Os nomesjaponeses para "Japão" sãoNippon (にっぽん),escutarⓘ, eNihon (にほん),escutarⓘ. Ambos são escritos em japonês usando okanji 日本. O nome japonêsNippon é usado de forma oficial, inclusive nodinheiro japonês,selos postais e para muitos eventos esportivos internacionais.Nihon é um termo mais casual e mais frequentemente utilizados no discurso contemporâneo. Os japoneses se referem a si mesmos comoNihonjin (日本人) e chamam sua línguaNihongo (日本語).[17]
TantoNippon quantoNihon, literalmente significam "origem do sol" e muitas vezes são traduzidos como a "Terra do Sol Nascente". Esta nomenclatura vem das missões doImpério com adinastia chinesa Sui e refere-se a posição aleste do Japão em relação àChina. Antes doNihon entrar em uso oficial, o Japão era conhecido comoWa (倭) ouWakoku (倭国).[18]
A palavra emmandarim ou emchinês Wu (呉語) para Japão foi registrada porMarco Polo comoCipangu. Emxangainês moderno, um dialeto Wu, a pronúncia dos caracteres 日本 «Japão» éZeppen (pronuncia-seAFI: [zəʔpən]); em Wu, o caractere 日 tem duas pronúncias, informal (白讀) (pronuncia-seAFI: [niʔ]) e formal (文讀) (pronuncia-seAFI: [zəʔ]). (Em alguns dialetos Wu do sul, 日本 é pronunciadoAFI: [niʔpən] semelhante à sua pronúncia em japonês). A velha palavramalaia para o Japão,Jepang (agora escritaJepun naMalásia, apesar de ainda ser soletrada Jepang naIndonésia), foi emprestada dalíngua chinesa e foi encontrada por comerciantesportugueses emMalaca noséculo XVI. Acredita-se que os comerciantes portugueses foram os primeiros a levar a palavra para aEuropa.[19]
As primeiras ferramentas japonesas depedra lascada datam dessa época, e as depedra polida datam de30 000 a.C., as mais antigas do mundo. Ainda não se sabe por que essas ferramentas surgiram tão cedo no Japão. A primeira cultura cerâmica e civilização a se desenvolver no Japão foi aJomon,[21][22] que não desenvolveu aagricultura nem a criação de animais. Os Jomon ocuparam as ilhas do Japão desde o final da quartaglaciação por volta de 14 mil a.C., deixando vestígios de sua ocupação através de peças decerâmica, consideradas as mais antigas do mundo.[23]
Através da cerâmica assume-se que os Jomom eram semissedentários e tenham seguido umareligião politeísta, baseada no culto de elementos da natureza. Entre 250 a.C. e 250 d.C. a culturaYayoi substituiu a anterior e trouxe consigo aagricultura,metalurgia,bronze eespelho.[24][25]
O Japão foi unificado pela primeira vez noséculo VI pelo povoYamato[22] e logo empreendeu a conquista dapenínsula da Coreia no final do século. Nos séculos seguintes acompetição por cargos nogoverno enfraqueceu gradativamente o domínio japonês sobre aCoreia até aoséculo VI. Em 552 d.C., obudismo foi introduzido no país trazido da Coreia e servindo como armapolítica contra o crescente poder dos sacerdotes, a religião tradicional, oxintoísmo debilitou-se, porém não desapareceu.[21] As duas religiões se uniram, sob a égide do budismo. Após a morte doimperador Shotoku em 622 d.C. e um período de guerras civis, oImperador Kōtoku deu início àreforma Taika que criaria umestado com poderes concentrados nas mãos de um imperador rodeado por umaburocracia, à semelhança daDinastia Tang na China. Em 710 d.C. a capital japonesa foi transferida de Asuka paraNara, dando início a umnovo período da história japonesa no qual acultura e atecnologia chinesa tiveram maior influência e o budismo se difundiu com a criação detemplos por parte do imperador nas principais regiões.[26]
Mais tarde acapital seria novamente transferida paraHeian-kio, a modernaQuioto, e dar-se-ia o rompimento entre oimperador Kammu e os monges budistas. A partir daí foi estabelecida aescrita japonesa e uma novaliteratura.[27] Foi nesse período de paz que surgiram a classe dossamurais como guardas da corte.[21][22] Contudo as disputas surgidas entre osclãs guerreirosTaira eMinamoto levaram a uma novaguerra civil que só teve fim em 1185, com a ascensão dos Minamoto ao poder. Este clã estabeleceria o governo doxogunato emKamakura. Enquanto seguia as leis do governo imperial de Heian, o governo Kamakura foi exercido por uma rede de samurais em todo o país que se comprometiam a manter a paz. Desde que o poder imperial era exercido localmente peloxogum, os samurais foram capazes de assumir a terra dos ricos proprietários de terra aristocráticos (daimiôs) e, portanto, levaram o governo imperial de Heian emQuioto a tornar-se ainda mais fraco. Um novo período de paz e enriquecimento econômico e cultural foi estabelecido até uma nova tentativa mal sucedida de restauração da autoridade imperial feita peloImperador Go-Daigo.[28][29]
O surgimento dosdaimiôs de base local, enfraqueceu o xogunato e esse enfraquecimento levou aGuerra de Ōnin entre 1467 e 1477 entre os Kosokawa e os Yamana que deu fim aoxogunato. Sem uma autoridade central, os daimiôs, agora com autoridade absoluta em seus domínios, deram início a um período de guerras que só terminaria entre 1550 e 1560 com a conquista dos demais domínios porOda Nobunaga.[21] Foi durante oséculo XVI que comerciantes e missionáriosportugueses chegaram ao Japão pela primeira vez, dando início a umintenso período de trocas culturais e comerciais. No Japão, os portugueses praticaram ocomércio e aevangelização. Osmissionários, principalmente os sacerdotes daCompanhia de Jesus, levaram a cabo um intenso trabalho de missão e em cerca de 100 anos de presença portuguesa no Japão. Em 1582 a comunidade cristã no país chegou a ascender a cerca de 150 mil cristãos no Japão e 200 igrejas.[30] Neste período o Japão era uma sociedadefeudal relativamente bem desenvolvida com tecnologia pré-industrial. O país era mais povoado do que qualquer país ocidental e tinha, noséculo XVI, cerca de 26 milhões de habitantes.[31]
Toyotomi Hideyoshi deu continuidade ao governo de Nobunaga e unificou o país em 1590. Depois da morte de Hideyoshi, o regenteTokugawa Ieyasu aproveitou-se de sua posição para ganhar apoio político e militar. Quando a oposição deu início a umaguerra, ele a venceu em 1603 naBatalha de Sekigahara. Tokugawa fundou um novoxogunato com capital emEdo e expulsou os portugueses e restantes estrangeiros, dando início à perseguição doscatólicos no país, tidos como subversivos, com uma política conhecida comosakoku. A perseguição aoscristãos japoneses fez parte desta política, levando esta comunidade à conversão forçada ou mesmo à morte, como é o casodos 26 Mártires do Japão.[32][33][34]
