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Juglandaceae

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaJuglandaceae
Classificação científica
Reino:Plantae
Clado:angiospérmicas
Clado:eudicotiledóneas
Clado:rosídeas
Ordem:Fagales
Família:Juglandaceae
DC. exPerleb, 1818,nom. cons.[1]
Género-tipo
Juglans
L.
Distribuição geográfica
Distribuição natural da subfamília Engelhardioideae.
Distribuição natural da subfamília Juglandoideae.
Distribuição natural da subfamíliaJuglandoideae.
Géneros
Ver texto.
Sinónimos[2]
Nogueira (Juglans regia) emOtto Wilhelm Thomé,Flora von Deutschland, Österreich und der Schweiz, 1885.
Folhagem eamento dePlatycarya strobilacea.
Noz deJuglans regia.
Soalho de madeira de nogueira
Juglans nigra (hábito).

Juglandaceae é umafamília deplantas com flor, pertencente àordemFagales, que inclui 9-10 géneros e cerca de 50 espécies[3] de árvores e arbustos, geralmente de madeira resinosa e odorífera, entre as quais anogueira-comum e anogueira-pecã. A maioria das espécies é nativa das regiões temperadas doHemisfério Norte.

Descrição

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As Juglandaceae são uma família, conhecida como a família das nogueiras, que agrupa um conjunto de espécies arbóreas, menos vezes arbustivas, da ordemFagales. A maioria dos membros desta família são nativos dasAméricas,Eurásia eSueste Asiático.

Os membros desta família caracterizam-se pela presença de grandesfolhas aromáticas, usualmente defilotaxia alterna, embora opostas emAlfaroa eOreomunnea. As folhas sãocompostas pinadas ou ternadas,geralmente com 20–100 cm de comprimento. São espécies depolinização pelo vento (anemófilas), com asflores agrupadas eminflorescências do tipoamentilho.

Morfologia

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A família é composta porárvores, em raras ocasiõesarbustos, com flores unissexuais,monoicos, raras vezesdioicos, demedula sólida ou perfurada, geralmente ricos emtaninos, frequentemente com pequenasglândulas peltadas, de coloração amarela pálida, que ao secarem adquirem aspecto de escamas, e pêlos fasciculados ou glandulíferos.[4][5][6]

Asgemas são nuas ou protegidas porcatáfilos. Asfolhas são caducas, raras vezes perenes, defilotaxia alterna, raramente opostas ou verticiladas. A folhas são compostas, pari- ou imparipinadas, por vezes ternadas,pecioladas ou sésseis, odoríferas, comfolíolos de enteiros a serrados, semestípulas.[4][5]

Ainflorescência masculina é emamentos, solitários ou agrupados empanículas, em geral laterais, erectos ou pêndulo, inseridos na base dos ramos do ano anterior. A inflorescência feminina também é emamento, com numerosasflores e pêndulo, ou emrácemo com poucas flores e erecto, pelo menos na frutificação, terminal nos ramos do ano. A inflorescência rara vez é em panículaandrógina, com o amento centralespiciforme, com todas as flores femininas (ou apenas algumas), as masculinas nos laterais.[4][5]

As flores masculinas são debrácteas inteiras ou trilobuladas, soldadas aopedicelo e mais ou menos soldadas aoreceptáculo. Algumas espécies apresentam 1-2bractéolas, soldadas ao pedicelo e mais ou menos soldadas ao receptáculo esépalas, de tal forma que todo o conjunto parece parte docálice. O receptáculo é mais ou menos plano, curto ou alongado: O cálice apresenta até 4sépalas, soldadas ao receptáculo e, nesse caso, as brácteas e bractéolas apresentam até 4 lóbulos apicais, mais ou menos irregulares. Osestames, em número de (2)3-50, são sésseis ou quase, deanteras glabras ou pubescentes, deiscentes longitudinalmente. Opólen apresenta 3-9(-16)-poros e é do tipo foraminado ou rugado: Nestas floresogineceu é vestigial ou inexistente.[4][5]

