Movatterモバイル変換


[0]ホーム

URL:


Saltar para o conteúdo
Wikipédia
Busca

Quilimanjaro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado deKilimanjaro)
Esta página cita fontes, mas não cobrem todo o conteúdo
Esta páginacita fontes, mas quenão cobrem todo o conteúdo. Ajude ainserir referências (Encontre fontes:ABW  • CAPES  • Google (notícias • livros • acadêmico)).(Julho de 2020)
Quilimanjaro
Quilimanjaro
Vista do Quilimanjaro, a partir doParque Nacional de Amboseli, noQuênia
Quilimanjaro está localizado em: Tanzânia
Quilimanjaro
Quilimanjaro, Tanzânia
Coordenadas3° 3' 54.99" S37° 21' 32.67" E
Altitude5891,8[1] m (19 330 pés)
Proeminência5881 m
Isolamento5509 km
ListasUltra
Sete cumes
Sete cumes vulcânicos
Ponto mais alto de um país
LocalizaçãoTanzâniaQuilimanjaro,Tanzânia
CordilheiraRifte da África Oriental
Primeira ascensão6 de outubro de 1889 por Hans Meyer, Ludwig Purtscheller e Johannes Kinyala Lauwo
Rota mais fácilEscalada via Marangu, Rongai ou Machame

OQuilimanjaro[2] ouKilimanjaro (Oldoinyo Oibor, que significamontanha branca emmassai, ouKilima Njaro,montanha brilhante emsuaíli) é ummonte localizado no norte daTanzânia, junto à fronteira com oQuénia. O Quilimanjaro é o ponto mais alto daÁfrica, com uma altura de 5 895m no Pico Uhuru.

Este antigovulcão, com o topo coberto deneve, ergue-se no meio de uma planície desavana, oferecendo um espectáculo único.[3] O monte e asflorestas circundantes, com uma área de 75 353 hectares, possuem umafauna rica, incluindo muitas espécies ameaçadas deextinção e constituem umparque nacional que foi inscrito pelaOrganização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em1987 na lista dos locais que sãoPatrimónio da Humanidade.[1]

O complexo do monte Quilimanjaro com as suas florestas tinha sido considerado uma reserva decaça pelo governocolonialalemão nos princípios doséculo XX, mas foi considerado uma reserva florestal em1921, até que, em1973, foi declarado como Parque Nacional.

Toponímia e etimologia

[editar |editar código-fonte]
Vista leste do Quilimanjaro

O nome utilizado para designar a montanha no seu conjunto escreve-se «Quilimanjaro», emportuguês,[4][5] «Kilimanjaro» eminglês e «Kilimandjaro» emfrancês. Também é denominada,Ol Doinyo Oibor emmassai, que significa «montanha branca» ou «montanha brilhante».[6] O seu nome foi adoptado em1860, e provém do termosuaíliKilima Njaro.[7] O nomeKilimanjaro foi objecto de vários estudos toponímicos, e o explorador e linguista alemãoJohann Ludwig Krapf assumia-o como a «montanha do esplendor», sem maiores considerações.[8] Em1884,Gustav Adolf Fischer, explorador e naturalista alemão, afirmava quenjaro era um demónio do frio, ideia compartilhada pelo geógrafoHans Meyer durante a sua escalada em1889, no entanto, o termonjaro era apenas conhecido pelos habitantes da costa e não pelos que viviam nas regiões do interior, que só acreditavam em espíritos benfeitores.[8] O exploradorJoseph Thomson foi o primeiro a assumir, em1885, o significado de «montanha brilhante». Sob o pressuposto de que kilima se refira em suaíli a "montanha", para os próprioschagas a confusão deve-se ao facto de o termo devidamente utilizado para "montanha" em suaíli ser "mlima", e "kilima" um diminutivo que significacolina oumontanha pequena. É possível assumir que o diminutivo seja utilizado para se referir à montanha de um modo afectivo, ainda que seja difícil compreender porque um estrangeiro deveria querer expressar tal afecto.Njaro refere-se a brancura, a brilho em suaíli.[8] Por outro lado, na língua massai,ngaro oungare designa a água ou as fontes,[8] porémjaro também pode significar, emchaga, umacaravana; e uma teoria alternativa propõe como origem os termoskilmanare/kilemanjaare,kilelemanjaare ou mesmokileajao/kilemanyaro, cujo significado é, respectivamente, «que vence ao pássaro» ou «o leopardo» ou «a caravana». Não obstante, este nome não terá sido importado até meados doséculo XIX peloschagas, que tinham por hábito nomear separadamente cada um dos cumes conhecidos que compõem o conjunto do Quilimanjaro, tornando esta explicação anacrónica, pois o monte tem vários nomes.[8]