Esta política deixou a nação isolada por 250 anos até à chegada denavios daMarinha dos Estados Unidos comMatthew Calbraith Perry em 31 de março de 1854 exigindo a abertura do país ao comércio estrangeiro com assinatura deTratado de Kanagawa revelando o atraso doxogunato. AGuerra Boshin, travadas entre forças leais ao governo doclã Tokugawa e aqueles que eram favoráveis à restauração do poder imperial dadinastia Yamato, restabeleceu o poder centralizado do imperador comMeiji do Japão em 1868, quando teve início um período de desenvolvimento econômico e deexpansionismo ao qual se seguiram as vitórias nas guerrassino-japonesa (1894–1895) erusso-japonesa (1904–1905) e a conquista da Coreia e das ilhas deTaiwan e deSacalina, mantendo o interesse do país sobre aManchúria.[35] Estes seguidos episódios deram ao Japão a sua primeira experiência bélica moderna, assistida pelos europeus, a primeira vitória sobre um país dovelho continente e a solidificação como país mais influente da Ásia.[36]
Noséculo XX houve um breve período chamado "democracia Taishō" ofuscada pela ascensão do expansionismo e da militarização do país. APrimeira Guerra Mundial permitiu ao Japão, que se juntou ao lado dosaliados vitoriosos, expandir sua influência e exploração territorial. O Japão continuou a sua política expansionista de ocupação da Manchúria, em 1931. Como resultado da condenação internacional a essa ocupação, o Japão renunciou aLiga das Nações, dois anos depois. Em 1935, as assembleias locais foram estabelecidas emTaiwan.[37]
Os custos de guerra para o Japão e para os países daEsfera de Coprosperidade da Ásia Oriental foram a perda de milhões de vidas e destruição de grande parte da indústria, cidade e infraestrutura do país. As potências aliadas repatriaram milhões dejaponeses étnicos de colônias e campos militares naÁsia.[44]
Internamente, após o fim da Segunda Guerra, o país passou por décadas de recuperação e afirmação: teve umcrescimento econômico espetacular até se tornar a segunda maior economia do mundo, devido a investimentos do setor privado na construção de novas fábricas e equipamentos e ao senso coletivo de trabalho, que deram ao país uma taxa de crescimento média anual de 10% por quatro décadas.[48]
Estes acordos deveram-se a fatoresgeopolíticos, como o medo de que osocialismo avançasse sobre este país completamente arrasado pela guerra, e culturais, devido ao investimento em educação que formou e preencheu vagas no campo tecnológico.[49] Esse rápido avanço terminou em meados dos anos 1990 quando o Japão sofreu umagrande recessão. O crescimento positivo no início doséculo XXI tem sinalizado uma recuperação gradual.[50]
Em 8 de julho de 2022, o ex-primeiro-ministro do Japão,Shinzo Abe, foiassassinado durante um discurso na cidade deNara, por volta das 11h30JST[54][55]. Abe foi baleado pelas costas por umaarma de fogo caseira feita de madeira e metal, e caiu no chão, ainda vivo, mas gravemente ferido. Às 17h03 JST, o político foi declarado morto no Hospital Universitário de Nara.[56][57][58][59] O atirador, Tetsuya Yamagami, foi motivado por conexões que o ex-primeiro-ministro tinha com aIgreja da Unificação.[60] A mãe de Yamagami, uma membra do grupo, declarou falência em 2002 depois de fazer grandes doações à igreja, o que fez o rapaz desenvolver um profundo ódio pela organização.[61][62][60] Yamagami pesquisou as conexões da igreja com Abe nos meses anteriores ao ataque, acreditando que o ex-primeiro-ministro espalhou a influência da igreja no Japão.
O Japão é um paísinsular que se estende ao longo da costa leste daÁsia. O litoral marítimo do Japão é aproximadamente quatro vezes maior que o brasileiro.[63] As ilhas principais, de norte para sul, são:Hokkaido,Honshu,Shikoku eKyushu. Além destas maiores, o Japão inclui mais de seis mil outras menores, parte das quais constituem as ilhasRiukyu, inclusiveOkinawa, que se estendem a sudoeste de Kyushu até perto deTaiwan.[64]
Entre 70% e 80% do país é coberto por florestas e de relevo montanhoso[65][66] com umacordilheira no centro das ilhas principais, de forma que as pequenas planícies costeiras se tornam as áreas mais povoadas do país.[66]
A montanha mais alta e o vulcão mais conhecido do Japão é omonte Fuji com 3 776 m de altitude e seu ponto mais baixo fica no lagoHachirōgata, 4 m abaixo do nível do mar. Localizado noCírculo de fogo do Pacífico há oitenta vulcões ativos no país e ossismos são muito comuns, ocorrendo mil deles sensíveis por ano. A enorme quantidade de vulcões mostra que nas profundezas do arquipélago o solo é instável e cheio de energia. Isso faz com que o país esteja entre os que mais registram terremotos no mundo.[12] Em 2006, foram registrados 108 vulcões ativos do país.[67]
Ainda que uma ameaça, estes vulcões representam uma importante fonte de turismo. Regiões comoNikko, são famosas por suas primaveras quentes e pelo cenário de montanhas vulcânicas.[68] Os rios japoneses são curtos e de águas ligeiras. Atingem o mar pouco depois de sua nascente nas montanhas acima e formam geralmente deltas em forma de leque.[12]
O clima japonês apresenta uma clara diferenciação entre asestações e sofre a influência demassas de ar frias vindas daSibéria no inverno, bem como de massas de ar quentes doPacífico no verão. Ostufões são comuns entre o fim do verão e o início do outono. O país pode ser dividido em quatro regiões climáticas: a de Hokkaido, declima subártico, a da costa do Pacífico,temperado, a da costa do Mar do Japão, mais chuvoso, e o da região sudoeste,subtropical.[12]
As diferenças entre as estações do ano mostram-se da seguinte maneira:[69] oinverno, que vai de Dezembro a Fevereiro, é seco e tem regularmente Sol. Enquanto o Centro e principalmente o Norte do Japão são frios, o Sul tem o tempo mais agradável, e a temperatura vai raramente abaixo dos 0°C.[69]
Aprimavera, que vai de março a maio, é quando deixa de nevar, sendo que todas as paisagens ficam floridas. Overão começa com três a quatro semanas de chuva, sendo este período importante para os agricultores. Depois deste período, o tempo torna-se extremamente quente. Ooutono é muito fresco, com uma ligeira brisa e uma temperatura mais fresca depois do Verão.[69]
