depois o copta sempre mantiveram gramática similar à raiz, porém as representações gráficas foram apresentando as grandes diferenças.

Nome

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A palavra copta tem as suas origens do antigo egípcio.[4][5] Ḥut-ka-ptaḥ (Templo da Alma dePtá) era umendónimo para Egito. No grego antigo, toma a formaAigýptios (Αἰγύπτιος), e também é usado Kóptos/Κόπτος a partir de "kbt" (pronunciadoG[è]bt{o} no egípcio antigo), nome de umaantiga cidade.[6] E daí, o grego influencia as formas de falar nativas ao Egito, surgindo kuptaion/ⲕⲩⲡⲧⲁⲓⲟⲛ (em copta saídico) e aiguption/ⲁⲓⲅⲩⲡⲧⲓⲟⲛ (em copta boaírico). Com "ment", que significa "língua", esta ficou conhecida comoment kuptaion no copto/Grego oument aiguption, antigoegípcio.

Encontramos também o nome “mentrmenkēmə” em saídico ou “metremenkīmi” em boaírico, que significam literalmente "língua do povo doEgito". Também, o termologos ən aiguptios (Língua Egípcia) existe em saídico, sendo ambas as palavraslogos eaiguptios de origem grega. Na liturgia da Igreja Ortodoxa Copta, o nome oficial étenaspi en remenkimi (Língua Egípcia), sendoaspi a palavra copta para "idioma".

Distribuição geográfica

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Sendo considerada uma língua extinta, o copta não tem estatuto oficial noEgito, porém, é a língua sacra litúrgica da Igreja Ortodoxa Copta e também da Igreja Católica Copta, junto com oárabe literário. Sempre foi falada exclusivamente no Egito com praticamente nenhuma influência em outras nações, exceto em poucos mosteiros naNúbia.

A maior influência da língua copta sobre outros idiomas foi sobre vários dialetos do árabe egípcio, cujos léxicos preservaram muitas palavras do copta e também houve influências sobre asintaxe,morfologia efonologia desses dialetos semíticos.

História

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ALíngua egípcia é possivelmente aquela cuja existência documentada é a mais longa, tendo existido como língua escrita desde cerca de3 200 a.C. atéIdade Média, sendo falada ainda até oséculo XVII.

A história dessa língua apresentou duas importantes transições, sendo uma na estrutura da linguagem a outra em sua escrita. A mudança estrutural transformou o copta de língua com padrões "sintéticos" em língua "analítica" no sistema verbal, passando a ser usada a sintaxe nominal. Foi o que os estudiosos chamaram de transição do egípcio antigo (antigo e médio) para o egípcio tardio (demótico e copta).

No aspecto geral, esse Egípcio Tardio caracteriza-se pelo desenvolvimento de comportamentos analíticos com, por exemplo, o uso de artigos definidos e indefinidos separados dos substantivos em substituição aos antigos sufixos marcadores de oposição de tipologia morfológica, conforme existem nas ‘’Línguas Semíticas’’, assim como desenvolvimento de perífrases envolvendo a mudança da antiga ordem Verbo-Sujeito-Objeto, clássica daLíngua árabe e do Hebraico Bíblico, para Sujeito-Verbo;

A outra mudança foi da escrita antiga egípcia, osHieróglifos, tanto os hieráticos como os demóticos para o uso do alfabeto copta novo sistema de escrita adotado ao fim do período “Demótico”, caracterizado pelo uso doAlfabeto grego com modificações.

Alfabeto

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Para escrever, o egípcio utilizava três formas de escrita, ahieroglífica, ahierática e ademótica. Estes sistemas eram muito complexos e pouco eficazes para a linguagem administrativa, eram patrimônio de uma elite cada vez mais restrita e que, entre outras dificuldades, não podiam reproduzir termos estrangeiros, já que não transcreviamvogais. QuandoAlexandre Magno conquistou Egito, em332 a.C., introduziu o grego na administração. Meio milênio mais tarde, o incipientecristianismo, interessado em espalhar a sua doutrina, adaptou o grego, que já estava um pouco fossilizado no formalismo da burocracia oficial, para transcrever a língua falada pelas pessoas em sua vida cotidiana, nascendo, assim, a língua copta.

