Basílio noPalácio do Planalto em 2007 | ||
| Informações pessoais | ||
|---|---|---|
| Nome completo | João Roberto Basílio | |
| Data de nasc. | 4 de fevereiro de1949 (76 anos) | |
| Local de nasc. | São Paulo,São Paulo,Brasil | |
| Apelido | Pé-de-Anjo | |
| Informações profissionais | ||
| Clubes de juventude | ||
| 1964–1967 | Portuguesa | |
| Clubes profissionais | ||
| Anos | Clubes | Jogos (golos) |
| 1968–1975 1975–1981 1981 1982 1983 | Portuguesa Corinthians Juventus Nacional Taubaté | 00253000(29) |
| Times/clubes que treinou | ||
| 1985 1986 1987 1989 1990 1991 1992 ? ? ? 1994 | Corinthians Corinthians Corinthians Corinthians Corinthians São José Corinthians Botafogo-SP Portuguesa Santista Juventus Joinville | 1 9 9 18 26 ? 53 ? ? ? |
João Roberto Basílio, ou simplesmenteBasílio (São Paulo,4 de fevereiro de1949), é um ex-futebolistabrasileiro, tambémapelidado de"Pé-de-Anjo". Seu feito mais conhecido foi ogol, em 13 de outubro de 1977, que deu o título doCampeonato Paulista de 1977 aoCorinthians, acabando com um jejum de quase 23 anos sem títulos importantes.[1][2][3]
Tido como um jogador que praticamente não erravapasses curtos, mas não tinha grandes momentos de brilhantismo,[4] Basílio foi aprovado (mas eventualmente desistiu) nascategorias de base doSão Paulo eNacional,[5] começando efetivamente em 1965, naPortuguesa,[6] depois de passar cinco anos jogando no Cruz da Esperança, deSantana, e no Guarani, daCasa Verde, times de várzea dazona norte de São Paulo.[7] A Lusa era o time mais próximo de sua casa, nobairro da Casa Verde:[5] "Nasci como jogador na Portuguesa, cresci e fui educado pelos diretores do clube", contou o ex-jogador à revistaInvicto em 2008. "Eles me ensinaram a ser profissional, a respeitar o clube. Isso não existe mais em nenhuma agremiação."[6]
Subiu para os profissionais no fim da década de 1960 e lá ficou até 1975. O único título que conquistou noCanindé foi oCampeonato Paulista de 1973, que acabou dividido com oSantos. Pouco antes dessa campanha, brigou com o então técnicoCilinho e pediu para ser negociado, mas a saída do técnico e a posterior chegada deOto Glória ajudaram-no a reencontrar seu futebol.[8] Glória deslocou-o para o meio-campo com o surgimento deEnéas, que assumiu sua posição, e ambos se deram bem em suas novas funções,[9] tanto é que o meio-campo formado por Basílio eBadeco foi considerado o melhor do campeonato.[8]
Liberado pela diretoria da Portuguesa para oferecer seupasse a outros clubes, procurou o Santos, com quem chegou a entrar em acordo, enquanto Lusa e Corinthians também negociavam.[5] Seu pai, que também era seuempresário, deu-lhe duas opções: ir para o Corinthians ou renovar com a Lusa;[5] Basílio foi para o Corinthians. Chegou aoParque São Jorge com a missão de substituirRivelino, vendido para oFluminense.[4] Curiosamente, o próprio Rivelino tinha indicado o jogador para ser seu parceiro no meio-campo algum tempo antes.[5] A estreia foi justamente contra o Fluminense de Rivelino, e Basílio participou, embora tenha dito não ter, à época, condições de jogo.[5] No primeiro ano levou um susto ao sofrer umaparada respiratória, depois de se chocar com ogoleiro Luís Antônio, doAmérica deSão José do Rio Preto, em 26 de julho de 1975.[10] Basílio demorou quatro jogos até marcar seu primeiro gol com a camisa do Corinthians. O tento foi anotado diante doComercial deRibeirão Preto, na vitória, por 2–1, peloCampeonato Paulista de 1975.
Nos dois primeiros jogos das finais do Paulistão de 1977, jogou comolateral direito a pedido do técnicoOsvaldo Brandão.[5] No terceiro, voltou à sua posição e marcou o que alguns autores consideram o gol mais famoso da história do Campeonato Paulista.[11] Inicialmente, ele achou que a bola já tinha entrado no chute inicial deVaguinho e já ia reclamar com o juiz. "Não deu tempo", contaria, em 2007, à revistaPlacar. "Ela acabou voltando para mim. Bati com convicção."[5] O gol tornou-o herói instantâneo da torcida,[4] mas era lembrado também por torcedores adversários, que lhe perguntavam: "Puxa, você não podia ter chutado aquela bola para fora?"[5]
“Naquele momento era a alegria pelo gol que nos dava a vantagem no jogo. Hoje, não. A emoção é muito maior. Fui o escolhido para fazer o gol. Joguei de lateral, volante, meia, atacante, ponta…[2] Sem falar que a bola sobrou para o Vaguinho e o Wladimir antes de mim. Mas uma força maior, de Deus, quis que fosse eu”, disse o ex-jogador no livro 'Basílio: o anjo sob a sombra Do Gol[12] e reproduzida no livro oficial do centenário do clubeCorinthians - 100 Anos de Paixão.
