Kei car (K-car), também conhecido comokeijidōsha (軽自動車veículo a motor leve), é uma categoria japonesa de modelos de porte mini que gozam de vantagens tributárias e securitárias.[1]
Esse tipo de categoria de carros surgiu após aSegunda Guerra Mundial como um incentivo do governo para reconstruir aindústria automobilística do país, e perdura até os dias de hoje, com algumas modificações ao longo do tempo.
Apesar de serem carros designados principalmente para pessoas de baixa renda, atualmente esses carros se dividem em vários segmentos como hatches, monovolumes, utilitários, etc. Muito desses carros possuem recentes inovações tecnológicas como câmbio automático (principalmenteCVT),tração dianteira, traseira e nas quatro rodas,GPS, e bons resultados em crash tests.
Esse padrão é originário do final daSegunda guerra mundial, quando muitos japoneses não podiam pagar por um carro, porém tinha dinheiro suficiente para comprar umamoto. Para promover o crescimento da indústria automotiva, bem como para oferecer um método de entrega alternativo para pequenas empresas e proprietários de lojas, foram criados oskei car. Originalmente limitado a apenas 150 cc (100 cc paramotores de dois tempos) em1949, as dimensões e ovolume de deslocamento dos motores foram gradualmente aumentados (em1950,1951, e1955) para instigar as fabricantes de automóveis à produzirkei cars. Com as mudanças de 1955, que elevou acilindrada máxima para 360 cc para motores dedois tempos, assim como de motoresquatro tempos, a classe começou a se popularizar com carros da Suzuki (Suzulight) e oSubaru 360 (o primeiro kei car produzido em massa),[1] finalmente capaz de satisfazer a necessidade de transporte básico das pessoas, sem que estes fossem financeiramente muito comprometidos. Em 1955, oMinistério do Comércio Internacional e Indústria japonês definiu metas para desenvolver um "carro nacional" que deveria ser maior do que oskei cars produzidos na época. Estas metas influenciaram os fabricantes de automóveis japoneses a determinar a melhor forma de concentrar seus esforços de desenvolvimento para oskei cars, e para o "carro nacional". As pequenas dimensões exteriores e deslocamento do motor refletiam a forma de condução noJapão, como os limites de velocidade no Japão, realisticamente, não excediam os 40 km/h (25 mph) em áreas urbanas.
A classe passou então por um período de crescente sofisticação,[2] com a adoção decâmbio automático — a primeira aparição nesse tipo de veiculo foi noHonda N360 emAgosto de1968. Discos de freio dianteiros começaram a ser equipados em uma grande quantidade dekei cars esportivos, começando peloHonda Z GS emJaneiro de1970.[3] A potência tambémcontinuou subindo, atingindo a marca de 40 cv (29 kW) noDaihatsu Fellow Max SS emjulho de1970.[3] As vendas aumentaram exponencialmente, alcançando a marca de 750,000 unidades vendidas em1970. Porém ao longo da década de 1970, o governo começou a reduzir os benefícios oferecidos à veículoskei, que combinado com padrões de emissões cada vez mais rigorosos, reduziram drasticamente as vendas durante a primeira metade da década.[2] Honda e Mazda retiraram-se do mercado (que estava encolhendo) dekei car de passageiros, em 1974 e 1976, respectivamente, embora ambos mantivessem uma oferta limitada de veículos comerciais.
Até31 de Dezembro de1974, oskei cars utilizavamplacas de identificação menores do que os automóveis normais (230 × 125 mm). A partir de 1975, eles receberam as placas de tamanho médio (330 × 165 mm). Para separá-los dos carros de tamanho normal (nãokei), as placas eram agora amarelas e pretas em vez de brancas e verdes.
