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Lídia Jorge | |
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![]() Lídia Jorge em2014 | |
Nome completo | Lídia Guerreiro Jorge |
Nascimento | 18 de junho de1946 (78 anos) Loulé,Boliqueime |
Nacionalidade | portuguesa |
Cônjuge | Carlos Albino Guerreiro |
Ocupação | Escritora |
Prémios | Prémio Literário Município de Lisboa (1982, 1984) Prémio D. Dinis (1998) |
Magnum opus | Os Memoráveis |
Website | www.lidiajorge.com |
Lídia JorgeGCIH (Loulé,Boliqueime,18 de junho de1946) é umaescritora portuguesa[1] do período pós-Revolução, autora de romances, contos, ensaios,poesia e crónica.
Lídia Jorge nasceu noAlgarve, em Boliqueime, concelho de Loulé, numa família de agricultores e de emigrantes[2].
Licenciou-se emFilologia Românica[1], pelaFaculdade de Letras daUniversidade de Lisboa, graças ao apoio de uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.[3]
Depois de licenciada, foi professora doEnsino Secundário.[4][5] Foi nessa condição que passou alguns anos decisivos emAngola eMoçambique, acompanhando o marido, durante o último período daGuerra Colonial.
Décadas depois veio lecionar também, comoprofessora convidada, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, entre 1995 e 1999.[1]
Por designação do Governo Português, foi membro daAlta Autoridade para a Comunicação Social.
Integrou o Conselho Geral daUniversidade do Algarve.
Embora próxima do Partido Socialista[6], em 2021, foi nomeada membro doConselho de Estado, pelo Presidente da RepublicaMarcelo Rebelo de Sousa, para o período de 2021 a 2026.[7]
Lidia Jorge surgiu na escrita com oromanceO Dia dos Prodígios (1980)[1]. A obra constituiu um acontecimento num período em que se inaugurava uma nova fase daliteratura portuguesa e, desde logo, a autora se tornou um dos nomes de maior interesse dessa fase[1].
Os títulos seguintesO Cais das Merendas (1982)[1] eNotícia da Cidade Silvestre (1884) foram ambos distinguidos com oPrémio Literário Município de Lisboa, o primeiro dos quais em 1983,ex aequo com oMemorial do Convento, deJosé Saramago.[1]
Notícia da Cidade Silvestre (1984), reafirma o valor da escritora[1], mas seria com oA Costa dos Murmúrios (1988), livro que reflete a experiência passada naÁfrica colonial, que a autora consolida o seu lugar no panorama literário português.
Na década de 1990 seguiram-seA Última Dona (1992),O Jardim sem Limites (1995) eO Vale da Paixão (1998).
Nos anos 2000 editouO Vento Assobiando nas Gruas (2002), posteriormente adaptado para cinema pela realizadora Jeanne Waltz.
Combateremos a Sombra, publicado em Portugal em 2007, recebeu em França o Prémio Michel Brisset 2008, atribuído pela Associação dos Psiquiatras Franceses.
Com chancela da EditoraSextante, publicou em 2009, o livro deensaiosContrato Sentimental, reflexão crítica sobre o futuro de Portugal. Seguiu-se-lhe o romanceA Noite das Mulheres Cantoras (2011).Os Memoráveis, publicado em 2014, é um livro sobre a mitologia da Revolução dos Cravos, retomando o tema deO Dia dos Prodígios, seu primeiro livro. Em 2016 publicouO Amor em Lobito Bay e em 2018Estuário,[8] sobre a vulnerabilidade do tempo atual.
Já em 2022, a escritora publicouMisericórdia,[9] uma reflexão sobre a humanidade e uma homenagem à sua mãe, Maria dos Remédios, falecida durante a pandemia de Covid-19. Por este romance, foi distinguida com um conjunto de prémios, como o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (2022), o Prémio Eduardo Lourenço (2023), o Prémio de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues (2023), Prémio do PEN Clube Português de narrativa (2023) ou o Prémio Médicis estrangeiro (2023).[10]
Entretanto, estreara-se na poesia em 2019, com o seu primeiro livro,O Livro das Tréguas, apesar de, curiosamente, Lídia Jorge escrever poesia desde muito jovem.
Outras publicacoes incluem as antologias de contos,Marido e Outros Contos (1997),O Belo Adormecido (2003), ePraça de Londres (2008), para além das edições separadas deA Instrumentalina (1992) eO Conto do Nadador (1992).
Em 2020, com o título deEm Todos os Sentidos, reuniu as crónicas que leu, ao longo de um ano, aos microfones da Rádio Pública,Antena 2.[11]
A sua peça de teatroA Maçon foi levada à cena noTeatro Nacional Dona Maria II, em 1997, com encenação deCarlos Avilez. Também uma adaptação teatral deO Dia dos Prodígios foi realizada e encenada porCucha Carvalheiro noTeatro da Trindade, em Lisboa. Recentemente,Instruções para Voar foi levada à cena pela ACTA, noTeatro Lethes e no Teatro da Trindade. Esta última teve encenação de Juni Dahr e cenografia de Jean-Guy Lecat.
