| José Mindlin | |
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| Nascimento | |
| Morte | 28 de fevereiro de2010 (95 anos) |
| Nacionalidade | brasileiro |
| Ocupação | repórter,advogado,empresário,escritor ebibliófilo |
| Prêmios |
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| Magnum opus | No mundo dos livros |
José Ephim MindlinComMM (São Paulo,8 de setembro de1914 – São Paulo,28 de fevereiro de2010) foi umrepórter,advogado,empresário,escritor ebibliófilobrasileiro.
Filho do dentista Ephim Mindlin e de Fanny Mindlin,judeus nascidos emOdessa, na atualUcrânia, José, ex-aluno doColégio Rio Branco, começou a trabalhar aos 15 anos de idade como repórter no jornalO Estado de S. Paulo, o que, segundo ele, foi uma experiência muito importante para a sua formação.[1] Posteriormente, José formou-se naFaculdade de Direito da Universidade de São Paulo e exercendo a advocacia tornou-se advogado da Motorit, retífica de motores de propriedade de Samuel Klabin e dos imigrantes austríacos Ludwig Gleich e Adolf Buck.[2] Desde o fim dos anos 1940 os donos da Motorit tinham o desejo de constituir uma fábrica de pistões.[2] Diante do elevado investimento para constituir a empresa Mindlin foi convidado a se tornar acionista da futura empresa e contatou o intelectual e diretor doBanco de Crédito Real de Minas Gerais Dr. Luiz Camilo de Oliveira Netto para ingressar no capital da empresa. Ernst Mahle, da alemãMahle, procurado por Ludwig Gleich, tornou-se acionista da empresa e levou a Mahle a prestar assistência técnica à Metal Leve.[2] AMetal Leve foi fundada em março de 1950 no bairro do Cambuci em São Paulo, José Mindlim detinha 2,5% das ações da empresa e ficou responsável pelo setor jurídico e as relações externas daMetal Leve.[2] Nas décadas seguintes aMetal Leve figuraria como uma das grandes fabricantes nacionais no setor de peças paraautomóveis.[2] José deixou a empresa em1996. Posteriormente, entre outras atividades, presidiu aSociedade de Cultura Artística.
De acordo com o jornalistaHélio Contreiras, pelo menos dois empresários se recusaram a colaborar na produção da estrutura repressiva daOperação Bandeirante, constituindo exceções: José Mindlin eAntônio Ermírio de Moraes.[3] O documentárioCidadão Boilesen entrevista Mindlin, que descreve como se deram os fatos.
Após sua aposentadoria do mundo empresarial, José pode dedicar-se integralmente a uma paixão que tinha desde os 13 anos: colecionarlivros raros. Seu primeiro livro foi o livro de1740Discours sur l'Histoire universelle (dofrancês: "Discurso sobre a história universal"), deJacques-Bénigne Bossuet. Ao completar 95 anos, acumulava um acervo de aproximadamente 40 mil volumes, incluindo obras deliteraturabrasileira eportuguesa,relatos de viajantes,manuscritoshistóricos e literários (originais e provastipográficas),periódicos, livroscientíficos edidáticos,iconografia e livros deartistas (gravuras). Foi então considerada a maiorbiblioteca pessoal e também a mais importante do País.[1]
Em 2000, Mindlin foi admitido pelo presidenteFernando Henrique Cardoso àOrdem do Mérito Militar no grau de Comendador especial.[4]
Em 20 de junho de2006, José foi eleito membro daAcademia Brasileira de Letras para ocupar a cadeira número 29, sucedendo aJosué Montello. Após saber da vitória na eleição, o renomado escritor declarou:"De certa forma, corôa uma vida dedicada aos livros".[5] No mesmo ano, decidiu doar todas as obras brasileiras da vasta coleção pessoal àUniversidade de São Paulo (USP).[6] A partir de então, a biblioteca passou a ser chamada "Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin". Oprédio da biblioteca, situado no campus da USP, ficou pronto em 23 de março de2013 e é aberto ao público para visitação gratuita desde 25 de março de 2013.[7][8][9]
| “ | Nunca me considerei o dono desta biblioteca. Eu e Guita [esposa já falecida de Mindlin] éramos os guardiães destes livros que são um bem público. | ” |
Na manhã de 28 de fevereiro de2010, José faleceu aos 95 anos porfalência múltipla de órgãos na cidade de São Paulo, após um mês internado noHospital Albert Einstein.[10] Em 17 de março de 2010, foi condecorado post-mortem com a Grã-Cruz daOrdem do Ipiranga peloGoverno do Estado de São Paulo.[11]
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| Precedido por Josué Montello | 2006 — 2010 | Sucedido por Geraldo Holanda Cavalcanti |