Na sua evolução, o copta tomou grande número de empréstimos do grego,língua oficial imposta pelaDinastia ptolemaica. Já noséculo V era a língua utilizada na literatura noAlto Egito.

Para osárabes, que conquistaram o Egito noséculo VII, as palavras "wikt:egípcio" e "wikt:cristão" eramsinônimas, daí surgiu o termoQibti que, por sua vez, é acorruptela da palavra gregaAigyptioi, que significa Egito. Quando foi finalmente suplantada, noséculo XII, pelo árabe, o copta foi preservado como língua litúrgica, na IgrejaMonofisista Copta, que havia se separado dorito bizantino noséculo V.

Os escritos mais antigos em copta são as cartas deSanto Antão do Deserto (251 – 356), o anacoreta (monge cristão oueremita que vive em retiro). Durante os séculos III e IV, muitos religiosos escreveram em copta, entre os quais estavaPacômio. Os manuscritosgnósticos encontrados emNag Hammadi também estão escritos em copta.

O copta foi fundamental para o deciframento da escritura hieroglífica, já queJean François Champollion utilizou um texto gravado napedra de Rosetta que estava em hieroglifos, demótico e copta.

Pré-islamismo

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As primeiras escritas daLíngua egípcia utilizando-se oAlfabeto grego foram as transcrições para aLíngua grega de nomes próprios egípcios, a quase totalidade delas noperíodo Ptolemaico. Os estudiosos definem essa fase como fase pré-cóptica. No entanto, há evidências de que, nos períodos mais tardios da era dos faraós, os escribas já vinham utilizando uma escrita mais fonética, com maior uso de alfabetos, um atestado de um maior contato entre os gregos e os egípcios ocorrido mesmo antes da conquista doEgito porAlexandre Magno.

O idioma copta em si, ou copta antigo veio a se iniciar, porém, apenas noséculo I. A forma da transição da escrita egípcia antiga e a nova ortografia greco-copta foi função em parte do declínio do prestígio e da influência da classe sacerdotal da antiga religião egípcia. Esses sacerdotes, ao contrário do povo egípcio em geral, sabiam ler e escrever, em especial sobre assuntos referentes aos templos e deuses.

O copta antigo apresentava-se principalmente em textos não cristãos tais como nas preces pagãs, nosPapiros deMagia eAstrologia. Muitos desses textos foram usados como "maquiagens" de escritas originais hieráticas ou demóticas e eram usados para não falantes do idioma egípcio.

Em períodos já adiantados do domínio romano no Egito,Diocleciano perseguiu muitos egípcios que haviam adotado recentemente oCristianismo, o que forçou esses novos convertidos a fugir para os desertos. O crescimento dessas comunidades refugiadas criou necessidades de escrever instruções cristãs de origem grega na Língua egípcia. Os primeiros padres daIgreja Ortodoxa Copta egípcia deAlexandria, tais como Antônio, o Grande, Pacômio, Macário eAtanásio, que de outra forma deveriam escrever somente em grego, passaram a fazer trabalhos para os monges egípcios na língua desses.

A Língua egípcia escrita agora no alfabeto copta floresceu entre os séculos II e III, porém somente após as obras de Senuda, oArquimandrita o copta passou a ser a língua padrão literária com base no dialeto saídico. A língua nativa de Senuda era o egípcio, mas com os conhecimentos adquiridos do grego e com suaretórica, este teve os meios de levar a língua copta, por seu conteúdo e estilo, a um nível igual ao da antiga língua egípcia cristã.

Islamismo

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OEgito passou para o domínio árabe depois da disseminação doIslão pela conquista muçulmana no norte daÁfrica noséculo VII. No início doséculo VIII oCalifa Abdel al-Malik bin Marwan decretou que aLíngua árabe deveria substituir a língua gregokoiné e o copta como único idioma administrativo.

O copta teve declínio gradual nos poucos séculos seguintes. O Bispo egípcio Severo Ibn al-Muqaffa considerou necessário escrever sua História dos Patriarcas na Língua árabe. Mesmo assim, a língua ainda manteve uma importante posição eclesiástica e muitos textos hieroglíficos foram ainda compostas nesses período. A língua copta manteve-se como língua da população nativa fora da capital até oséculo X.

