Jeremy Irons nasceu emCowes, naIlha de Wight. A sua mãe, Anne Bereton Brymer (nome de solteira Sharpe; 1914-1999) era dona de casa e o seu pai, Paul Dugan Irons (1913-1983) era contabilista.[1] O seu tetra-avô era da polícia e foi despedido por aparecer embriagado no trabalho. Um dos seus antepassados, por parte da mãe, era deCounty Cork na Irlanda, local onde Jeremy vive pelo menos desde fevereiro de 2011.[2] Jeremy tem um irmão, Christopher (nascido em 1943) e uma irmã, Felicity Anne (nascida em 1944).
Jeremy frequentou a Sherborne School emDorset (entre 1962 e 1966). Enquanto estudante, Jeremy fez parte de uma banda onde tocava bateria e harmónica. A banda chamava-se Four Pillars of Wisdom e Jeremy tocava temas como "Stairway to Heaven" e "Moon River" na harmónica. Aos domingos à tarde a banda atuava no laboratório de física da escola durante duas horas. Escolhiam esse local porque os alunos não estavam autorizados a frequentar locais que não fossem de estudo de forma a desencorajar a preguiça.
Para além da música, Jeremy era uma parte de uma dupla de comédia que atuava noHalloween e nos jantares de fim de semestre.
Jeremy Irons estudou arte dramática na conceituada escolaBristol Old Vic School e acabou por entrar para a companhia de teatroBristol Old Vic, onde ganhou experiência a trabalhar em diversas peças, desde obras deShakespeare até dramas contemporâneos.
Em 1971, mudou-se paraLondres e acabou por conseguir o papel deJoão Baptista na peça de teatroGodspell. Iniciou uma carreira bem sucedida no teatro noWest End e natelevisão, tendo-se estreado no cinema no filmeNijinski (1980), que conta a história deste famoso bailarino russo. Sendo extremamente elegante e bem-falante, Jeremy Irons encaixava perfeitamente em papéis que retratassem membros da aristocracia. Assim, em 1981, desempenhou o papel principal na famosa série daBBCBrideshead Revisited (Reviver o Passado em Brideshead), que contava, entre outros nomes consagrados, com a presença deLaurence Olivier e a sua fama ultrapassou as fronteiras daEuropa, chegando aosEstados Unidos. Nesse mesmo ano, contracenou comMeryl Streep no filmeThe French Lieutenant's Woman (A Mulher do Tenente Francês). Volta a dar provas do seu talento no papel de um missionário no filmeThe Mission (A Missão, 1986), ao lado deRobert DeNiro, trabalho que lhe valeu uma nomeação para oGlobo de Ouro.
Consagrado como um dos actores mais respeitados tanto na Europa como nos Estados Unidos, a sua carreira conta com outros filmes de renome comoKafka (1990),Damage (Perdas e Danos, de 1992), uma película do aclamado realizador francêsLouis Malle na qual Irons contracena comJuliette Binoche,M. Butterfly (1993), novo encontro do actor com o realizador David Cronenberg, num filme que narra uma história, passada naChina, de um diplomata francês, desempenhado por Jeremy Irons, que se apaixona por uma misteriosa cantora deópera.
Ainda nesse ano, Jeremy Irons deslocou-se aPortugal, onde se desenrolou parte das filmagens deThe House of the Spirits (A Casa Dos Espíritos), um filme inspirado no livro deIsabel Allende. Para além de Irons, o elenco de luxo desta película contou com nomes como os de Glenn Close eMeryl Streep, com quem já trabalhara anteriormente,Winona Ryder eAntonio Banderas.
No ano seguinte, dá a voz ao sinistro "Scar", no filme de animaçãoThe Lion King (O Rei Leão, de 1994), e, em 1995, participa deDie Hard with a Vengeance (Die Hard: A Vingança, de 1995), um filme de acção, género até então pouco habitual para este ator, que desempenha o papel do terrorista vilão Simon, comBruce Willis no papel do "Herói".
