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Julgamentos de Nuremberga

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado deJulgamentos de Nuremberg)
 Nota: Para o filme de 1961, vejaJudgment at Nuremberg.
Tribunal Militar Internacional
Banco de juízes durante o tribunal no Palácio da Justiça em Nuremberg, naAlemanha ocupada pelos Aliados
Início20 de novembro de 1945
Decidido1 de outubro de 1946
Veredito12condenados à morte, três àprisão perpétua, duas a 20 anos de prisão, uma a 15 anos e outra a 10 anos
AcusaçãoConspiração,crimes de guerra,crimes contra a humanidade,assassínio em massa,crimes de ódio
Juízes
Histórico
Ações relacionadasProcessos de guerra de Nuremberg
Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente

OsJulgamentos deNuremberg foram conduzidos pelosAliados contra representantes da derrotadaAlemanha Nazista por planejarem e realizarem invasões a outrospaíses da Europa e cometerem atrocidades contra seus cidadãos durante aSegunda Guerra Mundial.[1]

Entre 1939 e 1945, a Alemanha Nazista invadiu vários países da Europa, causando 27 milhões de mortes apenas naUnião Soviética. As propostas sobre como punir os líderes nazistas derrotados variavam desde umjulgamento-espetáculo (defendido pela União Soviética) atéexecuções sumárias (propostas peloReino Unido). Em meados de 1945,França, União Soviética, Reino Unido eEstados Unidos concordaram em realizar um tribunal conjunto emNuremberg, naAlemanha ocupada, utilizando a Carta de Nuremberg como base legal. Entre 20 de novembro de 1945 e 1 de outubro de 1946, oTribunal Militar Internacional (TMI) julgou vinte e dois dos principais líderes sobreviventes da Alemanha de Hitler nos âmbitos político, militar e econômico, além de seis organizações alemãs. O objetivo do julgamento não era apenas condenar os réus, mas também reunir provas irrefutáveis dos crimes nazistas, oferecer uma lição histórica aos alemães derrotados e deslegitimar a elite tradicional alemã.[2]

O veredicto do tribunal seguiu a acusação ao declarar que o crime de planejar e travar umaguerra de agressão era o "crime internacional supremo", pois "contém em si o mal acumulado de todos os outros". A maioria dos réus também foi acusada decrimes de guerra ecrimes contra a humanidade, sendo o assassinato sistemático de milhões de judeus noHolocausto um ponto central do julgamento. Além disso, os Estados Unidos conduziram maisdoze julgamentos contra criminosos nazistas de escalão inferior, com um foco maior no Holocausto. Embora controversos na época porcriminalizarem retroativamente a agressão, a inovação desses julgamentos ao responsabilizar indivíduos por violações do direito internacional é considerada "o verdadeiro começo dodireito penal internacional".[3]

Estatuto do julgamento

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Alguns dos réus durante o julgamento. À frente, de cima para baixo:Hermann Göring,Rudolf Heß,Joachim von Ribbentrop,Wilhelm Keitel. Atrás, de cima para baixo:Karl Dönitz,Erich Raeder,Baldur von Schirach,Fritz Sauckel

Em 8 de agosto de 1945, as quatro potências (Estados Unidos,União Soviética,Reino Unido eFrança) assinavam, aCarta de Londres,[4] acordo sobre oTribunal Militar Internacional e os estatutos pelos quais o tribunal deveria ser regido. Estabelecia os direitos e obrigações de todos os que haviam de tomar parte no mesmo, regulamentava a forma de proceder e fixava os fatos e princípios a que tinham de se sujeitar os juízes.[5]

O artigo 24º dos estatutos estabelecia: "...O procedimento deve ser o seguinte:

  • a) Será lida a acusação;
  • b) O tribunal interrogará cada um dos acusados sobre se se considera culpado ou inocente;
  • c) O acusador exporá a sua interpretação da acusação;
  • d) O tribunal perguntará à acusação e à defesa sobre as provas que desejem apresentar ao tribunal e decidirá sobre a conveniência da sua apresentação;
  • e) Serão ouvidas as testemunhas de acusação. A seguir as testemunhas de defesa;
  • f) O tribunal poderá dirigir a todo momento perguntas às testemunhas ou acusados;
  • g) A acusação e a defesa interrogarão todas as testemunhas e acusados que apresentem uma prova e estão autorizados a efetuar um contrainterrogatório;
  • h) A defesa tomará a seguir a palavra;
  • i) O acusado dirá a última palavra;
  • j) O tribunal anunciará a sentença...".[6]

Acusados e suas penas

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Ver artigo principal:Lista de réus no Tribunal Militar Internacional

Otribunal de Nuremberg decretou 12condenações à morte, três àprisão perpétua, duas a 20 anos de prisão, uma a 15 anos e outra a 10 anos. Hans Fritzsche, Franz von Papen e Hjalmar Schacht foram absolvidos.

