Esta letra provém dogregoΚ ou κ (kappa), adaptado por sua vez dokap oukaf daslínguas semitas, símbolo que representava umamão aberta. Esta, por sua vez, com muita probabilidade teria sido adaptada pelospovos semitas que teriam vivido noEgito, a partir dohieróglifo que representa “mão”, representando o som deD para osegípcios, pois "mão" era pronunciada comod-r-t. Os semitas atribuíram-lhe o som/k/, pois o vocábulo que utilizavam para "mão" começava com esse som.
Este som semita de/k/ para esta letra foi mantido na maioria das línguas clássicas e modernas. Porém, quando as palavras provenientes dogrego foram assimiladas pelo latim, o K foi convertido emC, embora o idioma já usasse o K para palavras provenientes doetrusco, como por exemplokalendae, “o primeiro dia do mês”, que deu origem à palavra calendário. Algumas palavras de outros alfabetos foram também reescritas usando a letra C. É por essa razão que aslínguas românicas atualmente somente utilizam o K apenas em casos muito particulares, como por exemplo emportuguês as palavraskantiano oukart.
A letra K fazia parte do alfabeto português até o início doséculo XX, durante o seu períodopseudoetimológico, e podia ser encontrada num grupo específico de palavras comokermes,kilometro ekysto, nestes exemplos a sua presença era justificada por sua etimologia:
•Kermes era um derivado da palavraárabeqermez (قرمز), que é proveniente da palavrapersaqirmiz (قرمز), uma palavra que em si vem dosânscritokṛmija (कृमिज);
•Kilometro era uma combinação do prefixo de origemgregachílioi (χίλιοι)[1] + a palavrametro;
Percebe-se que o seu uso era significativamente limitado e o número de palavras em que o K aparecia era minúsculo,[2] devido a estes motivos, aReforma Ortográfica de 1911 em Portugal e o subsequenteFormulário Ortográfico de 1943 no Brasil o removeram completamente do português, e palavras que o continham agora o tiveram substituído, ou por C se estivesse antes de A, O ou U, ou por QU caso estivesse antes de E ou I, as palavras anteriores então tornaram-sequermes,[3]quilômetro equisto. Outras palavras que também perderam o K incluembreke que se tornoubreque,fakir que se tornoufaquir,kaki que se tornoucaqui,kaleidoscopio que se tornoucaleidoscópio enickel que se tornouníquel.[4][5]
OAcordo Ortográfico de 1990 restaurou a letra K noalfabeto português sem restaurar o seu uso prévio, que continuará restrito às abreviaturas comokm, às palavras com origem estrangeira comokart e a seus derivados comokartódromo.[6] NoBrasil, o AO-1990 entrou em vigor a partir de 1º de janeiro de 2009 e, findo o período de transição de quatro anos, passou a ser a única norma vigente a partir de 1º de janeiro de 2013.
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↑Ainda quequermes atualmente seja a forma oficialaportuguesada para referir-se à cor de mesmo nome, a palavrakermes com K ainda é frequentemente encontrada sendo utilizada, principalmente quando está referindo-se à família de insetosKermes, que é um substantivo próprio, por conseguinte, não é exatamente afetado por estas reformas.