O Quilimanjaro é constituído por três cimos ou picos principais: oShira, oMawenzi (em chaga,Kimawenze ouMavenge, que significa «cume dividido», cuja aparência deu origem a uma lenda local)[8][9] eKibo (em chaga,Kipoo ouKiboo, que significa «manchado», por causa duma rocha escura que sobressai por entre as neves perenes,[8] também chamadoKyamwi, «luminoso»).[9] Neste último reside o ponto culminante do conjunto, o pico Uhuru (em suaíli, «liberdade»). Anteriormente batizado comoKaiser-Wilhelm-Spitze, de1889 a1918, em homenagem aGuilherme II da Alemanha na sequência da colonização daÁfrica Oriental Alemã através da assinatura de vários tratados entreCarl Peters e os dirigentes locais, até à passagem deTanganica sob administração doReino Unido.[10]

Geografia

[editar |editar código-fonte]
Representação do Quilimanjaro em 3D
Senecio gigante, até ca. 4 500 m.
Fotografia aérea de dezembro de 2009

Por se encontrar na margem oriental do sul da África, o monte Quilimanjaro, que mostra ter tido grande actividadevulcânica noPleistoceno, não se encontra totalmente isolado na planície africana, mas está acompanhado por três outros cones vulcânicos, orientados num eixo este-sudoeste: o mais antigo, Xira, a oeste, com uma altitude de 4 500 m, Mauenzi a leste, com uma altitude de 5 149 m e, entre eles, Quibo, que é o mais recente e mostra ainda sinais de actividade, na forma defumarolas. Entre o Quibo e o Mauenzi há uma plataforma com cerca de 3 600 hectares.[3]

A existência de neve é consequência de sua altitude. Em setembro de2008, uma equipa liderada pelo português Rui Fernandes, investigador do Centro de Geofísica daUniversidade de Lisboa e professor naUniversidade da Beira Interior (UBI) mediu com a maior precisão de sempre a altura do ponto mais alto da montanha com recurso a GPS. O resultado de 5 891,8 m apresenta uma precisão de centímetros.[11]

Flora

[editar |editar código-fonte]

Em Malindi,Quênia, nas proximidades do Quilimanjaro, possui temperatura média anual 26,5 °C; já a 750 - 1 000 m. permite-se culturas decafé (coffea arabica),banana (musa spp.),manga (mangifera indica) eabacate (persea americana).

Floresta subtropical úmida, entre 1 400 m até 3 000 m, máx. 3300 m; líquen debarba (usnea);linha das árvores, 2 700 - 3 000 m, máx. 3 500 m; lobélias-gigantes, até ca. 4 000 m; florestas subalpinas deéricas até 4 100 m;senécias-gigantes até 4 500 m; vulcão Kibo - pico Uhuru, 5 891,8 m com gelo.[1]

Florestas montanhosas de Ocotea são presentes no lado sul, úmido.ocotea usambarensis pode crescer até 45 m (150 pés). Florestas de cassipourea e juniperus (juniperus procera) são presentes no lado norte, seco.[12]

Espécies: acácias (vachellia esenegalia),urze-molar ou betouro (erica arborea),samambaias,líquenes,ericáceas (até 10 m),coníferas,senécias (5 até 6 m),lianas, lobélias,musgos,oliveiras (olea africana),orquídeas,palmeiras,senécias-gigantes,juniperus e cedros. A faixa depoáceas não existe no Quilimanjaro porque onde há chuva suficiente, existe agricultura.