Em sua flora, o país possui cerca de 6 000 espécies nativas de plantas, cuja variedade é devida ao calor, à abundância das precipitações, à humidade dos verões e ao relevo. Ao longo do território vê-sefiguier banian,suji ehinoki, bem como plantas comuns em outras partes do mundo, como asmagnólias.[71] Algumas ainda possuem significados simbólicos, como as flores de cerejeira, chamadas sakuras, que representam a beleza efêmera. De suas plantas ainda saem os trabalhos com arranjos, pinturas, tecelagem e cerâmicas, além de remédios.[72]
Já em sua fauna é possível ver espécies não encontradas em nenhuma outra parte do globo, como certas variedades defaisões,tubarões esalamandras. Ainda assim, o território japonês possui apenas 118 espécies de mamíferos terrestres selvagens.[72] As regiões montanhosas do Japão, com florestas densas, albergam populações relativamente numerosas de mamíferos, dentre elesjavalis,tanukis,raposas,veados,antílopes,lebres edoninhas. Répteis presentes incluemtartarugas marinhas, cágados,serpentes aquáticas elagartos. Há uma grande variedade desapos,rãs etritões, onde se destaca aSalamandra-gigante-do-japão que atinge os 4 m de comprimento, e éendêmica do arquipélago. Cerca de 600 espécies deaves são residentes ou migratórias e diversidade de insetos é típica de regiões com clima temperado úmido.[73]
Entre as espécies ameaçadas que habitam o território japonês estão ourso-negro-asiático, classificado como de fato ameaçado de extinção e omacaco-japonês, em estado ainda pouco preocupante.[74] Olobo-cinzento, apesar de pouco preocupante ao redor do mundo, está quase extinto do território japonês.[75] Também consideradas espécies sob ameaça, as variedades debaleia são caçadas pelos japoneses sob cotas estipuladas na moratória de 1986. Ao lado deNoruega eIslândia, o Japão é o país que mais caça estes animais devido a alta lucratividade. No país oriental, a carne da baleia é ainda uma especialidade culinária comum e sua cartilagem serve à indústria de cosméticos. Sob a alegação de pesquisa científica, o Japão caça, anualmente, uma média de 1 000 baleias, variando em espécies. Em 2008, por exemplo, caçarambaleias-comuns ebaleias-minke-antárticas. Neste mesmo ano, dois ativistas doGreenpeace foram presos por denunciaremcontrabando ilegal de carne de baleia e ocorreu um atrito entre os governos japonês e australiano, que culminaram em acusações de pesca ilegal e fraude de evidências.[76] Dois anos antes, em pesquisa realizada nacionalmente, foi constatado que 69% da população é contra este tipo de caça. Em 2010, ocorreu o encontro da Comissão Internacional da Baleia, no qual se tentou derrubar a moratória e acusando o Japão de subornar países menores que votassem a seu favor.[77]
A história ambiental do Japão e as políticas atuais refletem um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental. No rápido crescimento econômico após aSegunda Guerra Mundial, as políticas ambientais foram minimizadas pelas empresas do governo e industriais. Como consequência inevitável, certa poluição ambiental crucial ocorreu nos anos 1950 e anos 1960. Na preocupação crescente sobre o problema, o governo introduziu muitas leis de proteção ambiental em 1970 e estabeleceu o Ministério do Meio Ambiente em 1971.[78]
Atualmente, o Japão é um dos líderes mundiais no desenvolvimento de novas tecnologias amigas do ambiente. Osveículos híbridos daHonda e daToyota foram nomeados para ter a maior economia de combustível e as menores emissões. Isto é devido àavançada tecnologia em sistemas híbridos, osbiocombustíveis, o uso de material mais leve e melhorengenharia.[81]
Como signatário doProtocolo de Quioto e anfitrião da conferência de 1997 que o criou, o Japão é tratado no âmbito de obrigações de reduzir suas emissões dedióxido de carbono e tomar outras medidas relacionadas como combater as alterações climáticas. A campanhaCool Biz introduzida pelo antigo primeiro-ministroJunichiro Koizumi foi orientada a reduzir oconsumo de energia através da redução da utilização doar condicionado nos escritórios do governo. O Japão se prepara para forçar a indústria a fazer grandes cortes nosgases do efeito estufa, tomando a liderança de um país que luta para cumprir suas obrigações do Protocolo de Quioto.[82] O país é classificado na 20º posição no mundo noÍndice de Desempenho Ambiental de 2010.[83]
Em 2010, o país que contribui para o desmatamento fora de seu território, em nações de florestas tropicais, por exemplo, comprometeu-se a reduzir o desmatamento e a degradação ambiental, doando, ao lado de outros países, cerca de 3,5 bilhões de dólares.[84][85] Em contrapartida, sua área florestal intacta ou replantada cobre 70% do território nacional, preservação esta comparada apenas aos países escandinavos.[86]
Acaça à baleia no Japão em uma escala industrial começou por volta da década de 1890 quando o país começou a participar da indústria moderna da pesca da baleia, na época uma indústria da qual muitos países participavam.[87] Estas atividades historicamente se estenderam para fora das águas territoriais japonesas. Durante o século XX, o Japão esteve intensamente envolvido na pesca comercial da baleia. Isto continuou até que a moratória da Comissão Internacional da Pesca da Baleia (IWC) entrasse em efeito em 1986. O Japão, no entanto, continuou a caçar baleias usando a previsão de pesquisa científica no acordo.[88] A carne dessas baleias caçadas com propósitos científicos é vendida em lojas e restaurantes.[89] A prática é uma fonte de conflito entre os países e organizações anticaça à baleia. Países, cientistas e organizações ambientais contrárias à caça à baleia consideram o programa de pesquisa japonesa como desnecessário e que é uma operação comercial de caça à baleia disfarçada.[90][91][92][93]
As autoridades japonesas têm sido criticadas por grupos ambientalistas pelas suas ambições muito baixas de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa no interior do país. Além disso, o Japão tornou-se o maior financiador de projetos de energia alimentada a carvão do mundo. Os bancos japoneses foram responsáveis por 32% de todos os empréstimos diretos aos promotores de centrais eléctricas a carvão em todo o mundo entre 2017 e 2019. Os três megabancos do país — Mizuho,Mitsubishi eSumitomo Mitsui Financial Group — ocupam os três primeiros lugares na lista de tais financiamentos, à frente do Citigroup (4º) e do BNP Paribas (5º). A sensibilização do público para as questões ambientais continua a ser muito baixa. As autoridades políticas e as elites económicas do país recusam-se a desistir de financiar novas centrais eléctricas alimentadas acarvão, apresentando argumentos geopolíticos ou financeiros.[94]