Violentas perseguições pelosMamelucos provocaram o declínio do copta daí em diante, até que o árabe egípcio o substituiu por completo por volta doséculo XVII, com alguma sobrevida em pequenos e isolados bolsões até metade doséculo XIX. O Papa Cirilo IV deAlexandria iniciou um movimento nacional patrocinado pela igreja para reviver a língua copta. Várias gramáticas foram publicadas bem como um dicionário. Os achados de pesquisadores no campo daEgiptologia e a inauguração do Superior Instituto de Estudos Coptas foram contribuindo com esse renascimento. Os esforços para reviver a linguagem continuam ainda hoje, tanto pelo Partido Liberal Egípcio como pela Igreja, com apoio tanto dos coptas como dos muçulmanos do país.

O cerne doLéxico do copta é aLíngua egípcia, em especial seu período demótico. Além disso, cerca de um terço das palavras do copta literário vem daLíngua grega, embora as palavras dessa origem não tenham sido totalmente adaptadas ao sistema fonológico original do copta e tenham muitas vezes tido seu significado modificado. Há longos trechos em alguns textos coptas que são quase que exclusivamente escritos com palavras de claras raízes gregas. Isso se deve claramente ao fato de a maioria dos textos religiosos coptas serem traduções diretas de textos compostos em grego.

Palavras ou conceitos para os quais não havia tradução adequada em egípcio foram tomados diretamente da Língua grega de modo a não alterar a mensagem religiosa. Por outro lado, outras palavras de origem egípcia que já teriam sido traduzidas para termos gregos equivalentes foram deixando de ser usadas quando se percebia que poderiam transmitir ideias relacionadas aos deuses pagãos doEgito antigo. Em copta antigo há muitos textos com tais palavras, frases e epítetos tais como a palavraⲧⲃⲁⲓⲧⲱⲩ Aquele que está na montanha, um epíteto do deusAnúbis. Há traços de algumas características morfo-sintáticas arcaicas, como resíduos do demótico como sentenças relativas, ausência de artigo indefinido e uso de sufixos possessivos.

Assim, a transição entre as antigas tradições egípcias e a nova crença, oCristianismo, contribuiu muito para a adoção de palavras gregas ao léxico religioso copta. Também se pode afirmar que o linguajar quotidiano da população nativa manteve algo dos caracteres antigos do Egito, o que se verifica em textos, como contratos e cartas, não relacionadas à religião cristã.

Dialetos

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São poucas as evidências de diferenças dialetais daLíngua egípcia nas fases pré-cópticas, em função da natureza centralizada das instituições políticas e culturais na antiga sociedade egípcia. Porém, o egípcio literário antigo e o médio representam o dialeto falado no Baixo Egito, na região da cidade deMênfis, capital do Antigo Império Egípcio. O idioma egípcio mais tardio representa mais os dialetos falados no Alto Egito, na região da cidade deTebas, que se tornou o centro cultural e religioso do Novo Império.

O copta apresenta de forma mais clara uma certa quantidade de dialetos regionais que foram usados na região doMar Mediterrâneo, costa norte doEgito, entre aNúbia ao sul e osOásis a oeste. Os dialetos refletem algumas variações na "fonologia" linguística, no léxico, na ortografia, mas quase nenhuma variação morfo-sintática.

Aqui os Dialetos:

Alto Egito

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Saídico

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Saídico, antes chamado "tebaico" é o dialeto copta com mais textos escritos, foi o mais importante no período antes do domínio doIslamismo. Teria sido originalmente o dialeto das áreas próximas a "Hermópolis Magna" (Axmuneim – em coptaϢⲙⲟⲩⲛⲉⲓⲛShmounein), que, por volta do ano 300, passou a ser usado escrito na forma literária, incluindo traduções de grandes partes daBíblia. Por volta doséculo VI uma ortografia padrão já dominava todo o Egito, sendo que quase todos autores nativos escreviam nesse dialeto copta. O saídico somente passou a ser ameaçado pelo boárico noséculo IX, mas permaneceu vivo até oséculo XIV.

