| Joel Silveira | |
|---|---|
| Nome completo | Joel Magno Ribeiro da Silveira |
| Nascimento | |
| Morte | 15 de agosto de2007 (88 anos) |
| Nacionalidade | brasileiro |
| Progenitores | Mãe: Jovita Ribeiro Silveira Pai: Ismael Silveira |
| Cônjuge | Iracema Costa Silveira |
| Filho(a)(s) | 2 |
| Ocupação | Jornalista, escritor e tradutor |
| Prémios | Prêmio Jabuti (1986) Prémio Machado de Assis (1998) |
| Magnum opus | Histórias de pracinha: oito meses com a FEB |
Joel Magno Ribeiro da Silveira (Lagarto,23 de setembro de1918 —Rio de Janeiro,15 de agosto de2007) foi umjornalista eescritorbrasileiro.
Tido como militante de esquerda e por divergências com seu pai, o qual considerava umburguês, mudou-se deAracaju para oRio de Janeiro em 1937, a pretexto de estudar Direito. De fato, cursou até o segundo ano da faculdade mas confessa, em suas memórias, ter sido um estudante relapso.[1] De fato, estava disposto a trabalhar como jornalista. Embora pareça paradoxal, o período doEstado Novo permitiu que ele,antigetulista convicto, e mais um grupo de jovens jornalistas, comoDavid Nasser,Edmar Morel eSamuel Wainer, viessem a se notabilizar pela "grande reportagem" dosanos 1940, forma encontrada pelos jornais para sobreviver àcensura imposta peladitadura Vargas.
Seu primeiro emprego foi no semanárioDom Casmurro, de propriedade deBrício de Abreu eÁlvaro Moreyra,"que era um jornalesquerdista. E meu irmão começou a mandar de São Paulo material do partido para que eu distribuísse aqui no Rio. Era uma tarefa arriscada, mas ele sempre mandava um dinheirinho dentro; como eu vivia de biscate, aquela era uma ajuda muito útil..[2] Depois foi repórter e secretário da revistaDiretrizes, semanário de propriedade deSamuel Wainer, onde permaneceu até a redação ser fechada peloDIP, em 1944. Escreveu também para osDiários Associados,Última Hora,O Estado de S. Paulo,Diário de Notícias,Correio da Manhã eManchete.
Seus mais de 60 anos de carreira contabilizaram passagens por diversas redações do país, nas quais ocupou inúmeros cargos. Foi escolhido porAssis Chateaubriand, dosDiários Associados para sercorrespondente de guerra junto àF.E.B., apesar de parecer contrário do DIP e doGeneral Dutra, entãoMinistro da Guerra. Além do mais, apesar de haver outros candidatos de peso à missão, comoDavid Nasser,Edmar Morel eCarlos Lacerda.[3]
"Quando me inscrevi para seguir com a FEB como correspondente de guerra, eles [oDIP] fizeram de tudo para que eu não embarcasse. A acusação era a de sempre:comunista."[4]
Após ogolpe de 1964, foi preso por duas vezes, durante ogoverno Castelo Branco. Já nogoverno Emílio Médici, foi preso mais cinco vezes."Três pelo Exército, uma pela Marinha e outra pela Aeronáutica, mas essa foi de um dia só. Fizeram umas perguntas e me mandaram embora. As perguntas eram sempre as mesmas, uma coisa idiota: "Você é comunista?". Eu dizia: "Eu não sou comunista, não pertenço aoPartido Comunista. Os senhores estão cansados de saber que eu sou ésocialista,democrático."[5]
É reconhecido por ser um dos precursores dojornalismo internacional e dojornalismo literário noBrasil. Ganhou deAssis Chateaubriand o apelido de "a víbora" por seu estilo ferino e impactante. Joel Silveira recorda:"Nunca tinha visto o Chatô... Aliás, não gostava dele, não concordava com os processos, a maneira dele como jornalista. E fiquei lá estatelado. E o Chatô veio: 'Seu Silveira, o senhor é um homem terrível! Seu Silveira, o senhor é uma víbora! O senhor vai trabalhar comigo! Desça lá e procure o seu Carlos'. Era oCarlos Lacerda. Aí, fiquei."[5]
As reportagensEram Assim os Grã-Finos em São Paulo eA Milésima Segunda Noite da Avenida Paulista o consagraram como profissional e hoje são tidas como verdadeiros clássicos do gênero. Publicou cerca de 40 livros. Foi agraciado com o prêmio Machado de Assis, o mais importante daAcademia Brasileira de Letras, em 1998, pelo conjunto de sua obra. Foi ganhador dos prêmios Líbero Badaró,Prêmio Esso Especial,Prêmio Jabuti e o Golfinho de Ouro.
Pouco antes de falecer, Joel Silveira foi homenageado do Segundo Congresso Internacional deJornalismo Investigativo, realizado entre os dias 17 e 19 de maio de 2007 pelaAssociação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Por conta de problemas de saúde, foi representado pela filha.
Joel Silveira morou emCopacabana, no Rio de Janeiro, até sua morte, em 2007.[6]