As flores femininas, de brácteas inteiras ou trilobuladas, com 2(3) bractéolas inteiras ou mais ou menos dentadas ou lobuladas, todas soldadas apenas na base ou até ao ápice do receptáculo e cálice. O receptáculo é mais ou menos cónico ou ovoide. O cálice apresenta normalmente 4 sépalas, embora estas por vezes sejam inexistentes, soldadas ao receptáculo e, nesse caso, a brácteas e bractéolas, normalmente com 4 dentes ou lóbulos apicais, mais ou menos irregulares. Nestas flores osestames de ordinário são inexistentes, raras vezes vestigiais. Oovário é ínfero, unilocular na parte superior, ye com 2, 4(8) lóculos na base. Oscarpelos são 2, embora raras vezes 3-4 em algumas flores, são soldados e oestilete tem 2-4 ramos estilares, por vezes muito curtos, comestigmas ao longo dos ramos estilares ou apenas no seu ápice, por vezes pequenos e sub-globosos. Oóvulo é deplacentação axilar.[4][5]

Ofruto é emnoz, no qual, ao longo da maturação, normalmente a bráctea ou bractéolas e em alguns casos as sépalas, crescem e permanecem aderentes, por vezes engrossando e formando uma estrutura especializada com 1-3 asas (frutosamaroide). Nalguns casos o fruto édrupáceo, ou uma trima, indeiscente ou deiscente de forma mais ou menos irregular, com casca mais ou menos pétrea, com duas valvas, com 2, 4(8) lóculos na base. Cada fruto contém apenas umasemente, em geral semendosperma, relativamente grande, comcotilédones quadrilobulados, separados por um tabique perpendicular às 2 valvas e à sua sutura.[6][4][5]

Osfrutos das Juglandaceae são frequentemente confundidos comdrupas, mas anatomicamente sãofrutos acessórios porque a cobertura externa do fruto é tecnicamente umabráctea involucral e por isso não é morfologicamente parte docarpelo. Tal significa que não pode ser uma drupa, mas sim uma noz drupácea. Estas nozes menos comuns dividem-se em dois tipos diferentes: no géneroJuglans (nogueiras) é uma pseudo-drupa e no géneroCarya é umatrima.[7]

Alguns frutos são intermédios entre tipos e difíceis de categorizar. As nozes da nogueira-norte-americana (Carya) e as nozes-comuns (Juglans) crescem dentro de uma casca externa. Esses frutos são às vezes considerados drupas ou nozes drupáceas, em vez de verdadeiras nozes no sentido botânico do termo. A designação «tryma» é um termo especializado para drupas desse tipo.[8][9]

Usos

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Entre as cerca de 50 espécies que integram a família,[3] estão incluídas várias com importância económica relevante nomeadamente na produção de nozes-comuns (Juglans),pecans (Carya illinoinensis) ehicória (Carya). A noz produzida pela espécieJuglans regia é um dos principais tipos de noz produzidos comercialmente e nível mundial.

As várias espécies de nogueira, e ainda as espécies do géneroAlfaroa, são importantes na produção demadeiras de grande qualidade. Madeira de nogueira tem sido considerada desde há séculos uma das melhores madeiras para construção de móveis. A nogueira-europeia é encontrada principalmente na Europa ocidental e central de clima mais quente. A madeira apresenta um grão cinza claro de 3 a 7 cm. Ocerne é castanho-mate a castanho-escuro, irregularmente atravessado por veios mais escuras de diferentes larguras. As madeiras da França costumam ter um brilho ligeiramente avermelhado e uma aparência particularmente uniforme. A madeira de nogueira-americana é de cor uniforme, arroxeada ou castanho-púrpura. Oalburno é amarelado a castanho-claro-acinzentado. A cor da madeira das várias espécies varia consideravelmente e é fortemente dependente da idade e localização. Todos as madeiras de nogueira tendem a dourar e diminuem a cor quando expostos a luz forte. A madeira da nogueira-europeia é mais dura e mais pesada que a das espécies americanas.[10] As madeiras de nogueira são principalmente processados em verniz. Móveis valiosos e nobres são fabricados assim. Mobílias de nogueira americana, de coloração escura, são referidas como sendo deBaltimore walnut.