O romanceA Costa dos Murmúrios foi adaptado (2004) ao cinema porMargarida Cardoso. E o contoMiss Beijo[12] foi adaptado para televisão para aRTP em 2021, com realização de Miguel Simal. O romanceO Vento Assobiando nas Gruas foi adaptado para cinema pela realizadora Jeanne Waltz.[13] O filme estreou nos cinemas portugueses a 29 de fevereiro de 2024.
A agência literária que a representa, a Literarische Agentur Dr. Ray-Güde Mertin-da professora de literatura e agente literária homónima-, hoje dirigida por Nicole Witt, tem sede emFrankfurt.
Os romances de Lídia Jorge encontram-se traduzidos em diversas línguas. Obras suas, além de edições noBrasil, estão traduzidas em mais de vinte línguas, designadamente nas línguas inglesa, francesa, alemã, holandesa, espanhola, sueca, hebraica, italiana e grega, e constituem objecto de estudo nos meios universitários portugueses e estrangeiros, tendo-lhes sido dedicadas várias obras de carácter ensaístico.
A escritora portuguesa é inquestionavelmente uma voz singular e reconhecida no panorama da literatura portuguesa contemporânea. Comprovam-no a receptividade do público e da crítica; as repetidas edições das suas obras; as traduções para outras línguas; as teses e os ensaios académicos que se vão apresentando sobre os seus textos em vários países; os prémios nacionais e internacionais que têm distinguido a sua obra; e ainda os volumes monográficos que se debruçam sobre a sua criação literária – por exemplo, o dossiê temático na prestigiada revista norte-americanaPortuguese Literary & Cultural Studies, 2, 1999;[14] ou o volume colectivo Para um Leitor Ignorado (Ensaios sobre a ficção de Lídia Jorge), Ana Paula Ferreira (org,), Texto Editora, 2009.[15] Em 2015,Maria Graciete Besse publicouLídia Jorge et le sol du monde – une écriture de l'éthique au féminin, Edição L'Harmattan.
AUniversidade do Algarve, a 15 de dezembro de 2010, atribuiu-lhe odoutoramento Honoris Causa.[16] Em 2020, o número 205 da Revista COLÓQUIO LETRAS foi-lhe dedicado. Em 2021, a número 136 da Revista EspanholaTURIA também lhe dedicou o seu dossier principal. Em setembro desse ano, aUniversidade de Genebra,[17] na Suíça, inaugurou a Cátedra Lídia Jorge. Em abril de 2022, na Universidade de Massachussets UMass Amherst, foi inaugurada uma Cátedra Lídia Jorge.[18] E em março de 2024 foi inaugurada a Cátedra Lídia Jorge na Universidade Federa de Goiás,[19] no Brasil.
A Universidade de Aveiro, por ocasião do seu 51.º aniversário, a 18 de dezembro de 2024, atribuiu odoutoramento Honoris Causa[20] a Lídia Jorge, descrevendo a autora algarvia como "provavelmente a mais internacional das escritoras portuguesas contemporâneas, cujos livros percorrem o mundo, traduzidos nas mais diversas línguas”.
A 17 de dezembro de 2004, a Câmara Municipal de Albufeira inaugurou em sua homenagem a Biblioteca Municipal Lídia Jorge.[21] A assinalar o 30.º aniversário da publicação deO Dia dos Prodígios, a Câmara Municipal de Loulé promoveu uma grande exposição bio-bibliográfica[22]Trinta Anos de Escrita Publicada, entre novembro de 2010 e março de 2011, no Convento de Santo António dos Olivais.
Em Portugal, oPresidente da República,Jorge Sampaio, a 9 de março de 2005, condecorou-a com a Grã-Cruz daOrdem do Infante D. Henrique.[23] OPresidente da República Francesa,Jacques Chirac, a 13 de abril de 2005, condecorou-a como Dama daOrdem das Artes e das Letras deFrança, sendo posteriormente elevada ao grau de Oficial, a 14 de julho de 2015. Em 2006, a autora foi distinguida naAlemanha, com a primeira edição do Prémio de Literatura Albatros da Fundação Günter Grass, atribuído pelo conjunto da sua obra. AUnião Latina, a 5 de maio de 2011, atribuiu-lhe oPrémio da Latinidade, João Neves da Fontoura. AAssociación de Escritores en Língua Gallega atribuiu-lhe em Maio de 2013 o título de Escritora Galega Universal.
Em Portugal, à exceção do livro de ensaiosContrato Sentimental, todos os seus livros têm a chancela dasPublicações Dom Quixote.
Dispõe de um texto biográfico (publicado pela editora Guerra e Paz em 2016):Lídia Jorge: a Literatura é o prolongamento da Infância, um diálogo com José Jorge Letria.
A escritora é colaboradora assídua doJornal de Letras e tem assinado crónicas para os jornaisPúblico[24] eEl País.[25]
Em 2022 é uma das galardoadas com o Prémio do Clube das 25 (associação feminista espanhola) que distingue mulheres que se destacaram pela luta pela igualdade de oportunidades.[26]
Em 2023, a sua obraMisericórdia foi a primeira obra em língua portuguesa a receber oPrémio Médicis para melhor livro estrangeiro. Jorge recebeu a distinção ex-aequo com a escritora coreanaHan Kang.[27]
Romances:
Contos:
Literatura Infantil:
Ensaio:
Teatro:
Poesia
Crónicas:
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