Jorge de Mascarenhas | |
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Figura de D. Jorge de Mascarenhas em painel de azulejos (c. 1670) noPalácio dos Marqueses de Fronteira, emLisboa | |
1.° Vice-rei do Brasil | |
Período | 26 de maio de 1640 a 16 de agosto de 1642 |
Antecessor(a) | Fernando de Mascarenhas |
Sucessor(a) | António Teles da Silva |
Dados pessoais | |
Nascimento | c. 1579 Lisboa,Portugal |
Morte | 1 de janeiro de1652 (73 anos) Lisboa, Portugal |
Nacionalidade | português |
Ocupação | administrador colonial |
Jorge de Mascarenhas, 1ºConde de Castelo Novo e 1ºmarquês de Montalvão (Lisboa,c. 1579 — Lisboa,1 de janeiro de1652),[1] foi um fidalgo e administrador colonialportuguês. Foi governador deMazagão (1615-1619), deTânger (1622-1624) e doAlgarve. Foi o primeiro governador-geral do Brasil a ter o título device-rei.
Jorge nasceu em Lisboa,Portugal, em data desconhecida, provavelmente próxima a 1579, visto que viria a falecer em 1652.[1]
Era igualmente comendador deSão Salvador de Vila Cova, deSanto Estêvão de Aldrões, deSantiago de Torres Vedras,São João de Brito e deSão Salvador do Neiva. Estando no ofício deVedor da Fazenda da casa de El-Rei D.Filipe III de Portugal, foi presidente doConselho Ultramarino, doConselho de Estado e um dosministros do Despacho. Como militar serviu em África, naarmada, sendomestre de campo. Estando a governar oReino do Algarve teve a patente decapitão general.[2]
No contexto daDinastia Filipina, tendo caído em desgraça oconde da Torre (sucedido por uma Junta Governativa tríplice), Mascarenhas foi nomeado porFilipe IV de Espanha como 1º vice-rei doBrasil (1640). Este era um título honorífico, de carácter pessoal, e não somava autoridade. Segundo explica o escritor brasileiroVivaldo Coaracy em sua obra «O Rio de Janeiro do século XVII», página 103, «só em1714 foi o governo do Estado do Brasil elevado à categoria de vice-reino. Antes disso, porém, por circunstâncias especiais, excepcionalmente, tiveram dois governadores-gerais o título de vice-reis: o marquês de Montalvão em 1640 e oconde de Óbidos em 1648.»
Desembarcou emSalvador, nacapitania da Bahia, a16 de abril de1640, iniciando o seu governo a26 de maio. Foi citado porFrei Caneca, noséculo XIX, que dele referiu:
Com a chegada à Bahia, pela Carta Régia de 15 de fevereiro de 1641, da notícia daRestauração da Independência de Portugal, o Vice-Rei reconheceu a autoridade deD. João IV (1640-1656) imediatamente, usando de cautela para não suscitar a hostilidade das tropas castelhanas alojadas nas fortalezas. Apenas quando o bispo, os funcionários, os mercadores e a população foram avisados, tornou-se possível aclamar o novo rei na Câmara e proceder a uma cerimónia religiosa na Sé.
Montalvão «tratou de comunicar os acontecimentos aos governadores das capitanias».
Para exprimir o júbilo doEstado do Brasil, Montalvão enviou, a26 de fevereiro, uma caravela para Lisboa, com o seu filho D.Fernando Mascarenhas, e os jesuítasAntónio Vieira eSimão de Vasconcelos. Desembarcaram em Abril emPeniche, mas o povo quis maltratá-los como agentes de Castela, dado que os dois irmãos de Fernando haviam há pouco fugido para Castela. A missão seguiu paraLisboa, mas havia o receio de que Montalvão se revoltasse com o apoio da guarnição castelhana da Bahia. As intrigas locais levaram a que, em15 de agosto de1641 o rei expedisse uma Carta Régia em que confirmava a patente deSalvador Correia de Sá e Benevides como governador dacapitania do Rio de Janeiro, detendo e remetendo Montalvão para Lisboa, acusado de deslealdade pelo jesuítaFrancisco de Vilhena.
Por uma ironia do destino, como comentaVivaldo Coaracy em «O Rio de Janeiro no século XVII», página 106,Salvador Correia de Sá e Benevides, o governador doRio de Janeiro que «hesitara em aceitar a Restauração», conseguiu consolidar e manter a situação em que se achava», enquanto D. Jorge de Mascarenhas, que como vice-rei «se apressara em reconhecer o novo regímen e a cujas sábias providências se devia a aclamação realizada na Bahia, sem oposição das numerosas forças espanholas ali aquarteladas, era deposto e remetido preso para Lisboa sob acusação de deslealdade, pelas intrigas do referidojesuíta».
Jorge de Mascarenhas faleceu em 1º de janeiro de 1652 enquanto estava preso.[1]
Casado com Francisca de Vilhena, herdeira de seu irmãoSimão de Melo e dosmorgados de seu paiManuel de Melo de Magalhães governador deMalaca e comendador deSão Salvador do Campo do Neiva.[3]
Filhos:
Precedido por Pedro Manuel | Capitão de Tânger 1621 — 1624 | Sucedido por Miguel de Noronha, 4.º Conde de Linhares |
Precedido por João Furtado de Mendonça | Presidente do Senado da Câmara de Lisboa 1624 — 1634 | Sucedido por Luís de Sousa, conde do Prado |
Precedido por Vasco de Mascarenhas | Vice-rei do Brasil 1640 — 1641 | Sucedido por Junta governativa provisória:Pedro da Silva Sampaio,Luís Barbalho Bezerra eLourenço de Brito |
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