A madeira de nogueira maciça é usada para soalhos, coronhas de armas e mobiliário. A madeira de nogueira maciça apresenta os seguintes valores paramétricos:

Distribuição

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A família Juglandaceae tem sua principal área dedistribuição natural situada no Hemisfério Norte, com espécies que ocorrem na América e na Eurásia. A maioria dos géneros tem a sua distribuição limitada a um dos lados do Pacífico, sendo que apenasCarya eJuglans ocorrem naturalmente no Velho e Novo Mundo.

Os génerosAlfaroa eOreomunnea estão restritos à América, o resto à Ásia. Apenas dois géneros atingem áreas no Hemisfério Sul:Juglans chega ao norte da Argentina,Engelhardia chega atéSumatra,Java eNova Guiné.

Ocentro de diversidade da família é no presente o leste da Ásia, mas o centro da biodiversidade fóssil é aAmérica do Norte.

Filogenia e sistemática

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A família Juglandaceae foi proposta em 1818 porAugustin Pyrame de Candolle na obra da autoria do botânico germânicoKarl Julius Perleb intituladaVersuch über die Arzneikräfte der Pflanzen..., p. 143, publicada emAarau no ano de 1818 em colaboração com de Candolle. Ogénero tipo éJuglansL..

Filogenia

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A aplicação das técnicas dafilogenética molecular sugere as seguintes relações das Juglandaceae com as restantes famílias que integram a ordemFagales:[11]

Cucurbitales (grupo externo)

 Fagales  

Nothofagaceae

Fagaceae

Myricaceae

Juglandaceae

Ticodendraceae

Betulaceae

Casuarinaceae

Como se deduz docladograma acima, a família Juglandaceae é ogrupo irmão da famíliaMyricaceae. Os dados obtidos com recurso às técnicas dafilogenética molecular sugerem as seguintes relações entre os géneros que integram a família:[12]

Myricaceae (grupo externo)

Juglandaceae
Rhoipteleoideae

Rhoiptelea

Engelhardioideae

Engelhardia

Alfaroa

Oreomunnea

Juglandoideae

Carya

Annamocarya

Platycarya

Cyclocarya

Pterocarya

Juglans

Sistemática

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Os génerosextantes conhecidos estão agrupados em subfamílias, tribos e subtribos da seguinte forma:[13]

A família Juglandaceaesensu stricto é o clado irmão dasRhoipteleaceae dentro da ordemFagales. Está dividida em duas subfamílias e inclui cerca de 60 espécies repartidas por 8 géneros geralmente reconhecidos, mas a classificação de algumas espécies como géneros independentes está em discussão:[16]

  • Subfamília EngelhardioideaeIljinsk.
  • Subfamília Juglandoideae
    • Tribo PlatycaryeaeNakai
    • Tribo JuglandeaeNakai

OAngiosperm Phylogeny Group em 2009 elevou aonível taxonómico de família o géneroRhoipteleaDiels & Hand.-Mazz. mas voltou a reintegrá-lo na família Juglandaceae.[17]