O Japão é o segundo maior consumidor deplástico do mundo depois dosEUA. Desde 2019, o país não consegue exportar os seus resíduos plásticos para aChina, que anunciou que deixará de aceitar ser o "caixote do lixo do mundo". 60% dos resíduos plásticos são agora queimados.[96]
Mais de 95% dapopulação japonesa tem origem noarquipélago. Os japoneses são descendentes de povosjomon,yayoi eainus que se estabeleceram no arquipélago nipônico durante milhares de anos. Os Jomons foram os primeiros a desenvolvercivilização no arquipélago, o povonômade Yayoi se estabeleceu na região Central do Japão, e os Ainus ao Norte do país.[97] O restante da população do Japão é composta porimigrantes de origemcoreana,chinesa ebrasileira, entre outros.[98]
O Japão tem uma população de quase 125 milhões, dos quais quase 122 milhões são japoneses nativos (estimativas de 2022).[99] Uma pequena população de residentes estrangeiros compõe o restante.[100] Em geral, ela é bastante homogênea, sendo quase toda composta por japoneses, as minorias são os ainus, um povo indígena nativo do país, e os estrangeiros que vão ao país porturismo ou em busca deemprego.[97]
Aexpectativa média de vida no país é uma das mais elevadas do mundo, 81,25 anos,[101] mas essa população está rapidamente envelhecendo como resultado do grande número de nascimentos posterior à Segunda Guerra Mundial seguido por uma queda nataxa de natalidade no final doséculo XX. Assim, em 2004, cerca de 19,5% da população tinha mais de 65 anos.[102]
As mudanças na demografia trouxeram uma série de questões sociais, em particular um provável declínio daforça de trabalho e o aumento dos custos com aseguridade social. Nota-se também que uma parcela dos jovens prefere não formarfamílias quando adultos.[103] Prevê-se um declínio da população japonesa para 100 milhões até 2050 e 64 milhões em 2100.[102]Demógrafos e planejadores governamentais, no momento, debatem como lidar com este problema.[103] Aimigração e o incentivo ànatalidade são por vezes sugeridos como uma solução para proporcionar trabalhadores jovens que possam sustentar o envelhecimento da população.[104][105] A imigração, contudo, não é uma medida popular.[105] Segundo oACNUR, em 2007, o Japão aceitou apenas 41 refugiados para reassentamento, enquanto osEstados Unidos aceitaram 50 000.[106]
O país sofre com uma das mais altas taxas desuicídios do mundo.[107][108][109] Em 2011, o número de suicídios ultrapassou 30 mil pessoas pelo décimo quarto ano seguido, representando uma queda de 1 177 suicídios em relação a 2010. Tóquio teve a maior taxa do país e os homens compõem 70% de todas as mortes desse tipo, sendo a principal causa de morte entre as pessoas com menos de 30 anos de idade.[110][111]
Mais de 99% da população fala ojaponês como primeiralíngua.[112] É umalíngua aglutinante distinguida por um sistema de honoríficos refletindo a naturezahierárquica da sociedade japonesa, com formas verbais evocabulários particulares que indicam o estatuto relativo do falante e do ouvinte. Segundo um dicionário japonêsShinsen-kokugojiten, palavras baseadas nochinês compõem 49,1% do vocabulário total, as palavras indígenas são 33,8% eempréstimos outros 8,8%.[113]
Entretanto o número real de estrangeiros é incerto devido a existência de muitos imigrantes ilegais.[118] A maioria dos brasileiros residentes no Japão sãonikkei (descendentes de japoneses ou cônjuges de nipo-brasileiros) que vivem e trabalham legalmente e são conhecidos pelos japoneses comodekasseguis. O Brasil passou a receberimigrantes japoneses em 1908. A maior parte dos imigrantes chegou na década de 1930 e se fixou sobretudo emSão Paulo. Hoje, a população nipo-brasileira é de quase 1,5 milhão de pessoas, formando a maior colônia de descendentes de japoneses do mundo. Muitos desses brasileiros de origem japonesa ou cônjuges têm imigrado ao Japão em busca de melhores condições de vida, formando uma comunidade de cerca de 300 mil pessoas no Japão.[119]
As maiores estimativas para o número debudistas exintoístas no Japão são de 84–96% da população, representando um grande número de crentes em umsincretismo dessas duasreligiões.[12][121] No entanto, essas estimativas baseiam-se em pessoas com uma associação com um templo, ao invés do número de pessoas que realmente seguem a religião. O professor Robert Kisala da Universidade de Nanzan sugere que apenas 30% da população do país se identifique como pertencente a alguma religião.[122]
O xintoísmo é a maior religião do Japão[123] mas o termo "xintoísmo" pode ter significados diferentes no Japão: a maioria dos japoneses freqüentam santuários xintoístas e imploram por kami sem pertencer a organizações xintoístas,[124] e uma vez que não há rituais formais para se tornar um membro do "xintoísmo", a filiação xintoísta é frequentemente estimada incluindo aqueles que se juntam a seitas xintoístas organizadas.[125] O xintoísmo tem 100 000 santuários[126] e 78 890 sacerdotes no país.[127]
Otaoísmo, oconfucionismo e obudismo daChina também têm influenciado as crenças e os costumes japoneses. A religião no Japão tende a ser sincrética por natureza e isso resulta em uma variedade de práticas, tais como pais e filhos celebrando rituais xintoístas, os estudantes rezando antes dos exames, alguns casais celebrando umcasamento em umaigreja cristã e funerais sendo realizados em templos budistas. Uma minoria (2 595 397 de pessoas ou 2,04% da população) professam ocristianismo.[128]
O Japão é umamonarquia constitucional onde o poder doimperador é muito limitado. AConstituição o define como "símbolo do Estado e da unidade do povo" e ele não possui poderes relacionados ao governo. O poder, concedido por soberania popular,[132] está concentrado principalmente na figura doprimeiro-ministro do Japão e de outros membros eleitos daDieta. O imperador age comochefe de Estado em ocasiões diplomáticas, sendoNaruhito o presente imperador do Japão.
O primeiro-ministro do Japão é ochefe de governo. O candidato é escolhido pela Dieta de entre um de seus membros e endossado pelo imperador. O primeiro-ministro é o chefe do Gabinete, órgão executivo que nomeia e demite ministros de Estado do qual a maioria deve ser membro da Dieta. O primeiro-ministro do Japão é, no momento,Shigeru Ishiba.