As vendas tinham entrado fortemente em declínio, alcançando a marca de 150.000 carros de passageiro em1975, 80% a menos do que as vendas1970. Muitos estavam começando a duvidar da continuidade da existência doskei cars, principalmente por causa da decisão deHonda eMazda de se retirar do mercado em meados dosanos 70.[4]
As normas de emissões, ainda mais rigorosas, que deveriam ser introduzidas em1975 como parte de um programa escalonado de limpeza do ar, revelaram-se problemáticas para os fabricantes dekei cars[nota 1]. Isso foi particularmente difícil para aDaihatsu e aSuzuki, que trabalhavam essencialmente commotores de dois tempos. A Suzuki, até então pequena, estava enfrentando grandes dificuldades, pois toda a sua produção consistia apenas em veículos dois tempos.[5] A Daihatsu, contudo, tinha tanto o apoio de engenharia e conexões poderosas de seu grande proprietário, aToyota, para ajudá-los a cumprir as novas exigências. Todos os fabricantes de veículos do tipokei estavam clamando para que as regulamentações de dimensões fossem relaxadas, alegando que os padrões de emissões não poderiam ser atendidos com um motor funcional de 360 cc (Embora o motor SEEC-T daSubaru que equipava o modeloRex tenha provado que era possível). No final, opoder legislativo japonês , aumentou o comprimento em 200 mm e largura em 100 mm, o deslocamento do motor também aumentou, passando para 550 cc. O novo padrão foi anunciado em26 de Agosto de1975, deixando pouquíssimo tempo para que os fabricantes atualizem seus produto, todas as mudanças entraram em vigor em01 de Janeiro de1976.[5]
A maioria dos fabricantes ficaram um pouco surpresos com a decisão. Porém eles já esperavam um limite de 500 cc, e já tinham desenvolvido novos motores para se ajustarem à tais restrições. Estes novos motores foram rapidamente introduzidos, montados normalmente dentro de carrocerias alargadas de modelos já existentes.[4] Estas versões provisórias (com deslocamentos variando entre 443 e 490cc) eram "amostras", desenvolvidas para ver se realmente continuava existindo um mercado para oskei cars.[4] Conforme as vendas melhoraram, eles foram logo substituído, em geral só duraram por um "ano/modelo" (isso significa, por exemplo, que se o veiculo foi fabricado em 1976 como modelo 1977, ele era 1976/1977 e ao fim desse ano ele saíra de linha) ou até que os fabricantes tivessem tempo de desenvolver motores de "tamanho normal". Apenas aDaihatsu conseguiu evitar o desenvolvimento de versões de transição de motores que não aproveitassem plenamente os novos regulamentos. As vendas deKei car permaneceram estagnadas, no entanto as vendas combinadas de veículos de passageiros e comerciais do tipokei, atingiram a marca de 700.000 unidades vendidas pela primeira vez desde 1974,[6] os carros pequenos continuaram perdendo participação de mercado (um mercado que estava em crescimento acelerado).
Como os veículos se tornaram melhores e mais eficientes, outro benefício apareceram, assim como o numero de exportações também aumentou consideravelmente. As vendas de exportação aumentaram principalmente no setor comercial, em particular o setor decaminhões, enquanto as exportações de automóveis de passageiros do tipo "kei" aumentaram em um ritmo mais lento. Em1976, as exportações de veículos do tipo "kei" foram 74.633 unidades (aumento de 171% em relação ao ano anterior), apesar das exportações de "kei cars" terem reduzido.[7] Em1980, outro ano com as exportações recorde, com um aumento de 80.3% (94.301 unidades vendidas) em relação ao ano anterior, das quais 77,6% eramcaminhões compactos.[8] Quase 17% das exportações foram para aEuropa, já oChile, importou quase um quarto doskeis exportados.[8] Em uma economia tão difícil, os carros econômicos venderam bem e em1981 marcou um outro ano glorioso para a venda dosmicrocarros japoneses, conseguindo superar o record de vendas de1970 (com em 1.229.809 unidades vendidas, entre carros e veículos comerciais).[9] A medida que osanos 80 progrediam, oskei cars se tornaram cada vez mais refinados, perdendo suas origens utilitaristas à medida que os clientes japoneses ficavam cada vez mais exigentes. Todos os tipos de melhorias técnicas foram implantadas neles, elas incluíam ar condicionado entre outras que partiam detração nas quatro rodas àturbocompressores.