NomeCargoCondenação
Martin BormannChanceler do NASDAP e secretário particular doFührerMorte porenforcamento(In absentia)
Karl DönitzPresidente da Alemanha,Ministro da Guerra,Comandante Supremo da Kriegsmarine10 anos de prisão
Hans FrankGovernador-geral da PolôniaMorte por enforcamento
Wilhelm FrickMinistro do Interior, autorizou asLeis de NurembergMorte porenforcamento
Hans FritzscheAjudante deJoseph Goebbels noMinistério da PropagandaAbsolvido
Walther FunkMinistro da Economia e Presidente doReichbankPrisão perpétua
Hermann GöringComandante daLuftwaffe, Presidente doReichstag eMinistro-Presidente daPrússia.Morte por enforcamento (suicidou-se antes de ser enforcado)
Rudolf HeßVice-líder doPartido NazistaPrisão perpétua
Alfred JodlChefe de Operações do OKW (Oberkommando Der Wehrmacht)Morte por enforcamento
Ernst KaltenbrunnerChefe doRSHA e membro de maior escalão daSchutzstaffel vivo.Morte por enforcamento
Wilhelm KeitelChefe doOKWMorte por enforcamento
Gustav KruppIndustrial que usufruiu detrabalho escravoAcusações canceladas por saúde debilitada
Robert LeyChefe do Corpo Alemão de TrabalhoSuicidou-se na prisão
Konstantin von NeurathMinistro das Relações Exteriores, Protetor daBoêmia eMorávia15 anos de prisão
Franz von PapenChanceler da Alemanha eVice-Chanceler da AlemanhaAbsolvido
Erich RaederComandante-chefe daKriegsmarinePrisão perpétua
Joachim von RibbentropMinistro das Relações ExterioresMorte por enforcamento
Alfred RosenbergIdeólogo doracismo e Ministro do Reich para os Territórios Ocupados do LesteMorte por enforcamento
Fritz SauckelDiretor do programa de trabalho escravoMorte por enforcamento
Hjalmar SchachtPresidente doReichsbankAbsolvido
Baldur von SchirachLíder daJuventude Hitleriana20 anos de prisão
Arthur Seyss-InquartLíder daanexação da Áustria eGauleiter dosPaíses BaixosMorte por enforcamento
Albert SpeerLíder nazi, arquiteto do regime e Ministro de Armamentos20 anos de prisão
Julius StreicherChefe do periódicoantissemitaDer StürmerMorte por enforcamento

Processos no caso Nuremberg

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Ver artigo principal:Processos de Guerra de Nuremberg
Vista do banco dos réus no tribunal deNuremberg

Um tribunal de exceção

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Oito juízes, representantes dos quatro países vencedores da guerra, compuseram a corte:Iona Nikitchenko (União Soviética), Geoffrey Lawrence (Reino Unido), Francis Biddle (EUA) eDonnedieu de Vabres (França). O presidente do tribunal era britânico, mas coube aos estadunidenses o papel mais importante na preparação do processo. Ospaíses neutros não tiveram nenhuma participação.[7] Juristas têm levantado a questão das violações dosdireitos fundamentais com a realização de um tribunalad hoc, umtribunal de exceção, sem a escolha deadvogados pelosréus. Segundo alguns doutrinadores do direito, um tribunal de exceção não poderia punir compena capital, mas somente com prisão, entre outras formas de responsabilização. Todavia, em Nuremberg, os vencedores ditaram todas as regras e todo o funcionamento do tribunal, mesmo em detrimento dos direitos fundamentais dos réus, como o princípio dojuízo natural conhecidos dos ingleses desde aMagna Carta de1215.[8][9]