Oórgão legislativo do Japão é aDieta Nacional, umparlamentobicameral. A Dieta é formado pela Câmara dos Representantes, com 480 representantes eleitos por voto popular a cada quatro anos ou quando dissolvida, e pela Câmara dos Conselheiros de 242 membros com mandatos de seis anos. Todos os cidadãos com mais de 20 anos têm direito ao voto[63] e a concorrer naseleições nacionais e locais realizadas comvoto secreto.[132]
O Japão tem umsistema políticodemocrático e pluripartidário com seis grandes partidos políticos. O liberal conservadorPartido Liberal Democrata (PLD) está no poder desde 1955, a não ser por um curto período de coalizão da oposição em 1993.[133] O maior partido de oposição é oliberal social Partido Democrático do Japão.[134]
Historicamente influenciado pelo sistema chinês, o sistema legal do Japão desenvolveu-se independentemente durante operíodo Edo. Entretanto, desde o final doséculo XIX, o sistema legal japonês tem se baseado em grande parte nosdireitos civis daEuropa, principalmente daFrança eAlemanha. Em 1896, por exemplo, o governo japonês estabeleceu umcódigo civil baseado no modelo alemão. Com modificações do pós-Guerra, o código permanece vigente no Japão. A lei estatutária origina-se na Dieta com a aprovação do imperador. A Constituição requer que o imperador promulgue as leis aprovadas pela Dieta, sem, no entanto, conferir-lhe o poder de opor-se a aprovação de uma lei. O sistema de tribunais do Japão é dividido em quatro esferas básicas: a Suprema Corte e três níveis de cortes inferiores.[135] O corpo principal da lei estatutária japonesa é chamado de Seis Códigos.[136]
O Japão se destaca na política internacional por ser membro doG8, daAPEC, daASEAN+3 e participante da Cúpula do Leste da Ásia. O país é também o segundo maior doador para Assistência Oficial para o Desenvolvimento, com 0,19% do seuPNB em 2004.[137]
Além de seus vizinhos imediatos, o Japão tem prosseguido com uma política externa mais ativa nos últimos anos, reconhecendo a responsabilidade que acompanha a sua força econômica. O ex-primeiro-ministroYasuo Fukuda destacou a mudança de direção da política externa japonesa em um discurso para aDieta Nacional: "O Japão aspira tornar-se um centro de desenvolvimento de recursos humanos, bem como de pesquisa e contribuição intelectual para promover a cooperação no campo da construção da paz."[142]
O maior parceiro militar do Japão são osEstados Unidos, tendo como fundamento de suapolítica externa a aliança defensiva Japão–Estados Unidos.[143] Como membro das Nações Unidas desde 1956, o Japão serviu como membro temporário doConselho de Segurança por um total de 18 anos, mais recentemente entre 2005 e 2006. Ele é também membro dasnações G4 buscando um assento permanente no Conselho de Segurança.[144] O Japão também contribuiu com contingentes não-combatentes para aInvasão do Iraque, mas posteriormente retirou suas tropas deste país.[145]
As despesas militares do Japão são a sexta maior do mundo, com 59,3 bilhões de dólares orçados em 2012, o que representa apenas 1% doPIB nacional por ano.[146] O Japão tem disputas territoriais comRússia,China,Taiwan eCoreia do Sul. A maior parte dessas disputas envolve a presença derecursos naturais como opetróleo e fatores históricos.[138]
O Japão reivindica a soberania sobre as ilhas Etorofu, Kunashiri e Shikotan, conhecidas no país como "Territórios do Norte" e na Rússia como "Ilhas Curilas do Sul" ocupadas pelaUnião Soviética em 1945 e administradas atualmente pela Rússia. Disputa osRochedos de Liancourt (chamados Takeshima ou Dokdo) com a Coreia do Sul — ocupadas por esta desde 1954 — e as ilhas inabitadas deSenkaku-shoto (Diaoyu Tai) com China e Taiwan.[147]
O Japão também enfrenta graves problemas com aCoreia do Norte acerca de seu programa dearmamento nuclear, sequestro de cidadãos japoneses e de testes de mísseis.[140] O fortalecimento militar da China é também um motivo de preocupação. Contudo, as Forças de Autodefesa do Japão se concentra em tecnologia de ponta, robótica e armas modernas[148] (ver:Programa japonês de armas nucleares).
A militarização do Japão era restringida pelo Artigo 9 de sua Constituição pós-Guerra até julho de 2014,[149] o qual renuncia ao direito de declarar guerra ou ao uso de força militar como meios para a resolução de disputas internacionais, ainda que o governo esteja tentando fazer uma emenda à Constituição através de um referendo.[150]
As forças armadas do Japão são controladas pelo Ministério da Defesa e consistem basicamente das Forças de Autodefesa Terrestre, Marítima e Aérea. As forças armadas foram usadas recentemente emmissões de paz e o envio de tropas não-combatentes para o Iraque marcou o primeiro uso delas desde a Segunda Guerra Mundial.[145]
Ainda que tradicionalmente o Japão seja dividido emoito regiões, administrativamente o país é formado por 47prefeituras, cada uma com umgovernador, umlegislativo e umaburocracia administrativa.[151] A antiga cidade deTóquio foi dividida em 23bairros especiais, cada um com os mesmos poderes de umacidade.[152] No momento o país passa por uma reestruturação administrativa que unirá entre si a maioria das cidades epovoados. Este processo reduzirá o número de regiões administrativas e de subprefeituras e espera-se que corte gastos.[153]
O Japão tem mais de dez grandes cidades que cumprem um papel importante em suacultura,patrimônio eeconomia. As dez mais populosas são também capitais de prefeituras e foram transformadas em cidades por mandato governamental devido à sua importância. Abaixo, as oito regiões japonesas:
As exportações japonesas incluem equipamento de transporte, veículos motorizados, produtoseletroeletrônicos, maquinário industrial e produtos químicos entre outros.[147] Os principais compradores do Japão são aChina, osEstados Unidos, aCoreia do Sul,Taiwan eHong Kong (em 2005).[147] Contudo, o Japão possui reduzidos recursos naturais para sustentar o crescimento econômico e por isso depende de outros países em relação amatérias-primas. Os países que mais vendem para o Japão são a China, os Estados Unidos, oBrasil, aArábia Saudita, osEmirados Árabes Unidos, aAustrália, a Coreia do Sul e aIndonésia. As principais importações do país são máquinas e equipamentos,combustíveis fósseis, produtos alimentícios (carne em particular), químicos, têxteis e matéria-prima para suas indústrias. O principal parceiro comercial do Japão é a China.[160]
O maiorbanco do mundo está no Japão,[161] o Mitsubishi UFJ Financial Group,[162] com aproximadamente 1,7 trilhões de dólares em fundos[161] assim como o maior sistema de caderneta de poupança postal do mundo e o maior titular de poupança mundial, o Serviço Postal Japonês, detentor de títulos privados da ordem de 3,3 trilhões de dólares. Também fica no país a segunda maior bolsa de valores do mundo, aBolsa de Valores de Tóquio, com uma capitalização de mercado de mais de 549,7 trilhões deyens em Dezembro de 2006.[163] Também é lar de algumas das maiores empresas de serviços financeiros, grupos empresariais e bancos. Por exemplo, várioskeiretsus (grupos empresariais) e multinacionais como aSony, aSumitomo, aMitsubishi e aToyota têm bancos, grupos de investimento e de serviços financeiros.[164]