EmMarço de1990, novas alterações para o padrão doskei car foram anunciadas. O deslocamento máximo do motor recebeu um aumento de 110 cc (passando agora para 660 cc), além disso o regulamento passou a permitir carrocerias ligeiramente maiores para esse veículos, agora sendo permitido 100 mm a mais no comprimento e na largura. Essas mudanças ocorreram num momento em que aeconomia japonesa estava crescendo rapidamente, então todos os fabricantes rapidamente desenvolveram novos modelos para usufruir dos novos limites da regulamentação. O único modelo de 550 cc que continuou disponível por um tempo foi oMitsubishi Minica Dangan, que só foi atualizado cinco meses depois.[10] Como resposta a uma potência cada vez maior desenvolvidas por esse motores, um limite de potência de 64 cv (47 kW) também foi posto — as razões para esse numero ter sido escolhido são desconhecidas.
A regulação depotência foi sugerida para lidar com os veículos equipados comturbocompressores ousupercompressores, uma alternativa adotada durante o final dadécada de 1980 para lidar com a falta de potência etorque. No entanto, a instalação de turbo e supercompressores trouxerem outros benefícios, como o aumento da eficiência dos motores, e por conseguinte a economia combustível aumentou, reduzindo assim as emissões de poluentes, que são fiscalizados rigorosamente. Além de que a instalação de turbos e supercompressores fez os veículos muito mais rápidos e ágeis em relação ao seu tamanho. A tecnologia desse motores são geralmente compartilhadas commotos esportivas, que são projetadas para o prazer do piloto, e a economia de combustível.
Quase que a totalidade dos kei cars são oriundos de marcas japonesas, mesmo que alguns deles sejam fabricados em outros países, apesar da tentativas de várias marcas estrangeiras quase nenhuma delas conseguiu ter uma boa aceitação do mercado, atualmente as marcas que fabricam kei cars no Japão são as seguintes:
Data | Comprimento máximo | Largura máxima | Altura máxima | Deslocamento máximo | Potência máxima | |
---|---|---|---|---|---|---|
Quatro tempos | Dois tempos | |||||
08 de Julho de1949 | 2,8 metros (9,186 pé) | 1 metro (3,281 pé) | 2 metros (6,562 pé) | 150 cc | 100 cc | — |
26 de Julho de1950 | 3 metros (9,843 pé) | 1,3 metros (4,265 pé) | 300 cc | 200 cc | ||
16 de Agosto de1951 | 360 cc | 240 cc | ||||
04 de Abril de1955 | 360 cc | |||||
01 de Janeiro de1976 | 3,2 metros (10,499 pé) | 1,4 m (4,59 ft) | 550 cc | |||
01 de Março de1990 | 3,3 metros (10,827 pé) | 660 cc | 47 kW (64 cv) | |||
01 de Outubro de1998 | 3,4 metros (11,155 pé) | 1,48 metros (4,856 pé) | ||||
[11][12] |
Após aSegunda guerra mundial, o kei car foi lançado ao grande público. Os engenheiros da antigaNakajima Aircraft Company desenvolveram o primeiro kei car de sucesso, oSubaru 360.[1]
Oskei car esportivos surgiram após "a explosão da bolha econômica" no final dadécada de 1980, Embora algumas versões esportivas como oFronte Coupé,Honda Z eMinica Skipper apareceram no inicio dadécada de 1970. Fabricantes japoneses tem introduzidos novos carros esportivos neste segmento, como oHonda S660 e oDaihatsu Copen.
A capacidade do motor foi expandida para 660 cc em1990, para melhorar o desempenho de alta velocidade e o lidar com o aumento do peso dos novos equipamentos de segurança. Com regulamentos de segurança cada vez mais rigorosos, a precisou ficarcarroceria mais larga. A maioria dos veículos vendidos atualmente são construídos seguindo a linha de design "tall boy" ou "tall wagon", que sãohatchbackmonovolume, quatro portas, e com o teto elevado.
No japão muitosKei truck (keitora) emicrovans são usados para transporte de cargas.