Kilcoe Castle, construído por volta de 1450 e propriedade de Jeremy Irons
Jeremy casou-se com Julie Hallam em 1969 e divorciou-se no mesmo ano.[1] Em 1978 casou-se com a atriz Sinéad Cusak.[1] O casal tem dois filhos, Sam (n. 1978) que é fotógrafo, e Max Irons (n. 1985), que também é ator. Os dois filhos de Jeremy já apareceram em filmes com o pai: Sam fez o papel de herói epónimo emDanny, Champion of the World e Max participou emBeing Julia. Tanto a esposa como os filhos de Jeremy são católicos. Quanto ao próprio, disse: "Não vou muito à igreja porque não gosto de pertencer a um clube e não me confesso nem nada do género, não acredito nisso. Mas tento estar atento ao que falho e às vezes vou à missa. Odiaria ser o tipo de pessoa que não tem um lado espiritual porque sem isso não há nada a satisfazer a não ser o desejo de fazer compras".[3]
Jeremy adquiriu o Kilcoe Castle (que pintou de cor-de-rosa) em County Cork na Irlanda e envolveu-se na política local.[4] Também tem outra casa em Liberties,Dublin. Irons é benfeitor da Chiltern Shakespeare Company.[5]
Em setembro de 2008 Jeremy recebeu uma matrícula vitalícia honorária na Sociedade de Direito da University College de Dublin em virtude da sua contribuição para a televisão, o cinema, a narração, a música e o teatro.[6] No mesmo ano também recebeu um Doutoramento Honorário da Southampton Solent University.[7]
Na edição de 1991 dosTony Awards, Jeremy Irons foi uma das poucas celebridades a usar o recém-criado laço vermelho que simboliza o apoio à luta contra aSIDA e foi a primeira celebridade a utilizar o símbolo numa transmissão televisiva.[8] Jeremy apoia um grande número de instituições de caridade, incluindo a Prison Phoenix Trust[9]e a Evidence for Development,[10] sendo um benfeitor ativo em ambas.
Em 2010, Jeremy protagonizou um vídeo promocional para o projeto 1billionhungry, um apelo a nível mundial para conseguir pelo menos um milhão de assinaturas numa petição para chamar a atenção dos líderes mundiais para a priorização da questão da fome nos seus programas políticos.[11] Em 2013 narrou o documentário "Sahaya Going Beyond" sobre o trabalho da instituição de caridade Sahaya Internacional.[12]
Em 1998, Jeremy e a sua esposa surgiram na lista dos maiores doadores privados do Partido Trabalhista.[13] Em 2004, o ator anunciou publicamente o seu apoio à Countryside Alliance, uma organização inglesa que promove as questões rurais e disse que a proibição da caça era "um roubo escandaloso de liberdade civil" e "uma de duas das votações parlamentares mais devastadoras do último século".[14]
Em abril de 2013, o apresentador do Huffpost Live, Josh Zepps, pediu a opinião de Jeremy em relação ao casamento de pessoas do mesmo sexo nos Estados Unidos. O ator respondeu: "Se assim fosse, um pai não poderia casar-se com o seu filho?". Zepps respondeu que existem leis contra o incesto que impediam essa situação. Jeremy disse que "não existe incesto entre homens. O incesto serve para nos proteger da consanguinidade, mas os homens não se reproduzem". e questionou-se se o casamento entre pessoas do mesmo sexo não permitiria que os pais legassem as suas propriedades aos filhos para fugir aos impostos. Sobre a questão de os defensores dos direitos dos homossexuais pedirem o casamento entre pessoas do mesmo sexo e não a união civil, Jeremy disse: "Parece-me que agora estão a lutar pelo nome," e "preocupa-me que isso signifique que vamos denegrir ou mudar o que é o casamento. Isso preocupa-me".[15]
Mais tarde, Jeremy esclareceu os seus comentários e disse que estava a apenas a dar um exemplo de uma situação que poderia causar um "pântano legal" em virtude das leis que permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Disse ainda que os seus comentários foram mal interpretados e acrescentou que alguma relações entre homossexuais são mais "saudáveis" do que muitas heterossexuais.[16]
Jeremy Irons foi criticado pelo British Medical Journal por ter feito doações ao The College of Medicine, um grupo com interesses na área da medicina alternativa que também já recebeu apoio do príncipe Carlos.[17]