Proteção

[editar |editar código-fonte]

O Quilimanjaro é protegido por um parque designadoParque Nacional do Quilimanjaro, classificado pelaUNESCO comoPatrimónio da Humanidade.[13] O degelo das geleiras (glaciares) no topo do Quilimanjaro é uma realidade. Estimadas em cerca 12 km² de extensão em 1900, recobrem hoje somente 2 km² (ou seja, o monte perdeu 80% de sua neve), e neste ritmo irão desaparecer em 2020. O aquecimento geral daTerra explica este fenômeno, embora outros elementos possam ter influência.[14]

O documentoCase Studies on Climate Change and World Heritage publicado pelaUNESCO em Junho de 2007, estabelece a relação entreaquecimento global e desaparecimento dos glaciares do topo do Quilimanjaro. A esse propósito existe também o livro de viagens de aventura, do escritor/aventureiro José Maria Abecasis Soares, intitulado 'Horizontes em Branco', publicado pela Editorial Presença em Novembro de 2010.

Os dois cones vulcânicos do Quilimanjaro: Quibo (esquerda) e Mauenzi (direita).

História

[editar |editar código-fonte]
Primeirafotografia do Kibo, tirada em 1929
Imagem aérea do cume do Quilimanjaro em 1938

Antes doséculo XIX, algumas raras crônicas, como a do geógrafo egípcioPtolomeu, mencionaram a existência de uma "montanha branca" no coração da África. Em1845, o geógrafobritânico William Cooley, certo da sua existência, afirma que a montanha mais conhecida da África oriental é recoberta de rochas vermelhas.

Em maio de1848, o missionário anglicano alemãoJohannes Rebmann explora a região Chagalândia e acaba por se aproximar da montanha: "Ali pelas 10 horas, vi alguma coisa branca no topo de uma montanha, e acreditei que se tratasse de nuvens, mas meu guia me disse que era o frio; então, reconheci com satisfação esta velha companheira dos europeus, que chamamos neve". Sua descoberta, divulgada em abril de1849 noChurch Missionary Intelligencer, é contestada emLondres.[15]

Foi somente em1861 que uma expedição, dirigida pelobarãoalemão Klaus von der Decken e pelo botânicoinglês Richard Thornton, permitiu constatar que se tratava realmente de um pico com neves eternas.

Ascensão

[editar |editar código-fonte]

A ascensão é tecnicamente fácil, mas longa e penosa pelo frio e pela altitude. A via mais frequentada é a via Marangu.[16] As outras vias praticadas são as vias Machame, Mweka, Lemosho, Rongai, Umbwe, Northern Circuit e Shira.[17] Aproximadamente 20000 pessoas tentam todos os anos alcançar o topo. Este número é controlado pelas autoridades da Tanzânia.[18]

Em1883, o inglês Joseph Thomson, seguido doconde Teleki, atacam o pico, mas não passam dos 5 300 m. Após dois fracassos,Hans Meyer, em6 de outubro de1889, consegue alcançar o topo do Quilimanjaro, acompanhado de seu amigo Ludwig Purtscheller e do guia chaga Lauwo.[15] Este teria morrido com 127 anos em 1997, mas talvez essa história seja apenas uma lenda, como a história da presença de um cadáver congelado deleopardo, encontrado a 5 500 m.