As principais atividades econômicas do Japão circulam entre as ilhas deHokkaido,Honshu,Shikoku eKyushu. O Japão é cortado por uma eficiente malha rodoviária e ferroviária que liga o país de norte a sul. Em 2004, havia 1 177 278 km de rodovias pavimentadas, 173 aeroportos e 23 577 km de ferrovias.[147] O transporte aéreo é em grande parte operado pelaAll Nippon Airways (ANA) e pelaJapan Airlines (JAL). Já as ferrovias são operadas pelaJapan Railways entre outras. Os aeroportos mais movimentados ficam nas regiões mais populosas do país,Kanto eKinki. OAeroporto Internacional de Narita, por exemplo, é o mais movimentado do país e o oitavo mais movimentado do mundo. Há muitos voos internacionais de várias cidades e países do Japão e para o país. Já o transporte portuário, apesar de fundamental para um país insular, encontra-se em baixa, desde um pico na década de 1980.[165]
Uma vez que apenas 15% das terras japonesas são apropriadas para o cultivo,[166] o sistema de terraceamento é usado em pequenas áreas. Isto resulta em um dos mais elevados níveis de produtividade por unidade no mundo. O pequeno setor agrário do Japão, contudo, é muito subsidiado e protegido. O Japão precisa importar cerca de 50% dosgrãos consumidos excetuando o arroz, e depende de importações para seu suprimento de carne.[167]
O Japão é o segundo maior produtor de pescado do mundo por tonelada depois da China e tem uma das maiores frotas de pesqueiros do mundo que responde por quase 15% da pesca mundial.[147] O país depende de países estrangeiros em 80% para o seu suprimento de petróleo e alimentos como a carne bovina.[168]
É líder nos campos da pesquisa científica,tecnológica, maquinaria e médica. Algumas das mais importantes contribuições tecnológicas do Japão são encontradas nos campos da eletrônica, maquinaria, robótica industrial, óptica, química,semicondutores emetalurgia. O Japão é líder no mundo dos robôs industriais, sendo que mais da metade dos robôs existentes no mundo, são usados nas suas indústrias.[170]
As grandes empresas japonesas são organizadas de dois modos principais:
Askeiretsus (ou redes verticais) são um conjunto de empresas que vivem em função de uma grande empresa especializada. As pequenas empresas são fornecedoras e prestadoras de serviços da empresa central.[171] As maiores keiretsus giram em torno daToyota,Toshiba,Nissan,Hitachi eMatsushita.[164]
Redes horizontais oukigyo shudan são baseadas na conexão entre grandes empresas. São consideradas herdeiras dazaibatsu. Atualmente as principais redes horizontais são:Mitsui,Mitsubishi eSumitomo.[172]
A extensa rede ferroviária, juntamente com os voos domésticos, permitem viagens eficientes e rápidas. Os estrangeiros que visitam as cidades deTóquio eNara, oMonte Fuji, utilizam oshinkansen e tiram proveito da rede de hotéis do país.[174]
Oturismo doméstico continua a ser uma parte vital da economia e da sociedade japonesa. Crianças em idade escolar em muitas escolas secundárias realizam visitas àTokyo Disneyland ou àTorre de Tóquio. No turismo receptivo, o Japão ficou em 28ª posição no mundo em 2007.[175]
Algumas das mais importantes contribuições tecnológicas do Japão são encontradas nas áreas deeletrônicos,automóveis,máquinas,engenharia sísmica,robótica industrial,óptica,química,semicondutores emetais. Japão é líder do mundo em produção e utilização de robótica, possuindo mais de metade (402 200 de 742 500) de robôs industriais do mundo, usado para a fabricação.[180] Produziu também oQRIO,ASIMO e oAIBO. O Japão é o maior produtor mundial de automóveis[181] e abriga quatro dos quinze maiores fabricantes de automóveis do mundo e sete dos vinte maiores líderes de vendas de semicondutores atualmente.[182]
Em 14 de setembro de 2007, lançou oexplorador daórbitalunar "SELENE" (Selenological andEngineeringExplorer) em um portador de foguetesH-IIA (Modelo H2A2022) noCentro Espacial de Tanegashima.SELENE também é conhecido como Kaguya, a princesa lunar do antigo contoThe Tale of the Bamboo Cutter.[189] Kaguya é a maior missão de sonda lunar desde oprograma Apollo. Sua missão é coletar dados sobre a origem daLua e sua evolução. Ela entrou em uma órbita lunar em 4 de outubro,[190][191] voando em uma órbita lunar a uma altitude de cerca de 100 km.[192]
A única rede deautoestradas de alta velocidade é dividida e limitada por estradas com portagem de acesso que as conectam às principais cidades e são operadas porempresas de coleta de pedágio. Carros novos e usados são baratos. As taxas de propriedade do automóvel e taxas de combustível são utilizadas para promover a eficiência energética. No entanto, em apenas 50% de todas as distâncias percorridas, o uso dos automóveis é o mais baixo de todos os países doG8.[198]
Aalfabetização no Japão remonta anterior à introdução da escritakanji noséculo VI. Inicialmente restrita às classesaristocráticas, aeducação atingiu a população em geral noPeríodo Edo, em que havia escolas específicas para a classe dossamurais, mas também escolas mistas que ensinavam escrita, leitura e aritmética. Graças a esse sistema, calcula-se que em 1868, época daRestauração Meiji, 40% da população japonesa fosse alfabetizada.[201]
A divisão em escolas primárias, secundárias e universidades foi introduzida no Japão em 1871 como parte daRestauração Meiji.[202]
Desde 1947, a educação obrigatória no Japão inclui aeducação infantil (shõgakkõ), o qual dura 6 anos (dos seis aos onze ou doze anos) e oensino fundamental,chugakkō, o qual dura três anos. Quase todas as crianças continuam seus estudos indo para o colegial,koukō, de três anos e, de acordo com o Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia, cerca de 75,9% dos formandos do ensino secundário cursaram auniversidade, aeducação profissional, ou outros cursos pós-secundários em 2005.[203]
No momento, a educação japonesa passa por uma reestruturação que tenta adaptá-la aoséculo XXI, mudando sua ênfase da disciplina e do respeito atradição para a liberdade e acriatividade.[201]
No Japão, os serviços de saúde são fornecidos pelos governos nacional e locais. O pagamento de serviços médicos pessoais é oferecido através de um sistema de seguro universal de saúde que oferece uma relativa igualdade de acesso, com taxas fixadas por uma comissão do governo. As pessoas sem seguro através dos empregadores podem participar de um programa nacional de seguro de saúde administrado pelos governos locais. Desde 1973, todas as pessoas idosas têm sido cobertas pelo seguro patrocinado pelo governo.[206] Os doentes são livres para escolher médicos ou instalações de sua preferência.[207] O país possui amaior expectativa de vida do mundo (de acordo com estimativas daONU e daOMS) e a terceira menortaxa de mortalidade infantil.[15][208]