Os textos em outros dialetos do copta são quase que exclusivamente traduções do grego literário e textos religiosos. Porém, o saídico é o único dialeto copta com um significativo corpo de literatura própria e não religiosa. Como o saídico compartilha a maioria de suas características básicas com os demais dialetos do copta, tendo poucas particularidades próprias, este é o dialeto base para os estudiosos que querem aprender o copta, em especial aqueles que não são da Igreja Copta.

Acmímico

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Acmímico era o dialeto da área nas proximidades da cidade deAkhmim (antigaPanópolis), tendo florescido nos séculos IV e V,não havendo nenhum registro escritos depois disso. Acmímico é em termos fonéticos o mais arcaico dos dialetos coptas, com características tais como a retenção doFonema /x/, que é percebido como um /ʃ/ na maioria dos dialetos. De forma similar, também é um dialeto arcaico na escrita, com muita similaridade com o copta antigo.

O "Licopolitano" (também chamado subacmímico e assiútico) é um dialeto muito próximo ao acmímico em termos de onde e quando teve sua presença atestada, por exemplo, na área de "Asyat". As diferenças entre os dois dialetos parecem ser apenas de natureza gráfica, tendo sido o Licopolitano muito usado em traduções de textos doGnosticismo e doManiqueísmo, como nos escritos da biblioteca "Nag Hammadi".

Baixo Egito

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Boáirico

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Boáirico (ou menquítico) originou-se noDelta doRio Nilo do oeste, datando seus manuscritos mais antigos doséculo IV, havendo, porém, mais textos atéséculo IX e até mais tarde. Essa falta nos textos mais antigos se deve a condições de difícil conservação em função das regiões úmidas do norte doEgito onde foram produzidos. Apresenta características conservativas no seus aspectos léxicos e fonológicos não encontrados em outros dialetos. É o dialeto usado hoje na linguagem litúrgica da Igreja Ortodoxa Copta, tendo substituído o saídico a partir doséculo XI. Hoje, no uso litúrgico há duas diferentes tradições de pronúncia, vindas de reformas sucessivas nos séculos XIX e XX Os esforços recentes de revitalização baseiam-se nesse dialeto.

Faiúmico

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Faiúmico (nos textos antigo chamado bachmúrico) foi falado inicialmente na região deFaium a oeste do Vale do Nilo. Sua presença é percebida doséculo III aoséculo X. Sua mais notável característica é para o escrito, que corresponde ao /l/, onde outras dialetos usam geralmente o /r/ (talvez correspondendo ao "flap"ɾ]). Nos estágios mais antigos daLíngua egípcia as consoantes ditas "líquidas" não eram assim distintas na escrita. Essa distinção só ocorreu no período do Novo Império, quando a língua egípcia tardia se tornou a língua administrativa. Esse egípcio tardio utilizava "grafemas" combinados com os mesmos /r/ ed /n/ para indicar o som /l/. Noegípcio demótico esse /l/ era indicado por um diacrítico no /r/.

Oxirínquita (ou mesoquêmico ou confundido comoegípcio médio) é o dialeto das áreas junto aOxirrinco, sendo similar ao faiúmico, o que se atesta por manuscritos dos séculos IV e V.

Vocabulário

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O cerne doLéxico do copta é aLíngua egípcia, em especial seu período demótico. Além disso, cerca de um terço das palavras do copta literário vem daLíngua grega, embora as palavras dessa origem não tenham sido totalmente adaptadas ao sistema fonológico original do copta e tenham muitas vezes tido seu significado modificado. Há longos trechos em alguns textos em copta que são quase que exclusivamente escritos com palavras de claras raízes gregas. Isso se deve claramente ao fato da maioria dos textos religiosos copta serem traduções diretas de textos compostos em grego.

Palavras ou conceitos para os quais não havia tradução adequada em Egípcio foram tomados diretamente da Língua grega de modo a não alterar a mensagem religiosa. Por outro lado, outras palavras de origem Egípcia que já teriam sido traduzidas para termos gregos equivalentes foram deixando de ser usadas quando se percebia que poderiam transmitir ideias relacionadas aos deuses pagãos doEgito antigo. Em copta antigo há muitos textos com tais palavras, frases e epítetos tais como a palavraⲧⲃⲁⲓⲧⲱⲩ Aquele que está na montanha, um epíteto do deusAnúbis; Há traços de algumas características morfo-sintáticas arcaicas, como resíduos do Demótico como sentenças relativas, ausência de artigo indefinido e uso de sufixos possessivos.