Ver também

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Referências

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  1. Angiosperm Phylogeny Group (2009).«An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III»(PDF).Botanical Journal of the Linnean Society.161 (2): 105–121.doi:10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x. Consultado em 6 de julho de 2013 
  2. «Family:Juglandaceae DC. ex Perleb, nom. cons.».Germplasm Resources Information Network. United States Department of Agriculture. 17 de janeiro de 2003. Consultado em 17 de novembro de 2011 
  3. abChristenhusz, M. J. M.; Byng, J. W. (2016).«The number of known plants species in the world and its annual increase».Phytotaxa.261 (3): 201–217.doi:10.11646/phytotaxa.261.3.1 
  4. abcdefJuglandaceae en Flora of China
  5. abcdefJuglandaceae en Flora of North America
  6. abJuglandaceae en Flora Ibérica, RJB/CSIC, Madrid
  7. John Derek Bewley, Michael Black, Peter Halmer (2006)The Encyclopedia of Seeds: Science, Technology And Uses
  8. Armstrong, W.P.«Identification Of Major Fruit Types». Wayne's World. Consultado em 17 de novembro de 2011. Arquivado dooriginal em 20 de novembro de 2011 
  9. Armstrong, W.P. (15 de março de 2009).«Fruits Called Nuts». Wayne's World. Consultado em 17 de novembro de 2011. Arquivado dooriginal em 19 de abril de 2012 
  10. Nussbaum. auf:schreiner-seiten.de
  11. Angiosperm Phylogeny Group (2009).«An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III».Botanical Journal of the Linnean Society.161 (2): 105–121.doi:10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x. Consultado em 26 de junho de 2013. Arquivado dooriginal(PDF) em 25 de maio de 2017 
  12. Xiang XG, Wang W, Li RQ, Lin L, Liu Y, Zhou ZK, Li ZY, Chen ZD (2014). «Large-scale phylogenetic analyses reveal fagalean diversification promoted by the interplay of diaspores and environments in the Paleogene».Perspectives in Plant Ecology, Evolution and Systematics.16 (3): 101–110.doi:10.1016/j.ppees.2014.03.001 
  13. Manos, P. S.; D. E. Stone (2001). «Evolution, phylogeny and systematics of the Juglandaceae».Annals of the Missouri Botanical Garden.88 (2): 231–269.JSTOR 2666226.doi:10.2307/2666226 
  14. «GRIN Genera ofJuglandaceae».Germplasm Resources Information Network. United States Department of Agriculture. Consultado em 17 de novembro de 2011. Arquivado dooriginal em 24 de setembro de 2015 
  15. Kew Royal Botanical Gardens, List of genera in family Juglandaceae
  16. Paul S. Manos, Donald E. Stone:Evolution, Phylogeny, and Systematics of the Juglandaceae. In:Annals of the Missouri Botanical Garden. Band 88, Nr. 2, 2001, S. 231–269, (Digitalisathttp://vorlage_digitalisat.test/1%3Dhttp%3A%2F%2Fbiodiversitylibrary.org%2Fpage%2F26843771~GB%3D~IA%3D~MDZ%3D%0A~SZ%3D~doppelseitig%3D~LT%3D~PUR%3D).
  17. Angiosperm Phylogeny Group:An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. In:Botanical Journal of the Linnean Society. Band 161, Nr. 2, 2009, S. 105–121,DOI:10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x.

Bibliografia

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  • Anmin Lu, Donald E. Stone L. J. Grauke:Juglandaceae.
  • Donald E. Stone:Juglandaceae.
  • Paul S. Manos, Donald E. Stone:Evolution, Phylogeny, and Systematics of the Juglandaceae. In:Annals of the Missouri Botanical Garden. Band 88, Nr. 2, 2001, pp. 231–269.
  • Horst Schaarschmidt:Die Walnussgewächse (=Die neue Brehm-Bücherei. Band 591). 2. überarb. Auflage. Westarp Wissenschaften, Hohenwarsleben 1999,ISBN 3-89432-311-6.

Galeria

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Ligações externas

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OCommons possui umacategoria com imagens e outros ficheiros sobreJuglandaceae
OWikispecies tem informações relacionadas aJuglandaceae.


Identificadores taxonómicos
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