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Ramalho Ortigão

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(Redirecionado deJosé Duarte Ramalho Ortigão)
Ramalho Ortigão
Ramalho Ortigão
Nome completoJosé Duarte Ramalho Ortigão
Pseudónimo(s)Duarte Ortigão
Nascimento24 de novembro de1836
Casa de Germalde,Santo Ildefonso,Porto,Reino de Portugal
Morte27 de setembro de1915 (78 anos)
Mercês,Lisboa,República Portuguesa
ResidênciaAvenida da Boavista 746 (casa demolida) Porto

Casa de Germalde , Lapa , Porto (casa demolida) Porto

Calçada dos Caetanos Lisboa
Nacionalidadeportuguês
Cidadaniaportuguesa
Etniacaucasiano
Estatura1,73
CônjugeEmília Isaura Vilaça de Araújo Vieira (3 filhos)
EducaçãoEscola da LapaUniversidade de Coimbra
OcupaçãoEscritor
Magnum opusAs Farpas
Assinatura
Assinatura de Ramalho Ortigão

José Duarte Ramalho OrtigãoComC (Porto,Santo Ildefonso, Casa de Germalde,24 de Novembro de1836Lisboa,Mercês,27 de Setembro de1915) foi um escritor português.[1]

Ramalho em 1915

Vida e Obra

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José Duarte Ramalho Ortigão nasceu no Porto, na Casa de Germalde, freguesia deSanto Ildefonso. Era o mais velho de nove irmãos e irmãs, filhos e filhas doprimeiro-tenente deartilharia Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e de sua mulher Antónia Alves Duarte Silva.

Viveu a sua infância numa quinta do Porto com a avó materna, com a educação a cargo de um tio-avô e padrinho Frei José do Sacramento. NaFaculdade de Direito da Universidade de Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito. Ensinou francês e dirigiu oColégio da Lapa no Porto, do qual seu pai havia sido diretor.

Homenagem prestada pelo imperadorPedro II do Brasil.

Iniciou-se no jornalismo colaborando noJornal do Porto e no jornal de cariz monárquicoO Correio:Semanário Monárquico[2] (1912–1913). Também foi colaborador em diversas publicações periódicas, em alguns casos postumamente, entre as quais se destaca:Acção realista (1924–1926);O António Maria[3] (1879–1885; 1891–1898);Branco e Negro[4] (1896–1898);Brasil-Portugal[5] (1899–1914);Contemporânea (1915–1926);A Esperança[6] (1865–1866;Galeria republicana (1882–1883);Gazeta Literária do Porto[7] (1868),Ideia Nacional[8] (1915),Lisboa creche: jornal miniatura[9] (1884),A Imprensa[10] (1885–1891);O Occidente[11] (1878–1909);Renascença[12] (1878–1879?);Revista de Estudos Livres[13] (1883–1886),A semana de Lisboa[14] (1893–1895);A Arte Portuguesa[15] (1895);Tiro e Sport[16] (1904–1913);Serões (1901–1911);O Thalassa: semanario humoristico e de caricaturas (1913–1915) e, a título póstumo, no periódicoO Azeitonense[17] (1919–1920).

Em 24 de outubro de1859 casou na igreja paroquial da freguesia de Paranhos com D.ª Emília Isaura Vilaça d'Araújo Veiga, de quem veio a ter três filhos: Vasco, Berta e Maria Feliciana.

Ainda no Porto, envolveu-se naQuestão Coimbrã com o folheto "Literatura de hoje", acabando por enfrentarAntero de Quental num duelo de espadas, a quem apodou de cobarde por ter insultado o cego e velhinhoAntónio Feliciano de Castilho. Ramalho ficou fisicamente ferido no duelo travado, em6 de fevereiro de1866, noJardim de Arca d'Água.

No ano seguinte, em1867, visitou a Exposição Universal em Paris, de que resultou o livroEm Paris, primeiro de uma série de livros de viagens. Insatisfeito com a sua situação no Porto, mudou-se para Lisboa com a família, obtendo uma vaga para oficial daAcademia das Ciências de Lisboa.

Eça Queirós e Ramalho Ortigão , seu melhor amigo

Reencontrou em Lisboa o seu ex-alunoEça de Queirós e com ele escreveu um "romance execrável" (classificação dos autores no prefácio de 1884):O Mistério da Estrada de Sintra (1870), que marcou o aparecimento doromance policial em Portugal. No mesmo ano, Ramalho Ortigão publicou aindaHistórias cor-de-rosa e iniciou a publicação deCorreio de Hoje (1870–71).[1] Em parceria com Eça de Queiroz, surgiram em 1871 os primeiros folhetos deAs Farpas, do que veio a resultar a compilação em dois volumes sob o títuloUma Campanha Alegre. Em finais de1872, o seu amigo Eça de Queiroz partiu paraHavana exercer o seu primeiro cargo consular no estrangeiro, continuando Ramalho Ortigão a redigir sozinhoAs Farpas.