Assim, a transição entre as antigas tradições egípcias e a nova crença, oCristianismo, contribuiu muito para a adoção de palavras gregas ao léxico religioso copta. Também se pode afirmar que o linguajar quotidiano da população nativa manteve algo dos caracteres antigos do Egito, o que se verifica em textos, como contratos e cartas, não relacionadas à religião cristã.

Fonologia

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Copta apresenta claramente suas raízes na fonologia daLíngua egípcia tardia, o que é caracterizada pela sua escrita que indica os sons vogais e também alguns padrões de acentuação. O sistema fonológico do Egípcio tardio ficou conhecido de forma melhor do que o da fase Clássica pelo fato da existência de muitas fontes que mostravam a fonologia desse período tardio. Entre essas fontes estão as "Cartas de Amarna" (em caracteres cuneiformes) que continha transcrições de frases e palavras egípcias, bem como listagens de nomes em línguas "Semíticas do Noroeste"; Além disso, a fonologia copta, é reconhecível por uma série de papiros "copta-árabes" onde há transcrições de letras árabes para copta e vice-versa; São do período Islâmico Medieval, quando o copta ainda era falado.

Vogais

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Fonemas Monotongues
FrontalCentralPosterior
Fechada 
Fechada médiaeː   e oː   o
Média ə 
Abertaaɑ

Nos dialetos do "Alto Egito" um traço sobre a linha é colocado sobre "sonoras" em /e/ reduzido. Essa vogal não se reduz nos dialetos do norte, sendo aí indicada pelo em boárico e ou no dialeto deFaium. Por exemplo, /ʃemʃə/ 'adorar' é Sah/Akh/Lycϣⲙ̅ϣⲉ, boáricoϣⲉⲙϣⲓ e faiúmicoϣⲏⲙϣⲓ. A qualidade da vogal /e/ pode ser tanto [e] ou [ɛ] dependendo do dialeto; Em Saídico e em outros dialetos do Alto Egito um ao final da palavra corresponde ao também final nos dialetos do norte;.

Em copta a vogal /ɑ/ é representada pelo—sendo sua presença um indicador de uma "Consoante Enfática" na mesma sílaba. Como exemplo,ⲥⲁ (usada na construção de "homem de negócios") é transcrita como [sˤɑ] nos papiros copta-árabes. Em alguns ambientes fonético /o/ é mais uma more "Vogal-Médio aberta"ɔ, e /a/ é mais uma "Vogal frontal"æ. A vogal /ə/ é sempre átona e pode ser reduzida ao "zero" linguísticoØcomo nos escrito Egípcios mais antigos que não indicavam vogais não tônicas e também muitas das tônicas.

Copta tem ainda três ou quatroDitongos, entre os quais [aj], [ɔj] e [aw], embora esses possam ser interpretados como séries de vogais, sendo, porém, monotongues em alguns dialetos do copta.

Consoantes

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IPA consoantes do copta
BilabialLabiodental -dentalAlveolarPost-alveolarPalatalVelarFaringalGlotal
Oclusivap  bt  dc  ɟk  gʔ
Nasalmn
Vibranter
Fricativafs  zʃxʕ   ħh
Africata(ʧ  ʤ)
Aproximantewj
Laterall

A diferença entre /p/ e /b/ não é bem clara no copta. Nas fases mais antigas daLíngua egípcia parece ter havido um contraste entre essas oclusivas bilabiais sonoras e surdas, mas essas distinção foi desaparecendo na evolução da língua mesmo antes doséculo VII, já na conquista doEgito peloIslã; No Egípcio tardio, tanto Demótico como copta usavam quaisquer dos dois grafemas para representar qualquer dos dois sons. Além disso, tais letras eram também confundidas com outras letras do copta como eϥ ao indicar /f/. O era usado em muitos textos para representar também o aproximante /w/.