A aplicação dajustiça dos vencedores poderia igualmente explicar por que jamais foi cogitada a possibilidade de julgamento dos responsáveis pela mortandade de civis em decorrência dos inúmeros bombardeiosaliados contra as cidades alemãs (Dresden,Colônia,Darmstadt,Hamburgo,Stuttgart eKönigsberg, entre outras) ou do lançamento debombas atômicas sobreHiroshima e Nagasaki.[7] (ver:Crimes de guerra dos Aliados,Crimes de guerra dos Estados Unidos eCrimes de guerra soviéticos)

Execução das sentenças

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Noticiário de 17 de outubro de 1946 sobre as condenações em Nuremberg

Trêscadafalsos foram instalados nopresídio de Nuremberg para a execução, na manhã de16 de outubro de1946, de dez penas de morte contra representantes do regime nazista, porenforcamento, usando-se o chamado método da queda padrão, em vez de queda longa.[10][11] Posteriormente, oexército dos EUA negou as acusações de que a queda fora curta demais, fazendo com que o condenado morresse lentamente, porestrangulamento, em vez de ter o pescoço quebrado (o que causa paralisia imediata, imobilização e provável inconsciência instantânea). Na execução de Ribbentrop, ohistoriador Giles MacDonogh registra que:

"ocarrasco trabalhou mal na execução, e a corda estrangulou o ex-chanceler por 20 minutos antes que ele morresse."[12][13][14]

Das 12 penas de morte, apenas 10 foram executadas.Martin Bormann, oassessor mais próximo deAdolf Hitler em seu primeiro quartel-general, estava desaparecido, sendo julgado à revelia e condenado à morte.

Hermann Göringsuicidou-se na véspera do dia 16. Quando os seguranças do presídio perceberam que ele mantinha-se estranhamente imóvel deitado sobre seu banco, chamaram seus superiores e um médico. Este constatou a morte de Göring por envenenamento. Nunca foi esclarecido quem lhe entregou o veneno, em que pese várias hipóteses terem surgido no decorrer dos anos.

Porém, em 2005, Herbert Lee Stivers, um metalúrgico aposentado que vivia emHesperia, localidade aos arredores deLos Angeles, Estados Unidos, e foi guarda em Nuremberg durante o Julgamento (era do 26º Regimento da 1ª Divisão de Infantaria, cuja Companhia D fora encarregada), afirmou que estavam todos enganados: "Fui eu que lhe dei". Stivers tinha 78 anos, e disse que manteve este segredo durante quase 60 anos, com medo de poder vir a ser alvo de um processo por parte do Exército dos Estados Unidos e que tinha decidido contar a história a pedido da filha. Na época só tinha 19 anos, e por querer impressionar uma moça que encontrou na rua, aceitou levar "um remédio" a Goering, que supostamente estaria doente.[15]

Filmografia

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Outros julgamentos

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Hideki Tōjō (centro da imagem), exPrimeiro-Ministro do Japão, condenado à morte pelo Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente e executado em 1948.
Alemanha
Japão
Ver artigo principal:Crimes de guerra do Japão Imperial
Ver também :Shiro Ishii eUnidade 731

Oscrimes de guerra doImpério do Japão, foram julgados peloTribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente (Tóquio, 1946-1948).[18]

Polônia
União Soviética

Ver também

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OCommons possui imagens e outros ficheiros sobreJulgamentos de Nuremberga