Entretanto, Ramalho Ortigão tornara-se uma das principais figuras da chamadaGeração de 70. Aconteceu-lhe o que ocorreu a quase todos os membros dessa geração. Numa primeira fase, pretendiam aproximar Portugal das sociedades modernas europeias,cosmopolitas eanticlericais. Desiludidos com asluzes europeias do progresso material, porém, voltaram-se, numa segunda fase, para as raízes de Portugal e para o programa de um "reaportuguesamento de Portugal". Foi dessa segunda fase que resultou a constituição do grupo "Os Vencidos da Vida", do qual fizeram parte, além de Ramalho Ortigão, oConde de Sabugosa, oConde de Ficalho, oMarquês de Soveral, oConde de Arnoso,Antero de Quental,Oliveira Martins,Guerra Junqueiro,Carlos Lobo de Ávila,Carlos de Lima Mayer eAntónio Cândido.[1] À intelectualidade proeminente da época juntava-se então a nobreza, num último esforço para restaurar o prestígio daMonarquia, tendo o ReiD. Carlos I, significativamente, sido eleito por unanimidade "confrade suplente do grupo".[1]

Na sequência doregícidio, em 1908, escreveuRei D. Carlos: o martyrizado. Com aimplantação da República, em1910, pediu imediatamente aTeófilo Braga a demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda, escrevendo-lhe que se recusava a aderir à República"engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação". Saiu em seguida para umexílio voluntário emParis, onde começou a escrever asÚltimas Farpas (1911–1914) contra o regime republicano. O conjunto deAs Farpas, mais tarde reunidas em 15 volumes, a que há que acrescentar os dois volumes dasFarpas Esquecidas, e o referido volume dasÚltimas Farpas, foi a obra que mais o notabilizou, escrita num português muito rico, com intuitos pedagógicos, sempre muito crítico e revelando fina capacidade de observação. Eça de Queiroz escreveu que Ramalho Ortigão, emAs Farpas, "estudou e pintou o seu país na alma e no corpo".[18]

Regressou a Portugal em 1912 e, em 1914, dirigiu a célebreCarta de um velho a um novo, aJoão do Amaral, onde saudou o lançamento do movimento de ideias políticas denominadoIntegralismo Lusitano:

"A orientação mental da mocidade contemporânea comparada à orientação dos rapazes do meu tempo estabelece entre as nossas respectivas cerebrações uma diferença de nível que desloca o eixo do respeito na sociedade em que vivemos obrigando a elite dos velhos a inclinar-se rendidamente à elite dos novos".[19]

Vítima decancro, recolheu-se na casa de saúde do Dr. Henrique de Barros, na então Praça do Rio de Janeiro, em Lisboa, falecendo em 27 de setembro de 1915, na sua casa da Calçada dos Caetanos, na freguesia daLapa.

Foi Comendador daOrdem de Cristo e Comendador daImperial Ordem da Rosa doBrasil. Além debibliotecário naReal Biblioteca da Ajuda, foi secretário e oficial da Academia Nacional de Ciências, vogal do Conselho dos Monumentos Nacionais, membro daSociedade de Geografia de Lisboa, daAcademia das Belas Artes de Lisboa, doGrémio Literário, doReal Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro,[1] e da Sociedade de Concertos Clássicos do Rio de Janeiro. EmEspanha, foi-lhe atribuído o grau de Excelentíssimo Senhor Grã-Cruz daReal Ordem de Isabel a Católica e foi membro daAcademia de História de Madrid, daSociedade Geográfica Real de Espanha, daReal Academia de Bellas Artes de San Fernando, daUnión Iberoamericana e daReal Academia Sevillana de Buenas Letras.

Foram impressas duas notas de 50$00 Chapa 6 e 6A dePortugal com a sua imagem.

Obras

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Estátua de Ramalho Ortigão noPorto.
Estátua de Ramalho Ortigão porLeopoldo de Almeida (Parque D. Carlos I,Caldas da Rainha.)
nota de 50 escudos de José Duarte
  • Litteratura de hoje (1866).
  • Em Pariz (1868).
  • Historias cor-de-rosa (1869).
  • O mysterio da estrada de Cintra (1870, com Eça de Queiroz).
  • Correio de hoje (1870–71).
  • Biographia de Emília Adelaide Pimentel (1871).
  • As Farpas (1871–72, com Eça de Queiroz).
  • As Farpas (1871–1882).
  • Banhos de caldas e aguas mineraes (1875).
  • As praias de Portugal (1876).
  • Theophilo Braga: esboço biographico (1879).
  • Notas de viagem, Pariz e a exposic̦ão universal (1878–1879) (1879).
  • A Instrucção Secundaria na Camara dos Senhores Deputados (1883).
  • A Hollanda (1883).
  • John Bull, depoimento de uma testemunha ácerca de alguns aspectos da vida e da civilisação ingleza. (1887).
  • O culto da Arte em Portugal (1896).(eBook)
  • Rei D. Carlos: o martyrizado (1908).
  • Últimas Farpas (1911–14).
  • Carta de um Velho a um Novo (1914).
  • Pela terra alheia; notas de viagem, 1878–1910 (1916).