Há evidencias mais recentes na transcrição do Egípcio para outros idiomas de que não havia diferença realmente entre /b/ e /p/ , ou ainda de que o /p/ viera a desaparecer. Por exemplo, o nome do deus egípcioAnúbis em Grego Clássico era escrito como uma oclusiva bilabial sonora e não com /p/. Como ambos sons existem emGrego clássico, acredita-se que os escritores gregos antigos transcreveram esse fonema egípcio como eles o entenderam na pronúncia dos antigos egípcios. Alguns coptologistas também sugeriram que o copta poderia ser articulado como uma "bilabial fricativa sonora" [β]. Atualmente nos serviços religiosos diários das Igrejas Coptas essa letra é tida com um /v/, com resultado das "Reformas da Língua Copta" feitas noséculo XIX.

Onde o "Egípcio Antigo" contrasta /s/ e /z/, esses dois sons têm também uma variação livre no copta, havendo contraste somente em palavras advindas daLíngua grega. Exemplo: Coptaⲁⲛⲍⲏⲃⲉ (anzībə) eⲁⲛⲥⲏⲃⲉ (ansībə) 'escola'. Outras consoantes que por vezes aparecem ter ou variação livre ou até diferentes contrastes em outros diálogos são os [t] com [d], [r] com [l] (especialmente em Faiúmico), uma característica do antigo egípcio; e as consoantes [k] e [g], com a surda "stop" sendo sempre mais comum. Exceto das consoantes "líquidas", esse padrão pode indicar uma mudança fonológica no Egípcio tardio, levando a neutralização das alveolares sonoras e das velares "stop". Quando são percebidas as oclusivas sonoras, isso é função da sonorização na proximidade de um som /n/.

No copta antigo os textos gráficos expressam o faringal egípcio de muitas maneiras. Por exemplo, no copta antigo um som era usado por vezes para carregar uma "fricativa faringal surda". No copta literário esses dois sons não eram indicados por letras separadas, o que sugere o desaparecimento da diferença fonética. Em lugar disso o grafema demótico adaptadoϩ, geralmente tido como /h/, é usado para expressar algum outro som. Em sílabas iniciais não tônicas e nas tônicas finais a fricativa faringal surda é por vezes carregada pelo como emⲁϣⲁⲓ /ʕʃaj/ 'multiplicar'.

De forma similar, diferentes métodos são empregados para expressar graficamente a "oclusão glotal": com do início de palavra, com no fim da palavra e em palavras monossilábicas dos dialetos setentrionais do copta, palavras monossilábicas do Acmímico e assiútico com reduplicação de grafemas de vogais, principalmente em [[Ø]].

Gramática

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ALíngua egípcia clássica, assim como as demais Afro-Asiáticas, era uma língua funcional, de estrutura sintética "Verbo-Sujeito-Objeto". Na língua egípcia tardia e também no copta houve a mudança para "Sujeito-Verbo-Objeto", construções pre-fixadas para morfemas nominais de gênero e número. Para o copta houve ainda a transformação em língua polissintética. Sobrevivem, porém, em copta alguns vestígios de padrão de sufixos de inflexão, principalmente para marcar "posse inalienável", sendo essa mudança presente em todos os dialetos. O declínio no uso dos sufixos inflexivos pode ser bem observada quando se compara a forma Clássica do Egípcio antigo emstp.f (ele escolhe) como o coptaf.sotpϥⲥⲱⲧⲡ̅, quando a terceira pessoa gramatical — singular — masculino é proposta;

Substantivos

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Todos substantivos do copta têm seu gênero, masculino ou feminino. No egípcio antigo os substantivos femininos eram marcados pelo Sufixo Afro-Asiático-t. No copta isso foi substituído por dois grupos de artigos prefixados que indicam masculino, feminino e também, só definido (só esses têm gênero), indefinido. Copta tem ainda um bom número de "Plurais partidos", outro vestígio do Egípcio antigo, embora na maioria dos casos um simples sufixo marque o número. Geralmente os substantivos inflexionados para o plural terminam em /w/ no masculino e em // para o feminino, havendo poucos casos irregulares. Também sobreviveu no copta, vindo do antigo egípcio e para algumas palavras a forma, como /snaw/ⲥⲛⲁⲩ 'dois'.