Referências

  1. Mouralis, Guillaume (2016).«Le procès de Nuremberg: retour sur soixante-dix ans de recherche» [The Nuremberg trial: a look back at seventy years of research].Critique Internationale (em francês).73 (4): 159.doi:10.3917/crii.073.0159 
  2. Safferling, Christoph J. M. (2020).«German Participation in the Nuremberg Trials and Its Implications for Today».The Nuremberg War Crimes Trial and its Policy Consequences Today. [S.l.]:Nomos. pp. 41–54.ISBN 978-3-8487-3688-1.doi:10.5771/9783845280400-41 
  3. Heller, Kevin Jon (2012).The Nuremberg Military Tribunals and the Origins of International Criminal Law (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press.ISBN 978-0-19-165286-8 
  4. «Carta de Londres, de 08 de agosto de 1945». DHNet. Consultado em 24 de julho de 2021 
  5. Kevin Jon Heller (2011).The Trials. Introduction: the indictments, biographical information, and the verdicts.The Nuremberg Military Tribunals and the Origins of International Criminal Law. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 85– 
  6. Heydecker, Joe J. "O Julgamento de Nuremberga. Editora Ibis Ltda, 1966, p. 79
  7. ab«Le proces de Nuremberg e Tokyo». Consultado em 2 de junho de 2016. Arquivado dooriginal em 26 de maio de 2016 
  8. O tribunal de Nuremberga e a polêmica das sanções adotadas. Por Ana Flávia Trevizan e Sérgio Tibiriçá Amaral.
  9. Tribunal de Nuremberg: visão crítica a respeito da moral e da política envolvidas no julgamentoArquivado em 20 de setembro de 2016, noWayback Machine.. Por Henrique Clauzo Horta.
  10. «Judgment at Nuremberg»(PDF) 
  11. «The trial of the century». Consultado em 28 de janeiro de 2011. Arquivado dooriginal em 10 de junho de 2010 
  12. MacDonogh G., "After the Reich". John Murray: London, 2008; p.450
  13. War Crimes: Night without Dawn..Time Magazine, 28 de outubro de 1946.
  14. The Not-So-Fine Art of Hanging, por Tom Zeller Jr.].The New York Times, 16 de janeiro de 2007.
  15. Público, ed. (10 de fevereiro de 2005).«"Fui eu que dei o cianeto a Goering"». Consultado em 1 de novembro de 2019 
  16. «First criminal trial in Lüneburg». www.befreiung1945.de (em inglês). Consultado em 24 de julho de 2021 
  17. Michael J. Bazyler & Frank M. Tuerkheimer.Forgotten Trials of the Holocaust. NYU Press, 2015, paǵ. 137, (em inglês)ISBN 9781479899241 Consultado em 24 de julho de 2021
  18. Adam Wakeling (11 de novembro de 2018).«Tokyo Trial: how an Australian judge sentenced a Japanese leader to death».Australian Broadcasting Corporation (em inglês). Consultado em 24 de julho de 2021 
  19. «Auschwitz convictions have been few and far between».CBC News (em inglês). 2 de maio de 2015. Consultado em 24 de julho de 2021 
  20. Russell Working (5 de junho de 2001).«The trial of Unit 731».The Japan Times (em inglês). Consultado em 24 de julho de 2021 

Bibliografia

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  • Goldensohn, Leon.As Entrevistas de Nuremberg. Companhia das Letras, 2005,ISBN 8535907130.
  • Ferro, Ana Luiza Almeida.O Tribunal de Nuremberg - Dos precedentes à confirmação de seus princípios. Mandamentos, 2002;ISBN 8587054651;
  • Gonçalves, Joanisval Brito.Tribunal de Nuremberg (1945-1946) - A Gênese de uma Nova Ordem no Direito Internacional. Renovar, 2004,ISBN 8571474435.
  • Mann, Abby.Judgment at Nuremberg. New Directions 2002,ISBN 0811215261 (em inglês)
  • Cooper, Belinda.War Crimes - The Legacy of Nuremberg, TV Books, 1999,ISBN 1575000091. (em inglês)
  • Fontette, François de.Le Proces de Nuremberg. PUF, 1996,ISBN 2130480837. (em francês)
  • Heydecker, Joe J. "O Julgamento de Nuremberga, Editora Ibis Ltda, 1966
  • Kahn, Leo."Julgamento em Nuremberg" - História Ilustrada da 2ª Guerra Mundial, Renes, 1972

Ligações externas

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Primário
Réus do Processo Contra os Maiores Criminosos de Guerra

Subsequentes
Principais réus dosJulgamentos de Nuremberg
Sentenciados à morte
Presos
Inocentes
Sem Decisão
  • 1 in absentia
  • 2 Cometeu suícidio
  • 3 Acusações canceladas por saúde debilitada
Participantes
Aliados
(líderes)
África do Sul · Austrália · Bélgica · Brasil · Canadá · China · Cuba · Checoslováquia · Dinamarca · Etiópia · França · França Livre (A partir de junho de 1940) · Grécia · Índia · Itália (A partir de setembro de 1943) · Luxemburgo · México · Países Baixos · Nova Zelândia · Noruega · Filipinas (Commonwealth) · Polônia · Rodésia do Sul · União Soviética · Reino Unido · Estados Unidos (Porto Rico· Iugoslávia
Eixo
(líderes)
Resistências
Cronologia
Causas
1939
1940
1941
1942
1943
1944
1945
Aspectos
Fome
Geral
Consequências
Crimes de guerra
Estupros
Prisioneiros de guerra
Genocídios
Termos
Métodos
Negacionismo
de genocídios
Questões
Procedimentos
legais
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