Referências

  1. abcde«Ramalho Ortigão».Porto Editora. Infopédia. Consultado em 24 de Outubro de 2012 
  2. Rita Correia (4 de Agosto de 2015).«Ficha histórica: O correio : semanario monarchico (1912-1913)»(PDF).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 27 de Junho de 2016 
  3. Rita Correia (27 de Outubro de 2006).«Ficha histórica: O António Maria (1879-1885;1891-1898).»(pdf).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 12 de Maio de 2014 
  4. Rita Correia (1 de Fevereiro de 2012).«Ficha histórica: Branco e Negro : Semanario illustrado (1896-1898)»(pdf).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 21 de Janeiro de 2015 
  5. Rita Correia (29 de Abril de 2009).«Ficha histórica: Brasil-Portugal : revista quinzenal illustrada (1899-1914).»(pdf).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 26 de Junho de 2014 
  6. Helena Roldão (26 de Fevereiro de 2016).«Ficha histórica: A esperança : semanario de recreio litterario dedicado ás damas»(pdf).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 11 de Abril de 2016 
  7. Helena Roldão (19 de março de 2015).«Ficha histórica: Gazeta litteraria do Porto (1868)»(PDF).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de Maio de 2015 
  8. Rita Correia (5 de Fevereiro de 2015).«Ficha histórica: A ideia nacional : revista politica bi-semanal (1915)»(PDF).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 28 de Fevereiro de 2015 
  9. Catálogo BLX.«Lisboa crèche : jornal miniatura oferecido em benefício das creches a sua majestade a Rainha a Senhora Dona Maria Pia, maio de 1884, página 2, ficha técnica – registo bibliográfico.». Consultado em 21 de maio de 2020 
  10. Helena Bruto da Costa (11 de Janeiro de 2006).«Ficha histórica: A imprensa : revista scientifica, litteraria e artistica (1885-1891)»(PDF).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 21 de Abril de 2015 
  11. Rita Correia (16 de Março de 2012).«Ficha histórica: O occidente : revista illustrada de Portugal e do estrangeiro (1878-1915)»(PDF).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 4 de Janeiro de 2015 
  12. Helena Roldão (3 de Outubro de 2013).«Ficha histórica: A renascença : orgão dos trabalhos da geração moderna»(pdf).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 31 de Março de 2015 
  13. Pedro Mesquita (22 de Outubro de 2013).«Ficha histórica: Revista de estudos livres (1883-1886)»(pdf).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de Abril de 2015 
  14. Álvaro de Matos (29 de Abril de 2010).«Ficha histórica: A semana de Lisboa : supplemento do Jornal do Commercio»(pdf).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de Maio de 2016 
  15. Helena Roldão (17 de Maio de 2016).«Ficha histórica: A arte portugueza: revista de archeologia e arte moderna(1895)»(pdf).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 30 de Maio de 2017 
  16. Rita Correia (22 de Abril de 2014).«Ficha histórica: Tiro e sport : revista de educação physica e actualidades (1904-1913)»(pdf).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de Dezembro de 2015 
  17. Jorge Mangorrinha (1 de Abril de 2016).«Ficha histórica: O Azeitonense: orgão independente defensor dos interesses de Azeitão (1919-1920)»(pdf).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de Setembro de 2016 
  18. Novas cartas inéditas de Eça de Queirós, Camilo, etc., a Ramalho Ortigão, Rio de Janeiro, Alba Editora, 1940, p. 95
  19. Leão Ramos Ascensão,O Integralismo Lusitano, Edições Gama, Porto, 1943, p. 49

Bibliografia

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  • 1997 - Quintas, José Manuel -O Integralismo Lusitano e a herança de "Os Vencidos da Vida", Sintra, Academia da Força Aérea, 1997.
  • 1999 - Oliveira, Maria João L. Ortigão de -O essencial sobre Ramalho Ortigão, Lisboa, INCM, 1999.
  • 2000 - Oliveira, Rodrigo Ortigão de -A Família Ramalho Ortigão, Porto, Ed. Lit. Rodrigo Ortigão de Oliveira, 2000, 368 p. ISBN 972-95094-8-4
  • António Cândido [et al.] -Os vencidos da vida, Porto, Fronteira do Caos, 2006.

Ligações externas

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Cadeiras
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2.António José da Silva
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7.Nuno Marques Pereira
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Cadeiras
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