Adjetivos

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Adjetivos do Egípcio antigo eram formados pelo processo chamado "Nisbação" pela adição do sufixo-j ao substativo:ϩⲣⲁ /hrɑ/ 'face' →ϩⲣⲁⲓ /hrɑj/ 'facial'. Assim, alguns substantivos formam os adjetivos, mas a maioria dos adjetivos do copta são expressos pela introdução de uma partícula atributiva entre dois substantivosn, algo bem comum nas "Línguas Bérberes" Em todos as fases daLíngua egípcia isso também foi usado para expressar o casoGenitivo; Exemplo, em Boárico a palavra "Egípcio",ⲣⲉⲙ̀ⲛⲭⲏⲙⲓ /remenkiːmi/, é a combinação do prefixo nominalrem- (forma reduzida do coptaⲣⲱⲙⲓrōmi 'homem'), seguida pelo morfema genitivon ('de') a ao final a palavra para "Egito",kīmi.

Ver também

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OCommons possui umacategoria com imagens e outros ficheiros sobreLíngua copta

Fontes

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Estudos gerais

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  • Emmel, Stephen. 1992. "Languages (Coptic)". InThe Anchor Bible Dictionary, edited by David Noel Freedman. Vol. 4 of 6 vols. New York: Doubleday. 180–188.
  • Gessman, A. M. (1976). «The Birth of the Coptic Script».University of South Florida Language Quarterly 14.2–3 
  • Gignac, Francis Thomas. 1991. "Old Coptic". InThe Coptic Encyclopedia, edited by Aziz Suryal Atiya. Vol. 8 of 8 vols. New York and Toronto: Macmillian Publishing Company and Collier Macmillian Canada. 169—188.
  • Kasser, Radolphe. 1991. "Dialects". InThe Coptic Encyclopedia, edited byAziz Suryal Atiya. Vol. 8 of 8 vols. New York and Toronto: Macmillian Publishing Company and Collier Macmillian Canada. 87—96.
  • Wolfgang Kosack Lehrbuch des Koptischen.Teil I:Koptische Grammatik.Teil II:Koptische Lesestücke, Graz 1974.
  • Loprieno, Antonio. 1995.Ancient Egyptian: A Linguistic Introduction. Cambridge: Cambridge University Press.
  • Polotsky, Hans Jakob. 1971. "Coptic". InAfroasiatic: A Survey, edited by Carleton Taylor Hodge. (Jana Linguarum: Series Practica; 163). 's Gravenhage and Paris: Mouton. 67–79.

Gramáticas

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  • Chaîne, Marius. 1933.Éléments de grammaire dialectale copte: bohairique, sahidique, achmimique, fayoumique. Paris: Paul Geuthner.
  • Eberle, Andrea, & Regine Schulz. 2004.Koptisch - Ein Leitfaden durch das Saïdische. LINCOM Languages of the World/Materials 07. Munich: LINCOM Europa.
  • Lambdin, Thomas Oden. 1983.Introduction to Sahidic Coptic. Macon: Mercer University Press.
  • Layton, Bentley. 2000.A Coptic Grammar (Sahidic Dialect): With a Chrestomathy and Glossary. (Porta linguarum orientalium; N.S., 20). Wiesbaden: Harrassowitz.
  • Mallon, Alexis. 1956.Grammaire copte: bibliographie, chrestomathie et vocabulaire. 4th edition. Beyrouth.
  • Mattar, Nabil. 1990.A Study in Bohairic Coptic. Pasadena: Hope Publishing House.
  • Polotsky, Hans Jakob. 1987.Grundlagen des koptischen Satzbaus. American Studies in Papyrology 28. Decatur, Ga.: Scholars Press.
  • Plumley, J. Martin. 1948.An Introductory Coptic Grammar (Sahidic Dialect). London: Home & van Thal.
  • Shisha-Halevy, Ariel. 1988.Coptic Grammatical Chrestomathy: a course for academic and private study. Orientalia lovaniensia analecta 30. Leuven: Peeters.
  • Shisha-Halevy, Ariel. 1986.Coptic Grammatical Categories: Structural Studies in the Syntax of Shenoutean Sahidic. Analecta Orientalia 53. Roma: Pontificium Institutum Biblicum.ISBN 88-7653-255-2.
  • Till, Walter C. 1994.Koptische Dialektgrammatik. Berlin: Walter De Gruyter.
  • Vergote, Jozef. 1973–1983.Grammaire copte. Leuven: Peeters.
  • Younan, Sameh. 2005.So, you want to learn Coptic? A guide to Bohairic Grammar. Sydney: St.Mary, St.Bakhomious and St.Shenouda Coptic Orthodox Church.