Na cultura popular

[editar |editar código-fonte]

Um dos mais belos contos deErnest Hemingway chama-se "As neves do Quilimanjaro". Há um trecho antológico:

Era o topo do Quilimanjaro. Compreendeu, então, que era para lá que se dirigiam

Ver também

[editar |editar código-fonte]

Referências

  1. abcthe Kilimanjaro 2008 Precise Height Measurement Expedition.«Precise Determination of the Orthometric Height of Mt. Kilimanjaro»(PDF). Consultado em 16 de maio de 2009 
  2. Paixão, Paulo (Verão de 2021).«Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo»(PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias.ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022 
  3. abTanzania National Parks.«Kilimanjaro». Consultado em 1 de fevereiro de 2012. Arquivado dooriginal em 23 de setembro de 2012 
  4. «Quilimanjaro». Dicionário Português. Consultado em 25 de abril de 2016 
  5. «Quilimanjaro». Porto Editora. Consultado em 25 de abril de 2016 
  6. «Synonymes du Kilimandjaro».Global Volcanism Program (em inglês). National Museum of Natural History — Smithsonian Institution 
  7. «Kilima-Njaro»,The Nuttall Encyclopaedia (em inglês), 1907.
  8. abcdefgHutchinson, J. A. (1965).«The Meaning of Kilimanjaro» (em inglês). Tanganyika Notes and Records. Consultado em 12 de dezembro de 2015 
  9. abMarie-Laure Montlahuc, Gérard Philippson,Kilimandjaro : montagne, mémoire, modernité,op. cit., pp. 81-93
  10. Briggs, Philip (1996).Guide to Tanzania (em inglês) 2.ª ed. [S.l.]: Bradt Travel Guides.ISBN 1898323364 
  11. http://www.mountkilimanjaroguide.com/kilimanjaro-height.html
  12. EWP.Mount Kenya MapArquivado em 27 de fevereiro de 2009, noWayback Machine. and Guide, 4th edition (2007); 1:50000 com 1:25000, EWP Map Guides.ISBN 978-0-906227-96-1.ISBN 0-906227-96-8
  13. «Kilimanjaro National Park». UNESCO. 2010 
  14. «Facts about Kilimanjaro». Consultado em 1 de fevereiro de 2012 
  15. ab«Cópia arquivada». Consultado em 31 de janeiro de 2012. Arquivado dooriginal em 10 de fevereiro de 2012 
  16. «Marangu Route Kilimanjaro».Climbing-Kilimanjaro.com (em inglês). Consultado em 12 de novembro de 2019 
  17. «Climb Kilimanjaro | Мount Kilimanjaro Climbing | Unforgettable trip! | Altezza.Trave».en.altezza.travel (em inglês). Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  18. «Mount Kilimanjaro | Мount Kilimanjaro Climbing».en.zepisaafricansafaris (em inglês). Consultado em 29 de agosto de 2022 

Ligações externas

[editar |editar código-fonte]
OCommons possui imagens e outros ficheiros sobreQuilimanjaro
Ásia:Everest (8848 m)  · América do Sul:Aconcágua (6962 m) · América do Norte:Monte McKinley (Denali) (6198 m)  · África:Kilimanjaro (5893 m)  · Europa:Monte Elbrus (5642 m)  ·
Antártica:Maciço Vinson (4892 m)  · Oceania:Pirâmide Carstensz (ouPuncak Jaya) (4884 m) ou  Monte Wilhelm (4509 m) ouMonte Kosciuszko (2228 m)
América do Sul:Ojos del Salado (6893 m)  · África:Kilimanjaro (5895 m)  · Europa:Monte Elbrus (5642 m)  · América do Norte:Pico de Orizaba (5636 m)
Ásia:Monte Damavand (5610 m)  · Oceania:Monte Giluwe (4367 m)  · Antártica:Monte Sidley (4285 m)
Controle de autoridade
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Quilimanjaro&oldid=69412873"
Categoria:
Categorias ocultas:

[8]ページ先頭

©2009-2025 Movatter.jp