Os asnos estão classificados naordem dos perissodáctilos e na famíliaEquidae, à qual também pertencem os cavalos, pertencendo ambos a um únicogênero, os equídeos (Equus).
NoBrasil, o termo "burro"[3] pode por vezes designar, não a subespécieEquus africanus asinus, mas ocruzamento entre essa espécie e aEquus ferus caballus (cavalo) quando resulta num animal degêneromacho.[4] Esses híbridos são designados emPortugal como "macho" no caso dogênero ser masculino e "mula" se feminino.[5]
Camponês no interior do estado doMaranhão, no Brasil, usando um jumento como meio de transporte
Sua origem está ligada àAbissínia, onde era conhecido comoonagro ou burro-selvagem. O burro é, desde tempos remotos, simultaneamente utilizado no meiorural para auxiliar nastarefas agrícolas e para transporte.
Há séculos que é feito o cruzamento entre asno e cavalo, de que resulta um híbrido denominadomuar ou mu, com características de ambas as raças: robustez, capacidade de adaptação a caminhos acidentados e a meio ambiente adverso, docilidade; pernas mais longas e, portanto, maior velocidade, maior facilidade de treino.
A palavra "asno" é derivada do termo que designa esse animal emlatim,asinu, e que também é usada em seu nome científico para designar a subespécie doméstica.[6] Os termos, também latinos, que designam seu gênero e espécie,Equus africanus, significam, literalmente, "cavalo africano".
As palavras "burro" e "burrico", por sua vez, sãoderivações regressivas do latimburricus, que significa "pequeno cavalo".[7][8][9]
A origem do termo "jegue" é controversa, mas, segundo algumas fontes, tem origem no termoinglêsjackass.Jackass foi formado de duas palavras: (1)jack, aqui servindo apenas para indicar o sexo masculino do animal (Jack é apelido ou diminutivo deJohn e serve para designar um homem qualquer); (2)ass, burro.[10]
Em Portugal, Angola e Moçambique, tal como no Brasil, chamar burro a alguém é uma ofensa. Um indivíduoburro é um indivíduo pouco inteligente, estúpido, teimoso, ignorante, com pouco entendimento, sem conhecimento geral nem criatividade. No Brasil, é famosa a expressãoideia de jerico, sendo "jerico" umregionalismo para burro, também usado em Portugal.
Um burro pode ser cruzado com umaégua para produzir umamula. Um cavalo macho pode ser cruzado com uma jumenta para produzir umbardoto. Híbridos de burro-cavalo são quase sempre estéreis porque os cavalos têm 64cromossomos, enquanto os burros têm 62, produzindo descendentes com 63 cromossomos. Mulas são muito mais comuns do que bardotos. Acredita-se que isso seja causado por dois fatores, sendo o primeiro comprovado em híbridos de gatos, que quando a contagem de cromossomos do macho é maior, as taxas de fertilidade caem.[11]Kunga, um importante animal usado em batalha há milhares de anos, é provavelmente o primeiro exemplo de engenharia humana de animais. Eles eram altamente valorizados e muito caros.[12] Kunga foi o primeiro animal híbrido identificado.[13] Kunga foi criado a partir de jumentas e jumentos selvagenssírios há 4.500 anos.[14]
O antigo convívio com a espécie humana traz um grande número de referências culturais na literatura e no folclore popular. As"Fábulas de Esopo" usam a figura do burrinho para representar os humildes.Apuleio tem uma obra intitulada"O Asno de Ouro". Foi por muito tempo o símbolo da ignorância, como em"Sonho de uma Noite de Verão", deShakespeare."Pinóquio" é outro exemplo de fábula onde um menino mau é transformado num burrico. Aparece diversas vezes na iconografia cristã, como nafuga para o Egito e noDomingo de Ramos, quandoJesusentrou em Jerusalém montado em um asno.