Após a conquista do Paulista de 1977, integrou o elenco que viria a sercampeão estadual também em 1979, novamente em triunfo sobre a Ponte Preta.[2]
Basílio realizou sua última partida pelo Corinthians na derrota, por 2–0, para oSanta Cruz no dia 28 de março, peloCampeonato Brasileiro. No Corinthians, ele disputou 253 jogos e obteve 128 vitórias, 67 empates e 58 derrotas.[2] Basílio ainda balançou as redes 29 vezes.[2] Deixou o Corinthians em 1981, embora no início de 1980 o time tenha recebido uma proposta do Fort Lauderdale, time dosEstados Unidos, que inicialmente fora aceita pelo presidenteVicente Matheus, mas depois acabou rejeitada.[13]
No final da carreira, foi utilizado ainda comovolante.[10] Passou peloJuventus eNacional, em 1981 e 1982, respectivamente.
Depois de pendurar as chuteiras jogando noTaubaté, em 1983, aventurou-se como treinador.[14] Foi inclusive técnico do Corinthians por seis vezes, entre 1985 e 1992.[2][4][15] Também treinouBotafogo-SP,Portuguesa Santista eJuventus. Como técnico, conquistou aTaça dos Invictos pelo Corinthians, em 1990.
Hojeaposentado, Basílio ainda costuma frequentar o Canindé em jogos da Portuguesa. "Gosto muito de acompanhar os jogos no meio da torcida", contou em 2008. "O clima é especial, a torcida é fanática."[6] Atualmente Basilio trabalha no departamento de Futebol Master do Sport Club Corinthians Paulista e comentarista do programa de TV 424 e da rádio Capital no programa Papo com Basilio. Casado com Ana Basilio e pai de três filhos: Roberta Basilio, João Roberto e Bruna Basilio.[12]
Este artigo ou secção contémuma lista de referências no fim do texto, mas as suas fontes não são claras porquenão sãocitadas no corpo do artigo, o quecompromete aconfiabilidade das informações. Ajude amelhorar este artigoinserindo citações no corpo do artigo. |
No livroBasílio: o anjo sob a sombra Do Gol,[12] o próprio Basílio contou as angústias que viveu durante seus 18 anos de carreira profissional. O primeiro susto aconteceu ainda quando dava os primeiros passos na Portuguesa. Em um jogo contra oAtlético Sorocaba, ele deslocou obraço. Sem poder fazer mais substituições, a Portuguesa precisou manter Basílio em campo. Mesmo com muita dor no braço, ele foi o responsável pelo gol da vitória, por 3–2.
Jogador profissional, Basílio também gostava de disputar partidas amadoras. Em um jogo emMairiporã, um município naRegião Metropolitana de São Paulo, Basílio se envolveu em uma confusão e fraturou opé ao tentar chutar um adversário, mas na verdade acertou umatorneira que ficava ao lado do campo.
Já no Corinthians, em 1975, Basílio esteve à beira damorte. Em um jogo contra o América de São José do Rio Preto (empate sem gols), ele se chocou com o goleiro rival, Luis Antônio. O joelho do goleiro bateu na cabeça do corintiano que desabou. Na queda, ele ainda se chocou com Vaguinho (Wagno de Freitas), companheiro de clube. Basílio precisou ser levado as pressas ao vestiário, e lá foi reanimado, através derespiração boca a boca, pelo médicoOsmar de Oliveira, ex-comentarista daTV Bandeirantes.
Na mesma temporada, Basílio teve um problema que interrompeu sua carreira por cinco longos meses. Ele fraturou a perna. “Foi uma maldade muito grande. Não sei o nome do meu agressor e nem de sua fisionomia, mas o gesto foi maldoso. Ele foi com a intenção de quebrar minha perna”, contou o ex-jogador no livroBasílio: o anjo sob a sombra Do Gol.[12]
Antes de se aposentar, Basílio jogou por clubes do Brasil e do exterior. No Esporte Clube Taubaté, ele rompeu o ligamento do joelho durante uma partida contra oBotafogo Futebol Clube, emRibeirão Preto. Já noClub Olímpia, doParaguai, Basílio foi picado por umaaranha venenosa, teve convulsões e seu sangue começou a coagular. Até hoje, ele ainda tem uma grande marca preta em umas das mãos, no local em que a aranha o picou.
Em sua carreira, Basílio atuou em todas as posições, até no gol. Quando era jogador da Portuguesa, Basílio precisou cumprir a função após a expulsão de Zecão. Ele ainda tomou um gol no final e viu o Santa Cruz Futebol Clube derrotar a Portuguesa.
Ainda no juvenil, o ex-jogador foi chamado para substituir o 'príncipe'Ivair Ferreira. Ele não decepcionou e marcou os três gols da vitória, por 3–1, sobre oAtlético Mineiro.
Basílio não é o seu nome, mas, sim, seusobrenome — João Roberto Basílio. FoiIpojucan, ex-meia-armador doVasco e daseleção brasileira e, à época, treinador das categorias de base da Portuguesa, quem o "batizou" como Basílio. Foi o mesmo Basílio quem contou a história no livro-reportagemBasílio: o anjo sob a sombra Do Gol.[12]
Se João Roberto é conhecido como Basílio no futebol, ele ainda tem outros dois apelidos na família. A irmã Neide chama-o de Tuta, enquanto Ronaldo apelidou-o de Cabo Silva.[12]'.