Antes de 1985, o Japão vivia em um sistema de bimonopólio, no qual aNippon Telegraph and Telephone Public Corporation dominava a telefonia doméstica, e aKokusai Denshin Denwa a telefonia internacional. Na primeira reforma, a NTT sofreu umaprivatização parcial, através da qual surgiu uma espécie de competição controlada do mercado, no qual o Ministério dos Correios e Telecomunicações japonês intervinha para que não houvesse perdedores.[209]
Na segunda etapa desta reforma, ocorrida a partir de 1997, viu-se o claro objetivo de aumentar a competição no mercado e uma diminuição da regulamentação implementada até então, graças ao acordo junto àOrganização Mundial do Comércio. Todavia, o que se seguiu foi o nascimento da NTT como competidora internacional detelecomunicações.[209]
Desde 1985 que o Japão possui um sistema tronco nacional de telefonia comfibras óticas, interconectando diversas cidades ao longo de 3 400 km e com previsão de ampliação devido a flexibilidade do material empregado. Entre as ilhas, utiliza de cabos submarinos. Na telefonia móvel, possuía 90 milhões de usuários em 2005. Em relação atelevisão, a nação possui o sistema a cabo (CATV) e para ainternet, a rede local de assinantes e a rede integrada digital.[210]
Na mídia, há grande circulação de jornais e revistas, além de canais de rádio e televisão, que atingem toda a população urbana do país e boa parte da rural. Entre os principais estão o jornalYomiuri Shimbun, a rádioNHK e os canais de tv NHK eTXN. Quase todas as corporações que os veiculam, politicamente, estão divididas emliberal, média econservadora.[211]
Lago Miyagase, uma importante reserva paraTóquio eYokohama
O Japão passou por profundas transformações em pouco mais de cem anos em suas estruturas socioeconômicas e culturais, saindo de um sistemafeudal para um mundo moderno e industrial. Suaspolíticas habitacionais não fugiram às mudanças e foram desenvolvidas e solidificadas nos últimos quarenta anos, até 2006, gerando moradias e qualidade de vida.[212][213]
No entanto, foi reconhecido que sua altadensidade populacional, o alto preço das terras e a queda no volume de negócio nomercado imobiliário geraram um novo desafio para o governo: reabilitar áreas degradadas para alocar o crescimentodemográfico. Para esses locais, estudam-se projetos que aloque a população em cidades subterrâneas e nas chamadas supertorres, estruturas verticais gigantescas capazes de suportarem uma pequena cidade comoSky City 1000,Shimizu Mega City Pyramid eX-Seed 4000.[212][213]
Nestes projetos, está ainda inserida aurbanização, voltada para omeio-ambiente e à integração do homem com a natureza, visando o resgate histórico de sua cultura, esquecida nas construções de massa moderna para abrigar o largo crescimento populacional que acompanhou as modificações no cenário econômico nacional.[212][213]
Sua tecnologia aliada aos recursos naturais deram ao Japão acesso àágua potável etratamento de esgoto em quase todo o território nacional. Devido à rápidaurbanização de suas grandes cidades, ocorreu adegradação ambiental que causou enchentes, aridez e piora da qualidade da água.[214]
Para atenuar os danos causados por esses problemas, foram implantadas medidas para melhorar os mecanismos de coordenação sobre o uso da água e prevenir a sua contaminação. Como resultado, o Japão obteve drásticas melhorias em seusrecursos hídricos e de higiene e abastecimento deágua potável em seu território. Cidades comoTóquio eQuioto foram as grandes beneficiadas dos projetos.[214]
Osyakuza são conhecidos por terem seus corpos quase inteiramente tatuados
O Japão tem a segunda menortaxa de homicídios do mundo.[215] Em 2001, o Japão teve seu índice de criminalidade, somado em todo o território, demonstrando o maior nível desde aSegunda Guerra Mundial. Com um aumento de 12%, registraram-se mais de três milhões de infrações, das quais 1% foram de crimes violentos, enquanto mais de 90% eram de infrações de trânsito, contravenções,fraudes,furtos, principalmente de motocicletas e bicicletas,delinquência,desacato ehomicídio ou ferimento por negligência. O agravo desta condição foi também devido ao fato da diminuição da eficácia da polícia japonesa, que, em análise de mesmo período, efetuou 8% menos prisões. Segundo especialistas, as causas para este cenário foram a estagnação da economia japonesa desde o começo dos anos de 1990 e o aumento do desemprego.[216] Cinco anos mais tarde, robôs de segurança foram apresentados à população, para ajudarem na patrulha de locais pré-determinados. A utilização de tecnologias de vigilância deve-se à baixataxa de natalidade, o que poderá gerar problemas futuros para as guardas.[217]
Em pesquisas mais recentes, ficou constatado que a criminalidade estava diminuindo e que a grande preocupação da segurança nacional eram as tragédias naturais, como osterremotos etsunâmi, asfalsificações dos selos de segurança dos prédios, os acidentes aéreos e ferroviários, os confrontos políticos, guerras e ataques terroristas. No balanço geral, mais de 42% da população considerou o Japão um lugar perigoso para morar devido a estes fatores. Como solução apontada está o esforço em conjunto entre a sociedade, governos locais e empresas.[218]
Apesar da segurança e da aparente preocupação da população girar em torno apenas dos desastres naturais, a presença damáfia é algo não ignorado no país. AYakuza, organização mafiosa mais conhecida do Oriente, tem suas origens no fim da era dossamurais, quando estes passaram a vagar pelo território. No entanto, a precisão de seu surgimento é variado, indo desde os filhos dekabuki-mono até a descendência honrosa direta dosronins. No Japão, esta organização é composta por vários clãs de criminosos violentos, que deixam marcas no aspecto de vida japonês, principalmente no que toca astorturas echantagens daqueles que ousassem desafiar seus poderes. Desde a jogatina e esquemas deprostituição até os bastidores do poderpolítico e financeiro de alto escalão aYakuza é presença forte no cenário nacional e internacional.[219]
A história japonesa produziu uma cultura que mescla influências da tradição chinesa e as formas indianas e ocidentais desde sua arquitetura à sua gastronomia. Primordialmente, o Japão sofreu influência direta da China, em um processo iniciado há cerca de 1 500 anos. O Japão e outros reinos asiáticos eram estados tributários da China desde tempos antigos. No entanto, o Japão parou de enviar tributos à China em 894 d.C.. A partir daí, a cultura japonesa desenvolveu-se de forma independente e floresceu numa variedade de campos livremente.[220]
O processo de nacionalização cultural acelerou-se durante os últimos 250 anos anteriores ao que o Japão se manteve isolado, até 1868, quando se abriu para o mundo ocidental com a assinatura doTratado de Kanagawa.[221]