Dicionários

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  • Černý, Jaroslav. 1976.Coptic Etymological Dictionary. Cambridge and New York: Cambridge University Press.
  • Crum, Walter Ewing. 1939.'A Coptic Dictionary'. Oxford: Clarendon Press.
  • Wolfgang Kosack:Koptisches Handlexikon des Bohairischen. Koptisch - Deutsch - Arabisch. Verlag Christoph Brunner, Basel 2013,ISBN 978-3-9524018-9-7.
  • Westendorf, Wolfhart. 1965/1977.Koptisches Handwörterbuch. Heidelberg: Carl Winter.
  • Vycichl, Werner. 1983.Dictionnaire étymologique de la langue copte. Leuven: Éditions Peeters.
  • Westendorf, Wolfhart. 1965/1977.Koptisches Handwörterbuch. Heidelberg: Carl Winter.

Sobre fonologia

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  • Depuydt, Leo. 1993. "On Coptic Sounds."Orientalia 62 (new series): 338–375.
  • Loprieno, Antonio. 1997. "Egyptian and Coptic Phonology". InPhonologies of Asia and Africa (Including the Caucasus), edited by Alan S. Kaye. Vol. 1 of 2 vols. Winona Lake: Eisenbrauns. 431–460.
  • Peust, Carsten. 1999.Egyptian Phonology: An Introduction to the Phonology of a Dead Language. (Monographien zur ägyptischen Sprache; 2). Göttingen: Peust & Gutschmidt.

Bibliografia

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  • Kammerer, Winifred (compiler),A Coptic Bibliography, Ann Arbor: University of Michigan Press, 1950. (Reprint New York: Kraus Reprint Co., 1969)
  • Wolfgang Kosack Der koptische Heiligenkalender. Deutsch - Koptisch - Arabisch nach den besten Quellen neu bearbeitet und vollständig herausgegeben mit Index Sanctorum koptischer Heiliger, Index der Namen auf Koptisch, Koptische Patriarchenliste, Geografische Liste. Christoph Brunner, Berlin 2012,ISBN 978-3-9524018-4-2.
  • Wolfgang Kosack:Schenute von Atripe De judicio finale. Papyruskodex 63000.IV im Museo Egizio di Torino. Einleitung, Textbearbeitung und Übersetzung herausgegeben von Wolfgang Kosack. Christoph Brunner, Berlin 2013,ISBN 978-3-9524018-5-9.
  • Westendorf, Wolfhart. 1965/1977.Koptisches Handwörterbuch. Heidelberg: Carl Winter.

Ligações externas

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Wikimedia Incubator
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Referências

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  1. Fournet, Jean-Luc (21 de janeiro de 2020).The Rise of Coptic. [S.l.]: Princeton University Press 
  2. Dahlgren, Sonja (22 de novembro de 2018).«Greek Influence on Egyptian-Coptic: Contact-Induced Change in an Ancient African Language, by Eitan Grossman, Peter Dils, Tonio Sebastian Richter, and Wolfgang Schenkel, (eds.)».Journal of Greek Linguistics (2): 281–291.ISSN 1566-5844.doi:10.1163/15699846-01802001. Consultado em 24 de abril de 2024 
  3. Quack, Joachim Friedrich Quack (2017).How the coptic script came about. Munique: Propylaeum 
  4. Layton, Bentley (2004).A Coptic Grammar: Sahidic Dialect. [S.l.]: Harrassowitz 
  5. «Coptic».𓏞𓀀 Sesh Kemet Egyptian Scribe 𓆎𓅓𓏏𓊖 (em inglês). Consultado em 22 de abril de 2024 
  6. Vartavan, Christian Tutundjian de (1 de janeiro de 2022).«Vocalised Dictionary of Ancient Egyptian 2022 (Open Access)».Vocalised Dictionary of Ancient Egyptian. Consultado em 24 de abril de 2024 
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