Acultura popular japonesa tornou-se conhecida a partir dosmangás e dosanimes. Osmangás surgiram com a união entre a pintura tradicional japonesa sobre madeira e a arte Ocidental.[223] A animação e os filmes influenciados pelo mangá são chamadosanime. Osconsoles de videogames feitos no Japão prosperaram desde os anos 1980.[224]
A música do Japão também éeclética, emprestandoinstrumentos, escalas e estilos de culturas vizinhas. Muitos instrumentos como okoto, foram introduzidos nos séculos IX e X. O acompanhamento donoh data doséculo XIV e a popular tradicional música com oshamisen do XVI. A música ocidental, introduzida em fins doséculo XIX, agora é parte da cultura. O Japão do pós-Guerra foi muito influenciado pela músicacontemporânea dos Estados Unidos e da Europa, o que levou ao desenvolvimento do estilo japonês chamadoJ-pop (música popular japonesa) e músicaEnka (música tradicional japonesa).[225] Okaraokê é a prática cultural mais comum.[226]
Na dança os japoneses são mais tradicionais, inclusive com uma lendadivina que explica o surgimento da mesma. Suas danças tradicionais originaram-se naAntiguidade, como meios de manifestações, caracterizadas por movimentos leves e de formas peculiares. A primeira de que se tem relato foi a chamadakagura, referente aos deuses da cultura japonesa. Foi a partir destas manifestações religiosas que originaram-se vários outros estilos de dança nacionais. Hoje, a dança tradicional do Japão é chamada deNihon Buyou.[227]
No cinema, de desenvolvimento simultâneo ao ocidental, a nação produziu obras de reconhecimento qualitativo. Durante as primeiras décadas doséculo XX, os filmes representavam dois gêneros de produção, ojidai geki, chamado histórico, e ogendai-geki, conhecido como da vida real. Internacionalmente, destaca-se o cineastaAkira Kurosawa.[221]
A culinária do Japão é tratada como arte, seja pela forma de misturar os ingredientes, seja pela apresentação dos pratos. Desde 2013, a culinária tradicional japonesa passou a ser considerada Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade pela UNESCO.[230] Na base da gastronomia está oarroz, alimento consumido desde o café da manhã até ao jantar. Para comerem, utilizam os chamadoshashis e têm como pratos principais as sopas ou pastas de soja, hortaliças, picles, peixes e carne. Apesar do número limitado, a variedade de pratos é grande. De influência externa, entraram opão, ofast-food, ohambúrguer, o frango frito e o curry ao estilo japonês, populares entre os jovens. Como hábito, antes de cada refeição é costume dizeritadakimassu, que significa pedir licença para comer e um agradecimento a quem preparou.[222]
Entre os doces destacam-se osdesigns, feitos também de arroz e feijão. Os doces típicos são chamadoswa-gashi e os ocidentaisyo-gashi. Noswa-gashi, é muito comum ver ingredientes como farinha de arroz,feijão-azuqui e açúcar. A manteiga e o leite são raramente usados. Já em relação as bebidas japonesas a mais conhecida internacionalmente é osaquê, feito do arroz, que tem 17% de teor alcoólico, e oYakult, leite fermentado, muito consumido em todo mundo. Em geral, os japoneses bebemchá verde após as refeições, bebem café preparado ao estilo norte-americano, e consomemcerveja nacional como aSuntory e aSapporo. Recentemente surgiu oshochu, preparado deálcool e água. No verão, a bebida mais popular é amugicha, feita de água fria ecevada.Vinho euísque são importados.[222]
Opincel é o meio de expressão artística predileto dos japoneses, praticantes dapintura e dacaligrafia tanto profissionalmente quanto como passatempo. O significado do objeto era tamanho, que até a modernidade lá não se usava a pluma para escrever. Aescultura, considerada pelos artistas um meio ineficaz de expressão, era relacionada a religião e com a decadência dobudismo tradicional, tornou-se ainda menos importante. A cerâmica, por sua vez é dita uma das mais belas do mundo e está entre os objetos mais antigos desta cultura milenar. Já sua arquitetura demonstra o apreço dos japoneses pelos materiais naturais, tanto na composição exterior, quanto na interior dos espaços. Como arte de polaridade, a japonesa valoriza-se não apenas por sua simplicidade, mas também por sua exuberância de cores, cuja influências têm atingido o ocidente desde oséculo XIX.[231]
Separadas por períodos, as manifestações artísticas japonesas viveram um início com a tribojomon, foram influenciados externamente e viveram um período voltadas para dentro, passando pelas artes Jomon e Yayoi, dos Grandes Túmulos, Asuka e Naka entre outras, até chegarem a Edo, e posteriormente às grandes influências ocidentais externas.[231]
Para o povo japonês, a prática do esporte é tão importante, que instituiu-se o Dia do Esporte. Acima da prática do exercício físico, para eles o esporte desenvolve a disciplina, a formação do caráter e incentiva o espírito esportivo. Torcedores entusiasmados, incentivam seus atletas sempre que estes estejam dispostos a darem o melhor de si.[232]
O basebol é um dos esportes populares com mais espectadores no Japão.[236] Aliga profissional japonesa de basebol surgiu em 1936 e foi reformulada para o formato atual em 1950. Ela é formada hoje por doze grupos de todo o país. As competições anuais são vistas por milhões de pessoas.[239]
O futebol começou a crescer com a criação daJ-League em 1991[240] e a contribuição de "Zico" noKashima Antlers entre outros técnicos.[236] Sendo já o segundo esporte mais praticado nas escolas procura-se gerar uma cultura do futebol que garanta sua prática pela população. Desde então, os clubes da liga contam com muitos atletas estrangeiros.[241]
O Japão já foi sede de várias competições internacionais, como osJogos Olímpicos de Inverno de 1972, os de1998 e asOlimpíadas de 1964 em que o judô foi incluído como modalidade olímpica.[242] O histórico de participações do Japão nos Jogos Olímpicos remonta a 1912 emEstocolmo e desde 1964 o país participou de todos os eventos olímpicos, a não ser por um breve momento em 1980.[242] Em 2002, o país sediou aCopa do Mundo de Futebol em conjunto com aCoreia do Sul, chegando à fase de oitavas de final. Naedição seguinte, a equipe nacional que era comandada por Zico não repetiu o sucesso e foi eliminada na primeira fase da competição enquanto naCopa do Mundo de 2010 a seleção japonesa chegou novamente às oitavas de final.[243] O país sediará na sua capital, em 2020, osJogos Olímpicos (pela segunda vez) eParalímpicos de Verão (pela primeira vez).[244][245] Cinco novas modalidades esportivas serão disputadas nos Jogos de 2020 em Tóquio, sendo elas:surfe,skate,beisebol/softbol,escalada ecaratê.[246]
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Notas (C) Nos 15 membros daCommonwealth, o monarca, à excepção do Reino Unido, é representado por um Governador Geral. (J) Monarca discutível como sendo o verdadeiro Chefe de Estado. (Q) Tecnicamente uma monarquia constitucional mas mostra eficazes propriedades de uma monarquia absoluta. (U) O monarca utiliza o título não-monárquico de "Presidente".